Resenha: DragonSlayer 31

Resenha: DragonSlayer 31 1

Capa da DS 31 = Epic Win


A última edição de 2010 foi praticamente sobre cenários, e, portanto, muito indicada para mestres. Tivemos a apresentação de pelo menos três deles: Mega City, Ferelden (Dragon Age) e Klichê. Mas vamos começar do início.
O Editorial, disponível já há um tempo no site da editora, faz questão de rechaçar a ignorante idéia de que exista uma “crise” no RPG nacional. Uma idéia realmente estranha quando temos dúzias de lançamentos e várias linhas comerciais diferentes (de cabeça, 3D&T Alpha, D&D 4e, Dragon Age RPG, Fighting Fantasy, GURPS 4e, Mutantes & Malfeitores, Novo Mundo das Trevas, Tormenta RPG e Rastro de Cthulhu) e uma produção indie nacional emergente com títulos como Busca Final, Mamute, Might Blade e Old Dragon.
As Notícias do Bardo segue com o formato, adequado aos tempos atuais de alta velocidade da informação, de um artigo opinativo seguido por pequenas notas noticiando os principais lançamentos e acontecimentos entre uma edição e outra. Aparentemente para compensar terem esquecido ele na matéria sobre a RPGCon na edição anterior, o Might Blade, RPG indie nacional, ganhou uma nota aqui.
A Encontros Aleatórios foi dominada por perguntas sobre Tormenta, uma tendência também na internerd desde o lançamento de Tormenta RPG. O bom amigo Leonel Domingos continua impagável com sua tirinha Calabouço Tranqüilo, assim como a primeira das Falhas Críticas dessa edição. A segunda não teve lá muita graça.
As resenhas são todas de autoria de Gustavo Brauner, que analisou nessa edição os lançamentos Guerras Táuricas, Manual do Aventureiro Alpha e Livro da Magia. Em seguida temos a excelente tira desta edição de Sir Holland, provando que Furtividade é uma das perícias mais úteis de todos os tempos.
A Toolbox dessa edição tem Leonel Caldela com um acerto crítico ao falar sobre a diferença entre realismo e verossimilhança no RPG. Além de trazer uma frase bastante interessante para quem ainda se estressa em tentar agradar certos tipos: “Não há nada que você possa fazer para agradar alguém determinado a não gostar da história.”
A Mestre da Masmorra fala nessa edição sobre como narrar uma sessão de jogo. Talvez por ser um artigo dividido em duas partes, achei meio confusa a estrutura proposta pelo Gustavo, vou esperar a DS 32 para tentar entender melhor.
Finalmente chegando às matérias da edição, temos a apresentação do Torneio das Sombras, uma das facetas do futuro cenário oficial de 3D&T Alpha: Mega City. Além de descrever a história do Torneio das Sombras, a matéria também traz uma aventura curta para iniciar uma campanha neste mundo. Não sou um especialista em 3D&T Alpha, ao contrário de outros companheiros aqui do blog, mas achei uma boa aventura. Apesar de curta, deixa muitos ganchos para expandir o jogo por horas ou mesmo mais de uma sessão de jogo.
A matéria sobre Dragon Age RPG não tem muito mistério. É uma prévia com partes do Livro do Jogador e do Livro do Mestre da caixa básica. É bastante interessante que, com esse material, fica perfeitamente possível iniciar uma campanha no cenário com qualquer sistema, de 3D&T Alpha a Tormenta RPG ou D&D 4e. A matéria até mesmo traz um mapa de página dupla de Ferelden, tornando a vida muito mais fácil para o mestre que quiser se aventurar um pouco em seu sistema preferido antes de arriscar comprar a caixa básica do cenário.
Por último temos Klichê, uma hilariante cidade de fantasia lotada com o melhor que o gênero tem a oferecer. Arton? Thedas? Toril? Pff. Quem precisa de outro cenário de fantasia quando se tem a cidade de Klichê?
A Gazeta do Reinado dessa edição foi quase que totalmente dedicada a explicar porque diabos os arquimagos de Arton não se envolveram nas Guerras Táuricas, uma informação que ficou faltando no suplemento dedicado ao evento. Mas as notas laterais são muito mais legais, já que trazem uma informação bombástica: Doherimm parece estar (ou esteve) em guerra civil!
A notícia de que um mercador anão preso por vender pistolas e artefatos de pólvora foi deportado para um reino anão diferente, com capital em Thanzar e cuja religião oficial é a de Tenebra, parece apontar para uma guerra civil em curso ou já terminada. O que significa realmente que a parte da profecia de Thwor Ironfist que dizia que “a guerra tomará a tudo e a todos” estava correta.
Na Chefe de Fase dessa edição, temos o Manual de Criação de Monstros, um complemento para Tormenta RPG que permite ao mestre criar rapidamente qualquer monstro para suas campanhas. Publicado anteriormente na internet, este difere do anterior por trazer um talento visto em Guerras Táuricas e uma página extra com um exemplo de criatura, o Grifo.
A Fundo do Baú traz uma resenha da revista americana da White Wolf, Inphobia. Entre os comentários sobre esta excelente publicação, o .20 foi citado pela tradução de um dos artigos da revista, o Interactive Toolkit de Christopher Kubasik. Ponto(20) para nós!
E para acabar com chave de ouro, temos a hilária HQ General Invencível. Apesar de se destacar pelas cenas de comédia, a história fica bastante confusa na cena inicial, que tenta descrever, aparentemente, um longo período de tempo até o “herói” ser preso pelo exército de monstros.
Reforçando o que disse no princípio da resenha, a DragonSlayer 31 é uma edição muito indicada para mestres: traz três cenários, uma aventura, dicas para narrar jogos, plots para Tormenta, regras para criação de monstros. Se ficar uma crítica sobre essa excelente edição é a falta de material para jogadores, como classes de prestígio, itens mágicos, magias ou backgrounds naquele formato que aparecem no Guia do Viajante de Arton, por exemplo.
 

