Crossovers – Lidando com múltiplos universos em campanha.

Todo gamer ou amante de quadrinhos já acompanhou pelo menos uma vez a junção de dois universos distintos em uma história, seja para ver seus maiores heróis se digladiando em dream matches, seja para superar conflitos mais complexos (ou não tão complexos assim). Eles são os conhecidos Crossovers, que se bem aplicados, são aclamados como clássicos pelos fãs. Se mal aplicados… bem, não precisa dizer certo? Mas como trazer universos totalmente diferentes para sua mesa de jogo? É o que vamos ver por aqui hoje. Mas antes, que tal sabermos…

O Que Raios São Crossovers?

Basicamente, Crossovers no universo dos games/HQs/ficção em geral ocorrem quando os personagens de universos diferentes, ou do mesmo universo ficcional, mas apenas de histórias diferentes, se encontram em uma mesma história. A “fórmula mágica” deste tipo de história sempre conta como os heróis de suas histórias de origem se unem para enfrentar um mal maior do que ambos, unindo-se de maneira amistosa, ou na maioria dos casos, com uma boa troca de sopapos até se tornarem aliados…
De maneira geral, os Crossovers não chegam a ser levados a sério com relação ao enredo, já que os motivos delas acontecerem são praticamente comerciais (por mais que eu goste de ver o Capitão América e o Batman brigando nos quadrinhos, sejamos sinceros). Mesmo assim, são muito aclamados pelos fãs, principalmente nos Comics americanos: há uns bons anos vimos os X-men se aliarem aos Novos Titãs, Superman e Homem-Aranha atuarem lado-a-lado, e os grandes embates os Vingadores e a Liga da Justiça.
Em alguns casos raros, vemos Crossovers darem muito certo não só como encontros entre universos distintos, mas transformá-los em verdadeiros clássicos dos tempos modernos. É o caso da Liga Extraordinária de Alan Moore, que une diversos personagens da época vitoriana em um universo único; e Kingdom Hearts, um dos pilares de vendas da SquareEnix que une os personagens de Final Fantasy e Disney, junto a figuras inéditas. Em ambos os casos, os Crossovers criaram uma nova mitologia em cima de outras já bem fundamentadas. Assim, como podemos transportar este clima em nossas mesas de RPG?

Campanhas com Crossovers

Independente do tema e do peso narrativo da campanha que você esteja mestrando/jogando, a ideia do Crossover pode ser resumida em uma palavra: nostalgia. Uma história que misture personagens de universos distintos com certeza irá evocar a admiração (ou a ira) dos jogadores se bem aplicado. Portanto, ao misturar mutantes com artistas marciais ou badass armados até os dentes com animais antropomórficos, tenha em mente como você vai fazer para uní-los.
Como estamos falando de RPG, existem algumas saídas fáceis para resolver este impasse. Realidades alternativas, Multiversos, ou ameaças temporais/cósmicas são os usos comuns ambientações para crossovers. Ou caso você tenha um universo próprio, apenas mantenha certos detalhes “ocultos” ou “sublimnares” para seus jogadores, deixando pontas abertas para a criação deste tipo de história. Usando a Liga Extraordinária de exemplo, Moore não utiliza todos os heróis e vilões clássicos em sua HQ, mas eles podem ser facilmente inclusos no mesmo (levante a mão quem não sentiu vontade de ver Sherlock Holmes junto com o Capitão Nemo, Dr. Hyde… o/). Até mesmo em RPGs podemos acompanhar estes Crossovers: em Spelljamer, suplemento do antigo AD&D, temos um cenário que permite acessar outros cenários (como Ravenloft e Dragonlance). Isto sem citar Castelo Falkenstein…
Percebeu como estas misturas chamam a atenção? Com a base (a ambientação) em mente, é possível criar o clima de nostalgia em sua mesa facilmente utilizando os Crossovers. E mesmo que você não tenha criado, e queira utilizar, não tenha medo de abusar; Como vimos na série Vs. da Capcom, não limites para louc… quero dizer, para imaginação.

