Armas bacanas e poderosas
Navegando por aí, encontrei um par de curiosidades bacanas sobre algumas das armas mais bacanas do passado.
A primeira arma da qual vou escrever é muito legal.
Você já colocou fogo em um pedaço de papel usando uma lupa?
Então… o princípio dessa arma é o mesmo.
Editado: O Leonel escreveu mais sobre algumas dessas armas nos comentários, vale a pena ler! Muita informação complementar.
Espelhos ou criatividade?
Diz a lenda que eles foram usados por Arquimedes, o filósofo grego, contra navios romanos. Para isso, ele posicionou uma série de espelhos ao longo da costa e, refletindo os raios do sol em um único ponto (como as velas dos navios), incendiou as naves inimigas.
Pra você ver, os Mithbusters fizeram um teste da arma com 300 (!) espelhos de bronze e conseguiram abrir um buraco no casco de um barco.
Esse é um exemplo excelente de como a criatividade pode ser importante na hora dos combates. Especialmente quando o inimigo for mais poderoso que você.
Fogo grego:
Ah, o fogo grego!
Uma arma romana para incendiar navios inimigos. Diz a lenda que ele foi inventado por sírios no século 7. O “fogo líquido” era jogado sobre os navios inimigos por meio de sifões e incendiavam ao contato. Sua reputação inclui a fama de que o fogo não se extinguia mesmo em contato com a água e tanto árabes quando gregos dizem que essa era a arma incendiária definitiva naquela época. O segredo de sua composição era mantido em sigilo pelos imperadores, tanto que sua fórmula não é mais conhecida nos dias de hoje.
Meu primeiro contato com o fogo grego foi no RPG, usando-o como uma granada de mão. O liquido fica contido em um recipiente de vidro que ao ser arremessado explode sobre o oponente.
Besta de repetição:
A metralhadora do mundo antigo, criada no século 4, na China.
Soldados treinados podiam atirar cerca de 10 virotes em 15 segundos, marca essa que só foi ameaçada no século 19.
Basta um movimento para colocar o virote, esticar a corda e atirar.
Esse tipo de arma não era muito poderoso (pois os virotes precisavam ser leves), nem mesmo preciso (já que era disparado da cintura), no entanto, seu uso por um numero grande de soldados se mostrava efetivo, especialmente se, junto com as flechas, se usasse veneno.
Uma das minhas jogadoras está seca por uma dessas.
Armaduras de placas:
Não podia deixar de falar dessa!
Só depois de 4000 anos o Homem resolveu criar alguma coisa decente que o protegesse de espadas.
Um cavaleiro completamente armadurado se tornou a maior máquina de batalha da Europa no final do século 13, durando até o século 15.
Eram feitas de ferro (apenas sua superfície de aço), e tinham juntas de couro ou cota de malha, outra característica da armadura de placas era a possibilidade de manufaturar um apoio para lanças junto ao troco.
Essas armaduras eram muito caras, e eram principalmente usadas por nobres. Apenas no século 15 ela se tornou mais barata que a cota de malha. Com a peste negra, o tempo do trabalhador tornou-se muito caro, e a cota demandava muito tempo na sua confecção.
Elas foram definitivamente abandonadas com a utilização da pólvora em campo de batalha.
O Terror:
A guerra psicológica sempre foi uma arma importante durante a guerra.
Desde carrancas em barcos ou capacetes, até tambores de guerra. Até hoje o terror é usado na guerra para fazer com que o inimigo se descuide ou perca a moral.
Genghis Khan era perito nisso.
Ao cercar uma cidade, ele comandava as tropas de uma tenda branca, o que significava que todos os habitantes da cidade seriam poupados caso se rendessem. No segundo dia, ele comandava seu exército de uma tenda vermelha, o que significava que apenas mulheres e crianças seriam poupados. No terceiro dia, ele passaria a comandar os mongóis de uma tenda negra, demonstrando que TODOS da cidade seriam mortos.
Flecha apito:
Não era nada devastadora, mas achei muito legal!
Usada pelos mongóis, liderados por Genghis Khan, as flechas tinham em sua ponta um apito que assobiava quando voavam. Seu único propósito era aterrorizar os inimigos.
Os guerreiros de Genghis Khan eram peritos no uso de arco, inclusive montados a cavalo (o que unia duas armas em uma só, cavalaria + arco). Uma curiosidade é que para terem maior precisão, a flecha era disparada no momento em que o cavalo estivesse com todas as patas no ar.
As flechas apito não eram usadas apenas pelos mongóis, e também não tinham apenas a função de amedrontar. Elas também eram usadas como sinalizadores no campo de batalha, por exemplo.
Gatos e andorinhas:
Essas foram armas malignas nas mãos de Genghis Khan. Esse cara era realmente muito mau.
Durante um cerco a Volohoi, na China, os habitantes da cidade se encontraram com Genghis Khan para tentarem negociar o término do cerco (lembra da tenda negra?).
Genghis concordou, mas pediu em troca um sacrifício inesperado. Queria que os habitantes lhes dessem centenas de andorinhas e gatos em troca.
De posse de seu sacrifício, ele ordenou às suas tropas que amarrassem trapos nos gatos e andorinhas. Em seguida ele ordenou que os soldados ateassem fogo aos trapos.
Os gatos e andorinhas insandecidos voltaram para suas casas e, como a maioria dos prédios eram de madeira, todos se incendiaram. As andorinhas morriam em pleno vôo, e quando caíam ajudavam a espalhar a destruição.
Obviamente, os mongóis se aproveitaram do terror para tomarem a cidade.
