Umbar – O Povo Vermelho
A origem do Povo Vermelho, ou Umbar, como eles mesmos tratam uns aos outros a muito se perdeu no tempo. Segundo suas lendas, o primeiro de sua espécie nasceu do fogo que ardia no coração de Meliny, ainda em tempos remotos.
Por não conseguir sobreviver diante do frio que cobria todo o mundo, o primogênito continuou vivendo no calor das profundezas por vários séculos, até que a Grande Chama ordenou que ele e seus filhos saíssem do claustro e desbravassem a superfície. O Mundo, porém, era frio e inóspito, e o Povo Vermelho isolou-se em uma única ilha, adorando a Grande Chama e esperando pelo dia em que o Fogo recobrirá a tudo e a todos.
Atualmente, os Umbar são os responsáveis pelo Templo do Fogo em Vulcana, e os únicos que conhecem o segredo da obtenção do magnalito, um metal de propriedades únicas que se assemelha ao próprio fogo em um estranho estado sólido. Através do reino vizinho a Vulcana, Tréville, os Umbar tem distribuído o metal que veio do fogo entre os de pele clara. Os mais velhos sorriem a cada nova carga que deixa os portos da ilha. A Grande Chama está feliz. Muito Feliz.
Personalidade: Orgulhosos, os representantes do povo vermelho jamais aceitam de bom grado a ajuda que recebem, e são capazes de odiar aqueles que se mostrem bondosos ou prestativos demais para com os outros. Segundo suas tradições, aquele que não é capaz de se cuidar por conta própria não é digno de caminhar ao seu lado.
Quando velhos, é comum que abandonem as umrumm e partam para algum ponto distante para morrer sozinhos. A dependência é algo vergonhoso para sua espécie, por isso escolhem voluntariamente a morte quanto não conseguem mais caçar. Levam consigo seus maiores troféus e melhores peles para construir um esquife, o umburar, onde deitam e esperam a morte.ação em outras culturas exóticas.
Descrição Física: Os Umbar, ou Povo Vermelho, assemelham-se muito aos homens, no que diz respeito à altura e sua constituição física. São robustos com músculos bem definidos tanto nos machos quantos nas fêmeas, estas últimas com formas mais delgadas. Mas as semelhanças acabam por aqui. Sua pele é rubra, de um tom que varia do vermelho escarlate até o rubi. Da face brotam dois grandes chifres, frontais nos machos, laterais nas fêmeas, e possuem ambos, caudas longas que terminam em uma ponta fina.
O seu sentido de visão é precario, mas podem “ver” o calor dos corpos, sendo que esta é seu principal sentido. Além disso, o tato é bastante desenvolvido, sendo que conseguem perceber objetos próximos ao seu corpo sem nem mesmo toca-los. O corpo dos machos é coberto por uma fina penugem semelhante ao pelo das raposas, especialmente sobre o crânio e as costas. Já as fêmeas não apresentam pelagem, e sua pele é macia ao toque, ao contrário de seus pares. Os chifres são geralmente negros, mas podem apresentar também tons de castanho ou chumbo.
Vivem apenas cinqüenta anos, sendo que atingem a fase adulta aos dez. São sexuados e o processo de gestação das fêmeas dura cerca de cinco meses, período no qual ela carrega o feto em seu ventre. O pequeno Umbar nasce já praticamente formado, sem os chifres, que só surgirão entre os quatro ou cinco anos. Não consegue caminhar no primeiro ano, mas pode locomover-se engatinhando logo no primeiro dia após o nascimento. Não são amamentados ou sequer recebem qualquer tipo de alimento das fêmeas, cabendo ao recém nascido buscar seu próprio sustento, geralmente folhas ou pequenos insetos.
A espécie possui um período de cio, que dura cerca de um mês. A quantidade de fêmeas é significativamente maior do que a de machos, na proporção de um para cinco. São onívoros, mas tem preferência por carne, especialmente na fase adulta. A temperatura do corpo é constante, com uma média corporal de quarenta graus.
