Supers podem salvar o mundo?

Veja bem, meu caro jogador de Mutantes & Malfeitores, não estou falando de bater nos líderes daquela invasão de aliens feios pra cacete ou derrotar o Doutor Mequetrefe pela décima oitava vez essa semana. Trata-se de salvar o mundo mesmo. Fome, guerra, crime, desigualdade social, racismo e outras formas de preconceito. Para resolver estes problemas e salvar milhões de vidas, será que erguer cinquenta toneladas, teleportar-se ou ler mentes é de alguma ajuda?
Para começar é necessário dizer que sim, seus poderes podem ajudar mas, provavelmente não do jeito que normalmente você faria uso deles (leia-se: encher os vilões de porrada). Com um pouco de imaginação e bom senso, é possível dar um valor social a praticamente todo poder presente no jogo. Sua super-força pode ser muito bem aproveitada para ajudar em áreas de desastres naturais, e porque não usar seu poder de teleporte para levar comida de um lugar a outro do globo? Se os tomates produzidos no Brasil pudessem chegar fresquinhos a Ruanda, provavelmente não haveria tanto desperdício por aqui, onde toneladas de comida vão para o lixo todos os dias, nem tanta fome por lá. Ler mentes? Hora, imagine que espetacular agente anti-terrorismo você seria, descobrir qualquer plano do tio Osama seria muito mais fácil quando se pode entrar na mente dele.
Existem outras maneiras de um super tentar salvar o planeta sem usar seus poderes. Assim como com qualquer celebridade, ser um super-herói envolve uma quantidade enorme de atenção por parte da midía e da população em geral, e cada ação do herói tem um significado. Um herói com consciência social pode usar sua evidência para mostrar a sociedade qual o caminho a ser seguido com ações sociais como caridade e manifestações contra o racismo, homofobia e guerras. Aí chegamos no ponto mais importante: o herói como um fator político.
Até hoje só tive conhecimento de três personagens que fizeram uso da evidência adquirida em suas aventuras como super-heróis para fins políticos: Thor, no universo Ultimate da Marvel (aqui no Brasil conhecida como Millenium), cujo caratér forte se reflete em uma atuação política que pode levá-lo a ser presidente dos Estados Unidos (como mostra uma história do Quarteto Fantástico). Arqueiro Verde, vulgo Oliver Queen, personagem da DC que após anos de luta contra o crime agora é prefeito de Star City. E finalmente Grande Máquina, vulgo Mitchell Hundred, prefeito de Nova York em Ex-Machina. Esta última é a melhor série a misturar política e super-heróis.
O que ocorre é que a política é o único poder com a real capacidade de mudar o mundo. Por que você pode socar o vilão, mas não pode instituir programas de educação sexual nas escolas, e talvez você possa evitar aquela invasão de aliens, mas apenas o presidente pode pressionar o congresso pela aprovação da lei que garante direitos civis aos homossexuais. Assim, é possível jogar sessões densas, cheias de dilemas morais e discursos memoravéis e ações nobres ? e sem disparar um único raio laser dos olhos.

João Paulo Francisconi

Amante de literatura e boa comida, autor de Cosa Nostra, coautor do Bestiário de Arton e Só Aventuras Volume 3, autor desde 2008 aqui no RPGista. Algumas pessoas me conhecem como Nume.

Você pode gostar...

62 Resultados

  1. Jamil disse:

    Post interessante Nume.
    O engraçado é que o Steve Kenson (pra quem não sabe, o autor do M&M) fez parte da equipe criativa do Aberrant, que é um dos meus RPGs de super herói favoritos, e cujo foco – como sempre bem o fez a White Wolf – era a dos supers aplicados ao mundo real. O que mais se vê no cenário são os supers "salvando" o mundo nesse estilo… pelo menos no começo da era de ouro dos supers, é claro.
    Recomendo fortemente o cenário (que é rico pra caramba) pra rolar campanhas – ter o Escudo do Mestre de M&M ajuda, já que ele vem com regras de taint (que eu não sei como ficou traduzida), e que tem tudo a ver com as premissas de Aberrant.
    Aproveito e mando até um jabá de um site bem antigo mas bem funcional em português… http://www.aberrant.hpg.com.br/novo/index1.html
    Abraços

  2. Nameless disse:

    Parabéns Nume, muito bom.

