Resenha: Sem Trégua Volume 2
O segundo volume da série de suplementos Sem Trégua é pródiga de bons artigos e também traz a primeira aventura, fora a Trilogia do Fogo das Bruxas, para os Reinos de Ferro publicada no Brasil. A magnífica arte de capa traz um dos maiores heróis de Khador, o Komandant Irusk, acompanhado de seus dois Kodiaks pessoais presenteados pela Imperatriz Vanar em pessoa. A arte interna, aliás, como é de costume de qualquer coisa com o nome do artista Matt Wilson, é de altíssima qualidade.
Depois de uma breve introdução de Guilherme Dei Svaldi ressaltando a qualidade do mundo sempre em movimento dos Reinos de Ferro, o artigo Por Dentro da Guerra Secreta traz uma descrição completa da Ordem da Iluminação, a ordem arcana a serviço do Sancteum de Morrow que combate os infernalistas e os próprios Infernais. O artigo é muito completo e tem aquela propriedade comum dos textos da Privateer Press de ser tão gostoso de ler que provoca o mergulho do leitor na realidade do texto. Com ele um mestre pode rolar campanhas baseadas na Ordem da Iluminação com mais propriedade, desde que possua ao menos o Monstronomicon, que detalha os infernais e os infernalistas.
Em seguida temos o primeiro de vários artigos da série Máquinas de Guerra, destinada a apresentar os soldados e gigantes-de-guerra dos Reinos de Ferro, trazendo a companhia especializada em combate anti-gigante de Khador, os temidos Presas de Ferro. Eles recebem este nome de suas armas, enormes lanças com pontas que carregam ogivas explosivas, e neste artigo tem sua história e costumes extensamente descritos. Contrariando o costume destes artigos, que muitas vezes possuem extensas páginas de descrição de uma unidade apenas para apresentar um punhado minúsculo de regras, às vezes apenas uma única arma típica, os Presas de Ferro recebem vários equipamentos e talentos novos neste artigo. Prato cheio para os fãs dos Khadoranos.
O artigo seguinte, também da série Máquinas de Guerra, traz a Guarda Flamejante de Menoth. Esta unidade forma o grosso das tropas do Protetorado de Menoth e é caracterizada por sua típica lança flamejante e pelo símbolo sagrado do velho deus no escudo. Artigo bacana e tudo o mais. Mas como cygnarano convicto, espero que estes menitas enfiem suas lanças flamejantes no rabo e saiam quicando até que a Fúria de Menoth lhes saia pela boca.
Na seqüência temos Os Encontros Pendrake, que desta vez trazem os alunos do professor da universidade de Corvis capturado pelos Skorne no final de Sem Trégua Volume 1, neste primeiro artigo temos o relato de Linus Wesselbaum sobre um inesperado encontro com elfos nyss vítimas do flagelo dracônico no norte de Khador, o que dá a deixa para o resto do artigo fazer uma expansão nas regras para criaturas flageladas encontradas no Monstronomicon. Logo em seguida é a vez do relato de Edrea Lloryrr de seu encontro com vigias-dos-ermos diferentes dos encontrados no Monstronomicon e de uma pequena guerra acontecendo entre os druidas e os kriels da Floresta dos Espinhos e dos Emaranhados. Como você deve ter notado, ambos os artigos trazem mudanças significativas no status quo, lembram do que já disse sobre os Reinos de Ferro serem um mundo vivo e em constante atualização?
A quietude dos vigias-dos-ermos desaparece ante a surda explosão do canhão do Mulo, gigante-de-guerra apresentado em mais um artigo Máquinas de Guerra. Este gigante que foi o mais longevo em operação pelo exército de Cygnar e é até hoje um favorito das companhias mercenárias, mesmo tendo sido construído há quase cento e cinqüenta anos. Este pequeno colosso de metal carrega um canhão a vapor capaz de repetidos disparos no lugar do braço direito, e uma maça de ferro puro rebitada no braço esquerdo. É de se temer mesmo um bicho destes! O artigo segue o modelo de outros que trazem gigantes-de-guerra, como já comentei na resenha da Sem Trégua Volume 1.