João Paulo Francisconi

Amante de literatura e boa comida, autor de Cosa Nostra, coautor do Bestiário de Arton e Só Aventuras Volume 3, autor desde 2008 aqui no RPGista. Algumas pessoas me conhecem como Nume.

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14 Resultados

  1. Comprei em algum momento de Dezembro. Gostei da matéria sobre Ferelden, adorei Klichê, mas não gostei muito da matéria sobre o Torneio das Sombras; sinceramente não sei dizer por que, mas não me agradou. Gostei muito da Toolbox e tive a mesma impressão sobre a Mestre da Masmorra que o Nume. E gostei também do Fundo do Baú, não conhecia essa revista da WW.

  2. Erigion disse:

    “Não há nada que você possa fazer para agradar alguém determinado a não gostar da história.”
    Flawless Victory! Sem mais…

  3. volz disse:

    essa foi sem duvidas a ds q menos valeu o seu preço

  4. Romullo disse:

    Achei muito sem graça a revista – por incrível que se pareça, sou fã dela. Me sinto cada vez mais decepcionado, pois, por exemplo, somente o Gustavo resenha os lançamentos da Jambô (sempre da Jambô). Ou seja, falta imparcialidade aí. Interessante o lançamento de tantos títulos e só esses três, da editora, serem resenhados. Três matérias para o mestre eu achei demais. Nenhuma CdP (claro, isso foi compensado pelo belo presentão de Natal da Jambô)…
    Outro comentário que eu queria fazer é que o Dot20 já está com um ritmo bem diferente do de antes, onde tínhamos uma postagem por dia (mais ou menos isso) e agora o que eu vejo é que esse blog está se tornando uma mera "assessoria de imprensa" da Jambô. É uma pena, pois adorava as postagens antigas e agora só me decepciono com mais uma matéria avisando do lançamento tal da editora…

    • Edu Guimarães disse:

      Eu também gostaria que tivesse resenhas de livros de outras editoras, mas convenhamos, a revista é da Jambô, se ela não divulgar seus produtos, quem o fará? A revista já é dedicada quase inteiramente ao material da editora (que sempre foi honesta quanto a isso, diferente da DB, a DS nunca se propôs a ser uma revista genérica de RPG, desde os tempos de Manticora), quem joga 4ª edição, MdT, GURPS e outros títulos pouco interesse tem na revista.
      Quem tem blog de rpg o faz por hobbie, é normal que o ritmo de postagens varie de acordo com os afazeres e humores dos autores, principalmente quando se trata de material de jogo, que dá um trabalhão para fazer. Eu também gostaria que o Nume voltasse com os posts quase diários para TRPG, mas compreendo que ele tem se dedicado a outras coisas. Logicamente, vc não precisa acessar o blog diariamente como antes 😉

    • Nume disse:

      Opa,
      Cara, sobre postagens diárias, estou quase terminando minha parte do Bestiário de Arton, e devo voltar a carga por aqui em janeiro.

