Resenha: Belonave Supernova, vol. 2
Belonave Supernova volume 2 é a continuação de Belonave Supernova volume 1. (Sim, podem nos dar o prêmio de introdução mais redundante de resenha). Conhecemos aqui a metade final da primeira campanha oficial de Brigada Ligeira Estelar – uma saga épica estruturada da mesma forma que um anime de 26 episódios, como os grandes clássicos das séries japonesas de mecha que inspiraram o cenário.
E podemos dizer que é um final de tirar o fôlego! Contendo o final do segundo ato, o segundo interlúdio e o terceiro e último ato da história, o livro traz reviravoltas bastante surpreendentes para os heróis. Há espaço para um bocado de intrigas e traições, enquanto alguns dos personagens que ajudaram e guiaram os personagens na primeira metade da história revelam suas motivações ocultas. E tudo culmina, é claro, com uma grande batalha espacial épica pelo destino da Constelação.
A estrutura do livro é a mesma do anterior: a história é dividida em diversos episódios, sendo que este contém os treze finais, ou seja, do 14º até o 26º. Grosso modo, podemos dizer que cada episódio deveria equivaler a uma aventura – mas, da mesma forma que comentei na resenha anterior, me parece improvável imaginar que a maioria dos grupos vá realmente seguir este formato, e acho mais plausível imaginar que role um binge-playing de vários episódios a cada sessão de jogo. Isso é especialmente verdadeiro nos episódios finais, onde, seguindo a orientação proposta, a grande batalha que decidirá o desfecho da saga teria que se estender por duas aventuras inteiras! Mas, claro, isso é um detalhe menor, que não prejudica em nada o livro, e cabe a cada grupo jogar da maneira que achar melhor.
Além das aventuras, há também um bocado de material extra para incrementar jogos no cenário. Os tipos de personagem do livro anterior retornam, com algumas novas sugestões de arquétipos para os jogadores e NPCs. Há alguns novos kits, e também algumas idéias e regras novas, inclusive certas que remetem a textos antigos aqui do RPGista e do meu blog pessoal (mas é claro, tudo devidamente autorizado). Outra adição legal são os “OAVs” da série, caixas de texto que sugerem possíveis histórias paralelas da saga, que o grupo pode jogar entre um episódio e outro com personagens diferentes se quiser descansar um pouco da aventura principal.
Para os interessados na continuidade, um capítulo final detalha como fica o cenário após a campanha, com especial destaque para o planeta Uziel, o mais afetado pelos acontecimentos. Há também textos explicativos de certos acontecimentos do passado, ajudando a lançar um pouco mais de luz sobre o Grande Vazio e a atiçar um pouco mais a curiosidade sobre a origem dos Proscritos e outros mistérios do cenário (embora eu deva admitir que a menção a uma certa “Praga Ginoide” me deixou um pouco apreensivo, por não ter tido experiências muito positivas com o termo recentemente). E para que você não perca tempo em já começar a sua próxima grande aventura na Constelação do Sabre, há ainda quatro pequenas sugestões de campanhas futuras, com idéias que podem ser desenvolvidas pelos mestres.
No final, podemos dizer que Belonave Supernova, ambos os volumes, é um lançamento muito bacana, e uma grande saga que deve ficar na memória daqueles que a jogarem. É uma história envolvente e intrigante, e um ótimo exemplo do tipo de aventura épica que se pode ter em Brigada Ligeira Estelar.
Belonave Supernova volume 2, de Alexandre Lancaster.
80 páginas por R$29,90.
Bom, valeu o review — eu só consegui comentar agora (parece que há um problema com meu chrome e o rpgista; só consegui comentar agora, trocando de browser).
E sim, essa era a ideia desde o começo — colocar os jogadores dentro do clima de um anime de mechas. Eu deveria ter deixado uma dedicatória ao Yoshiyuki Tomino. Ela é MUITO Tominiana e eu percebi isso em retrospecto. 😀