  3. Luiz A/S disse:

    Tem uma edição especial do Super Homem, que eu não recordo o nome, mas que trata exatamente disso (bem, mas não exatamente pelo mesmo foco). Ele tenta ir pouco além de esbofetear super vilões, se empenhando em combater a fome mundial. Mas no fim, ele acaba se encontrando impotente diante do problema, e resolve que a única forma de realmente ajudar, é se dedicar em mudar as pessoas.
    É bem piegas a revista, mas é um bom exemplo de um herói combatendo um mal "comum".

  4. koboldvhp disse:

    Acho que o assunto é pertinente, e se o grupo tivesse interesse poderia até se fazer uma reflexão de até que ponto, nós cidadãos, podemos mudar o mundo (será que basta super-poderes?). Além disso gostaria de acrescentar o Authority, da Editora Wildstorm. Para quem não conhece, é um grupo que tem "o poder de vários exércitos" e que volte e meia acaba utilizando para desestabilizar ditaduras, infringir leis internacionais e arranjar problemas com a ONU, justamente por (tentar) resolver problemas mundiais de maneiras não muito convencionais.

    • Nunca ouvi falar do Authority na vida até agora mas, parece legal, sabe se já saiu no Brasil?

      • koboldvhp disse:

        Cara, saiu, mas daquele jeito. Eu não sei bem como está. Pelo que eu sei saíram alguns encadernados pela Devir, e depois a Pixel Media começou a publicar e, enfim, não sei como ficou a questão cronológica da série. Mesmo assim valhe a pena dar uma confirida.

  5. Jagunço disse:

    Aproveito e cito Tony Stark em "Guerra Civil". 🙂
    Ótimo post. Podemos até ampliar a proposta e pensar em ações políticas "não-estatais" como a "revolução" de Magneto em busca de um lugar para os mutantes (velhinha né?) ou as radicais iniciativas de Authority (que, entre outras coisas, resolve assumir o governo dos EUA…).
    Tá… fui pouco democrático, né? Fazer o quê?

  6. GJKnight disse:

    Eeeesse é o problema… O super achar que, com seu poder, ele pode mudar o mundo a seu modo. E começa a esquecer a coletividade, transgride leis, fica contra o governo… Ou ele domina tudo, como tentou fazer o Super-homem quando estava influenciado pelo Dominus em "Rei do Mundo", ou aceita a verdade que nao é possivel um homem (nem que ele seja super) salvar o mundo.

    • Jagunço disse:

      Entendo. Eu somente tive a intenção de pensar formas de participação política fora do universo democrático. Política em seu sentido mais amplo, de jogo de poder, de ações de transformação/controle social. 🙂
      Acho genial a sugestão de campanhas/sessões baseadas em intrigas e lutas internas ao mundo do Estado moderno. Mas, também é interessante pensar nas versões "alternativas". Se Madre Teresa e Gandhi fizeram tantas coisas pesando menos de 70kg, imagina alguém com o poder de teleportar toneladas de comida (roubadas de alguma fábrica inglesa) ou mesmo de curar doenças com o simples toque! 🙂
      (Forças paramilitares de supersoldados em defesa de minorias, um jornalista telepata denunciando políticos corruptos ou uma garota ultraveloz que desarma arsenais e impede guerras civis são exemplos não necessariamente opostos ao de luta política! 🙂

    • Eu acho que é possível que um homem salve o mundo, mas não dando porrada em vilões. A salvação mundial é uma salvação política acima de qualquer coisa.

  7. Nibelung disse:

    Recomendo também a leitura da minisérie "Ultra – Sete dias", que saiu aqui pela PIxel. Inclusive, há um prêmio onde ganha o "melhor herói", que mais fez melhorias pra comunidade global. Uma das protagonistas usa seus raios laser pra canalizar rios, por exemplo.
    Fora isso, eu sou adepto do pensamento pós 11/9: Herói não é quem surra o vilão. Herói é quem salva vidas.

    • Cara, eu vi Ultra ? sete dias na Jambô, os dois volumes, e fiquei com uma puta vontade de comprar, mas acabei optando pela segunda edição da Marvel Millenium Anual e mais algumas Dragon Magazine de 2002. Me arrependi de ter comprado a Millenium Anual, nem perto de ser tão bom quanto a primeira edição foi.

