Artigo prometido: “Morto ou vivo?” — parte 2

Ontem eu coloquei a primeira parte deste artigo. Uma atualização dele iria cortar diversos pontos, mas acho que seria injusto com o autor, Michael Satran, editar desnecessariamente seu texto. Segue, então, o final de “morto ou vivo?”.

Morto ou Morto-Vivo?

Quando pensamos na restauração da vida, é natural que nossos pensamentos se voltem também para a necromancia e os mortos-vivos.
A questão é: tornar-se um morto-vivo consciente é uma forma de Ressureição? Alguns sacerdotes podem responder que não. A questão não é tão simples quanto parece à primeira vista.

Tornar-se um morto-vivo consciente não é uma forma de Ressureição, é mais que provável que esses seres sejam exterminados. No entanto, podem surgir problemas, especialmente no caso dos mortos-vivos mais inteligentes, como espectros, vampiros e liches. Embora a maioria das pessoas considere que tais criaturas não estão vivas, um tribunal pode ser forçado a reconhecer sua existência.

Se um ser é capaz de prestar testemunho perante um tribunal, então ele pode trazer suas queixas a esse tribunal.
Imaginemos a seguinte situação:

Um grupo de personagens de alto nível passou vários meses tentando localizar o tesouro de um antigo mago. Eles chegam ao local, derrotam guardiões monstruosos, apanham tudo que há de valor vão embora.

Quando voltam à sua cidade natal, são detidos pela guarda local. O lich, dono do tesouro, acusou os PdJs de roubo.

Ele tem uma lista completa de tudo o que foi roubado, incluindo indenizações pelos guardiões que o grupo destruiu. Os PdJs não têm outra escolha senão entregar os bens e pagar as indenizações (e talvez passar um tempo na cadeia.

Embora a maioria dos liches não seja louca o suficiente para fazer isso (pois todos os sumo-sacerdotes, caçadores de mortos-vivos da cidade, podem rumar para o tribunal e terminar com a sua existência), pode simplesmente contratar um advogado para representá-lo. A maioria das sociedades medievais não proíbe que um partido seja representado no tribunal, especialmente se não pode estar presente (vampiros, por exemplo, só podem sair à noite).

Tudo se resume na seguinte questão: os mortos-vivos são cidadãos? Se a sua conduta é correta perante as leis e costumes da cidade ou país, não há razão para negá-los a cidadania.

A principal diferença entre um lich e um mago de alto nível que obedece as leis e restrições de uma grande cidade, é que o lich não compra comida na feira. Da mesma forma, se um vampiro se porta civilizadamente e chega a um acordo com as autoridades da cidade para minimizar os problemas relacionados à sua necessidade de sangue, deveria ganhar a cidadania. Afinal de contas, se um grande número de vampiros começasse a aparecer de repente, ele seria o suspeito número um (e isso não seria nada saudável para ele). Seria, até, uma fonte de prestígio para as autoridades.

Elas podem alegar que lidaram com sucesso com poderosos seres mortos-vivos, sem o uso da violência (embora algumas seitas possam não gostar do acordo).

Um só Elmo da Tendência Oposta pode desencadear enormes conseqüências (vejam Jeremiah Morningmist, o Vampiro Justo). Ele é um exemplo de que os mortos-vivos não precisam ser todos malignos.

Imaginem o terror dos PdJs quando invadem a morada de um vampiro e são presos pelo assassinato de um eminente cidadão!

Imagine a frustração de um poderoso monarca mago quando descobre que seus descendentes o transformaram num lich! Imagine o choque quando os PdJs são contratados para destruir a poderosa criatura e, ao invadir a sala do trono, descobrem que além do lich ocupar o trono com legitimidade, foram contratados pela guilda dos assassinos para eliminar o rei. Imaginem também que o lich é de tendência boa. Não é mais tão fácil justificar a destruição do vil morto-vivo!

Supondo que o morto-vivo já acumula mais de um século de existência (e não é o rei), pode alegar que é um fiel súdito do seu governante, tendo servido lealmente por muito mais tempo que os personagens dos jogadores e exigir que estes sejam expulsos da cidade por ameaçá-lo e tentar roubar seus bens.

