O futuro do RPG

O Shingo do blog 42 surgiu com uma idéia interessante copiada de alguns blogs estadunidenses: prever o futuro do RPG. Opa, mas peralá!, antes de mais nada, são apenas minhas observações pessoais e esperanças para o futuro. Ninguém aqui está tentando colocar a Verdade na sua goela abaixo. Então vamos as perguntas e respostas sobre o futuro:

  • Quais jogos serão lançados atraindo grande número de jogadores em um futuro próximo?

Tormenta RPG e Pathfinder RPG, absolutamente. Não vejo mais nenhum jogo com o lançamento anunciado que possa atrair tantos jogadores em tão pouco tempo quanto estes dois. Talvez o Dragon Age Paper & Pen RPG da Green Ronin, já que terá apoio de um game que é uma aposta grande da BioWare, mas mesmo assim acho difícil.

  • Quais companhias nos devemos ficar de olho, pois lançarão o próximo grande produto do mercado?

Jambô. Sempre. Tanto pelo Tormenta RPG quanto pela volta das Aventuras Fantásticas. E a Devir, que com a reestruturação pela qual vem passando parece que quer voltar a prestar atenção no RPG,  inclusive colocando livros de RPG nas bancas.
Lá fora os destaques ficam para a Paizo e a Green Ronin pelos jogos Pathfinder RPG e Dragon Age Paper & Pen RPG.

  • O quanto a tecnologia vai se integrar ao RPG?

Quer dizer: o quanto mais a tecnologia vai se integrar ao RPG, né? Porque atualmente nos já temos mestres que usam notebooks em vez de cadernos e PDFs em vez de livros. E não estou falando de RPGista de classe alta e tal. Hoje em dia você acha notebook modestos a mil reais e parcelados em vinte e quatro vezes sem juros nas Casas Bahia da vida. Qualquer adolescente que trabalhe por um salário minimo consegue comprar. Sério.
Enquanto lá nos EUA serviços como o D&D Insider da Wizards e o Dungeonaday.com do Monte Cook seguem crescendo oferecendo material de apoio online para mestres e jogadores, aqui no Brasil ferramentas como o Taulukko e o iRPG se tornam cada vez mais populares. Então, na minha opinião, a tecnologia está e continuará sendo integrada a mesa de jogo. Seja substituindo-a, como no caso dos jogos online, seja como suporte a ela.

  • Que escritor da indústria nos precisamos ficar de olho?

Leonel Caldela. Disparado. Também recomendo ficar sempre de olho no Rocha do Área Cinza e no resto do pessoal do antigo Círculo. Lá fora eu recomendo o ganhador do RPG Superstar 2009 da Paizo: Neil Spicer.

  • Quais blogs você vê que crescerão e se tornarão os próximos grandes.

O 42 do Shingo é um que tem futuro. Ele escreve relativamente bem, presta atenção nas notícias internacionais e parece ter bastante disposição em tocar pra frente o blog. O Pensotopia também é legal. Ah, e o Inominattus, claro. Provavelmente é muita pretensão mas, realmente aposto na gente aqui do .20, porque, bem, se não acreditar em mim, quem é que vai fazer isso?

  • O que você vê como o futuro da indústria?

Diversificação. Porque toda editora de RPG tem que ser apenas uma editora de RPG? Eu tento enxergar o RPG como um negócio, e nos negócios que eu toquei até agora, diversificação sempre ajudou. Seja uma máquina de sorvete pra criançada que não quer comer batata frita com os pais, seja cigarros e um canto para fumantes. Diversificação agrega valor a marca.
Eu acho que o maior problema das editoras de RPG é que o RPG é um mercado pequeno pra sustentar os sonhos de um empresário competente. E criar um mercado consumidor pode ser difícil. Então porque não agregar consumidores para os seus produtos? É por isso que Tormenta fez e continua fazendo sucesso: tem RPG, quadrinhos e romances publicados. Tudo agregando valor a marca. E é pelo mesmo motivo que eu aposto em canal de videos do .20 no YouTube, charges e quadrinhos e outras idéias pro blog.

João Paulo Francisconi

Amante de literatura e boa comida, autor de Cosa Nostra, coautor do Bestiário de Arton e Só Aventuras Volume 3, autor desde 2008 aqui no RPGista. Algumas pessoas me conhecem como Nume.

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14 Resultados

  1. rsemente disse:

    O ultimo ponto é o mais importante! é uma pena que as miniaturas não terão nenhum suporte pela Devir, elas agregavam valor. Precisamos de coisas de RPG em outras midias, um RPG de mesa de um RPG virtual (isso dá certo, fiquem de olho no dragon age)., um quarinho, romances (Que fazem verdadeiros faz se bem escritos)…
    É isso ai!

  2. FenrirX disse:

    Falando em agregar valores, coisa que a WoTC faz, junto com algumas outras editoras, não é só fazer livros e romances agregados, mas itens que agradem o jogadores também: camisas, bottons, cadernos… Se as editoras daqui do Brasil souberem como explorar esse potencial de venda, terão sucesso.
    Em questão de futuro do RPG, não vejo muita evolução – não evoluiu muito nesses últimos anos – somente se adaptou para a modernidade. Se evoluir mais do que já está, deixamos de jogar RPG e vamos jogar MMORPG.