  8. Ricardo Foureaux disse:

    Bom post, quem sabe não é uma história para aventura?
    E se quiserem ler heróis politicamente engajados, não percam o trabalho de estréia de J.M. Straczynski, "Rising Stars".

  9. Pajarito disse:

    Eu já usei essa ideia em mesa, foi um tipo de trilogia de tres aventuras de cerca de 4h para cada saga (eu não tinha planejado assim, mas acabou funcionando bem dessa forma e foi legal, pareceu planejado.
    As 2 primeiras aventuras não foram grandes coisas, envolvia mais pancadaria q qualquer outra coisa… aventuras de herois tradicionais. Mas a partir da terceira a coisa ficou mais séria até que na penultima aventura o grupo de herois tomou o controle dos governos Norte Americano e Europeu que estavam envolvidos em uma GRANDE conspiração e dai que veio o fator corrupção na ultima aventura da ultima trilogia, onde os herois acabam sendo corrompidos pela politica e criam um tipo diferente de ditadura "super-militar".
    Agora pretendo mestrar mais uma saga maior que as anteriores se possivel (destruindo essa história de trilogia) com novos herois q desta vez realmente irão salvar o mundo… deixando tudo como estava antes do Governbo-Super-Heroico.

  10. valberto disse:

    Neste caso eu aconelho a leitura de uma revista que saiu a alguns anos chamada Super Homem contra a fome. Ou algo assim.

  11. Cassaro disse:

    Parabéns, Nume.
    A melhor história do Homem-de-Ferro que eu li nos últimos anos era sobre Tony Stark tentando se tornar Secretário da Defesa dos Estados Unidos. A história inteira não envolvia uma luta sequer contra nenhum supervilão.

    • Opa, obrigado, Cassaro. 🙂
      O Homem de Ferro era um dos meus favoritos até a Guerra Civil, eu realmente acho que ele se perdeu ali. E o bandeiroso acabou se tornando meu favorito nessa mesma saga. Hehehehe. 🙂

  12. Matheus disse:

    Aew Nume! Parabéns pelo artigo!
    O nome da revista do Superman q tava sendo citada aí se chama "Paz na Terra", com desenhos de Alex Ross.
    É muito bacana terem lembrado dela e ela traz tb esse lance do impacto político todo que uma atitude como a do Super provocaria. Isso numa escala em que ele tenta entregar comida pras pessoas, imagine o q daria se ele resolvesse agir de maneira mais drástica!
    O Authority, nesse caso, foi muito bem lembrado.
    falow!
    braços!
    fikem com Deus!
    té +!
    Math

  13. Keldorl disse:

    "política é o único poder com a real capacidade de mudar o mundo"
    Discordo, e a ciência?
    Desde as novas tecnologias que são possíveis com a sua evolução a vacinas, saúde ..qualidade de vida
    Qual seria o impacto de uma super inteligência? E de várias?
    Acredito até que perante a ciência a política fica bemm em segundo plano, mas .. não é nada divertido jogar unicamente nesse tema(mesmo com supers), talvez por falta de imaginação minha, mas acho que qualquer regra em RPG para evolução científica e por consequência tecnológica ficaria limitada e simplória demais.

    • Descobertas científicas, para se tornarem parte do cotidiano, na grande maioria das vezes passam pelo crivo da política. É só lembrar que toda descoberta, antes de ser colocada no mercado, deve ser aprovada pelo governo em quase todos os países do globo.
      Um exemplo claro da determinação política que prevalece sobre a ciência, positivamente, é o Brasil no caso dos remédios contra a AIDS. Enquanto no resto do mundo um coquetel anti-AIDS custa os olhos da cara, no Brasil eles são distribuídos de graça pelo governo. ISTO faz diferença. A ciência sozinha pode criar o coquetel anti-AIDS, mas apenas o governo brasileiro tem o poder de quebrar patentes e distribuir gratuitamente os remédios a população.

      • Tek disse:

        Lembrando que, tecnicamente, quebrar a patente do coquetel anti-AIDS poderia ser considerado um crime por outras nações ou um tribunal plurinacional.
        É a velha história, justifica um pai de família desempregado roubar (nem vou usar matar) para alimentar a mulher e os filhos? Depende do ponto de vista.