Possuem uma resistência a dor e ao cansaço incomum. Podem caminhar centenas de quilômetros sem intervalos, e nunca dormem. Para descansar, permanecem sentados sobre os joelhos por intervalos de no máximo quinze minutos. Sua velocidade média de caminhada é duas vezes maior que a de um homem, a cerca de dez quilômetros por hora. Correndo podem deslocar-se sem dificuldades a quarenta e cinco quilômetros por hora, ou dar tiros curtos de até sessenta quilômetros por hora. Carregam até três vezes seu próprio peso, o que gira em torno de cento e oitenta a duzentos quilos.
A maior limitação de sua espécie é em relação à temperatura. Sentem frio sempre que a temperatura ambiente é inferior a trinta graus, sendo que cobrem-se com pesadas peles de animais para manter-se aquecidos. Uma temperatura próxima a vinte graus é suficiente para matar um umbar desprotegido.
Sendo um povo caçador, não há alegria maior para um membro desta espécie do que caçar. Costumam vagar por vários dias atrás de sua presa, e quando escolhem um alvo irão segui-lo até conseguir abatê-lo. A coragem de um umbar é medida pelos troféus de caça que carrega consigo. Quanto mais perigoso for o alvo, e melhor for a pele que ele possui, mais um umbar irá deseja-la.
Os utensílios como vasos ou tigelas são confeccionados em barro, cozidos em fornos. Não possuem detalhes ou adornos. O valor de algum objeto para um integrante do povo vermelho varia de acordo com o toque e a maciez do mesmo. Artefatos feitos com marfim e algumas espécies de madeira especialmente lisas são bastante apreciadas.
O macho mais forte da umburumm é também aquele que terá a maior quantidade de fêmeas. Estas escolhem seu parceiro e permanecem fiéis a ele enquanto este mostre que é capaz de satisfaze-la. Em média cada umbar possui cinco esposas.
Relações: O Povo Vermelho encarou com desconfiança os primeiros homens que chegaram à Vulcana, muitos séculos atrás, mas hoje este sentimento se desfez em pena. Para eles, os de pele clara são fracos e não lhes representam perigo, a não ser pela sua quantidade absurda. Conquistaram a amizade de Tréville com a troca de Magnalito por bebidas alcoólicas, que eles chamam de “Água de Fogo”. Os mais velhos acreditam em uma antiga profecia em que o magnalito deve ser espalhado pelo mundo para que ele arda em chamas, e por isso sempre incentivaram o comércio das pedras vermelhas.
Terras da Raça: Os umbar vivem em grupos pequenos exclusivamente na ilha de Vulcana, sendo que o único período em que podem ser encontrados em bandos maiores é na época do acasalamento. Costumam viver em cabanas construídas com madeira, pedras e palha, onde todo o grupo busca refugio. Dentro da casa comunal, conhecida por eles como umburumm, guardam seus pertences, em sua maioria armas rudimentares de madeira e pedra polida e crânios de várias espécies que guardam como troféus.
Religião: O Povo vermelho acredita que são filhos da Grande Chama, que acredita-se ser uma das representações de Argueza. Dezenas de estátuas desta entidade criadora pode ser encontrada em vários locais de Vulcana. Representado como um imenso bloco com olhos vermelhos de magnalito e a boca escancarada, onde uma chama é alimentada constantemente por oferendas que vão desde peles e incenso até sacrifícios animais.
Idiomas: A língua dos umbar é grave e baixa. Não possui entonação, sendo que a fala é uniforme e constante. Não diferenciam tempo, e o plural é indicado pelo sufixo “umm”. Mesmo quando falam em Melyn, a língua padrão, costuma terminar as frases com algumas palavras da própria língua, o que passa a impressão que estão resmungando alguma coisa.
Nomes: Os nomes da raça seguem o mesmo padrão de seu idioma, sendo graves e de entonação baixa. A grande maioria termina com o sufixo “umm”. Os nomes não diferenciam um umbar fêmea de um macho, sendo que todos os nomes servem tanto para um quanto para o outro.
Umburom, Boron, Nomororum, Rumboroum, Roruroum. Duromboroum.
Aventuras: Umbars dificilmente abandonam Vulcana, temendo os rigores climáticos do resto do mundo. Quando o fazem, geralmente estão atrás de alguma valiosa pele ou de algum alvo digno de caça. Também não é incomum que umbars abandonem sua ilha perseguindo a trilha da vingança, e seus inimigos quando capturados, queimam em nome da Grande Chama.
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