Todos irão migrar para a 5E…

Menos Luiza, que está no Canadá.
Há alguns dias a Hasbro – ou a Wizards of The Coast, como chamam a salinha onde editam o D&D – anunciou que estavam trabalhando enfim na próxima edição de Dungeons and Dragons, que foi por muito tempo o RPG mais jogado do mundo… Foi? Talvez não literalmente, claro. Ainda deve ser. Mas uma verdade incômoda é cada vez mais presente: o antes invicto criador cedeu muito de seu espaço à criatura e o que rola em boa parte das mesas mundo afora é o  Sistema d20 e os OGLs que nasceram dele, sem a vinculação aos três básicos que a dona da bola sempre manteve consigo.
Que a 4E não emplacou como o esperado é algo evidente, apesar de todo o mimimi¹ de que o livro até vendeu mas só não foi a Coca-Cola que acharam que seria . Sei que é simples apontar e dizer agora, quase quatro anos após o lançamento, que aquilo não era o que o jogador de Dungeons and Dragons queria. Que não era esse o D&D que iríamos jogar dali em diante. E a Hasbro igualmente sabe, e muito melhor do que eu, que não adianta nada pra empresa dela ouvir os videntes do pretérito perfeito que estão anunciando o bom e velho “eu já sabia” depois do Dragonborn já ter ido pro brejo.
Mas o que diabos deu errado? Podem ter sido muitas coisas e nenhuma em específico. Mas eu tenho um palpite: o jogo sofreu da Maldição dos Anciões.
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Os jogadores antigos da linha defecaram e caminharam pro negócio desde o começo. Toda uma comunidade já formada foi pro twitter e pro orkut xingar muito dizendo que não iria abandonar seus livros semi-novos, avisando os desenvolvedores (e também todos os possíveis clientes por tabela) desde a primeira hora após o contador do “4dventure” zerar e o site da WoTC cair pelo excesso de visitas de curiosos que aquilo não era o jogo deles. E que eles não iriam jogar um World of Warcraft de papel.
O Ciclo da Guerra de Edições voltou com tudo dali em diante. Mas com uma diferença em relação à mesma guerrilha que ocorreu quando o D&D virou Advanced e o Advanced caiu pro d20 System. Os mestres de jogo desta vez ainda estavam vivos, ativos e narrando. Tinham investido uma grana nos seus jogos favoritos, lutado e vencido uma guerra de edições e estavam de pé pra lutar uma próxima. E o melhor de tudo: agora tinham a internet pra dizer isso pra todo mundo.
Anota uma coisa ai, companheiro: o Mestre é 85% de um jogo de RPG. Você, autor, não pode comprar briga com esse cara. Ele é o teu Consultor da Jequiti em cada mesa desse mundo. É ele que vende teu peixe, que faz o jogo ser legal pros teus jogadores. E a WoTC fez isso. Ela olhou na cara de cada um desses sujeitos que dormem com uma miniatura de Dragão da Terceira Edição velando seu sono e disseram que não precisavam deles no momento. Eles queriam renovar o mercado. Atrair novos jogadores que estavam nos MMOs…
Como esses ai:
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A Hasbro apostou que em 2008 iria ocorrer o mesmo que em todos os relançamentos do sistema: uma vez atualizado, com uma carga de livros pipocando nas lojas com ilustrações bonitas, todo mundo pularia de cabeça pra novidade e abandonaria pouco a pouco os tomos antigos. Mas o que rolou você já sacou: o mercado não se renovou, o editor dançou, até uma linha pra novatos criou e todo o jogo de novo mudou.
Um segundo ponto, totalmente baseado em minha opinião pessoal e sem base alguma: quem já jogou a 4E alguma vez sabe que ele é um jogo bacana. Não discordo disso. Ele é divertido, é equilibrado, tem umas miniaturas e uns mapas muito legais de colecionar… mas caras, ele é um jogo que enjoa de jogar. E é ali que ele se quebra. Não sei bem o motivo disso, talvez por ser tático demais. Me lembra um pouco Hero Quest. Já jogaram? Nas primeiras – vamos lá, dez partidas – vocês até contam as casinhas, pulam os espaços certos, cuidam pra só abrir determinadas portas, rolam os dados e vão voltando aos pouquinhos até a escada… mas depois desse primeiro contato com a mecânica toda, ninguém mais tem saco pra contar quadradinho. E da-lhe “voar” de sala em sala pra ganhar tempo.
Não me olhem assim. Sei que já fizeram isso também… “Resume ai, Zargon, tem armadilha, monstro ou tesouro nesse corredor? Se não bora pro próximo“. 4E é um pouco assim também. E se não era, fizeram a caveira do jogo de tal forma que convenceram o mundo todo de que era assim mesmo. A Quarta Edição não tinha pegada. Não havia vínculo, nem química. E ai só há uma saída. Recomeçar o processo.
Só que dessa vez a WoTC foi mais marota. Veja a frase que estampa a bandeira dessa nova fase:
‘Ajudem-nos a fazer as regras. Ajudem-nos a criar como esse jogo é jogado’.
Se isso não é pedir arrego, não sei mais o que é.  Eles estão fazendo justamente o contrário do que foi mostrado na nossa futura ex-nova-edição. Nada de contador de tempo pra grande surpresa do ano. Nada de mistério ou pegar os consumidores com as calças nas mãos. Estão chegando juntos, ligando antes, discutindo a relação, apontando as idéias, colhendo opiniões. Mesmo que no fim das contas o resultado for exatamente o mesmo conteúdo da 4E, dessa vez a chance do negócio dar certo é muito maior. Não é apenas uma questão de ouvir o cliente. É uma questão de criar um vínculo com o consumidor. Em especial, com o Mestre que é enfim o líder de uma comunidade cujo umbigo costuma ser dos grandes e que se sentiu traído da última vez.
E a migração, vai ocorrer? Pode parecer até bizarro, mas já estão rolando anúncios de livros que irão migrar pra 5E e que serão compatíveis com ela… seja lá como ela for. Isso passa um climão maneiro de que há – como sempre houve – muita boa vontade por parte de todos os jogadores para com o Velho Guerreiro de Vinte Lados. Diz que eles ainda confiam cegamente no poder da marca e de que nem tudo está perdido. Se o jogo que ainda nem existe direito irá emplacar ou não, é meio cedo pra dizer. Eu particularmente acho que assim como o tempo dos grandes  ídolos da música já passou, o tempo do RPG vinculado ao D&D tal qual foi nas décadas passadas também já era².
Mas não sou bom em dar palpites. Afinal, eu comprei um Livro do Jogador da 4E também, que ainda não abri, mas está aqui comigo pra me lembrar de que já tenho mais jogos do que tempo pra jogá-los. Mas quem sabe… pode ser que daqui a dois anos todos nós estaremos migrando empolgados para o D&D V – até mesmo a Luiza, que a esta altura já terá voltado lá do Canadá.
Aliás, vale a pena ler:

