Romância migra para a 4E!

Sendo inegável a solidez das novas regras, bem como a força da marca Dungeons & Dragons, seria sandice não abandonar a moribunda OGL e levar o Romância para a GSL. Claro que algumas coisas requerem uma ligeira reformulação, mas, depois de muito refletir, acredito que as mudanças decorrentes desta mudança de plataforma sejam predominantemente benignas. Embora, pessoalmente, eu torça o nariz para certas alterações, elas, com efeito, contribuem para a melhoria do cenário como um todo: cai fora toda a carga inútil de histórios esnobes, carregados de toda uma teoria complicada e, francamente, chata; entra material usável nos momentos emocionantes do jogo. O tratamento estético também entra nessa nova fase: em vez de ilustrações decadentes, grotescas e de detalhismo supérfluo, teremos uma imagem mais amigável — o bom e despretensioso mangá clássico, que todos gostam e com que se identificam.

Vampiro Harmonista e Felina Ladina

Vampiro Harmonista (Controlador Musical) e Felina Ladina



Raças
Além dos dominantes e versáteis Humanos, temos os racionais Eladrin da ilha de Elísia, os aristocráticos e decadentes Drow do Oriente (chamados de Elfos-lótus). Os elfos, por sua vez, graças a um pacto de imortalidade com as forças do Mal, acabaram por tornar-se Vampiros (cujo poder racial permite recuperar Surtos de Cura ao acertar um oponente com seu Dreno de Sangue). Em infinita guerra contra emoldurada em honra e aço, contra os primitivos anões, temos os Trolls, que se parecem com enormes humanos de pele azul, cabelos brancos, pequenos chifres, sendo Guerreiros ideais graças a seu bônus em Força e Constituição. Das florestas da Arcádia (um ponto de interseção entre o Plano Material e a Agrestia das Fadas), há os Elfos que não foram corrompidos pelo vampirismo, bem como os Gnomos (chamados de Brownies). Os Felinos se parecem com humanos, mas possuem orelhas e cauda de gato; apesar de sua aparência, são criaturas bastante selvagens, ágeis e agressivas
Classes
Todas as classes do Player’s Hanbook existem no cenário (as classes Marciais, contudo, têm acesso a novos poderes baseados no uso de armas de fogo). Além delas, existem o Duelista Aristocrático (um Controlador Marcial) e as classes Harmonista (Controlador) e Roqueiro (Atacante), da fonte de poder Rapsodomancia (a música mágica de Romância) — substituem o Bardo do Player’s Handbook 2, e usam instrumentos musicais (incluindo guitarras elétricas) como Implemento. Outra nova fonte de poder será a Ciência Arcana, com suas classes Químico (Atacante), Engenheiro (Defensor) e Psicologista (Controlador), além dos Paragon Paths Psicoempata, Biocineticista e Eletromagnetista.
Estéticas
Estas mudaram um bocado; em vez de um monte de conceitos filosóficos (e chatos!) que ninguém entendia, elas agora atuam como fontes secundárias de poder, que modificam e melhoram poderes com certas palavras-chaves, além de, em Paragon Paths, concederem poderes próprios.
Elegante (Alinhamento Bom): bela e exuberante, esta estética melhora poderes com a palavra-chave Ecantamento (Charm) e Psíquico.
Celestial (Alinhamento Leal e Bom): a estética da pureza aumenta poderes que causem dano Radiante e da palavra-chave Cura.
Punk (Caótico e Mau): ideal para atacantes, se especializa em poderes de dano direto, e, por sua rebeldia, é relacionada a bônus nas Defesas, bem como testes de resistência.
Gótico (Mau): a estética das trevas, está relacionada ao dano Necrótico.
Nações:
Sob o conceito de pontos de luz, agora as nações são bastante isoladas. São quatro grandes reinos, cada um ligado a uma das estéticas.
Vitória, o reino elegante, é o lar dos bons. Lá se estuda ciência arcana e a magia musical, e os aventureiros mais ousados costumam residir nessa cidade. Após uma grande catástrofe em que as forças do mal destruíram o lar dos trolls, o reino de Vitória os acolheu. Em seus arredores, há a floresta de Arcádia, onde residem os elfos e gnomos. Os Valorosos de Vitória por vezes recrutam o auxílio dos jogadores em arriscadas missões em nome da Rainha.
Funére é o reino gótico. Um local pavoroso, onde malignos vampiros exploram os vivos em uma aristocracia decadente. O clima de maldade acabou atraindo os drow, que lá residem graças a um pacto profano com a rainha dos vampiros. Alguns habitantes, contudo, se revoltam contra a injustiça que lá impera, e se unem com aventureiros para lutar contra o reinado de trevas.
Elísia, o reino celestial, é lar dos eladrin, e o maior símbolo da ordem e de tudo que é sagrado. São inimigos mortais de Funére, e a todo custo impedem que os odiosos vampiros roubem o segredo de sua magia ancestral. Lá encontramos as orden de paladinos eladrin, que combinam magia divina com um férreo código de conduta honrada.
Katzenburg é o reino punk, e, por serem criaturas de instinto, os felinos que lá governam carecem de bons valores morais. É um reino anárquico e violento — algumas vezes, contudo, cientistas sensatos, dotados da curiosidade felina, se opõem a tal ambiente de desordem e amoralidade.
Demônios Teráticos
Fruto do pecado entre dois deuses malignos, nasceu Terátia, a deusa dos pesadelos. Suas crias são viciosas, malignas, e, por sempre disformes e incompletas, querem devorar tudo aquilo que encontram (sobretudo aventureiros). Demônios teráticos são monstros (geralmente Espreitadores ou Brutos, sendo os mais poderosos Artilharia), mas também podem ser feitos adicionando o template Cria Terática a um monstro aberração ou morto-vivo.
Àqueles que gostam do cenário em sua configuração prévia, posso apenas me desculpar. Para estes, ainda haverá os contos sobre o cenário, que se utilizam daquela configuração semi-industrial e inusitada mas que, infelizmente, não era divertida como cenário de jogo. Ainda assim, peço que dêem uma chance à 4a. edição do Dungeons & Dragons, que é um jogo muito divertido, e cujas decisões temáticas têm tudo a ver com as coisas que são corretas e desejáveis em termos de jogos de fantasia.