Se um morto-vivo é um cidadão, então destruí-lo é homicídio. Se destruí-lo é homicídio, então os destruidores da criatura devem ser levados à justiça. Se o morto-vivo, por sua vez, cometer algum crime, também deve ser levado à justiça, pois a lei deve ser igual para todos (mesmo estando mortos). É natural que se houver um vampiro à solta na cidade matando pessoas a torto e a direito, os tribunais não façam grandes exigências sobre a forma como o assassino é levado à justiça. O mesmo se aplica, no entanto, quando o assassino é uma pessoa viva comum (um Pdj, por exemplo).

O morto-vivo, perante a lei, está vivo ou não? E qual é o significado disso para quem foi ressuscitado? Se uma pessoa morre e volta à vida, ela se tornou um morto-vivo?

Imagine o susto dos personagens dos jogadores quando o templo onde o seu amigo está sendo ressuscitado é cercado por um multidão enfurecida determinada a destruir o vil morto-vivo antes que possa ser criado. Embora saibamos que o fato de ter sido ressuscitado não torna um personagem sujeito ao poder da fé dos sacerdotes, ainda está sujeito ao poder do ostracismo. É natural que as pessoas sintam-se incomodadas com a sua volta (especialmente as que presenciaram a sua morte).

[N.T.: Assita o filme Highlander para ver o que pode acontecer num caso desses].

Em resumo, quando os mortos começam a ser ressuscitados, a distinção entre os vivos e os mortos-vivos fica menos clara. Isso pode ser um problema, tanto para os personagens jogadores quanto para os personagens do mestre que tentam lidar com a morte e posterior ressurreição de um personagem.

Soluções

A atitude vigente perante a Ressurreição pode ser mudada através de restrições cuidadosamente estudadas, seja pelo Mestre, seja por PdMs poderosos. Os métodos que o Mestre pode empregar incluem, dentre outros, os seguintes:

A Ressurreição só pode ser realizada nos quatro dias mais sagrados do ano, depende de uma conjunção entre as estrelas e planetas, ou necessita da presença do mais poderoso sacerdote da seita.

É possível que apenas algumas seitas possam ressuscitar seus seguidores. Isso não deveria ser uma grande preocupação para os PdJs, mas o Mestre deveria levar em conta a área de atuação de cada divindade, antes de conceder Ressurreição e magias afins aos seus sacerdotes, simplesmente por que têm acesso à esfera Necromântica.

Talvez os deuses só permitam a Ressurreição se servir aos seus objetivos. Isso quer dizer que os personagens terão não uma, mas duas missões a cumprir para a igreja: a que o sacerdote estipula, que deveria ser difícil e a que o deus estipula, que deveria ser mais difícil ainda.

Talvez a questão mais importante para o Mestre seja a das tendências. Os deuses não permitirão que seus sacerdotes ressuscitem personagens pertencentes a outras religiões. Sacerdotes de tendência leal podem recusar-se a ressuscitar pessoas cuja volta à vida possa causar muito caos ou desordem.

Sacerdotes caóticos podem resolver que não querem fazê-lo, e fim de papo! Sacerdotes neutros podem pesar cuidadosamente a situação, levando os PdJs à loucura enquanto deliberam.

A tendência pode ser uma ferramenta importante para limitar o número de ressurreições.

A magia de Ressurreição requer uma cerimônia de dez minutos (um turno), embora anéis e outros ítens mágicos sejam mais rápidos. Muita coisa pode acontecer nesses dez minutos.

O sacerdote pode estar gripado e ser acometido de uma crise de espirros; a magia srá interrompida, o sacerdote envelhecerá três anos e não haverá ressurreição alguma. Os inimigos dos PdJs ou da seita que está realizando a cerimônia poderiam resolver atacar o templo justamente nesse momento.

Pense no poder necessário para sobrepujar as defesas de um templo onde reside um sumo-sacerdote de 14º nível ou mais. A não ser que o grupo de PdJs seja muito poderoso, estarão enfrentando um adversário muito mais forte que eles. Outra alternativa seria um agente infiltrado resolver atacar durante a cerimônia.

