Falando em preconceito…

Falando em preconceito, volta e meia eu me estresso com algum conhecido quando digo que sou RPGista.
Uma vez me chateei muito porque uma pessoa queria ME convencer (!!!), usando como base o que lia por aí (ao invés de pegar um livro, ou perguntar para quem joga), que o RPG era perigoso, e que um mestre de jogo poderia controlar a mente de jogadores de RPG.

SANTA IGNORÂNCIA!

O pior é ter como principal exemplo o caso “Ouro Preto”, em que a estudante Aline Silveira Soares foi barbaramente assassinada.
O Jaime, do blog Terra do Nunca, tem levantado a discussão sobre o caso, e o Phil, dos Dados Limpos o acompanhou.
Aliás, saiu uma entrevista com 2 dos acusados pelo crime.
Você sabia que apenas 1 deles jogava RPG, ao contrario do que foi divulgado? E, como se não bastasse, esse RPGista estava sem grupo de jogo?
Dê uma lida na entrevista. Vale a pena.
Eu não quero defender ninguém, já que eu mesmo não disponho de informações profundas sobre o caso, mas que tudo isso sempre teve um cheiro fortíssimo de imprensa marrom…ah, isso está! Você sente o cheiro daí?
Uma vez ouvi a frase:
“A verdade não existe. Ela é construída.”
Pois é… É muito cômodo acusar a primeira pessoa que passa pela rua, especialmente quando você conta com o preconceito como sua principal arma de ataque.
É o tipo de comodismo que fez com que o “Ao Cair da Noite” tivesse essa nota do Ministério da Justiça, quando teve sua classificação etária divulgada.
É bom para a polícia, que quer mostrar serviço, bom para jornais e revistas semanais, que vendem mais…
Perde a família da vítima, que não terá paz enquanto o crime não for solucionado.
Perde a sociedade, que pode estar com o culpado do crime (e de outros) vagando por aí.
Perde nosso hobby, que é, mais uma vez, atacado gratuitamente.
E perco eu, que tenho que aturar gente ignorante discursando sobre o que não sabe, por aí.

O seu preconceito é seu. Não culpe Deus por ele.

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5 Resultados

  1. Cobbi disse:

    Oi Alexandre,
    Com o julgamento do caso Aline, vi bastante gente fazendo barulho sobre isso. Embora eu entenda a nobreza das nossas tentativas em esclarecer as coisas, dei uma dica sobre como lidar com essa indignação que sentimos sobre esse assunto num artigo que escrevi lá nos primórdios do d3system.
    É difícil, mas ninguém disse que fazer certo é fazer fácil. Espero que te ajude.
    último post de Cobbi:RPGCON 2009

  2. Alexandre disse:

    Muito bom o seu post!
    Uma atitude mais positiva, e muito mais ativa, sobre o assunto. Construir uma imagem positiva do hobby, ao invés de responder às agressões.

  3. Phil Souza disse:

    Divulgar essa idéia é sempre muito bom Alexandre! Eu mesmo não sabia que nesse caso, os garotos não tinham prova nenhuma contra eles…
    último post de Phil Souza:A outra versão do assassinato em Ouro Preto

  4. Paulo disse:

    O preconceito é um problema sério!!!
    Imagine que tem gente que acha que um homem que goste de cozinhar é gay!!!
    último post de Paulo:Café

  5. Renata disse:

    É um absurdo a visão difundida a respeito dos jogos de rpg na imprensa: jogos satânicos e mortais. É uma visão de quem não conhece nada a respeito do assunto e nem pretende saber…
    Vários rpgs, inclusive, são usados com fins educativos ou em prevenção e tratamento do uso de drogas, como é o caso do RPG Desafios.

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