Mude de lugar!
Com o fim da minha campanha, um dos jogadores da minha mesa pediu para mestrar.
Como meu negócio mesmo é ser jogador, eu aceitei de bom grado o pedido. Aliás, nunca entendi essa coisa de só haver um mestre na maior parte dos grupos.
“Fulano é o mestre”.
Como se fosse um trabalho fixo. Tipo um cargo.
Minha “formação rpgística” se deu com os jogadores se revezando no trabalho de mestre, e eu recomendo a todos que o façam.
A insegurança é normal, mas você não deve ficar paralisado por isso.
Vantagens de ter vários mestres em um grupo:
– Cada mestre tem um estilo.
Alguns gostam mais de aventuras voltadas ao combate, outras de investigação, interpretação, etc. Variar o mestre ajuda a renovar os estilos de aventuras na mesa.
– Aprender as regras.
Quanto mais você mestra, mais profundamente você conhece o sistema.
É natural que antes da aventura o mestre busque por informações sobre como resolver as situações imaginadas para a aventura. Coisa que um jogador raramente faz (convenhamos… o jogador se interessa por regras de combate e magia, não regras de carga, natação ou queda)
– Mais interpretação.
Mestres interpretam o tempo inteiro. Outro dia me peguei imitando a voz de um taverneiro, depois o de uma bruxa. Em mais de 10 anos como jogador, nunca tinha imitado a voz de personagem algum.
– Raciocínio afiado e criatividade.
A improvisação faz parte do trabalho de mestrar e esse, eu acho, que é o motivo da insegurança dos aspirantes a mestres. Não saber o que fazer se os PCs inventarem algo diferente. Para isso, só há uma dica. Relaxe!
O convite que eu lhe faço é esse. Mude de lugar na mesa e passe a mestrar.
Se você tem medo de arruinar sua campanha, proponha uma aventura one-shot! Não precisa nem ser no mesmo universo! Novos personagens e uma outra ambientação talvez tirem esse receio.
Boa sorte!
Acredito que grupos que só tem um mestre tem isso porque algumas pessoas não se acreditam no perfil de mestre de jogo, e/ou o mestre é bom como mestre e sabe fazer bons enredos.
Eu já estive em grupos que jogadores resolveram começar a mestrar e souberam mestrar muito bem, tanto que mestram e jogam alternadamente. Mas também conheço jogadores que resolveram mestrar, e acabam fazendo aventuras Rail-Road, e/ou com nenhum senso lógico e quando os jogadores não gostam das aventuras deles e param de mestrar. E ainda conheço um que seguiu o exemplo anterior, mas gostou de mestrar assim e até hoje de vez em quando ele consegue jogadores para uma sessão que desistem.
Faltou falar das vantagens do Mestre passar a ser Jogador mas beleza.
” ‘Fulano é o mestre’.
Como se fosse um trabalho fixo. Tipo um cargo.”
Por favor, subtitua “fulano” por “Túlio”. XD
Sério, nem sei se sou bom mestre mesmo, já que praticamente só tenho eu mesmo como referência. Raramente participo de outros grupos, e quando o faço dura muito pouco. Já no “grupo clássico”, a função é sempre minha. Nem me lembro mais do gostinho de atravessar uma flecha no peito do Boss.