        • Sim e não. Vale lembrar que naquele episódio não houve quebra de patente, mas uma mensagem política clara: ou os laboratórios diminuiam os preços e ganhavam menos dinheiro, ou o governo quebraria as patentes e eles não ganhariam nada.
          Foi uma interversão direta e um perfeito exemplo do poder das forças políticas sobre a ciência e a economia. Claro que, como demonstraram alguns dos rapazes aqui, essas mesmas forças podem exercer pressões sobre a política. Mas vou deixar pra comentar isto lá com eles. 😉

  14. Jagunço disse:

    Oxe… Como o ID insiste em censurar meus inocentes comentários/respostas, vou responder aqui mesmo :):
    GJKnight disse:
    "Eeeesse é o problema… O super achar que, com seu poder, ele pode mudar o mundo a seu modo. E começa a esquecer a coletividade, transgride leis, fica contra o governo…"
    Entendo. Eu somente tive a intenção de pensar formas de participação política fora do universo democrático. Política em seu sentido mais amplo, de jogo de poder, de ações de transformação/controle social. 🙂
    Acho genial a sugestão de campanhas/sessões baseadas em intrigas e lutas internas ao mundo do Estado moderno. Mas, também é interessante pensar nas versões "alternativas". Se Madre Teresa e Gandhi fizeram tantas coisas pesando menos de 70kg, imagina alguém com o poder de teleportar toneladas de comida (roubadas de alguma fábrica inglesa) ou mesmo de curar doenças com o simples toque! 🙂
    (Forças paramilitares de supersoldados em defesa de minorias, um jornalista telepata denunciando políticos corruptos ou uma garota ultraveloz que desarma arsenais e impede guerras civis são exemplos não necessariamente opostos ao de luta política! 🙂

  15. Jagunço disse:

    Keldorn disse
    "Acredito até que perante a ciência a política fica bemm em segundo plano"
    Mas, será que é possível pensar a ciência fora do domínio da política? Quem, no fim, decide os usos da ciência?
    Técnica para clonagem já existe, mas a polêmica de sua permissão também. Nem preciso falar de experiências com células-tronco, certo? Por fim, quem determina a capacidade/uso de certas descobertas?
    Vamos lembrar que boa parte da ciência é observada com atenção por forças militares e econômicas (e isso também é política, certo?).
    Abraços. 🙂

    • Keldorl disse:

      Neste exemplo que vc citou o governo limita pesquisa e utilização mas a evolução e modificações causadas por uma teroria partem dela própria e a política e mera coadjuvante nesta história(não na aplicação de algum ramo, mas na evolução da coopreensão)
      portanto respondendo a sua pergunta:
      sim, leia meus últimos posts

  16. Tudor disse:

    Só quero lembrar a forca (nao se bem politica) realmente capas de mudar o mundo é a organizacao da populacao, foi assim que um país de terceiro mundo mandou a maior potencia bélica pra fora de suas fronteiras. Foi o povo unido quem realizou todas as revolucoes sociais que temos em nossa história.
    Contra este tipo poder, nao existe herói que seja capas de se manter no poder (independente do super poder que ele possua), pois mesmo que extermine a populacao que lhe seja contraria, a ideia da contrariedade ainda permanecerá para ser usada por outros.

    • Tudor, tudo isso aí é política. Sem tirar uma virgula sequer e só acrescentando mais e mais coisas.

      • Tudor disse:

        é que quando se fala em política a primeira coisa que vem a mente sao os governos e estados e, bem, estes nao podem, realmente, mudar o mundo pois estao subordinados as vontades e prioridades daqueles que os elegeram (nao o povo, mas os grandes contribuidores das campanhas)

        • Acho que esta é uma visão muito limitante, Tudor. Dizer que governos e estados não podem mudar o mundo é basicamente se entregar sem lutar. E também não acho que ficar reinventando a roda é o caminho, porque no final você sempre vai ter a mesma roda.
          Não importa muito como as coisas são feitas, elas passam através das organizações do povo, que podem ser um estado democrático, comunista ou a simples determinação do povo no anarquismo.

          • Tudor disse:

            Ao contrario meu amigo, dizer que governos e estados nao podem fazer nada para mudar o mundo é um estímulo para que nós o facamos, se pensar da forma como me falas entao basta eu votar em alguem bem disposto a acabar com tudo que a pessoa vai fazer isto? Sabemos que isto nao ocorre o grande exemplo é o que os governos fazem durante os tempos de crise, dao dinheiro a instituicoes financeiras (agora dao até mesmo para industriais), mas nunca chegou verba do governo na minha casa em tempo de necessidade.
            Só podemos mudar alguma coisa se metermos nossa mao na massa e fizermos por nós mesmo.

