Ganhadores do ENnie Awards 2010
Dia 6 de agosto foi realizada na GenCon a cerimônia de premiação do ENnie Awards 2010, e os vencedores são:
Melhor Arte (Capa)
Prata: Eclipse Phase
Ouro: Pathfinder Bestiary
Melhor Arte (Interna)
Prata: Shadowrun 20th
Ouro: Pathfinder Core Rulebook
Melhor Cartografia
Prata: Aces & Eights: Judas Crossing
Ouro: Pathfinder City Map Folio
Melhor Escrita
Prata: Victoriana
Ouro: Eclipse Phase
Melhor Acabamento
Prata: Shadowrun
Ouro: Pathfinder
Melhor Conjunto de Regras
Prata: Hero 6th Edition
Ouro: Diaspora
Melhor Aventura
Prata: Trail of Cthulhu: Armitage Files
Ouro: Pathfinder #31: Stolen Land
Melhor Monstro ou Adversário
Prata: Pathfinder: Classic Horrors Revisited
Ouro: Pathfinder Bestiary
Melhor Cenário
Prata: Rome: Life and Death of the Republic
Ouro: Day After Ragnarok
Melhor Suplemento
Prata: Players Handbook 3
Ouro: Mysteries of the Hollow Earth
Melhor Acessório
Prata: Gaming Paper
Ouro: Pathfinder GM Screen
Melhor Produto de Miniaturas
Prata: Gaming Paper
Ouro: D&D Minis
Melhor Produto Associado
Prata: Battletech
Ouro: Cthulhu 101
Melhor Livro Eletrônico
Prata: The Devil We Know
Ouro: The Great City Player’s Guide
Melhor Produto Gratuito
Prata: Lady Blackbird
Ouro: Advanced Players Guide Playtest
Melhor Site
Prata: d20PFSRD.com
Ouro: Obsidian Portal
Melhor Podcast
Prata: All Games Considered
Ouro: Atomic Array
Melhor Blogue
Prata: Gnome Stew
Ouro: Kobold Quarterly
Melhor Jogo
Prata: Shadowrun
Ouro: Pathfinder
Produto do Ano
Prata: Eclipse Phase
Ouro: Pathfinder
Prêmio do Público para Melhor Editora
Prata: Fantasy Flight Games
Ouro: Paizo Publishing
Ninguém tinha dúvidas de que a empresa que se beneficiou da notoriedade gerada pelos anos à frente da Dragon Magazine iria ganhar diversos dos prêmios. Afinal, eles produziam conteúdo, oh!, oficial (a menção da palavra pode causar orgasmos múltiplos em alguns) para D&D 3a. edição e se posicionaram como um dos pólos da nerdrage generalizada que foi a guerra de edições D&Dêica, se tornando o mais próximo do “oficial” para aqueles que não quiseram entrar no bonde da 4a. edição.
O ENnie Awards, devemos ter em mente, é mais um concurso de popularidade do que qualquer outra coisa. Há quem veja as indicações como tendo maior relevância, visto que são feitas por juízes especializados, ao passo que a votação é escolha popular. O Pathfinder faturando a maioria dos prêmios é mais reforço do status quo e aquela massagem no ego da maioria, que tem reafirmada a certeza de estarem no “lado vencedor”. Os prêmios não fazem lá muita diferença para a Paizo, que já é conhecidíssima e vende horrores — mesmo que não tivesse ganhado nenhum, continuaria vendendo. A Wizards of the Coast, por exemplo, faturou apenas uma prata pelo Player’s Handbook 3 e o ouro pela sua linha de miniaturas — e isso não faz diferença, continua a ser o mais vendido/jogado.
Já no lado indie da cerca, esses prêmios fazem diferença. São empresas pequenas — na real, às vezes nem são empresas propriamente ditas, sendo um grupo de amigos ou mesmo um autor solitário que se aventuraram em produzir RPGs. Empresas pequenas que não têm verba de publicidade ou força de marca (como o D&D ou o Pathfinder que por certo absorveu um pouco dessa força pelo tempo que a Paizo esteve no comando da Dragon), e são praticamente desconhecidas do grande público. Uma indicação para um prêmio desses gera publicidade que estes pequenos notáveis não teriam de outra forma, e uma premiação é capaz de prolongar os 15 minutos sob os holofotes.
Mesmo este colunista que é fã confesso dos indies não conhecia, até a premiação, o trampo muito bacana da one.seven design studio, responsável pela prata de Melhor Produto Gratuito, o excelente Lady Blackbird, uma aventura/mini-cenário de steampunk/ficção científica soft, de sistema narrativo bem elegante (ainda devo falar dele). Claro que ninguém esperaria que ele ganhasse do .pdf de playtest de classes da Paizo — concurso de popularidade, lembram? –, mas só o fato de ter aparecido já deu uma exposição enorme para a one.seven.
Também foi muito feliz ver o Diaspora (de que você já ouviu falar aqui) faturar o ouro por Melhor Conjunto de Regras. Os quatro nerds que compõem a VSCA são realmente dedicados quando o assunto é design, e o trampo deles tem qualidade. É um daqueles momentos Davi vs. Golias ver esses novatos ganharem do HERO 6a. edição, um RPG rules heavy que tem anos de tradição lá nos E.U.A. (pô, sexta edição!). Aliás, quem acompanha o blogue da VSCA já se deu conta que o Diaspora é um jogo conservador se comparado com os projetos mais atuais. O que espero mais ansiosamente, o Soft Horizon, leva a lipoaspiração que o Diaspora fez no FATE adiante, ao ponto de talvez ser chamado de FATE-inspired do que FATE propriamente dito. (E o cenário do jogo também é muito interessante, que pra mim parece uma espécie de Planescape com esteróides numa viagem de LSD.)
O Eclipse Phase, um dos jogos mais bem acabados que eu já vi, faturou o Origins mas levou pouca coisa nos ENnies, infelizmente (ainda que seja um disparate chamar prata em Produto do Ano de “pouca coisa”). Ao menos faturou o ouro de Melhor Escrita (categoria na qual a Paizo não deu as caras…), o que me parece justíssimo. E ainda sobrou a prata pro Victoriana, outro jogo pequeno.
O ano que vem promete. Temos dois títulos FATE de destaque lançados esse ano — o esperadíssimo Dresden Files RPG e o Legends of Anglerre, chamado por alguns (um pouco imprecisamente) de “FATE D&D” –, além do ICONS, muito popular mas que, pessoalmente, achei a variante mais retrógrada e sem sal já feita para o FATE (tanto que é declaradamente FATE-inspired, o que é bom, não quereria confundir aquilo com o original). E se ainda esse ano a VSCA atacar com o Soft Horizon, existe possibilidade de indicação.
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