A História de Titan
Titan, o cenário no qual se passam as histórias da série de livros “Aventuras Fantásticas” é um mundo bastante divertido e com raízes bem firmes no padrão Old School (afinal, o cenário foi criado nos anos 80). Em função disso, como disse anteriormente, acho que ele seria um lugar bastante interessante de rolar uma campanha de Dungeons & Dragons 4ª Edição. Já postei alguns artigos com monstros do mundo de Titan e também um com a história de sua mais famosa cidade. Mas resolvi fazer agora uma aproximação mais “macro”. Eis que apresento uma compilação da cronologia do cenário.
A Pré-História de Titan
Muito antes do período conhecido como Tempo Antigo, houve uma era de criação do mundo de Titan. Muito referida em lendas e mitos, nenhum estudioso sabe apontar com certeza quanto tempo ela durou. Seu marco inicial é quando o mundo e toda a vida que o habita foram formados à partir do barro primordial.
Segundo os estudiosos deste período, o mundo foi formado pelos principais deuses elementais ao longo de milênios. Neste período os deuses que conhecemos hoje não estavam interessados em Titan. Apenas quando o mundo físico estava todo pronto que eles começaram a intervir e espalhar a vida sobre ele. Plantas e animais de todos os tipos foram criados neste momento.
Quando tudo estava pronto, Logaan clamou por sua parcela do barro primordial e com ele moldou o homem. E este foi o marco do fim dos “tempos do barro” e o início do “tempo dos nomes”, o curto período no qual os deuses deram nome às suas criações. Claro, esta teoria é extremamente humanocêntrica, e seres de outras raças muitas vezes contestam sua veracidade, colocando-se no lugar dos humanos como criação última e mais perfeita (apesar de ser incontestável que os humanos são criação de Logaan). Mas este é um debate no qual não entraremos.
Tempo dos Deuses
Após tudo na criação receber seu devido nome, os deuses soltaram suas criações pelo mundo para crescerem e se desenvolverem. Foi um período de muita felicidade para as raças dos homens, anões, elfos e gigantes. Estas quatro raças viviam juntas e em harmonia no início, mas à medida que seus números foram aumentando, cada uma clamou para si um pedaço do mundo. Os homens ficaram com as planícies, os anões com as colinas, os elfos com as florestas e os gigantes com as montanhas. As cidades que cada uma das raças criaram eram belas e prósperas. As armas que estes seres criaram eram para a caça e a pesca, e aos poucos as raças começaram a aprender a canalizar a magia inerente ao mundo em seu favor. Para todos os efeitos, esta foi a grande era dourada das quatro raças.
É dito que neste período ainda não existia a decadência. Os seres vivos cresciam até a idade adulta e depois paravam de envelhecer. Claro, a morte já existia e clamava suas vítimas, sejam aquelas que caíam pela força da natureza, sejam aquelas pela mão de outros seres vivos.
Mas a Morte e seus irmãos, Doença e Decadência, estavam descontentes com esta situação. Queriam liberar sobre o mundo o envelhecimento e tudo aquilo que ele acarreta, inclusive a morte natural. Os deuses do bem recusaram-se a permitir que a Morte viesse para destruir tudo com a intensidade que queria tanto.
Assim começou a Primeira Batalha, a Guerra dos Deuses, quando a Morte enfrentou os Deuses do Bem, cada um com um exército, a fim de estabelecer quem dominaria Titan. Veja os Relatos da Primeira Batalha para maiores informações. Apesar dos Deuses do Bem terem saído vitoriosos, não foi uma vitória completa. A Morte ainda conseguiu liberar o envelhecimento sobre Titan, tornando os seres vivos mortais por completo.
Após a Primeira Batalha os deuses retiraram-se para a Corte Celestial, o que marca o fim da Era dos Deuses e o início do Tempo Antigo.
O Tempo Antigo
Após a Guerra dos Deuses as raças que participaram dos conflitos voltaram para seus lares ancestrais. Das quatro raças originais, os homens e os gigantes foram os mais afetados pelo término da Era dos Deuses.
As cidades dos homens, localizadas nas planícies e os alvos mais fáceis para as Forças Obscuras, foram completamente destruídas. O que forçou eles a competirem pela sobrevivência com Orcs, Goblins e Trolls. Os homens não tinham a segurança dos complexos subterrâneos como os Anões ou das florestas como os Elfos. E portanto foram tomados como seres primitivos se comparados aos anões e elfos.
E o número de baixas que os gigantes tiveram durante a guerra foi tão grande que a maioria deles simplesmente passou a ter vida solitária em suas montanhas.
Se quando as quatro raças viviam juntas era a era dourada, Titan estava agora vivendo sua idade das trevas.
Mas das trevas os homens se ergueram. Lendas como Biriel Brotherslayer, Zergoul Whitelightning e o Rei Harar surgiram logo após o início da idade das trevas e as batalhas que os envolveram ajudaram a tornar aqueles tempos sombrios na Idade dos Heróis.