¹. Qual é a gira atual pra reclamar de quem reclama de tudo?
². A não ser que eles voltem de vez pra edição 3.x Alpha… deu certo aqui, né? 

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33 Resultados

  1. CaN disse:

    bem o d&d 5° edição vai ser a msm coisa da quarte, totalmente voltada para as miniaturas.. .golpe de marketing total…

    • Armageddon disse:

      Provavelmente sim, apesar de que a linha de miniaturas agora já tomou um rumo totalmente diferente do que era… agora estão vendendo o treco em pacotes fechados “temáticos” ligados a aventuras prontas ou produtos específicos… e não nas caixinhas surpresa de antes. Ou algo assim XD

  2. Fabiano disse:

    Tem um elemento importante que não foi lembrado, que foi a licença extremamente restritiva e escrota da quarta edição, que não dava NENHUMA segurança jurídica para os possíveis parceiros e colaboradores. Resta saber se cometerão esse erro novamente.

    • Armageddon disse:

      Bem lembrado, Fabiano. Eles querendo “proteger” o próprio produto acabaram dando um tiro no pé com essa última licença. E ao invés do mercado girar em torno dele como ocorria na 3.x, os livros seguiram o caminho contrário e se tornaram independentes do D&D. Resta saber quantos destes estão afim de voltar e quantos vão ficar com sua base de clientes formada mesmo.