          • Para mim não é nada estímulante. E o que exatamente você quer dizer com 'acabar com tudo'?
            E na boa, é óbvio que o governo não gostaria de dar dinheiro a banqueiros e industriais. Só que a situação é que se esses banqueiros e industriais falirem, milhões de pessoas que dependem dos negócios deles ficam sem emprego, a economia vai para as cucuias e o povo vai sofrer por anos e anos.
            Então não rola comparar a sua necessidade individual com a necessidade coletiva representada pela falência de vários empreendimentos de grande porte.

          • Tudor disse:

            Ops, pensei uma coisa e escrevi outra, quis dizer que o votante elege seu representante para que o representante resolva seus problemas (nao pessoais, claro, problemas de verbas para a saude, pavimentacao de ruas este tipo de coisa).

  17. Keldorl disse:

    Nume, no caso que vc citou sim, a política se envolve completamente, mas eu estou falando de descobertas muito mais significativas como as teorias de Einstein que quebraram um grande paradigma existente para avançar nossa compreenção do universo. De certo que a política, depois de ver potencial bélico num dos ramos que as novas descobertas permitiram investiram pesado no projeto manhatan e fizeram as bombas atômicas que mudaram o mundo, mas muito mais significativas do que elas são os impactos das próprias teorias em si que permitiu aos cientistas e inventores mais, digamos "normais", inventarem coisas com telivisão, gps, celular e etc.. etc.. e etc…
    "Sem a política as descobertas de Einsten não mudariam, sem Einsten estaríamos sem mudança alguma." Por isso que citei que julgava mais importante a ciência neste aspecto de mudar o mundo.
    O comportamento político todo era previsível, eram pessoas com ambições explícitas e obviamente iriam atrás delas… no entanto imagino caso alguns cientistas se recusassem a participar do tal projeto manhatan, como o jovem Feyman, será que teríamos vistos os horrores que vimos?

    • Mas Keldorl, você não acha que está valorizando a fonte sobre os meios de aproveitamento da fonte? Eu acho que a ciência é uma ferramenta, e cabe a política, a encarnação da vontade do povo, fazer uso dessa ferramenta.
      Assim, as teorias de Einsten poderiam passar despercebidas por séculos até que a determinação política trocasse de direção ? exatamente como ocorreu com Copérnico, por exemplo.

      • Keldorl disse:

        Sim, estou.
        As teorias de einstein não tinham nada a ver com política, a única relação foi quanto ao projeto manhatan. Mas As tecnologias e a visão de mundo que as teorias dele permitem não têm como ser controladas ou limitadas, bem… podem tentar como a igreja tentou calar galileu.

      • Keldorl disse:

        O que ocorreu com Nicolau Copérnico? Não estou lembrando.

  18. Keldorl disse:

    Mas vou além: O mundo muda numa quebra de paradigma, pode não ser em ciência, pode ser um invento, um comportamento…
    Exemplos:
    Sequestrar uns Aviões comerciais e jogar eles contra edifícios.
    A idéia da reciclagem
    Invenção do Computador, do celular e etc…
    Minha visão da política é a de que eles reagem a estas mudanças mas quase nunca são os responsáveis por elas são peças da engrenagem mas não são o motor. E na maioria das vezes que o são são quando fazem o errado e mudam o mundo para pior… na mairia das vezes com guerras.
    A ciência que me referi é essa das grandes idéias, dos ´cientistas teóricos que mudam o mundo ao descobrir uma equação, uma nova idéia que muda não só o horizonte de todo o desenvolvimento como também o que sabemos sobre nós e o universo.

    • Quanto mais eu penso sobre isso, na verdade, mais eu noto que a política sozinha é limitada na tarefa de mudar o mundo, assim como a ciência e a economia também o são. Acho que na verdade a melhor maneira de atingir um estado de evolução contínua é através do equilíbrio destas três forças.

      • Keldorl disse:

        Sim, acho que você tem razão. Pensei aqui no aparelho de tv por exemplo a demanda das pessoas define quanto esse treco vai entrar em suas vidas; a ciência permitiu a esta tecnologia estar disponível e é responsável pelos aprimoramentos da mesma; e a política define regras de censura para a mesma.
        Para este exemplo vc não poderia estar mais correto.

