Goérpia
Kobolds me mordam!
Olá pessoal!
Então, eis-me aqui novamente, na função de mostrar à vocês mais um pouquinho deste novo mini-cenário em que estou trabalhando: Goérpia. Quero ver se consigo aparecer por aqui de dez em dez dias, mais ou menos para trazer novidades.
Resolvi começar apresentando à vocês as raças principais do cenário. Pra iniciar, os baixinhos e “muambeiros” kobolds. Aos que frequentam o fórum da Jambô, é bem possível que já tenham visto o texto beta que havia bolado pra raça, mas de qualquer forma, vale a pena reler, porque muitas coisas foram modificadas (a começar pela própria apresentação do texto, bem mais organizada).
Vamos lá, então. Com vocês, os kobolds de Goérpia.
Kobolds
“Oh! Visitantes na tenda de Zurkaj! Entrem! Estejam bem-vindos! Aqui estou para lhes servir! Querem um pouco de chá? Temos almofadas para que vocês se acomodem! São belas almofadas…”
Os kobolds já foram considerados monstros primitivos e limitados, mas isto foi em um passado muito distante. Estes seres aparentados dos lagartos provaram que possuem a astúcia digna de uma mente calculista. Até então desprezados pelas demais raças, esfregaram na cara das outras espécies de Goérpia a proeza de conseguir expulsar a problemática e bélica raça dos nurvu, criaturas feéricas que parecem ter sido criadas apenas para a batalha.
Este fato isolado já seria o suficiente para impor o respeito da raça perante as demais, mas eles foram além. Estes pequeninos conquistaram puramente através da barganha e da negociação, a administração da cidade-feira de Nova Quetzal, ponto-chave de comunicação entre os dois lados da ilha.
Personalidade: donos de um tino comercial que beira o sobrenatural, os kobolds são frios e diretos, sempre imaginando um jeito mais prático e econômico de se tomar um curso de ação. Esta maneira de agir pode passar, para os que não estão habituados a eles, a impressão de que sejam criaturas impacientes e intolerantes. Nada mais longe da verdade.
Kobolds buscam uma maneira de tirar vantagem das situações através de muita conversa e manipulação. Parecem estar sempre dispostos a debater o valor de alguma coisa, principalmente quando a margem de lucro for grande. Trata-se de uma espécie totalmente voltada e perfeitamente adaptada à barganha e ao comércio. Os melhores mercadores do mundo com certeza pertencem a esta raça. Dizem que pouca coisa é mais difícil do que tirar vantagem de um kobold em uma negociação. Onde há um centro comercial, certamente haverá ao menos um punhado de mercadores kobolds.
Inquietos e curiosos, os kobolds podem alimentar uma paixão pelo desconhecido (nunca se sabe que novas oportunidades de negócio podem surgir!) – motivo que os leva muitas vezes a acompanhar e até se tornar aventureiros e exploradores. O dinamismo está presente em suas vidas o tempo inteiro, não conseguindo ficar sem falar por mais de três minutos. Até quando estão sozinhos é comum vê-los resmungando palavras desconexas, e descontinuadas. (levando em conta que “falar”, para eles, é bem mais do que simplesmente pronunciar palavras – envolve muitos movimentos com as mãos e gestos com o corpo, já que não conseguem utilizar expressões faciais com facilidade… Um kobold que não possa se mover ficará nervoso e dificilmente se fará entender).
Físico: esta pequena raça de répteis humanóides mede cerca de 1,00m de altura, e nunca pesam mais do que 35 kg. Possuem um couro escamoso, em tons que variam do vermelho-alaranjado até o marrom-esverdeado. Os olhos amarelados, sempre atentos a qualquer movimento, são cortados verticalmente por pequenas linhas, que são suas íris. Os machos apresentam dois chifres diminutos acima da cabeça, enquanto as fêmeas possuem alguns padrões não muito complexos em suas pequenas escamas. Estas são as únicas distinções aparentes entre os dois gêneros da espécie; mas que raramente são percebidos pelas demais raças.
Em tempos passados, kobolds se reproduziam sem controle. Porém, com o decorrer de sua evolução e estabelecimento no mundo, o período de reprodução da espécie aumentou consideravelmente, embora ainda seja o menor entre as raças inteligentes de Goérpia: a cada ano, uma fêmea kobold é capaz de colocar até seis ovos, que levam cerca de dois meses para chocar. Os filhotes vivem com os pais até os nove anos, quando já alcançam maturidade suficiente para percorrer o mundo, ou abrir seu próprio negócio.
Os membros desta espécie vivem geralmente até os 35 anos, quando suas escamas começam a ficar esbranquiçadas. Geralmente, nesta época, o kobold ancião promove uma grande feira, onde vende todos os seus bens (jamais dando nenhum presente…) e custeia um elaborado funeral. Quando todas as escamas do kobold atingem uma cor azulada e leitosa, significa que ele não terá mais do que algumas semanas de vida.
Costumam andar sempre com muitas sacolas e mochilas abarrotadas de “mercadoria”, e gostam de vestir roupas coloridas e destoantes, com peças de muitos lugares diferentes e estampas berrantes. Entre os kobolds nômades, esta característica é ainda mais forte: parece que quanto mais bizarra for a combinação de peças, mais lugares – e negócios – aquele kobold fez; e isto é símbolo de status entre eles.