  3. Filipi disse:

    Eu ainda acredito que teremos um dia Action Figures de Tormenta vendendo nas lojas!
    😀

  4. Fernando disse:

    COMO O COMENTÁRIO É MUITO GRANDE, VOU QUEBRA-LO EM VÁRIOS COMMENTS MENORES…
    Senhores, gostaria de fornecer meus $0,02 sobre o assunto "O quanto a tecnologia vai se integrar ao RPG?", principalmente sobre o mito de "substituir o RPG pelo ORPG".
    Mudanças advindas do uso popularizado da internet são notadas em todas as áreas. Gostaria de colocar em foco, o que acontece com jornais e revistas: Hoje em dia, 99,999% dos jornais de grande tiragem possuem site e publicam lá noticias ainda mais atualizadas que em seus jornais (Jornal de ontem com notícia de anteontem), podendo fornecer, aos seus leitores, acesso em tempo real a muitas situações, o que não é possivel com a mídia impressa. Mesmo assim, a venda de jornais não cessou e essas empresas não pararam de lucrar. Enquanto o lucro com jornais e revistas impressas foi, sim, afetado pelos leitores que preferem a midia online, o custo de manter um leitor assíduo na internet é tremendamente menor do que com papel…

  5. Fernando disse:

    Custos como canais de distribuição, tinta, manutenção das gigantescas calandras (Eis aí um custo realmente consideravel), isso tudo vai abaixo, podendo fornecer informação a preços MUITO mais competitivos. O jornal não morreu, só mudou o formato.
    Da mesma forma, o mundo do RPG está se transformando a passos largos, graças ao acesso popular a tecnologia (não só a internet).

  6. Fernando disse:

    De ferramentas para o GM (Geradores automáticos, livros em pdf, etc) a novos mundos virtuais, a forma de se contar uma história e de se gerar "diversão" ficou diferente.Em minha humilde opinião, a forma de entretenimento e o trabalho necessário para gerar esse entretenimento pelo RPG não mudou: apenas as ferramentas para que isso aconteça estão se transformando. O que antes eram livros e fichas, hoje são "Game Engines", clientes e servidores.

  7. Fernando disse:

    Mas eu pergunto: O quão diferente é, pelo lado das habilidades necessárias e e do talento requerido, criar um jogo online ou offline? Ja respondendo: Nenhuma!!!! Qual é a diferença entre os "Level / Zone Designers" e os mestres de jogos? Nenhuma… A diferença é que eles tem ferramentas e pessoas para tornar aquelas ideias abstratas em modelos bonitos, ou seja, FERRAMENTA…

  8. Fernando disse:

    O que precisa acontecer é a troca do paradigma. Eu pagaria US$ 50,00 para ter as ferramentas para mestrar meu jogo de forma online (ou mesmo via LAN) para meu grupo de jogo. Junta todo mundo numa sala, cada um com seu computador (ja tem laptop a menos de mil reais) e até as risadas são as mesmas. Com a diferença que aquilo que deveria ser imaginário, agora é visivel e cheio de detalhes.
    Enfim, está ai meus $0,02, e até um certo desabafo. Peço desculpas, mais uma vez, pelo comment split.

  9. Tomei a liberdade de postar responder às mesmas questões no meu blog.
    Acredito mesmo que uma das chaves para sucesso seja a diversificação, assim como você cita em relação ao .20

  10. Leonel disse:

    Fiquei tão honrado que vou agora mesmo falar com o Nume pessoalmente.

  11. Ele vem fazendo isto por dez anos, junto com 3D&T, não é nem questão de ter potencial ? Tormenta já tem essa propriedade.
    – Concordo com você, mas acredito que 3D&T seja muito mais voltado para esse fim do que Tormenta. Tormenta é um cenário, muito legal, diga-se de passagem, mas acho que ao nível que ele chegou fica difícil dizer que atrai iniciantes. Embora seja de fácil acesso, acho difícil ele ser carro chefe nessa iniciação.
    Improvável. Digo, os jogadores antigos vão se interessar, claro. Mas isso não impede que um garotinho possa ler o livro e se interessar.
    – Não por isso, um garotinho pode ler jornal e se interessar. Digo atrair novos jogadores no sentido de ser uma "arma" a ser usada para iniciação, e continuo achando que não vai ser totalmente voltado para iniciantes.
    E queira ou não queira, essa série é um best-seller mundial que vender mais de vinte milhões de livros,substimá-la não é uma boa idéia.
    -Não subestimei. Acredito no potencial dela como livro para "veteranos", mas julgar que ela vai atrair mais pessoas para o hobby vai além de especulação. Mas só o tempo nos dirá quem está certo(a) ou errado(a). Eu ficaria feliz se o livro atraísse muito mais gente para o RPG. Seria uma ajuda muito bem vinda.

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