Dragões de Éter – Coração de Neve
Dragões de Éter – Coração de Neve é um livro da Editora Leya, escrito por um brasileiro, Raphael Draccon.
E é excepcional.
Tenho que explicar algumas coisas antes de iniciar a resenha do livro acima, a principal delas é que sou traumatizado com autores nacionais, tanto que possuo aversão a leitura de romances de autores brasileiros, o que dificulta que os escolha e quando abro a exceção ainda continua atrapalhando que goste dos mesmos.
Isso se deve ao tempo de escola, no qual romances obrigatórios para vestibular enchiam minhas estantes e só foram lidos pela exigência, fato que nunca diminuiu meu gosto pela leitura, algo que ainda não entendi muito bem. Claro que alguns livros e alguns autores me trouxeram muito prazer na leitura, porém a maioria é enfadonha, desatualizada, com uma linguagem rebuscada ou exagerada e que pouco acrescenta.
Isso posto, considero Raphael Draccon o melhor autor brasileiro com o qual já tive contato e o coloco entre os melhores do meu espectro de conhecimento.
O livro é o segundo de uma história maravilhosa, o primeiro eu não consegui encontrar para comprar em lugar nenhum, novo ou usado, mas está em primeiro na minha lista de busca, e o melhor, não conhecer a primeira obra não atrapalhou em nada o entendimento, mesmo sendo claro que seria ainda mais prazerosa no caso da leitura cronológica. Porém, tal qual minha experiência com Harry Potter, isso não foi possível.
Num mundo ficcional a história se passa fazendo um amálgama de quase todos contos de fadas, até certo ponto, ainda no começo, essa bagunça não me agradou, mas com o passar do tempo as amarrações de Draccon se mostram tão interessantes, sua lembrança dos contos, suas adaptações para sua história a liberdade que toma sem destruir ou impossibilitar a identificação de suas fontes inspiradoras se torna, na minha opinião a personagem mais interessante da história.
Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Cinderela entre tantas outras histórias convergem com suas adaptações para que se mostre um elaborado enredo em que se aprofunda nosso lado lúdico que mesmo nunca tendo imaginado essa fusão se vê divertido com a ideia.
Novos elementos como o troll guarda-costas do príncipe pugilista ou os poderes dos sete anões são como doce para criança, só aumentando a imersão no mundo que nos é apresentado, as histórias cruzadas, e a maior capacidade do autor, mostrar como o passado do mundo interfere no presente daquelas personagens escolhidas para viverem a história, isso tudo coloca Dragões de Éter entre os melhores livros que já li.
Se você está numa fase em que fantasia, contos de fada, poderes mágicos, ou seja a essência do RPG Tolkien, lhe agrada, corra atrás desse livro, caso contrário, saia dessa fossa realista, e venha se divertir de verdade lembrando da sua infância e vendo o que é possível com tudo que ajudou na sua formação.
E um recado, para quem tem a oportunidade, na bienal de São Paulo (esse ano no Anhembi), estará hoje o autor as 17 horas, com o novo livro da série: Dragões de Éter: Círculos de Chuva.
Agora quero ler também! =D
Cara, você está precisando ler a Trilogia Tormenta, com os livros O Inimigo do Mundo, O Crânio e o Corvo e Terceiro Deus, escritos pelo Leonel Caldela.
um brasileiro de escrita fenomenal.
Sem dúvida ele já leu os livros do Caldela também, Augusto. ;D
olá…
já li os 3 do Caldela, gostei muito deles, em especial do Inimigo do Mundo, mas o Draccon tem um estilo que me agradou mais, mesmo o Caldela tendo a vantagem de escrever sobre Tormenta, cenário que adoro.
Conepa
Desculpe-me Conepa. Como você escreveu que é traumatizado com autores nacionais achei que não tivesse lido a trilogia Tormenta. Entendo que você fez referência a nome como Machado, Castro Alves, Manoel Antonio de Bandeiro e todos esses.
Enquanto eu escrevia pensei: ele com certeza leu a trilogia, mas o comentário já está na metade, então vai assim mesmo, hehehe.
olá…
exatamente, o André Vianco é um que vivo tentando incluir nas minhas listas de leitura, mas fica sempre para a próxima por ser brasileiro…
Conepa
Depois de ler este post fiquei curioso com o livro. Comprei o primeiro e eis o que achei, fraco.
A narrativa do Draccon peca por ser muito simples, sem grandes figuras de linguagem, com uma trama narrada por um bardo que conta sua história como se contasse a crianças.
Pelo jeito Raphael Draccon esta no mesmo barco que André Vianco, com livros escritos para a massa de leitores brasileiros que, desculpem-me a chacota, são analfabetos funcionais.
Nesse ponto Leonel Caldela vence de lavada, pois não duvida da capacidade intelectual de seus leitores.
Conepa reclama no post que tem aversão a escritores brasileiros. Agora retorno com outro autor com uma escrita bélissima e envolvente, Jô Soares. Leia, não se arrependerás.