Resenha: Scott Pilgrim Contra o Mundo

Resenha: Scott Pilgrim Contra o Mundo 1

Scott Pilgrim Contra o Mundo é um épico de épica epicidade


A história é simples e direta. Garoto apaixona-se por garota, se declara e eles começam a namorar, mas a Liga dos Ex-Namorados Malignos intervém para destruir o romance, e o garoto deve vencer os sete rivais em uma jornada para encontrar amor e dignidade. Mas não é isto que torna este o melhor filme geek do ano.
Imagine o que aconteceria se o mundo fosse uma eterna partida de videogame. Um simples romance poderia então se tornar um jogo épico de luta cheio de mini-games como duelos de Guitar Hero ou Rock Band, e todos achariam normal um combate mortal entre um pirata indiano com poderes místicos e um canadense baixista fracassado.
Scott Pilgrim Contra o Mundo é mais ou menos assim. Assim como a HQ é considerada inovadora por trazer elementos típicos dos mangás para uma história ocidental, o filme é inovador por flertar com a dinâmica dos games e é o melhor filme geek do ano por ter feito isto com uma qualidade avassaladora.
Como adaptação, Scott Pilgrim é abençoado com um time de produção e atores muito competentes. Meu preferido é Keiran Culkin como o amigo gay de Scott, Wallace Wells, é impossível não rir com ele roubando mais um namorado da irmã de Scott, Stacey, ou dizendo ao amigo como deve viver sua vida. As lutas são divertidas, e os produtores tiveram a boa sacada de incluir muita musicalidade em todas elas. Incluindo algumas lutas que são puramente musicais, como a dos gêmeos.
Também é muito legal como o filme é irônico sobre o comportamento da cena indie e pop, expondo certos absurdos com muito humor sério. “Você tem que vê-los ao vivo. Eles são muito melhores ao vivo”, diz um dos personagens logo após um show ao vivo. Ou “O primeiro álbum é, basicamente, melhor que o primeiro álbum”, sim, essa frase não faz sentido. Mas não é difícil ver esse tipo de comportamento pretensioso na cena musical indie e pop de praticamente qualquer país, seja em famosos ou em anônimos.
No fim o filme é uma grande piada com a cultura pop em geral. A violência é banalizada da mesma forma que nos games: as pessoas morrem nas lutas e viram moedas, e ninguém nem sequer parece ligar para isso. Tudo é tradado com naturalidade, uma espécie de humor sério que te faz dar gaitadas no cinema quando pega certas referências (e te faz passar vergonha quando o pessoal na sessão te olha sem entender nada).
Sem dúvida é um dos melhores filmes deste ano, e o melhor dessa cena mais nerd. Kick-Ass acabou ficando apenas com uma menção honrosa no fim das contas. Já vi gente por aí até mesmo dizendo que o filme é um marco na história do cinema, por mim esse título é mais que merecido.

João Paulo Francisconi

Amante de literatura e boa comida, autor de Cosa Nostra, coautor do Bestiário de Arton e Só Aventuras Volume 3, autor desde 2008 aqui no RPGista. Algumas pessoas me conhecem como Nume.

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6 Resultados

  1. ricardo disse:

    Bem, ainda não assisti, porém com esse post sou obrigado a arrastar a mulher pro cinema esse fds.
    vlw, Nume
    abs

  2. Talude disse:

    as pessoas morrem nas lutas e viram moedas
    Uma referência a Kunio-Kun (River City Ramson)

  3. Mestre Urbano disse:

    Sou obrigado a arrastar a esposa pro cinema esse fds…..
    valeu Nume.
    abs

  4. Di Benedetto disse:

    não sei se é*

  5. Tek disse:

    Desconsiderando Inception, foi o melhor filme do ano.

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