Pocket Dragon – Cenário 063

Alvor
Saudações viajantes!
Eu sou conhecido como o Lobo dos Ermos, um andarilho dos sertões de Alvor. Deixo este diário como um guia para aquele que como eu, sente-se impelido a desbravar esta antiga terra, assolada ao Oeste pelo Sol eterno que chamamos de Abrasador assim como pela vastidão gélida no Leste inacessível.
Sou natural de Kathos a antiga, considerada a primeira cidade sob a alvorada, mas não a única. Ela é o bastião da civilização humana, com seus grandes muros imponentes que protegem a população dos raios incansáveis do Sol.
Kathos fica localizada no centro do planeta, ao menos é o que os Geógrafos e magos da Torre Arcana afirmam, e foi devido a esta localização estratégica que ela sobreviveu ao cataclismo. Ainda me recordo dos tambores de Kathos, pois assim que a ampulheta chamada Dia se esvai, eles começam a ribombar fortemente chamando aqueles que trabalham no lado oeste da grande muralha para voltarem para o refugio do outro lado, para o frescor das cavernas na montanha do Entardecer. Então a ampulheta Noite é virada e seu ciclo inicia-se, dando descanso as almas exaustas e aflitas.
Talvez ao me ver falar desta maneira de minha cidade natal te dará a impressão que a amo e te fará refletir o porque de eu tê-la abandonado. Pois bem, por baixo do suave perfume que escorre do orvalho da montanha, Kathos sofre do hediondo e nefasto odor oriundo da magocracia que controla a cidade. Os magos da Torre Arcana exploram o povo crédulo, que trabalha incansavelmente sob o Abrasador. Apenas as guildas comerciantes possuem a coragem e o poder para desafiá-los, mas os magos foram sagazes e aliaram-se aos lideres mercantes criando um jogo mortal entre estas duas poderosas facções.
As guildas e companhias possuem os maiores exércitos de Kathos e organizam caravanas constantemente para desbravarem as regiões remotas nos extremos de Alvor, alem de realizarem expedições contumazes para negociar com os elfos do norte ou então conseguirem alguma trégua com os anões ao sul.
A guerra entre elfos e anões é antiga, tão antiga quanto Alvor. Todavia o povo rochoso afirma que a rixa inciou-se devido a nós, humanos e por este motivo os anões da Pedra do Lobo se tornaram xenofóbicos e ferozes se exilando do resto do mundo e escavando cada vez mais profundamente a montanha impenetrável que habitam. Apenas pequenas populações anãs nômades travam contatos com outros povos. Eu mesmo já viajei com um “Darrun” que é como estes grupos se autodenominam em sua própria linguagem anã. Apesar da frieza e mau humor exacerbado, os anões são leais e corajosos e de grande valia caso estiveres atravessando as dunas ocidentais sob a iminência constante de um ataque do povo réptil dos desertos, os Hazzukar’s.
Os elfos não são menos perigosos, contudo mantêm um comercio fluido com Kathos. Porém apenas as companhias mercantes maiores e com grande contingente de homens de armas se atreve a viajar ao norte com este propósito. Sem contar o perigo permanente das bestas dos ermos, a ditadura élfica de Rivondarim é conhecida por escravizar raças que eles consideram inferiores sendo que a nação humana encabeça esta nefasta lista.
Inúmeras vezes os exércitos das guildas mercantes de Kathos marcharam para destruir o elfos do norte e até mesmo os Arcanos da grande Torre já conspiraram com semelhante proposito, porem o reino de Rivondarim permanece ileso até os dias de hoje.
Não penses tu que Kathos busca libertar os escravos humanos que estão em mãos élficas. O verdadeiro intuito das guildas mercantes é se apoderar das fontes de água élficas. Pois Rivondarim esta situada sobre a nascente do Panteão, o grande rio. É esta fonte de água que dá poder aos elfos do norte e que os mantêm como a maior força econômica entre todas as nações a tantas gerações.
O grande Panteão é a única corrente de água que sobreviveu as eras intermináveis de castigo do Sol, o Abrasador. Como o rio nasce no norte e corre até ao extremo sul adentrando as montanhas rochosas os elfos começaram a envenenar suas águas com vis feitiços há séculos atrás com o intuito de aniquilar a civilização anã.
O povo das rochas se mostrou resistente as toxinas e logo se adaptaram a elas, mas o mesmo não pode ser dito dos humano de Kathos.
Sendo assim, a nação de Kathos se vê obrigada a negociar com os gananciosos elfos rivondarins, pois as fontes e poços da montanha do Entardecer não suprem toda a população.
Existem raras uniões de paz entre humanos, elfos e anões. Esta paz ocorre, devido apenas um motivo: Guerra. De tempos em tempos os povos reptilianos dos desertos do Oeste ou então os gigantes gélidos do leste se organizam sob as ordens de algum poder obscuro e começam uma invasão dos reinos centrais de Alvor. Inúmeras alianças foram formadas sob este propósito, apenas para serem destruídas com o findar da guerra.
Os antigos manuscritos encontrados por escavadores e arqueólogos apontam que nem sempre fora assim. Houve um tempo em que Dia e Noite não eram simplesmente nomes dados a uma ampulheta, houve um tempo em que Alvor girava em volta do Abrasador, antes do movimento dos deuses ou astros parar. Naqueles tempos os grandes desertos no mar das Dunas eram terras verdes e fartas de água, onde habitavam os elfos com os animais das florestas. As geleiras mortais do grande Leste eram então cadeias de montanhas resplandecentes e seus picos eram repletos de magnificas quedas d’águas.
Ninguém sabe com exatidão o que ocorreu, porém os sacerdotes do culto do Entardecer acreditam nas antigas escrituras guardadas em seu grande templo. Segundo elas uma guerra entre os antigos deuses ocorreu a milhares de anos atrás. Certa feita tive como companheiro de viajem um Clérigo chamado Haronhar e ele pode me explicar em detalhes esta teoria. Farehan o resplandecente era como se chamava o Abrasador naqueles tempos, o deus do sol e do renascimento o qual seguia fielmente sua missão de circundar Alvor a protegendo de criaturas abissais de cosmos esquecidos.
Em busca de travar contato com estes seres antigos, Warren o vil deus da magia ou como dizem os magos da Torre Arcana o deus da “essência”, preparou um grande feitiço para destruir Farehan. Quando o feitiço foi lançado, uma antiga entidade que se acredita ser o deus do Tempo “Cronus” lançou-se na frente do deus do Sol o protegendo. O Tempo foi aniquilado naquele momento pela força da magia de Warren. Com a destruição desta entidade, o Tempo, o grande cataclismo inciou-se devastando terras, oceanos e deuses. Os deuses de menores poderes foram obliterados pela opulência da energia liberada. Os grandes deuses como Farehan, Warren e a própria Alvor resistiram, mas pagaram um alto preço. Existem duas teorias sobre o que acontecera a eles, a primeira alega que eles foram tão debilitados pela energia que ainda estão guardando forças para retornarem e travarem um futuro embate. A segunda afirma que os deuses ficaram paralisados pela energia liberada e que só voltariam a mover-se com o ressurgimento do Tempo.
Enquanto isso nós, meros mortais nos arrastamos pela superfície imóvel de Alvor lutando pela sobrevivência e esquecidos pelos deuses, mas eu me pergunto ainda existe alguma esperança?
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