  3. Luiza disse:

    AR-RE-GO, AR-RE-GO! \O/
    Eu estou esperançosa sobre a 5E. Espero que seja tão legal quanto ouvir a opinião dos jogadores parece legal 🙂
    Só espero que eles não ouçam os jogadores que parece que comeram bosta quando criança, que nem os daquela tirinha que tá rolando…

  4. Marcelo "J.J." Machado disse:

    Retirado do seu texto:
    “Mas o que diabos deu errado? Podem ter sido muitas coisas e nenhuma em específico. Mas eu tenho um palpite: o jogo sofreu da Maldição dos Anciões.”
    “…mas caras, ele é um jogo que enjoa de jogar.”
    Hein ?
    Primeiro tu culpa os “velhos” com a razão do fracasso. Depois tu mesmo admite que o jogo é chato. Afinal, o jogo fracassou por causa do poder quase onipotente dos velhos mestres, capaz de alterar a realidade e ter mais força do que alguns milhares (ou milhões ?) de dólares em propaganda investida, ou porque´o jogo é chato mesmo ?
    Só uma dúvida: se foi o poder dos velhos mestres que causou esse fracasso, devido ao ranço inerente da raça que a impede que de receber obras novas, porque esses mesmos velhos mestres não foram capazes de impedir o sucesso de Pathfinder ?
    Comoéqueéissoassim ?
    Boa caçada.
    J.J.

    • Armageddon disse:

      Fala Marcelo =D
      Não é exatamente culpar. A culpa por um produto não pegar nunca é dos clientes. Os fatores podem (provavelmente devem) ter sido vários. Apenas este ou aquele aspecto não iria derrubar um treco com a força que o D&D tem, não acha?
      Então podemos considerar que a minha análise mercadológica furada está relacionada com a maneira que a 4D&D foi jogada pro mundo. Um tipo de “tu já foi meu cliente, agora vamos vender pra nova geração”. O que é bem arriscado em se tratando de um game que depende de um jogador chave que em geral é quem compra os produtos.
      A outra é uma opinião pessoal baseada em achismo e conversas diversas com pessoas que sim, tentaram jogar a 4E e enjoaram dela por que com o tempo todos os combates (em seu equilíbrio exagerado, não sei) pareciam longos, entediantes e sempre iguais.
      Isso confere? Algum jogador da 4E gostaria de se manifestar? ^^

    • Dan Ramos disse:

      Pelo contrário, boa parte dos ‘velhos mestres’ que não embarcaram na 4E como a Wizbro queria, fez o sucesso do Pathfinder e dos títulos OSR.
      E entenda, primeiro o H dá um palpite sobre o motivo da mudança de estratégia da Wizards, e depois dá a opinião DELE sobre a 4E.
      Antes de ser um hater, lê a coisa com atenção, né JJ? =)

      • Marcelo "J.J." Machado disse:

        Não sou hater, apenas não gosto de textos mal embasados.
        E, primeiro ele dá um palpite, depois ele dá uma opinião ? Qual a diferença ?
        (Definições da web:
        opinião ou sugestão, podendo ou não fundamentar-se técnica ou profissionalmente; pressentimento.)
        Esse tipo de texto me incomoda profundamente. O texto se apresenta como uma análise do fracasso 4E, mas é apenas um ajuntamento de opiniões pessoais. Ora, o texto é dele, ele opina o que quiser, isso é liberdade de expressão básica. Mas não me venda isso como uma análise embasada e profissional.
        E, por favor, tenha pelo menos consenso consigo mesmo. Primeiro coloca-se a culpa nos mestres, depois ele culpa o próprio jogo.
        boa caçada.
        J.J.

        • Armageddon disse:

          Ué, mas o texto é exatamente apenas um ajuntamento de opiniões pessoais, Marcelo. Como seria diferente? Eu não liguei pra WoTC perguntando a opinião deles nem nada disso ^^
          Além disso, acho que ninguém está vendendo esse tipo de postura “profissional” aqui. Se passei essa impressão, mals’ae.
          E novamente, o termo “culpa” é muito forte. Não é culpa dos jogadores antigos. O fato deles não terem sido o alvo do produto pode ter sido um dos fatores, e aparentemente a WoTC está trabalhando em cima do que deu errado da outra vez pra acertar nessa.
          Pelo menos eu acho que seja assim. Pode ter sido só coincidência também né hehe

  5. Dan Ramos disse:

    Eu sei que haters gonna hate aqui, mas gosto muito de ver sua opinião de ‘véio lúcido’, H. Eu vou por essa via aí também. Inclusive ainda mestrei ONZE sessões da 4E, mas abusei lá na sétima e só continuei porque todos gostávamos dos personagens e da trama. =D

    • Armageddon disse:

      Pois é… tem uma galera que disse isso. Que em jogos curtos a 4E é bacana. Ficar concentrado nos bônus, movimentações, obstáculos, “proteger o healer enquanto o tanker mantém os minions ocupados” e tudo o mais… num jogo de estratégia isso é legal. Num MMO é muito legal.
      Mas… RPG né? XD
      Claro que isso não significa que não há roleplay num jogo desses. Ao contrário, jogos aqui no Brasil em geral são muito interpretativos. Isso se percebe naturalmente, em como a galera gosta de bolar histórias pras coisas mais simples ao invés de só contar bônus. Mas não é algo tãaao natural à mecânica do jogo como os jogadores gostariam que fosse.

