Retrospectiva Tormenta 20 Anos — Parte 06
TORMENTA 20 ANOS – O ATAQUE DE ARSENAL
Enquanto os primeiros dois anos de Tormenta na Jambô Editora foram muito dedicados a organizar a casa e tirar da gaveta os projetos parados, os anos que se seguiram trouxeram muitas novas surpresas. O primeiro suplemento de RPG de 2007 foi o Piratas & Pistoleiros, que marcava de vez a entrada de Guilherme Dei Svaldi na equipe do cenário. Talvez um dos suplementos mais diferenciados de Tormenta, o P&P se tornou logo muito popular, resgatando a Irmandade Pirata do Mar Negro, apresentando em detalhes a cidade fora-da-lei, Smokestone, dando mais detalhes sobre a pólvora em Arton e fazendo a farra dos jogadores com regras de bebedeira, próteses mecânicas, classes como Sedutor, Carteador e Vigarista e muito mais.
Outro material importantíssimo publicado neste ano foi o Área de Tormenta, o primeiro suplemento que finalmente detalhava todos os aspectos da tempestade aberrante. Além de expandir todo o material já apresentado sobre as origens da Tormenta, o livro trouxe uma descrição completa dos lefeu, sua anatomia, sociedade, castas, comunicação, religião, seus líderes (pela primeira vez com fichas dos Lordes da Tormenta), objetivos e tudo o que se queria saber sobre eles. Uma parte muito querida dos fãs também era o conto A Companhia Rubra, de Leonel Caldela, que explorava as ações de um grupo de heróis épicos em sua luta contra a invasão.
No ano seguinte também chegou às livrarias o suplemento Galrasia: Mundo Perdido. Escrito em colaboração com o estúdio O Círculo, revelava todos os segredos de um dos elementos mais antigos do mundo de Arton. O livro contava pela primeira vez as origens da ilha, de Galron e da Divina Serpente, trazia descrições de vários lugares e perigos importantes, sugestões de aventuras, os povos-trovão como raças, novas classes e equipamentos primitivos e diversos materiais que permitiam rolar aventuras não apenas em Galrasia, mas em qualquer “mundo perdido” que o mestre desejasse.
Enquanto os fãs do sistema D20 ganhavam diversas publicações novas, o clamor dos antigos fãs de 3D&T pelo seu retorno nunca cessou de ecoar. A insistência foi tão grande que os autores se viram obrigados a trazê-lo de volta. Assim, ainda em 2008 foi publicado o Manual 3D&T Alpha, o novo manual básico do sistema, que pegava toda a experiência de suas versões antigas e a atualizava com algumas mecânicas novas. Desnecessário dizer que foi um grande sucesso, com sua versão física se esgotando mais de uma vez ao longo dos anos (mesmo sendo disponibilizado online de modo gratuito).
Na literatura, Leonel Caldela continuou a atacar com sua Trilogia da Tormenta. O segundo volume, O Crânio e o Corvo, trazia a história para o presente de Arton e apresentava toda uma gama de novos personagens que interagiam com as consequências desastrosas do primeiro livro enquanto encaravam seus próprios demônios. A história de Orion, Vanessa, Ingram, Trebane e companhia causou grande choque aos leitores, por demonstrar que nada e ninguém estavam a salvo no cenário, e tudo está sujeito a mudanças profundas.
A Trilogia foi fechada em 2008 com a publicação de O Terceiro Deus. O tomo mais denso e volumoso dos três, que encerrou o conflito entre Orion Drake e Crânio Negro, não deixou pedra sobre pedra em Arton. A Tormenta começa a fechar seu cerco sobre o mundo, e em uma batalha onde o inimigo parece invencível e a própria realidade está sob risco, só o Terceiro parece ser a salvação.
Enquanto a Trilogia tratava de promover imensas mudanças no interior de Arton, no mundo real algumas mudanças também estavam ocorrendo. O fim da 3ª edição de Dungeons & Dragons, com a qual as regras de Tormenta eram compatíveis, obrigou os autores a buscar uma nova estrutura para basear o cenário. Enquanto um novo sistema era desenvolvido, era justo encerrar essa era “D&D” do cenário com um último grande acontecimento.
Foi assim que, no segundo semestre de 2009, foi lançada Contra Arsenal, a segunda mega-aventura de Tormenta, que colocava os jogadores para enfrentar um dos vilões mais antigos (e talvez o mais icônico) da história do cenário. Com diversas partes envolvendo investigação, inúmeras missões menores, combate entre exércitos, duelo de robôs gigantes, exploração de masmorra e um chefão épico no final (com um martelo bem grande), Contra Arsenal é lembrada por muitos como a melhor aventura já feita para o mundo de Arton.
E na próxima matéria: o fim da Licença D20. Nasce Tormenta RPG!
Vitor “Pyromancer” Joenk é catarinense, fã de Tormenta e 3D&T desde os cinco anos de idade e atual administrador do Fórum da Jambô.
Caramba, já tem 10 anos do lançamento de “Contra Arsenal”?!?
Passa rápido, né? =)
Esta retrospectiva é sensacional! Pena que ela acaba aqui. Mas adorei seguir a linha do tempo dos lançamentos de Tormenta.