  19. Keldorl disse:

    Quando uma decisão política veta verbas para um experimento o que prejudica são os resultados experimentais e o desenvolvimento tecnológico de um país por exemplo, mas não impede o gênio de mudar o mundo.
    Newton revolucionou o mundo trancafiado numa fazenda, só mostrou ao mundo depois de um tempo por causa de seu ego, depois disso pegou tentou fazer ouro com alquimia e mais tarde ganhou um importante cargo de poder, o que ele fez? Vc provavelmente não sabe, pq é claro que suas contribuições tirevam mais peso na ciência.
    Um cargo político foi oferecido a Einstein tbm que sabiamente o recusou na minha opinião.
    Mas se vc acredita que a política pode salvar o mundo, ao contrário das minhas espectativas talvez pessimistas aos olhos de muitos, você é o cara que eu escolheria para um cargo político.
    Portanto quando for se candidatar me passa se número.
    Abração

    • Na verdade sei, Newton foi membro da camâra dos lordes e sua maior contribuição para a política foi fechar uma janela que deixava o parlamento com uma brisa fria. Acho que Newton seria um grande jogador de World of Warcraft nos tempos modernos. 🙂
      E Einsten recusou a presidência de Israel exatamente como um ato político, ele não aceitava que os judeus fossem tratados como coitados após a segunda guerra, e também discordava da forma como Israel estava sendo criada. Posso estar sendo enganado pela memória, mas ele também achava que enfiar um estado hebreu em meio a dúzias de estados mulçumanos era pedir por encrenca. 🙂

      • Keldorl disse:

        Auhuauhahu Bacana, vc sabe até mais do que eu, eu não conhecia essa da janela.
        Quanto ao Jogador de WoW ele tem ainda mais uma semelhança com muitos deles: Ele morreu virgem.
        huahuauhahuauhahua
        Pessoal que joga não me leve a mal, foi só uma brincadeira. Na verdade tem até uma galera de filmes adultos que joga.(rolei um 20 em cultura inútil)

  20. Keldorl disse:

    Dentro dessa minha teoria de que mudanças significativas nascem de uma quebra de paradigma:
    nada impede dessa quebra surgir dentro da própia política, ou de uma quebra de tradições culturais, ou religiosas.
    Num ambito muito menor e menos pretencioso, pq talvez mudar o mundo seja muito até para quem tem superr poders, "como você pode mudar uma pessoa?"
    Fazer ela quebrar seus próprios paradigamas e por sua intervenção o destino dessa pessoa mudar completamente? Fazer talvez ela ser mais atuante e menos um robô da sociedade talvez?
    Não é fácil mudar uma única pessoa.
    Talvez o jeito mais fácil é também o mais pobre que é matando tal pessoa.

  21. Tudor disse:

    Keldorl, diferente de ti acredito que a ciencia esteja subordinada a política e destes um exemplo de como isto ocorre mais acima quando falastes de fundos de pesquisa diferenciados nos diferentes setores (como a pesquisa de bio combustiveis e a pesquisa básica de biodiversidade aqui no Brasil). Um outro fator desta submissao é o fato de que todo cientista é um ser humano e está submetido a uma ideologia (pelo menos de um grupo de pessoas do qual faz parte – portanto política), nao existe ser humano que consiga pensar de maneira científica o tempo todo e, quando isto acontece, se tem a introducao da ideologia no pensamento.
    Outra coisa que discordo é a existencia de "grandes genios" vejo as quebras de paradigma feitas por essas pessoas nao como resultado de pesquisas e pensamentos individuias, vejo estas pessoas como aglutinadoras dos pensamentos mais radicais em suas áreas ex: Darwin já deixou a Inglaterra com uma boa bagagem de teorias evolucionistas presentes na época, além da teoria de Malthus que forneceu a base para que ele pudesse formular a selecao natural e sua teria de evolucao. Resumindo, existem períodos longos de estabilidade cercados por rápidos períodos onde ocorrem a quebra de paradigmas, sao nestes longos períodos de estabilidade que as idéias que podem quebrar o atual paradigma sao criadas e vao sendo lapidadas até o dia em que uma pessoa (ou grupo) as reuna e forme algo completamente novo do que já existe.