O fato do sacerdote envelhecer três anos quando lança a magia, também cria para os personagens. Sacerdotes idosos podem recusar-se a lançar essa magia; mesmo sacerdotes jovens (especialmente os que seguem deuses da juventude, força, saúde e qualidades similares) podem não querer empregar tais magias apenas por dinheiro e diversão.

Se um sacerdote com trinta anos de idade lançar trinta magias de Ressurreição, certamente irá para a sepultura. Se os PdJs desejam que a magia seja lançada, talvez tenham que providenciar algumas Poções da Longevidade ou Elixires da Juventude como parte do pagamento.

Se o Mestre quiser restringir a Ressurreição através dos PdMs, é bom pensar na forma de governo vigente no local onde irá ocorrer a cerimônia. Vamos considerar as seguintes possibilidades:

Monarquia:
a Ressurreição pode estar sujeita às leis da nação ou à vontade do governante. Neste caso, os personagens devem, respeitosamente, solicitar que o monarca lhes conceda a graça para que os sacerdotes ressuscitem o companheiro falecido. Se a Ressurreição está sujeita às leis da nação, pode ser que, além de terem que pagar algum tipo de taxa ao governo.

Teocracia Monoteísta:
nesta forma de governo, pode ser contra a lei ressuscitar infiéis. Mesmo que os PdJs e o falecido pertençam à fé “correta”, terão que passar por diversas provas para testar a força da sua fé e provar que merecem que o amigo seja ressuscitado.

Teocracia Politeísta: numa teocracia com divindades múltiplas, a medida do poder de uma seita é dada, em parte, pelos milagres que realiza. Algumas seitas podem ressentir-se do fato de não poderem trazer os mortos de volta à vida e tentar sabotar o processo de Ressurreição.

Outras seitas podem reinvindicar para si a realização da cerimônia e desejar fazê-lo o mais rápido possível, contrariando a vontade do conselho governante e até mesmo dos PdJs!

Se o falecido não pertencer a uma determinada religião, os sacerdotes podem recusar-se a ressuscitá-lo e os membros mais altruístas e egoístas da congregação irão pronunciar-se em debates teológicos (e nós todos sabemos o quanto esses debates podem se arrastar).

Oligopólio: neste caso, a Ressurreição vai custar muito dinheiro. Talvez mais do que em outros lugares, mas os personagens podem pechinchar um pouco.

Em campanhas onde os níveis são altos, isso pode ser um problema. Quando as pessoas são movidas pela cobiça, qualquer coisa pode acontecer.

Não só isso; entregar 100.000 po ou mais no templo, é por si só um desafio. Sacerdotes e ladrões sem escrúpulos podem estar à espreita em cada beco, tentando apossar-se do pagamento, reunido à duras penas, para a Ressurreição.

Oligarquia:
como o poder numa oligarquia é difuso, dá-se muita ênfase à lei e à ordem. Como resultado, a burocracia tende a ser grande.

Um personagem ressuscitado pode ter que cadastrar-se no governo e passar por inúmeros testes para provar que ele é, de fato, a mesma pessoa. Afinal, se outra pessoa fosse ressuscitada no seu lugar e ficasse com os seus pertences, seria uma forma de roubo. Os personagens podem ter que pagar uma taxa ao estado, como ocorrer nas monarquias, sob alegação de que a Ressurreição atrapalha os registros e causa confusões de ordem legal.

Plutocracia: numa plutocracia, os PdJs podem ter que lidar com muitos governantes no lugar de um só. Isso pode ter conseqüências terríveis, especialmente se o plutocrata A não gosta do plutocrata B.

Queiram os deuses que o falecido não seja parente de um deles, pois o resultado será o caos!

Os Plutocratas estarão tentando aumentar seu poder pessoal às custas do poder dos outros, então é bom que os PdJs não contrariem muitos deles.