Massa demais isso tudo! Ótimo post!
Não sabia que o Khan era tão bad-ass!
Valeu, Mamangava!
Você pode não acreditar, mas eu também não sabia! Hahaha!! Fui pesquisando e o queixo foi caindo…Kkkkk Com certeza tem muito mais coisa escabrosa por aí.
Gengis Khan era um maledito, isso sim…
Alguém sabia que, quando criança, ele usava uma trava de madeira no perscoço? Seu pai o fizera usar isso para que ele não entrasse em todas as casas de sua tribo, pois ele era um moço violento, quando criança…
E seu filho primogênito, possivelmente não era seu, pois ele descobriu que sua esposa estava grávida, depois de tê-la recuperado num acampamento inimigo.
Esse cara era o cão…
Adoro a musica dos Fevers…
Ótimo post Xará…
Valeu, Nord!
Cara, não sabia dessa trava no pescoço do sujeito! Também… o cara andava e destruía tudo pelo caminho.
meus dois centavos:
1) Na verdade os espelhos de Arquimedes utilizados pelos mythbusters não conseguiram abrir um rombo no casco do inimigo, apenas fumegá-lo após 2 horas de teste. Tentaram então incendiar as velas, mas também sem sucesso.
Entretanto, se me permitem a humilde opinião, eles (e os estudantes do MIT presentes) não reproduziram corretamente a experiência. O sistema de Arquimedes também era utilizado no farol de Alexandria, e consistia, sim, em diversos espelhos côncavos (o espelho da época tratava-se de metal polido) ou de um único espelho formando sua concavidade em inúmeras placas, posicionados de forma a jogar seu foco no alvo.
Porém o “alvo” não era o navio! O alvo era um outro espelho côncavo, este colocado mais alto, em uma espécie de tripé e com grande possibilidade de movimentos.
O movimento dos navios e de suas velas, mesmo parados (sobrando o movimento oscilatório do mar) impede o sucesso de manter todos os focos dos espelhos côncavos concentrados em um único ponto. Jogando seus focos em um único espelho, este concentraria os focos, potencializando-os num único “raio” que, este sim, seria capaz de incendiar os velames da época e quiçá algum casco resinoso.
Fora que, desta maneira, há uma liberdade de ângulo muito maior para a arma, podendo ser aproveitada a qualquer hora ensolarada do dia, fato que não ocorre nos esquemas apresentados pelos mythbusters.
2) Há quem acredite que o fogo grego seja uma mistura alcalina em base de sabão.
3) A besta de repetição possuía muitos atrativos, incluindo o manejo mesmo por soldados inexperientes. Não era páreo, porém, para as armaduras metálicas ocidentais. Então, se alguém quiser utilizá-la em seu RPG estilo “fantasia medieval ocidental”, lembre-se de que ela seria uma arma exótica, rara mas de fácil manejo, de virotes pouquíssimo precisos (não possuíam aletas, daí a imprecisão), mais leves, disparados com menor força, e que não representam ameaça para alguém com armadura de metal, seja cota com capacete protetor, seja couraça metálica.
4) A armadura completa de placas é muito pesada. Geralmente o cavaleiro que a ostentava combatia a cavalo (a pé, só em casos especiais) e cair de costas era uma grande preocupação, porque levantar-se era muito difícil, dando muitas oportunidades ao inimigo.
5) Se acha que Gêngis Khan foi mau com o caso dos gatos e andorinhas, procure saber o que o herói brasileiro Duque de Caxias fez no Rio Paraná para conquistar as aldeias ribeirinhas do Paraguai (na famosa guerra que, ao vencermos, acabamos perdendo o império)
Valeu, cara! Rapaz, essas informações são muito bacanas!
O lance dos caçadores de mito, é que, pelo que dizem no site, é que eles realizaram a experiência duas vezes.
Foi na segunda que eles conseguiram fazer o fogo (inseri uma foto do buraco). Ainda assim, parece que levou um bom tempo.
Tua explicação sobre como ela funcionava de verdade foi excelente!
Parabéns pelo post. No caso das famosas armaduras completas, a sua vulnerabilidade mais aparente, a queda, é pouco explorada nos rpgs, um teste de DES poderia ser exigida para o derrubado conseguir se levantar com uma ação de movimento, ou então gastar uma ação completa.
Outra coisa comum em guerras eram as armas biológicas, costumava-se lançar defutos vítimas de alguma doença contagiosa(váriola principalmente) em fontes de água ou dentro dos muralhas inimigas, com o intuito de proliferar a doença na área a ser atacada. Isto em uma época onde não existiam vacinas, nem remédios criava um efeito terrível, tanto na prática quanto psicológico.
último post de Danielfo:Três dicas para a Fortaleza no Pendor das Sombras
Opa, valeu!
O fato de cair usando a armadura (muitíssimo bem lembrado, aliás) sempre é ignorado nos RPGs que já joguei. Além disso, também tem o fato dessas armaduras serem muito complexas para serem vestidas sozinho. Você precisava de ajuda até para subir no cavalo usando uma dessas.
Boa lembrança sobre as armas biológicas também!
o tal do Fogo Grego naum seria o elemento Fósforo ???? pois esse naum se apaga mesmo mergulhando em água, e por apresentar instabilidade o simples contato com o ar ou a superficie quente de um barco(no caso) a combustão será espontânea e violenta!
Deve conter algo assim na formulação. Mas como manusear e armazenar algo assim? Deve ter sido um baita desafio para a época.
Ótimo post amigo, muito legal.! parabens