  6. Di Benedetto disse:

    Minha experiência pessoal com a 4E:
    Eu joguei quarta edição, não gostei. Não pela estética MMORPG, mas pelo excesso de estratégia, todas as classes passaram a ser mecanicamente similares ao Mago da 3 edição (que convenhamos é umas das classes mais estratégicas de todas)
    Depois de um tempo nós jogadores ficamos aborrecidos, pois não conseguíamos lembrar o que nossos poderes faziam direito e aí era preciso ler novamente (tendo a mão apena um único livro)Além disso uma simples espadada ou flechada “básica” não compensava mais diante de tanto poderes variados.
    Resolvi que não era um sistema que eu gostaria de mestrar, muito menos de produzir material para ele, porque não era OGL. (JOGAR, eu jogo qualquer coisa. Mestrar, não)
    Se eu fosse gringo, provavelmente teria ido pra Pathfinder. (O que me incluiria na maldição do anciões do Marlon)
    Como achei que não compensava por ser importado, comprei o TORMENTA RPG.
    Estou feliz com minha escolha. Agora espero que a 5a edição me dê bons motivos para comprar os seus livros.

  7. MrBoldo disse:

    O 4e vem empacotado como “um rpg”, mas qnd aberto vira WAR com d20.

  8. Puppet disse:

    Pera aê vamos devagar.
    Não me olhem assim. Sei que já fizeram isso também… “Resume ai, Zargon, tem armadilha, monstro ou tesouro nesse corredor? Se não bora pro próximo“. 4E é um pouco assim também.
    Chute a porta … mate o monstro … pegue o tesouro … chute a porta … Não é exclusividade da 4ed. Ninguém conta quadrados para atravessar a rua em nenhum RPG. Uma sessão de RPG é um voo entre cenas relevantes, se as cenas são todas combativas é uma escolha do grupo.
    A 4ed. retomou um ponto sensacional do AD&D. Monstro não é personagem. Existe uma diferença clara entre uma “entidade” que será utilizada por meses e uma que será utilizada por alguns minutos.
    As falhas na 4ed ao meu ver foram as seguintes:
    1 – Equilíbrio não é sinonimo de diversão. Seu personagem deve ser útil, ou seja, você faz algo que mais nenhum outro personagem consegue fazer tão bem. Vale lembrar que a 3.xed falha aqui também. O melhor “combatente” da 3.5 é o Druida por exemplo.
    2 – Descrição…. De forma simples cadê???
    3 – Morrer não é divertido, fato! Mas passar aperto é.

    • Armageddon disse:

      Rola muito TPK na 4E ou é impressão minha? XD
      Mas na época do AD&D a letalidade do jogo também era alta, ou não? Será que eles não pretendiam trazer esse “frio na espinha” de volta ao jogo?
      Lembro que numa das primeiras seções que jogamos meu personagem morreu pra um gato doméstico. Tudo bem, o mestre podia ter “não rolado” um combate ali, mas estavamos testando a coisa toda hehe

      • Puppet disse:

        Acho que me expressei mal.
        Não rola TPK na 4ed. Não tem como matar um personagem na 4ed!!
        Ok estou exagerando, mas e muito difícil um personagem morrer na 4ed.
        O ponto 3 foi mais no sentido de que não se passa mais aperto.

  9. Lavitz disse:

    Eles já começaram errado. Não pergunte ao público o que ele quer, ele nunca sabe. Crie algo que faça com que o público o queira, fim.

    • Michel disse:

      Lavitz, só pq essa filosofia servia para a Apple não significa que sirva para todo e qualquer tipo de produto. E exemplo disso foi a própria 4a Edição. O público queria, e compraram muito, foi um sucesso de lançamento. Todos “precisavam” conhecer a nova encarnação do D&D, mas daí entrou o senso crítico, muitos notaram que aquilo não era o que eles queriam jogar, e aqui estamos.
      Ouvir seu público nunca é errado, muito pelo contrário, querer satisfazer a todos, aí sim, pode ser um grande erro.