Certamente existem outras formas de governo além das listadas aqui, mas o Mestre deve sentir-se à vontade para lidar com a situação como achar melhor. É bom lembrar que alguns governos podem não impor restrição alguma, mas a maioria considerará a Ressurreição problemática por algum motivo.

Idéias para Aventuras


1. A morte antes dos impostos

Um homem rico, com muitas dívidas, morre pouco antes da coleta dos impostos e os coletores estão furiosos. Os personagens dos jogadores são contratados pela coletoria de impostos para acompanhar o coletor que irá receber o que é devido. Devem protegê-lo e descobrir se há alguma trapassa nessa história.

Estória: o homem estava morto, mas não pretendia permanecer assim por muito tempo. Tendo acumulado muitas dívidas, cometeu suicídio e providenciou para que um sacerdote, com um Anel da Ressurreição, estivesse presente após a partida dos coletores de impostos.

Contratou, também, um poderoso ilusionista para esconder esse fato dos PdJs (um ilusionista pode causar bastante confusão). O ilusionista e o sacerdote devem impedir que os PdJs descubram que o contribuinte está vivo (ele não esperava esta visita final do fisco).

2. Duque de duques

Os PdJs são contratados pelo mais novo de dois irmãos e ambos alegam ser o duque de uma pequena província. O irmão mais velho, recentemente ressuscitado, quer seu ducado de volta. Os PdJs precisam fazer com que prevaleça o direito do irmão mais novo.

Estória: O irmão mais velho deveria ter vários guarda-costas poderosos e pessoas leais no castelo. Essas pessoas procurarão sabotar as tentativas do grupo de defender a causa do irmão mais jovem. Uma alternativa: o grupo pode ser contratado pelos dois irmãos para realizar uma investigação de forma imparcial e cada um dos lados está tentando sabotar a causa do outro. Que diversão!

3. Legítimo demais para desistir

O mago da corte, um simpático e rechonchudo senhor, morre do coração durante um banquete. Os PdJs, presentes ao banquete, testemunham sua morte. Com alguma sorte, já conheciam o mago, de contatos anteriores com a corte. O rei nomeia uma maga para o cargo vago, cujos maus modos irritam a todos.

Estória: Por volta de uma semana mais tarde a maga da corte procura os PdJs, trazendo-lhes um problema; ela recebeu bilhetes que apresentam uma escolha: ou renuncia ao cargo ou sofrerá constantes represálias da nobreza. Ela quer que o grupo descubra qual é a origem da encrenca.

A origem é o mago real anterior, que vinha fazendo preparativos para tornar-se um lich e obteve sucesso (embora não esperasse morrer da forma que morreu). O lich quer seu cargo de volta, mas está relutante em usar violência para conseguir o que deseja.

De que lado ficam os personagens? Da arrogante maga ou do razoavelmente simpágico mago morto-vivo? Seja qual for a sua decisão, eles estão em apuros. Se atacarem o lich, ele prestará queixa, afinal de contas, foi mago da corte por mais de trinta anos antes de morrer!

4. Santa confusão

Os PdJs levam um aliado falecido a um templo da sua religião, mas os sacerdotes recusam-se a ressuscitá-lo, não importa quais os argumentos que o grupo apresente. A razão, aparentemente, é que o único sacerdote do templo que pode lançar a magia não quer fazê-lo.

Estória: o sacerdote está sob uma poderosa maldição e tem medo de contar isso aos outros. Há muito tempo, um sacerdote de uma religião maligna o amaldiçoou, declarando que, caso tentasse ressuscitar alguém, entraria num coma que duraria até que o ressuscitado morresse novamente. Remover Maldições é inútil (a maldição é uma forma de Missão).

A única forma de quebrá-la é convencendo o deus do sacerdote maligno a fazê-lo (improvável!) ou achar o sacerdote e convencê-lo a desfazer pessoalmente a maldição.