    • Keldorl disse:

      O incentivo do governo com a pesquisa pode ajudar bastante, ainda mais hj que ser pesquisador já é um meio de vida, mas Newton não tinha nada desse tipo e isso não o impediu de dar um salto quântico com nossa ciência, nem einsten que trabalhava em um escritório de patentes.
      Hoje com a internet e tendo aulas da Stanford , MIT e tantas outras instituições de ensino disponibilizadas gratuitamente, e até mesmo com a pirataria virtual de livros, um novo gênio pode surgir sem subsídio algum em qualquer parte do mundo.
      Mas para campos de pesquisa, concordo com vc, como no caso dos biocombustíveis, aí estão totalmete sujeitos a decisões da política para patrocinar tal pesquisa. Ou obter fora do governo(interesses de empresas) o investimento, que de certa forma continuaria sendo política?

    • Keldorl disse:

      Quanto a regra de longos períodos de estabilidade eu discordo, acho que não há regras para a quebra de paradigmas. Pode se invetar algo que hj é a cereja do bolo e logo amanhã deixou de ser e foi passada por outra.
      E Darwin apesar de muitos elementos estarem ao seu alcance foi sim um gênio , afinal de contas mesmo com todas as ferramentas a mão pensar fora da caixa não é o óbvio.

    • koboldvhp disse:

      Voltando ao comentário do Tudor, que na minha opnião foi muito certeiro: "todo cientista é um ser humano e está submetido a uma ideologia (pelo menos de um grupo de pessoas do qual faz parte – portanto política), nao existe ser humano que consiga pensar de maneira científica o tempo todo e, quando isto acontece, se tem a introducao da ideologia no pensamento."
      Um cientista, ao realizar suas pesquisas, tem além do método científico uma carga ideológica pessoal muito forte. A escolha da metodologia pode alterar todo um resultado da pesquisa, e só o fato de você escolher é uma decisão política. Voltemos o já mil vezes citados Einstein. Ele provou matematicamente que a mecanica quântica era baseada em probabilidades, mas não quiz acreditar. Depois ele voltou atrás, mas o fato dele duvidar da própria resposta encontrada está diretamente relacionado com a construção pessoal dele, que na minha opnião é fruto de um meio, que é político.

      • Keldorl disse:

        "A escolha da metodologia pode alterar todo um resultado da pesquisa, e só o fato de você escolher é uma decisão política"
        Aí é que você se engana, as ideologias não podem interferir no trabalho de um físioco como por exemplo Albert Einstein, o compromisso deve ser apenas com a verdade e a descoberta é fruto de raciocínio lógico e inteligência.

      • Keldorl disse:

        É o desapego de convicções que permite o gênio pensar fora da caixa; e você mesmo citou o exemplo perfeito de como uma ideologia pode atrapalhar o trabalho do cientista(mas se quiser temos inúmeros outros): Einstein se negou a aceitar as teorias (mesmo que ele tenha colaborado para o surgimento das mesmas) que seus parceiros aviam descoberto (Planck , Heisenberg, Bohr, Schrödinger e etc..) por causa de sua convicção filosófica sobre "Deus não Jogar dados"(com deus ele se referia ao deus de Espinosa, no qual ele acreditava) e essa sua convicção o atrapalhou depois teve que aceitar, afinal de contas ele era muito mais cientsta do que fanático religioso ou apegado a qualquer ideologia, e percebeu que aquelas equações que envolviam probabilidade explicavam muitas coisas e portanto eram uma evolução em um dos campos da física. E provavelmente agradeceu seus compadres por mostrar que ele estava errado.

      • Keldorl disse:

        E vc deu a política um significado muito mais abrangente do que o inicialmente referido neste post, da mesma forma eu poderia falar que ciência é o estudo da natureza e como todas as pessoas pertencem a mesma … entendeu?
        Com política eu etava pensando em: 1ciência da organização, adiministração e direção de nações 2 arte de dirigir os negócios públicos 3 habilidade no agir e no tratar.
        E como RPGista: deus joga dados e as vezes joga em lugares onde não podemos vêlos. (é, atrás do escudo do mestre)hahahaha

        • koboldvhp disse:

          Bom, respondendo aos três posts acima. Eu não acredito em desapego de convicções (inclusive desta convicção hahaha). Acho que isso não passa de uma idéia que julga o homem somente pelo aspecto racional e o homem não é só isso. Para não dizer que isso não existe, posso considerar um ideal a ser perseguido, mas que não passa de uma utopia. Até a própria linguagem é uma limitação para o pensamento científico, quem dirá outros fatores. Mas ok, concordo com você, dei um sentido muito abrangente para a política, que talvez até impossibilite a discussão, não por ser a verdade, mas por já conter a resposta na própria na suposição: tudo é política, logo, não há discussão. 🙂

          • Keldorl disse:

            Não estou disendo que os físicos citados têm total desapego de convicções, cada um deles acredita no que quiser e geralmente são bem diversos não se podendo esteriotipar uma ideologia a eles com exceção de algumas diretrizes como o compromisso com a verdade e a grande curiosidade pelo mundo, mas estas convicções à parte não podem ser tão enraizadas pq se não acabam por limitar na hora de desenvolver uma teoria como citado no exemplo anterior da idéia que Einsten tinha de Deus(a lá Espinosa) e como ele acreditava que isso interferia nas leis da física.
            Quanto a linguagem(neste caso a matemática) ela é desenvolvida muitas vezes pelos próprios físicos(e pelos matemáticos tbm) para servir o propósito de explicar a idéia e portanto não a vejo como um limitante, ainda mais sendo que a mesma sempre evolui sendo atualizada com novos componentes, desde o simbolo de "=" 'aos diagramas de feyman que parecem mais desenhos.hehehe

      • Keldorl disse:

        E só para corrigir uma coisinha: Einstein não provou que a física quântica era baseada em probabilidades como vc disse, as teorias que surgiram "eram" baseadas em probabilidade e ponto; ele só não gostou da idéia por considerá-la absurda e contrária as suas convicções, mas elas estão aí até hj… e sempre estarão pq funcionam, predizem coisas sobre a natureza, em física quando uma teoria grande surge ele se perpetua, pq na verdade não é uma teoria mas uma descoberta! sobre o nosso universo, assim uma nova teoria supera as anteriores ao abrangê-las no seu cerne e explicar novos fenômenos onde a fronteira das anteriores falhavam. Assim como as leis de Maxwell abrangem as de faraday e gauss. e como as de Einstein abrangem as de Newton e Maxwell.

  22. Nup disse:

    Nume, teu e-mail num tah cum problema naum? teve ateh um carinha q comento iso no post da promossaum de maio q naum conseguiu enviar o walpaper lah

  23. koboldvhp disse:

    Voltando ao comentário do Tudor, que na minha opnião foi muito certeiro: "todo cientista é um ser humano e está submetido a uma ideologia (pelo menos de um grupo de pessoas do qual faz parte – portanto política), nao existe ser humano que consiga pensar de maneira científica o tempo todo e, quando isto acontece, se tem a introducao da ideologia no pensamento."
    Um cientista, ao realizar suas pesquisas, tem além do método científico uma carga ideológica pessoal muito forte. A escolha da metodologia pode alterar todo um resultado da pesquisa, e só o fato de você escolher é uma decisão política. Voltemos o já mil vezes citados Einstein. Ele provou matematicamente que a mecanica quântica era baseada em probabilidades, mas não quiz acreditar. Depois ele voltou atrás, mas o fato dele duvidar da própria resposta encontrada está diretamente relacionado com a construção pessoal dele, que na minha opnião é fruto de um meio, que é político.

  24. A Mulher-Maravilha tb se envolve com ações politicas sociais ( e durante um tempo foi embaixadora na ONU com status de imunidade diplomatica e tudo mais), principalmente a voltada para combater a violencia contra mulheres e crianças.
    Alias ela tem um album especial (tb do Alex Ross) chamada o Espirito da Verdade, que toca nesse ponto das dificuldades de semi-deuses lidarem com problemas reais.
    Alem disso se algum super dicidir mudar o mundo da maneira que acredita ser melhor, vai abrir espaço p/ uma serie de reflexões: no caso da telepatia por exemplo: seria possivel condenar alguem com base no depoimento de uma unica pessoa? a leitura de mentes não seria invasão de privacidade? lembrando que p/ qualquer tipo de inspeionagem (grampo telefonico, leitura de mails) tem que ser autorizada pela justiça ou seria considerada ilegal.

Deixe uma resposta