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9 Resultados

  1. Cassaro disse:

    Fala sério, Shido! Você também?!!!

  2. Por muito tempo neglicenciei um dos ensinamentos básicos que tive na faculdade de Design: não se pode ignorar as tendências de mercado.
    O RPG como conhecemos é obsoleto, moribundo, e os criadores do D&D4e tiveram visão — os MMORPG são o futuro inegável. Junte-se ou pereça.
    Espero realmente que você, como criador de jogos, também consiga ver que a 4e é o único futuro possível, e, com isso, desista de processar a Jambô, que só quer o bem do Tormenta.

  3. Adão Pinheiro disse:

    Qualé Cassaro, 7 buzilhões de pessoas que jogam MMORPGs não podem estar erradas!

  4. Oriebir disse:

    É verdade Cassaro, o Shido está coberto de razão. Mesmo eu que nunca joguei assiduamente D20 (só desenvolvi algumas coisas – e com a ajuda de outros), já estou aderindo à 4ª edição. É inegável a sua superioridade e, aproveito para endossar o pedido do Shido pra que você reconsidere e não processe a Jambô, que só quer o bem de todos. Por respeito ao seu trabalho e aos seus fãs.

  5. Tek disse:

    Adão, só nos servidores oficiais da Blizzard são 11 milhões e meio de jogadores de World of Warcraft.
    E eu gostei do Romância 4.0, é arrojado e robusto como o Opala 4.0 😉
    Uma coisa: se o Vampiro Harmonista é um Controller Musical, a Felina Ladina (além de uma ótima cacofonia, como o Falcão Fatídico do Área de Tormenta) é uma Striker Miguxa?

  6. Adão Pinheiro disse:

    Tek, eu me referi a todos os jogadores de MMORPG, e não só os de WoW. Logo, 11 milhões deve dar uns 4/9 de 7 buzilhões, pelo que consta aqui na calculadora do windows. 😛

  7. “Qualé Cassaro, 7 buzilhões de pessoas que jogam MMORPGs não podem estar erradas!”
    Quase morri de rir com essa… 😀
    Mas,alguém pode me dizer sobre aquele papo de:
    ” O mercado ignora a 4ª Edição? ” 😉

  8. Keldorl disse:

    Poxa… me decepcionei feio desta vez, foram seus posts que me trouxeram ao .20, por causa da maneira excelente como escreve assim como a inteligência na hora de tratar os temas mas principalmente por causa da autenticidade, mesmo muitas vezes não gostando do estilo de um desenho ou de outro eu sabia que aquilo era autêntico, seu estilo mas dar o braço a torcer a tendências de mercado, pode até vender mais mas na minha opinião estragou a obra de arte, deixou de ser arte e virou produto.
    O estilo orgânico de arte que se desenvolvia como naquela escultura do crânio e cabeça de uma raça do cenário(fabulosa por sinal), e toda a abordagem pseudo científica, agora relegados a regras de poderes da 4rta edição e arte no estilo mangá de traços infantis e cartunescos. Menininha colegial com orelha de gatinho.
    E depois de escrever tudo isso percebo que na verdade deve ser uma brincadeira de 1ro de abril… desferi toda minha cólera em vão…
    AHHHHHHhhhh
    um pedala virtual pra você!

  9. Arquimago disse:

    Essa é primeiro de abril! Por isso que só bati o olho!

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