Sem que os PdJs saibam, esse sacerdote renunciou à fé maligna e hoje vive num monastério, onde tenta reparar seus anos deploráveis vivendo uma vida de humildade e meditação. Quando o grupo o localizar, ficará bastante surpreso (e contente) em saber que agora o sacerdote se dedica ao bem. Infelizmente, isso quer dizer que ele já não tem mais poder para desfazer a maldição.

o sumo-sacerdote do monastério também não deseja realizar a Ressurreição, mas tem um pergaminho com a magia, que poderá ceder em troca de algum favor do templo ou dos PdJs, contornando assim a maldição. Se os personagens aceitarem, na viagem de volta serão atacados por seguidores do deus maligno, liderados por um sacerdote de poder mediano que deseja destruir o pergaminho e preservar a maldição.

Representando a Ressurreição

Na maioria das campanhas, um personagem morre, é ressuscitado e a sua vida continua como se nunca tivesse morrido. Ao invés de adotar essa atitude displicente, devemos reconhecer que existe muito potencial para representação na Ressurreição. A morte é uma experiência traumática e deveria ser representada como tal. Pode ser que o personagem passe a encarar o combate de outra forma, tendo em vista a experiência assustadora pela qual passou.

Alguns personagens podem agir como se fossem imortais. Tendo passado pela ressurreição, eles podem sentir que nada pode destruí-los, que são de alguma forma abençoados por terem voltado à vida. Essa atitude, é claro, vai durar só até serem mortos novamente.

Não é obrigatório as pessoas terem medo de morrer, ou da morte, mas elas deveriam ser afetadas por aquilo que a causou, possivelmente adquirindo um medo ou ódio intenso da coisa que as matou.

Outros personagens podem torturar-se, culpando-se, com remorsos porque sentem saudade do “outro lado”. ou sentirem que suas perícias são insuficientes (pois o foram daquela vez fatídica).

Alguns personagens podem adquirir uma espécie de trauma pós-ressurreição, ficando deprimidos por não conseguirem lidar com a volta à vida.

Há outros que podem chegar à conclusão que têm algum tipo de destino que ainda não se realizou. Afinal de contas, se os deuses os ressuscitaram, é porque havia alguma razão para isso, que o personagem ainda não compreende. Um personagem assim tenderá a ser filosófico e contemplativo, esperando o dia em que seu destino completar-se-á para que ele possa enfim descansar!

Outros personagens podem tornar-se violentos é mórbidos, obcecados com a erradicação de todas as formas de morte desnecessária e estúpida.

[N.T.: Assista o filme Frankenstein de Mary Shelley para ver um bom exemplo disso].

Outros ainda podem sentir-se inadequados e aposentar-se da vida de aventureiros (pelo menos temporariamente).

As possibilidades para representação são ilimitadas.

Nem todos os métodos apresentados podem ser apropriados para a sua campanha, mas certamente abrem oportunidades para que se represente situações bem diferentes. o processo de Ressurreição como um todo, fica mais difícil, mas também torna-se mais verossímil — exatamente porque ficou mais difícil. ?
Por Michael Satran, Tradução de Erik P. Munne
Publicado em português na Dragon Magazine, ed. Abril, junho de 1996

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10 Resultados

  1. rsemente disse:

    Eita artigão! Muito interessante as idéias, infelizmente não deu pra ler tudo, mas depois faço os comentários finais.

  2. Daniel Anand disse:

    Excelente artigo, Leonel, o Satran mandou bem mesmo! Com certeza estará no próximo sábado de links do meu blog, recomendado! Adorei as dicas de aventuras relacionadas, dá pra inserir fácil em qualquer campanha, edition-free.
    Eu cheguei a escrever sobre meus traumas com ressurreição também, isso é sempre um bom pano pra manga. Ia ser bacana um followup do artigo com suas opiniões e experiências em mesa também. Mandou bem.

  3. Metal Sonic disse:

    ESSA parte do artigo eu gostei bastante! Principalmente do levantar da questão de se um Morto Vivo é um cidadão ou não.

  4. Heitor disse:

    É, depois destes dois artigos, vou adotar a postura “ignorante” do “morreu, tá morto” (a não ser que a intervenção divina seja mais forte).
    Mas brincadeiras a parte, o ideal é que, se a ressurreição puder ser usada a rodo na sua mesa de jogo, tenha uma limitação do tipo “você ssó tem um dia por nível de personagem para ressuscitá-lo” por parte do mestre. Assim, cria-se uma idéia que, passado este tempo, a alma “não reconhece” mais o corpo, e aí só reencarnando (e vivendo toda uma nova vida, sem lembrar nada da anterior).