As explosões do Mulo são seguidas pela seqüência de disparos dos gloriosos Espingardeiros Cygnaranos, ferozes combatentes das trincheiras, seu distintivo de honra é o rifle longo de repetição. Uma maravilha mekânica que apenas as luzes da ciência cygnarana poderia dar a luz, o rifle de repetição é capaz de disparar meia dúzia de vezes antes de precisar recarregar seu cilindro de munição. Os Espingardeiros Cygnaranos compõem uma parte significativa das tropas que carregam o cisne em seus escudos.
Após isto, temos o Vanguarda, gigante-de-guerra que é um símbolo da heróica Resistência Llaelesa. Armado com seu guisarme e a poderosa pistola-escudo, este gigante traz temor aos corações e mentes dos inimigos de Llael. A habilidade mais interessante do Vanguarda certamente é sua capacidade de, durante uma Investida, realizar um ataque a distância com sua pistola escudo e então completar a Investida com um ataque do guisarme. Deve doer.
Mas continuando para o artigo seguinte, o primeiro da série Forja & Fundição neste volume, cujos artigos continuam até o início da aventura mais a frente, temos dois novos itens para membros da Ordem da Iluminação. O item mais legal muito provavelmente é a Pistola Execradora, que dispara munição tratada com a magia arma espiritual e pode derrubar criaturas com resistência a dano alta como os infernais.
Continuando a falar de pistolas, temos um artigo sobre as pistolas-arcanas, ou melhor, armas-de-fogo-arcanas do Conglomerado Cabeça-de-Ferro em Cygnar. O artigo traz dicas para utilizar as pistolas-arcanas em jogo e o preço de outras armas de fogo que podem ser feitas com o aço arcano dos anões.
Agora, o próximo artigo da Forja & Fundição, intitulado O Poder da Enjambração, é essencial para todos que jogarem de Remendão. O artigo traz vários novos talentos, atualização de regras do Guia dos Personagens e novas ferramentas-armas para serem usadas pelos Remendões de todos os Reinos de Ferro. O último artigo Forja & Fundição deste volume é meio fraquinho, traz equipamento novo para druidas e outros heróis selvagens, mas como não vejo nada de interessante no próprio conceito de herói selvagem posso apenas estar sendo preconceituoso mesmo.
Agora, a cereja do bolo desta edição: a aventura Fumaça na Água, para personagens do 1º ao 3º nível. Criada para servir de introdução para uma campanha nos Reinos de Ferro, ela é bem simples e livre, ocorrendo toda durante uma viagem de três dias a bordo do navio-cassino Noiva do Azarão. A aventura tem ação, intriga e malandragem típica de Ord. Gostei muito da forma como ela é organizada, em eventos que podem ocorrer em momentos distinto ao longo da viagem do Noiva do Azarão, e com encontros típicos dos Reinos de Ferro. Apesar disto, você não precisa do Monstronomicon para rolar a aventura, todas as fichas dos monstros aparecem nas páginas finais. A aventura termina em Cinco Dedos, o Porto da Trapaça, uma das cidades mais icônicas do cenário (a ponto de ter recebido um suplemento para si lá nos EUA).
Sem Trégua Volume 2 (Jambô Editora).
64 páginas em P&B, capa mole.
R$ 16,90 com frete grátis na Loja Jambô. Veja também o pacote Sem Trégua com os três volumes por R$ 44,90.
Bacana! Já tinha vontade de comprar, tenho apenas o volume 1, e agora tenho certeza.
Gilson
.-= Gilson • RPG • Educação´s last blog ..{RPG e Educação} Evento muito importante de Educação aceita novo trabalho e jogando em Belo Horizonte com Newton Rocha, o “Tio Nitro”! Contatos imediatos Pará – Minas Gerais. =-.
Muito bom mesmo!