4 dicas para Crossovers

Para encerrar, segue adiante cinco dicas rápidas para criação de Crossovers em sua campanha. Espero que tenha atiçado a sua vontade de misturar seus personagens favoritos, e oras, isso é 3D&T! Estamos em um sistema que incentiva isso, porque não abusar 😉
“Chiclete com Banana funciona?”: um dos pontos fortes ao realizar um Crossover é a liberdade criativa para misturar os personagens que quiser. Portanto, abuse dos elementos dos universos misturados, crie ambientes novos, ambiente como se aqueles personagens não fossem inventados ainda. Se fizer direitinho, de repente aquela mistura maluca pode não soar tão forçada;
Crossovers no Microverso: uma alternativa muito mais viável é fazer “participações especiais” de outras séries em um mesmo universo. Em uma série de artes marciais, por exemplo, você poderia incluir uma organização criminosa de um game (cof cof, shadaloo… cof cof) de sua preferência para interferir no andamento da campanha, ou colocar algum adversário famoso entre os competidores. Isto não facilita um Crossover, como abre margem para novas (e inusitadas) expansões de seu mundo de jogo.
A temática é sua maior aliada: a temática de sua campanha é o que ditará quando um Crossover é viável ou não. Ou pelo menos servirá de guia sobre como você criará um ambiente propício para a união dos dois ou mais universos. Em Mortal Kombat Vs. DC, por exemplo, a sangueira e os fatalites dos kombatentes foi retirado para abrigar Superman e Cia. (apesar de ter ficado uma droga, mas enfim…), já em Kingdom Hearts os personagens de Final Fantasy receberam novas roupagens para serem fáceis de serem aliados aos personangens do universo Disney. Use-os como exemplo;
Crie cenários versáteis: se o seu mundo de campanha é original, e queira incluir vários tipos de heróis dentro dele, crie ganchos e plots em que personagens de outras séries possam incluídos facilmente. Alguns exemplos incluem Freedom City (o excelente cenário de Mutantes & Malfeitores, ainda inédito no Brasil), Fragmentos (cenário apresentado em Mecha & Manga, também de Mutantes & Malfeitores), o vindouro Mega City de 3D&T, e porque não Novo Aeon (ou Projeto Aion, como você pode ver aqui). Em todos os exemplos, seus multiversos são propícios para incluir a série que desejar.
Por hoje é só pessoal, espero que tenham gostado das dicas. Até a próxima o/

Anão Defensor quer um Mecha superpoderoso e uma Keyblade ao mesmo tempo.

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4 Resultados

  1. Raul Gash disse:

    Cara, gostei muito das dicas! tenho certeza que elas serão úteis pra minha mesa e pra todos os leitores!
    parabéns e #aavante

  2. Olá!
    Cara, eu narrei um CrossOver usando o BESM d20 (na época eu não havia o 3D&T Alpha ainda) onde misturei Kingdom Hearts, Avatar (a lenda de Aang), xxxHolic, Samurai X, Yu Yu Hakusho, Cowboy Bebop, Final Fantasy e Tormenta (e alguns mais que não me lembro). Foi uma coisa de louco, mas no fim ficou bacana (mesmo eu dano nerdrage bem no fim da última sessão e demorando um pouco para me recompor).
    Um ótimo texto, boas as suas 4 dicas (e não cinco). Imagino que no 3D&T Alpha seja tudo mais simples… em termos de regra, claro XD
    Até and Bye…

    • É bem mais simples com certeza ^^ (pelo menos do que li sobre BESM até hoje). Eu sempre me amarro nesses cenários de RPG que conseguem deixar um espaço aberto para qualquer tipo de campanha. Um que li recentemente e gostei bastante foi o Fragmentos, cenário incluso no suplemento Mecha & Manga do Mutantes & Malfeitores, muito legal.

  3. Kurosu disse:

    Faltou só citar a CLAMP, que AMA um Crossover e criou todo um multiverso onde qualquer mangá delas pode ser ligado a outro ^^

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