História & Relações: não se sabe se Quetzal teria criado também estes seres. O que se costuma dizer (inclusive até por alguns kobolds) é que, se algum dia eles foram projetados, foi por um erro, ou uma piada. Antigamente, eram uma raça mesquinha e covarde, que vivia de pequenos furtos, truques sujos e armadilhas. Entretanto, conforme foram expulsos de suas tocas pelos exploradores e aventureiros de eras passadas, acabaram tornando-se um povo composto por tribos nômades. Houve uma época, há tempo praticamente imemorial para os kobolds (mas não mais que duas ou três centenas de anos) em que muitas destas tribos realizaram um tratado de união de forças, e reuniram seus líderes e xamãs, tornando o povo kobold uma única grande tribo, que aumentava assustadoramente, devido à sua capacidade de reprodução, e seu rápido amadurecimento. Naquela época, praticamente não exista kobold em Goérpia que não pertencesse à Grande Tribo.
Este volume crescente de criaturas começou a preocupar os nurvu, um povo-guerreiro e feérico, que naquela época tinha planos de dominação para a ilha. E o combate foi inevitável. Daquela vez, os kobolds foram quase extintos do mundo, mas houve uma resposta: os pequeninos aliaram-se a poderosas entidades desconhecidas até então, e rogaram sobre os nurvu a praga dos setecentos anos, que parece impedir um guerreiro-fada de deixar sua terra natal antes de completar esta idade. O preço que a pequena raça teve de pagar por este ritual não é comentado, mas dizem algumas lendas que estas entidades ainda não receberam seu pagamento, e esperam ansiosamente pelo dia de resgatar sua dívida…
Independente disto, apesar de muito desfalcados, esta vitória sobre os nurvu fez mudar a maneira de agir dos kobolds: não mais seriam criaturinhas pífias e covardes, mas aprenderiam a tirar vantagem das situações jogando do modo dos outros. O interesse por itens e objetos valiosos se manteve, mas agora eles queriam se socializar com os outros povos. E alcançaram este objetivo de maneira magistral.
Com a fundação de Nova Quetzal, a cidade-feira, os kobolds encontraram o paraíso! Assimilaram tão bem aquele local, que após anos de discussões e negociações conseguiram até assumir o governo da cidade. Hoje o seu administrador é um ancião desta raça chamado Kurap-Kavej, tido como o maior comerciante do mundo. Dizem que ele possui mais de oitenta anos, e só chegou a esta idade porque todo ano consegue convencer a morte de que tem mais tempo de vida do que parece.
Apesar de sua crescente importância no mundo, yajne e dessan, de um modo geral, ainda costumam ver os kobolds como “criaturas de menor valor”, sendo tolerados por uma questão estratégica (Nova Quetzal é um ponto-chave de comunicação entre os dois lados da ilha, por se localizar na única rota facilmente transponível). Humanos convivem pacificamente com os kobolds de Nova Quetzal, e dificilmente encontram problemas maiores do que uma negociação acirrada. O povo-árvore Fharfal vê neles irmãos menores, quase como “elementais das cidades”. Arjunas enxergam nos kobolds criaturas apegadas demais aos valores materiais, que ainda precisam de muito esclarecimento para progredir na existência. Obviamente, para os nurvus, um kobold bom é um kobold torturado, morto e devidamente retalhado.
Kobold (cô – BÓLD)
Custo: 0 Pontos
Astúcia. kobolds são rápidos e espertos. É muito difícil engana-los. Por isto, eles recebem um bônus de +1 em Habilidade.
Influenciador Nato. Kobolds possuem facilidade em entreter os outros e convence-los de seus argumentos. Por isto para eles, a perícia Manipulação custa apenas 1 ponto.
Matreiro. Pouca coisa escapa do olhar ligeiro de um kobold (ainda mais se for algo de valor!). Por causa disto, eles recebem Visão Aguçada (de Sentidos Especiais).
Tino Comercial. Acostumados desde o nascimento a resolver as coisas na base da diplomacia, todo kobold desenvolve uma capacidade quase sobrenatural de conversação, além de um “sexto sentido” para localizar a existência de coisas valiosas. Um kobold pode lançar, mesmo que não possua vantagens mágicas, as magias Farejar Tesouro (pelo seu custo normal em PMs) e O Canto da Sereia (gastando apenas 1PM por criatura afetada; caso o kobold tenha a perícia Manipulação, ele não gasta PMs e pode utiliza-la livremente).
Comunicação Gestual. Um kobold que não consegue se mexer, não consegue se expressar. Em situações que esteja considerado indefeso, o kobold é incapaz de se comunicar com qualquer criatura que não seja representada por uma vantagem ou desvantagem, como um Aliado, Mentor ou Protegido Indefeso, por exemplo.
Tamanho Pequeno. Kobolds não podem usar roupas, armas e equipamentos feitos para criaturas de dimensões humanas. Por isto recebem a desvantagem Modelo Especial.
Sangue Frio. Por descenderem do mesmo antepassado em comum com os demais répteis, kobolds possuem pouca tolerância ao gelo, recebendo Vulnerabilidade: Frio.
E então? Chegaram até aqui? Parabéns, vocês são mesmo perseverantes (ou não tinham nada melhor pra fazer mesmo… :P) Que acharam destes baixinhos? diga aí sua opinião!
Abraço e até o próximo post!
Tiago Oriebir
Comentários