  10. Cara, concordo que a Wizards pediu arrego, e meus chutes para os motivos vão no mesmo sentido que os seus.
    Mas de certa forma, mesmo preferindo a 3a edição, eu não sei se essa 5a edição é uma boa idéia.
    Por mais que eu tenha detestado a 4E, ela tinha objetivos claros sobre equilibrio e facilidade que (aparentemente) foram cumpridos. Agora… um jogo que quer ao mesmo tempo ser tudo e mais um pouco pode ser um fiasco ainda pior. Eles fizeram a 4E com base no que eles achavam certo, e querem construir a 5E com base no desejo de todos… acho um objetivo impossível (mas posso, e espero estar errado).
    E eu tinha a impressão que a 4E estava funcionando pra uma galera, e como quem não gostou acabou encontrando o que queria em outros jogos (eu incluso), por mim a situação podia ficar assim. Com o mercado fragmentado mesmo.
    Mas como boa empresa que é, a wizards quer retomar o mercado que perdeu… vai ser difícil convencer os “consultores” perdidos, mas eles decidiram arriscar. Vamos ver no que dá.

  11. Armageddon disse:

    No fim das contas, acho eu, não é como se eles fossem fazer um jogo totalmente voltado pra opinião da galera.
    Eles vão adotar soluções que a maior parte dos clientes utilizam e fechar um jogo que agrade uma fatia considerável do mercado pra tentar puxar eles de volta. Se vai funcionar ou não, sei lá. Eu também acho que o mais coerente seria voltar pra 3.x ao invés de inventar um novo jogo de novo.
    Mas como você disse, é esperar pra ver. ^^

  12. Nivo disse:

    bem, a minha teoria da conspiração é um pouquinho diferente:
    A 4 Ed não deveria ter vindo!!, ela veio por causa da open game license do D20!!! não entedenderam?
    É o seguinte, a OGL foi ao mesmo tempo o grande motor da 3ed e foi também o seu fim, os grandes autores largaram a wizards e foram fazer suas próprias “versões” D20. E logo os maiores lançamentos e os melhores livros já não eram mais dos magos da costa (reinos de ferro? ptolus? book of eldritch might? alguém?) então o que fazer?
    MUDA TUDO!!! afinal a empresa tem que lucrar, e até que essa 4ed segurou as pontas um pouquinho, mas qual foi o fim da história? PATHFINDER como o RPG mais vendido do mundo.
    E agora, ironia das ironias, é justamente o pathfinder que vai ser copiado, com seu desenvolvimento em conjunto com os jogadores e feedback constante.
    Por isso estou sim animado com a 5ed, pq é assim que se faz um grande jogo.
    sucessos críticos a todos.

  13. Carlos disse:

    A 4ª Edição em nenhum momento deu prejuízo a Wizard e nunca deixou de ser o sistema de RPG mais vendido do mundo, só não foi o lucro todo esperado.
    Jogadores iludidos e desinformados creem piamente quando o site ICv2 cita que em trimestre ou semestre “x” determinado sistema vendeu mais que o D&D, pura falácia !.
    Esse site (ICv2) usa critérios de avaliações ridículas e por isso mesmo não possue credibilidade quando os fatos e dados reais aparecem.
    O New York Times que possue a credibilidade que o tal site ICv2 nunca possuirá na vida, mostra os dados e fatos : D&D nunca deixou de ser o sistema mais vendido do mundo.
    O que matou a 4ª edição no sentido de ser mais lucrativa foi a licença restritiva e não o sistema em si.
    Se a 4ª edição tivesse mantido a mesma licença da 3ª edição e a parceria com as empresas, a estória hoje seria outra.
    A Wizard deseja o lucro supremo sempre e não se sentia bem que parte grande do lucro com D&D estava indo para a Paizo. Uma 5ª edição terá que ter bases de não cometer tais erros.
    Temos hoje trocentos sistemas de RPG, as pessoas através de gostos pessoais devem jogar o que lhe prendem a atenção , mas isso não muda o fato do D&D ser o mais vendido do mundo desde que surgiu até os dias de hoje e 4ª edição mantém esse legado, que venha a 5ª edição …

    • Armageddon disse:

      Eu fico um pouco com receio de colocar tanto peso na falta da Licença, Carlos, por que pro jogador em si ela pouco faz como pouco fez. Ele tinha mais opções pro jogo? Tinha. Mas muita coisa que saiu na época era de caráter extremamente duvidoso, apenas na ondinha das vendas da 3.x.
      Será que existe algum fundamento nessa minha impressão? ^^

  14. Carlos disse:

    A licença pesa muito e as outras mudanças que ocorreram.
    Como surgiu o Panthfinder ? A Wizards parou de lançar as revistas dungeon e a dragon em papel, a Paizo que era a empresa tercerizada que lucrava com isso ficou fula e partiu para dá continuidade ao D&D 3ª Ed. via Pathfinder.
    Agora matenha a licença aberta, matenha as revistas em papel e a Paizo como empresa responsavel e você verá que o barulho contra 4ª Ed seria bem menor.
    No mercado americano ( que é o que interessa para a Wizard, pois o Brasil e as migalhas de livros que são vendidos aqui pouco importam para a Wizard) somente o Pathfinder fez barulho grande, os outros RPG´s fundo de quintal Old School americanos e até uns Indies possuem vendas inexpressivas, são mais cães que latem e não mordem.
    Ou seja, com a Paizo no seu lugar e sem o Pathfinder a4ª Ed estaria suprema como desejava a Hasbro e Wizards, caso não tivessem tomado decisões erradas com relação a parceiros e licença aberta.
    Indies no Brasil e Sistemas Alternativos:
    Nós, o brasileiros abraçamos e recebemos de muito bom grado as iniciativas nacionais de Indies e sistemas alternativos próprios, mas isso é a nossa realidade nacional e localizada e vimos a visão da 4ª ED com outros olhos, pois vivemos no Brasil e não nos EUA.

  15. Armageddon disse:

    Quanto a função dos indie’s acho que isso já é algo bem claro: eles são jogos meio undergrounds mesmo, até os mais vendidos não arranham o patamar que a 4E deve ter conquistado tanto aqui quanto lá fora onde é a casa dela.
    Que o mercado americano é muito maior que o nosso isso também é algo que já é senso comum. O mesmo ocorre com os quadrinhos e a literatura. Quando o produto vem pra cá ele já se pagou com folga nos EUA.
    Eu achei que a idéia deles era trabalhar mais as revistas on-line, e no fim desistiram da empreitada. Se bem que isso foi antes dos tablets ganharem a força que tem hoje… será que a WoTC saiu muito cedo com essa aposta? Talvez hoje teriam mais sucesso nessa linha.

  16. ferdineidos disse:

    Acho engraçado colocarem a 4ed como fracasso.
    Fracasso em quê? De crítica? Público? Vendas? Cadê os dados apontando isso?
    A 4 ed não tinha mais material pra ser produzido, chega um ponto onde o sistema fica grande demais e rui.
    A 5ed é uma renovação de mercado, recuperar o hype e refazer e revender tudo de novo. É simplesmente atualizar o produto e revender de novo. E esta “vamos ouvir você, caríssimo cliente” é pura estratégia de venda.
    Se a 5ed vai ser melhor que a 4ed, só o tempo dirá. Mas achar que ela veio por que a 4ed foi um fracasso é de uma inocência que me espanta. É uma mera evolução, como tudo que é comercializado.

    • Armageddon disse:

      Não lembro de alguém ter aqui ter dito que o jogo foi um fracasso, Ferdineidos (já fora daqui, já ouvi várias vezes hehe). Mas que ele não foi o sucesso esperado, nem os fãs da 4E negam. Tanto que essa é a edição com menos tempo de estrada da história do jogo, não?
      Você disse que “não tinha mais material pra ser produzido”… e que o sistema poderia “ruir” se novos lançamentos chegassem às livrarias. Sério mesmo?
      Sem ofensas, mas usando os teus próprios termos, isso sim é de uma inocência que me espanta. Num sistema cujo diferencial era justamente o equilíbrio de regras, onde está a dificuldade em continuar se criando material por mais alguns anos? Por que livros aguardados pelos jogadores e até mesmo anunciados pela própria WoTC não sairam do papel?
      De resto, concordo com você: a lógica de um jogo como o nosso em parte é bem parecida com a lógica do lançamento de filmes. Enquanto o livro é novidade ele vende muito, depois as vendas decaem até estabilizarem (ou acabarem de vez). Relançar um livro-jogo de tempos em tempos pode ser sim uma boa estratégia. Vamos ver né? =)

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