Resenha: 3:16 Carnificina Entre as Estrelas
Este jogo de ficção científica com temática militar é o 2º jogo publicado pela novata Retropunk Game Design, editora paranaense que vem se especializando em títulos alternativos de RPG, e é o melhor até agora publicado por eles. Uma maneira rápida de descrever 3:16 é que ele é um RPG “mais grosso que pescoço de baleia”. Carnificina, palavrões e machismo de caserna formam o humor negro em que o jogo é calçado.
Os jogadores são membros da 16ª Brigada do 3º Exército da Terra, que dez mil anos no futuro se tornou uma utopia cuja únicas ameaças possíveis só podem vir de outros planetas, e portando a missão da 3:16 é vasculhar o cosmos em busca de formas de vida potencialmente perigosas para a Terra e exterminar os malditos alienígenas até que virem poeira estelar. Para cumprir essa nobre missão pela salvação do planeta natal, você tem acesso a equipamentos de ponta, de rifles de energia a bombas nucleares em forma de granadas.
O sistema de 3:16 é simples, cada jogador tem dois atributos apenas, Habilidade de Combate e Habilidade Fora de Combate, e tem uma mecânica interessante de Forças e Fraquezas que podem resolver um combate de forma narrativa e ainda expandir um personagem. De forma geral, uma Força garante que você vença um combate nos seus termos, enquanto uma Fraqueza faz com que você perca um combate nos seus termos. Ah, mas porque usar uma Fraqueza em vez de uma Força? Simples, às vezes é mais interessante perder um combate nos seus termos do que vencer perdendo vários recursos.
Existe o conceito de nível, mas sem XP, aqui cada arma, quando acerta um ataque, remove um marcador de ameaça alienígena, e rola um número de dados de acordo com a arma que vai definir quantos aliens você matou. No final de uma missão, o jogador com o maior número de mortes passa de nível, enquanto os outros jogam 1d10 e o que conseguir o maior resultado passa de nível. Isso torna a contagem de corpos uma parte tão divertida quanto essencial do jogo. Além disso, sempre que usa uma Força em uma missão bem-sucedida, você pode fazer um teste de evolução para subir de posto, que vai de soldado até o brigadeiro. Cada posto dá acesso a novos equipamentos e dispositivos como o míssil Assassino de Estrelas (destrói um sistema estelar inteiro!) ou O Dispositivo (destrói tudo em vários anos-luz de distância!).
O que brilha mesmo no jogo é o clima de humor negro que salta aos olhos nas descrições do cenário. Os jogadores são o lixo da humanidade jogado numa guerra sem fim cujo objetivo real é a destruição dos soldados e não do “inimigo”. Ainda assim, eles possuem poder de fogo suficiente para destruir mundos sem fim em sua sede de carnificina, então o que os impede de voltar para a Terra e meter o foda-se nessa porra toda? Isso é algo que você terá que descobrir durante a sua campanha.
3:16 Carnificina Entre as Estrelas tem 100 páginas em preto e branco, capa brochura, por R$ 24,90, mas essa versão em papel está esgotada e só deve voltar em nova tiragem no mês que vem. Até lá, você pode se interessar pelo PDF, vendido a R$ 11,90 na Retrostore.
Muito boa a resenha. Acho que engloba bem o espírito do jogo. Pra mim foi um prazer trabalhar na revisão do livro e ser um dos felizardos a ter uma versão impressa. Ainda bem que a retropunk traz estas preciosidades aqui para nosso país.
Nossa….
Depois que o nume postou lá no twitter a descrição dos itens que vem no livro deu MUITA vontade de ler.
Quando sair novamente a versão impressa, vo da uma conferida!
Eu adorei o 3:16, e tratei de reservar o meu assim que a Retropunk anunciou.
Ainda não tive a oportunidade de jogar, mas só folhear as armas e os postos militares faz a gente transpirar testosterona!
Desde o anúncio da Retropunk eu fiquei extremamente ancioso. Infelizmente eu ainda não pude comprar, mas vou fazer isso assim que chegar a segunda tiragem. Tô doido para jogar campanhas como Tropas Estelares, Alien – O Resgate, e por aí vai. Deve ser animal!