  5. Quanto aos mortos-vivos, a coisa é fácil — eles devem ser todos destruídos. Não importa o quanto sigam as leis — as REGRAS dizem que a tendência deles é SEMPRE maligna, logo, é DEVER dos aventureiros sempre destruírem! (Sempre tive vontade de escrever uma sandice dessas!)
    Esse artigo é realmente bom. Essa adição de verossimilhança, no final das contas, dá origem a ganchos interessantes. Tá aí uma coisa boa — algo que, na concepção original do jogo foi feito apenas para fins de “insert coin to continue” pode, longe de se quebrar quando bem analisado, enriquecer a experiência de jogo.
    Só notei uma coisa meio inquietadora em relação aos comentários — há vários argumentos dizendo que “alma isso” e “alma aquilo”. Ninguém parou para pensar um pouco mais no CORPO, que, aliás, é o ponto central da ressureição. Se se parar e pensar mais friamente no funcionamento das magias de cura (não falo de nenhum conjunto de regras específico, logo, escolho ignorar a panacéia de que “tudo é regenerado bonitinho na ressureição”), e se impõe certos limites, trazer alguém de volta à vida pode ser de uma dificuldade extrema. Se ficar muito tempo sem oxigenação, o cérebro sofre danos irreparáveis; tecidos vitais podem estar em estágio de decomposição que faria inúteis os esforços; “Ei, primeiro precisamos remendar aquela artéria e pôr os intestinos de volta no lugar!”. Tá aí um tema que daria um post interessante, “Ressureição: uma abordagem puramente FÍSICA”.

  6. Tek disse:

    Shido, seria legal se você pudesse rascunhar algo assim.
    Inclusive para 2009 estou pensando em inaugurar “colunas” periódicas (no melhor estilo Careca: “quando der na telha eu escrevo”), e “Magia conhece Ciência” parece uma proposta interessante para se começar.

  7. Metal Sonic disse:

    Shido, exatamente por isso eu sou adepto da “Battle Ressurrection”: Você traz o cara de volta a vida, mas apenas poucas Rodadas depois dele ter morrido, senão bye bye!

  8. Metal Sonic, é por isso que, como todos devem estar de saco cheio de ler isso de mim, “True20 é melhor que D&D (TM)” — o poder “Imbue Life” permite trazer alguém da morte desde que não tenha transcorrido um tempo maior que o nível do adepto a usar o poder em minutos — ou seja, um super-conjurador (lvl. 20) tem “míseros” (eu ainda acho até demais) 20 minutos para consertar a cagada do colega. E alguém recuperado assim fica em uma condição de dano apenas acima do “Morrendo” — o resto tem de ser curado de outras formas. Se for comigo, ainda faço o revivido levar dreno de Inteligência se passar de 6 minutos.
    Tek, por mim já está feito. Tem umas quantas que já imaginei, derivadas dessas últimas que escrevi. Coisas como “Guia Prático para as Meias-Raças”, abordando a ocorrência de híbridos na natureza e propondo alguns add-ons de regras (3.x OGL, claro) para contemplar algumas possibilidades. Por mim eu chamaria de “Magia conhece Ciência e sai correndo pra mamãe com o rabinho entre as pernas”. =P

  9. Arquimago disse:

    A segunda parte é muito boa!
    Não esperava a questão dos mortos-vivos, mas realmente é algo a se considerar e adorei o exemplo 3!
    Muita confusão! E até mesmo uma questão de alianças e intrigas dependendo do foco, ou mesmo só algo confuso que se age por rumo!

  10. Rsemente disse:

    Puliquei esse arigo bem interessante sobre “zumbis na fantasia medieval”: http://guerrasdraconicas.wordpress.com/2008/12/20/mortos-mas-nem-tanto-zumbis-medievais/

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