De fato, a ascenção humana foi tamanha neste período que dele surgiu a nação de Atlantis – o mais poderoso reino humano de toda a história de Titan. Sua supremacia era tamanha que seus habitantes chegaram ao ponto de ameaçar os deuses. De fato, foi isso o que acarretou a sua destruição. Foi cerca de 1000TA quando os deuses exibiram seu poder novamente para os mortais e destruíram o reino de Atlantis. Foi um acontecimento tão atroz que despedaçou a grande massa continental de Irritaria, transformando-a nos continentes de Allansia e o Velho Mundo. Há quem alegue que Khul também foi criado neste momento, à partir de Irritaria. Mas muitos estudiosos alegam que na realidade o continente de Khul sempre existiu separado de Irritaria, conectado por uma faixa estreita de terra. E que o poder dos deuses apenas destruiu esta ligação e levou o continente negro para mais longe.
Seja como for que tenha acontecido de fato, milhares de vidas foram perdidas neste episódio, e a humanidade foi afetada de tal forma que levou meio milênio para recuperar-se desta catástrofe e estabelecer-se nas terras que ocupam hoje em dia.
Este cataclisma foi tão intenso que por muitos anos Titan extremeceu-se como se atingido por ecos da fúria divina que separou Irritaria. Nesta época seres das principais raças trabalharam para se reestabelecerem no mundo. Os elfos até hoje têm pesar por não terem conseguido voltar à glória na qual viviam previamente à separação dos continentes.
Os homens, teimosos que são, voltaram a buscar sua supremacia, construindo novos estados poderosos. À partir do século catorze dos Tempos Antigos os humanos de Titan passaram a dominar poderosos impérios espalhados pelo mundo.
Estes impérios permitiram que os homens aprofundassem seu desenvolvimento cultural, o que culminou, no final do século dezesseis dos Tempos Antigos, na Era dos Magos. Um período marcado pela intensa busca por parte dos homens pelo desenvolvimento e estudo das artes místicas. Mal sabiam os homens de que eles precisariam deste conhecimento logo depois, quando explodiria a Guerra do Caos.
A Guerra do Caos
Conhecida como a Grande Guerra contra o Mal em Khul, Guerra dos Magos em Allansia e a Ascensão de Kakhabad no Velho Mundo. Ela marcou os três continentes pela tamanha destruição que ocasionou.
Ela teve seu início na primavera de 1998TA, quando o Caos foi liberto na Cidade Morta, no continente de Khul. Uma tempestade sobrenatural de areia obscureceu os céus da região central de Khul por diversos dias. De dentro dela emergiram Crias do Caos, liderando exércitos de Orcs e Goblins vindos das planícies ao norte. Isso gerou uma guerra terrível no continente negro, que ocasionou a criação da Desolação do Caos. Mas a influência do Caos não restringiu-se ao continente de Khul, e exércitos malignos marcharam por todas as terras de Titan.
Em Allansia, a Guerra dos Magos teve seu início quando exércitos do caos atacaram Goldoran, a capital do norte. Eles arrasaram-na rapidamente, e fizeram uma marcha de conquista para o sul do continente, atropelando quaisquer comunidades que estivessem em seu caminho. Esta marcha seguiu até o Passo de Trolltooth, quando as tropas de Carcepolis, Salamonis e demais reinos de Allansia conseguiram parar o avanço dos orcs, goblins e demais seres que compunham os exércitos do caos. Infelizmente, esta ação custou às forças do bem a vibrante cidade de Carsepolis, que conseguiu resistir tempo o bastante para assegurar a vitória do Bem, mas caiu arruinada e maculada pelo Caos.
Os conflitos contra os exércitos do Caos levaram muitas comunidades à ruína e envenenaram muitas terras com a mácula do Caos. O final desta guerra marca também o final do Tempo Antigo, e quando o ano de 1998TA terminou, ele deu lugar ao ano 1º do Pós-Caos.
Pós-Caos, os tempos atuais
A era atual é marcada pelos esforços de reconstrução do mundo afligido e maculado pelo Caos. Os impérios do passado não existem mais. Sucumbiram às dificuldades de viajar através das terras cheias de perigo de um mundo modificado pelo Caos e por diversos conflitos. Em seu lugar são mais comuns as cidades-estados fortificadas, que isolam-se dos perigos de fora e passam a cuidar de seus próprios problemas.
TA e PC
O grande marco da história de Titan foi o final da Guerra dos Magos, que culminou com a libertação do Caos sobre o mundo. Todos os anos anteriores a este evento são referidos com as iniciais “TA” que indicam serem anos dos Tempos Antigos. Os anos que transcorreram após o término da Guerra dos Magos são conhecidos como “PC” ou seja, Pós-Caos.
Fonte: Muito, mas muito mesmo, desta cronologia foi retirada da Titannica, a wiki das série Aventuras Fantásticas. Houve ainda alguma pesquisada no Titan – O Mundo das Aventuras Fantásticas, no Out of the Pit (bestiário de Titan) e nos livros-jogos A Cidade dos Ladrões e O Calabouço da Morte.
Aiai, Titan.
Sempre bom ler algo a respeito pra cutucar as lembranças.
Titam é perfeito pro esquema de Points of Light da 4a Edição, e o Old Continente é ótimo pra campanhas medievais estilo mais antigo.
Ainda vou mestrar uma campanha toda lá. De preferência envolvendo o cerco de Virmona.