Foco: não perca tempo com bobagens
Ler o Livro dos Monstros de D&D 3.5 às vezes me faz rir. Tá lá, no texto da aranha monstruosa: “uma aranha monstruosa pode arremessar sua teia oito vezes por dia”. Engraçado. Quero dizer, quantos de vocês já usaram uma aranha monstruosa como um vilão recorrente na sua campanha? Imagine. Acaba o combate épico entre a aranha monstruosa de ND 2 e os aventureiros de 1º nível e ela, com seu fantástico valor de Inteligência nulo, consegue escapar milagrosamente enquanto lamenta que “teria conseguido se não fossem esses garotos e esse cachorro idiota”.
Não interessa para você, mestre de RPG, se a aranha monstruosa arremessa teia oito vezes por dia. O mais provável é que arremesse apenas uma vez antes que os jogadores usem uma bota gigante para esmagá-la e então o lenço poderoso de bigby para limpar a sujeira. Isso porque ela é um monstro, não um vilão.
A maior parte de nós tem pouco tempo para gastar com o RPG. Temos namorada, trabalho, faculdade, talvez até os filhos para nos ocupar antes de uma partidinha com os amigos no domingo. Isso sem falar nas outras diversões, como ir ao bar com esses mesmos amigos e tomar cerveja enquanto joga papo fora. Por isso que você deve se focar no que importa para o jogo.
Vamos voltar ao exemplo da aranha monstruosa. O que realmente importa para usarmos ela como um monstro são suas estatísticas básicas como bônus de ataque, pontos de vida e resistências, e suas habilidades especiais e táticas básicas. Todo o resto é bobagem. Não me interessa saber se ela pode usar uma habilidade especial doze vezes por dia. Num combate que vai durar cinco ou seis rodadas ou ela pode usar uma vez ou pode usar sempre. Lembre-se de se manter fiel ao que é essencial.
O mesmo vale para os PdM’s: se o estalajadeiro só vai interagir com os personagens numa conversa para vender uma arma mágica, se limite a informação estritamente necessária. Se tudo o que você precisa saber é o valor de Sabedoria e Carisma dele, junto do nível e suas graduações nas perícias sociais, para quê, cristão, você vai fazer o diacho da história e ficha inteira do estalajadeiro Tom Riddle, que lutou há muito tempo nas guerras do norte…? Meu amigo, acorda, tua namorada tá mandando mensagem querendo saber onde tu tá, se tu não responder agora ela vai armar o barraco e vai dormir de calça jeans, cinta e calcinha de ferro hoje de noite. Não dá tempo de fazer a ficha inteira de cada PdM, escreve aí: Tom, veterano de guerra, nível 4, Sab 13, Car 12, Diplomacia +8, Sentir Motivação +8 e responde logo a mensagem da guria dizendo que tá em casa com “saudade” dela (um código não tão secreto masculino para “quero fazer sexo com você”).
Os únicos que valem mesmo a pena escrever história, ficha completa, nome e sobrenome, é vilão. E olha que não estou falando do necromante que os jogadores encontram no fim da masmorra na primeira aventura e descem a lenha no cidadão até não sobrar nada. Estou falando de vilão mesmo. O lich que comanda a seita de que o necromante fazia parte, ou o tenente vampiro desse lich que os jogadores vão enfrentar uma dúzia de vezes até finalmente encontrarem o caixão dele e acabarem de vez com o infeliz, estes caras são vilões. O necromante, neste caso, é só um adversário, um monstro com uma ficha mais completa e com umas duas ou três linhas de história.
Até hoje me lembro do monge assassino com três páginas de história que criei para uma campanha e que foi sumariamente ignorado pelos jogadores no primeiro encontro. Diacho, se os jogadores não se envolvem com o vilão, então ele não é vilão porcaria nenhuma, é só um cara mal que existe por aí. Tudo de que ele precisa é de uma ficha mínima como a de um monstro, mais do que isto é frescura e vai te condenar a fazer menos sexo na vida.
alguém descobriu o sexo.
E alguém ainda não.
É com essa baita falta de calma e jeito que se ganha a fama de troll, homem. Parabéns!
"Você deveria ser homem de verdade e RESPEITAR mais as mulheres".
Oi? Disse alguma coisa?