Promethea (volumes 1 e 2), resenha e adaptação.
Vou tentar começar um projeto que me ajude a postar com mais regularidade por aqui. A ideia inicial é adaptar um personagem de alguma história de quadrinhos que eu li, independente do gênero da história. E resolvi começar por Promethea, que terminei recentemente e é meio que começar do jeito mais difícil, mas como estou a fim de falar sobre essa hq vamos lá.
Resumo do volume 1: A jovem Sophie Bangs era apenas mais uma estudante universitária em uma versão futurista de Nova York até que uma entrevista para um trabalho da faculdade a colocou no caminho de Promethea, uma entidade que incorpora a imaginação humana.
O destino das duas agora está entrelaçado para a eternidade, e Sophie se vê envolvida em um mundo repleto de símbolos, entidades místicas e magia. O tempo urge e ela precisa dominar logo suas novas habilidades, ou será devorada viva pelos antigos inimigos de Promethea! (link do resumo)
Resumo do volume 2: A vida de Sofia Bangs saiu de controle desde o dia que a jovem decidiu fazer seu trabalho de conclusão de curso sobre a figura mitológica de Prometeia. Quando foi entrevistar Barbara Shelley – esposa do último escritor a escrever sobre a personagem e última mulher a encarnar a entidade – para a pesquisa, a vida da jovem estudante cruzou com a da lenda e seus caminhos tornaram-se um só. Sofia descobriu uma nova dimensão sobre a lenda de Prometeia e passou a explorar uma trilha mística pela Imatéria através das múltiplas camadas que envolvem nossa realidade. Cada novo passo na Imatéria leva a experiências de alteração de consciência, encontros lendários, novos conhecimentos e novas formas de ver e lidar com o mundo. Mas desafios e inimigos aguardam Sofia tanto na Imatéria quanto na Terra, fazendo com que a jornada em busca da sabedoria seja repleto de obstáculos. (link do resumo)
Resenha dos dois volumes: eu não pretendo falar sobre a experimentação gráfica da hq porque eu não sou versado em arte, e meio que é chover no molhado dizer que o J.H. Williams III faz um trabalho esplêndido nas páginas da revista. Mas me arrisco a falar sobre a história, que é muito instigante, e me fez pensar muito sobre o que li. É interessante como a Magia e a Ciência são colocadas no mesmo patamar, acho que isso tem muito de como o Alan Moore enxerga o mundo. Quer dizer, a ciência é uma forma de explicar o mundo a nossa volta, assim como a magia, religião e etc. E acho que por isso o autor coloca esses dois conceitos como iguais, no sentido de que há semelhanças entre eles. Mas a HQ não é só um manual de iniciação a Magia, ela também pode ser interpretada como a percepção de como o mundo mudou no período em que a história foi publicada. Ela saiu originalmente entre 1999 e 2005, ou seja, pegou o período anterior e imediatamente posterior ao 11 de Setembro de 2001. De modo que Alan Moore coloca isso na história, como o mundo foi impactado pelo ataque terrorista e como isso reverberou na primeira metade da década de 2000. Eu acho que ele também faz um contraponto a visão de futuro que vemos na cultura pop até hoje, e essas visões pessimistas. Inclusive ele brinca com a visão do que seria um mundo “pós-apocalíptico”. Enfim, Promethea tem camadas demais para comentar numa postagem de um blog ou em outra mídia com tempo limitado, dá para interpretar de diversas formas. É incrível, questionadora, inquietante, incômoda, experimental, belíssima.
Agora vamos à adaptação
As regras para a adaptação são simples, precisa ser para algum sistema que eu tenha o mínimo de domínio. Então, seriam Tormenta 20 (T20), Mutantes & Malfeitores 2ª Edição (ou 2E) e 3D&T. Sendo que isso pra T20 iria dar muito trabalho, e para os outros dois sistemas, teria que ler suas versões mais recentes. Então, vou pegar aqui um conceito de Mutantes e Malfeitores 2E que acho que serve para os três. Ferramenta da Trama.
Promethea, é uma ferramenta da trama. Ela não precisa de estatísticas e não precisa ser limitada a perícias, classes ou qualquer outra característica descritiva. Ela é uma entidade imaginada por diversas pessoas em diferentes momentos da história. O que limita os poderes da personagem é a imaginação. Então, não precisa de ficha. Ela faz o que precisar para a trama do seu jogo andar. Ela pode aparecer em qualquer cenário, em qualquer tipo de jogo, pode ser num sonho, pode ser uma revista em quadrinhos, livro, série de tv ou filme que os personagens conhecem ou se materializar no “mundo real”. O caduceu que a personagem usa é uma materialização dos seus poderes, podendo se transformar em qualquer coisa que ela precise, disparar raios, etc. A sua versão da Promethea (existem várias versões) pode não ter um caduceu, pode ser totalmente diferente dessa que está nas imagens dessa postagem.
Espero que tenham gostado da resenha, que foi bem simples para tentar incentivar a leitura da obra, caso não conheça, ou para tentar passar um pouco das minhas interpretações sobre a história. E a adaptação foi bem simples também, mas é porque é complicado colocar esse conceito numa ficha de RPG de qualquer sistema. E aí, como foi sua experiência lendo Promethea? Qual foi sua interpretação?
Caso se interesse em comprar, tem um combo com os dois volumes na Comix.
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