  5. Aspargos disse:

    Toolbox = maravilhosa; Mestre da Masmorra da DS 31 não fala sobre como narrar uma sessão de jogo, mas sobre como COMEÇAR uma sessão de jogo. Acho que a revista ficou muito mais pra mestre que pra jogador. Não curto nem curti DragonAge. A Gazeta foi perda de tempo por causa de mimimi de internet. Chefe de fase tá ótimo pra mestre. Torneio também. Não tem nada que eu use pq sou muito mais jogador, mas pra quem mestra essa edição tá ótima.

  6. Edu Guimarães disse:

    Eu gostei da revista, deve ser porque sou mestre.
    Só achei Klichê dispensável, foi legal e engraçado, mas apenas isso, pouca utilidade terá para a maioria dos leitores.
    No espaço podiam ter colocado algo voltado para jogadores (fala sério, gastar uma página com a imagem de um mapa que nem é da cidade? Parece que estavam querendo apenas ocupar espaço!

  7. malkavfelipe disse:

    Comprei a revista faz pouco tempo e ainda não terminei de ler. O Torneio das sombras parece ser uma boa aventura para 3d&t e adorei a materia de Dragon Age RPG *____*

  8. volz disse:

    Eu acho que a formula dragon / dungeon de trazer em cada edição talentos, classe de prestigio ou novas magias deveria fazer parte de todas as edições da revista.

  9. Romullo disse:

    Também sou mestre de TRPG. Mas o que eu vejo é que as resenhas são imparciais, pois são escritas por gente que está mais do que envolvida na produção dos livros. Ou vocês acham que eles falariam mal deles? Alguma crítica negativa? A Jambô produz muita coisa de qualidade, mas também tem seus pontos não muito fortes. Se um cara de fora resenhasse os livros da editora, para mim estaria ótimo.
    Outro ponto fraco nas resenhas fica por conta de material anunciado nas notícias de bardo que não é resenhado é o livro do Cthulhu.
    E aquela matéria do Klichê, bem, achei bem clichê. Acharia bem mais interessante uma matéria voltada para o TRPG ou o M&M, já que esse é o forte da Jambô.
    Eu sei das atribulações do Nume, comprarei o livro com certeza por causa da qualidade do blog e do talento do autor. Mas o que eu infelizmente tenho visto aqui é: a Jambô acaba de publicar isso ou aquilo. Poxa, sei lá, por mais que tivéssemos poucas matérias, elas poderiam ser como as de antes.
    Abraços.

  10. Reduto do Bucaneiro disse:

    Minha única crítica:
    A Jambô têm três linhas fortes: TRPG, M&M e Reinos de Ferro, sendo RdF a mais cara. A PP deixou o cenário de lado por um tempo, mas isso não quer dizer que ela tenha que fazer o mesmo. Mesmo com toda essa onda de Tecnologia & Fantasia na maioria dos RPG, ela deixa o maior RPG do genero abadonado. Existem coisas fratuitas no site da PP que ela pdoeria traduzir e colocar na revista.
    E sensação que sente a mesma quando em 2002 vc pegava um Dragão Brasil e nem se quer falava de Vampire, o jogo mais jogado do Ano. O público de RdF é um público diferenciado, que gosta de materiais importados e que já tinham uma noção do livro antes mesmo da tradução. Esse tipo de público conhece muitos jogos e facilmente LARGA um para se tornar fã de outro. É diferente dos Jogadores de TRPG que em sua maioria são pessoas que começaram suas primeira aventuras no cenário e criaram um víncula sentimental isuperável.
    Relatando novamente minha Angústia, fica o recado para quem quiser se importar.
    Os Reinos de Ferro vivem. E esperamos por combustivel em nossa caldeiras.

    • Nume disse:

      Tu sabe que a treta dos RdF é mais culpa da PP que da Jambô, né? A 2ª edição da Mais Longa das Noites, por exemplo, só não saiu em 2010 porque a PP tá uma bagunça e não mandou os arquivos digitais que a Jambô precisa.

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