Os RPGistas querem acabar com o RPG
Definindo
Talvez a melhor coisa que eu já li sobre os RPGistas, em geral, seja esse trecho escrito pelo Jaime Daniel Cancela, na época, presidente da Ludus Culturalis, para a Nível Épico. Ele conseguiu, em um parágrafo, definir o que eu entendo pelo atual público consumidor de RPG no país:
“O jogador de RPG exige respeito da imprensa, da igreja, do professor, dos pais, dos amigos, de Deus e do Chuck Norris! Mas esquece uma coisinha. Respeito deve ser conquistado também! Claro que se presume que todos merecem ser tratados igualmente perante a lei, mas espera-se que todos tenham igual comportamento também. E a verdade é que o mundo do RPG no Brasil é extremamente imaturo. E isso não é exclusividade dos jogadores! Mesmo entre quem faz o RPG no Brasil vê-se muitas atitudes imaturas ou amadoras. E isso não ajuda nada a questão.”
Pois é por aí mesmo, visão muito atual. O destaque vai para: “E a verdade é que o mundo do RPG no Brasil é extremamente imaturo”.
Obs: Na época, o Jaime se referia ao respeito exigido pelos jogadores de RPG devido aos supostos crimes que ocorreram relacionados ao jogo – ainda farei uma matéria completa sobre isso. Eu estou, aqui, usando esse trecho para me referir aos RPGistas como um todo.
Escondendo o Jogo
É isso que as empresas, os narradores e jogadores vêm fazendo. Um colocando a culpa no outro.
Por um lado empresas não divulgam seus produtos, mas não o fazem, pois, segundo elas, o consumidor não compra seus produtos para justificar investimentos arriscados. Tudo acaba entrando no mérito do marinheiro e sua Jolly Roger.
Para contrabalançar vem o consumidor que, ora bolas, só consome na medida que é estimulado para tanto. Papel das empresas. Mas, como não existe estímulo, e aí entramos no preço dos produtos ofertados e sua qualidade, o jogador se sente desmotivado. Resultado: um jogador desmotivado pode ser igual a 6 ou mais jogadores desmotivados. E assim por diante, principalmente se o tal jogador for o Mestre do jogo. E como o cliente sempre tem razão…
Isso pode ajudar a esboçar alguns dos diversos motivos que cada vez menos encontramos novos jogadores. Lembram daquela molecada que lotava os eventos, deslumbrada com seu primeiro combate contra um dragão? Pois é, alguém viu?
Desserviço
É isso que, se pararmos para pensar, estamos fazendo. Claro, antes que me mandem e-mails explosivos: existem exceções e aqui eu quero ser o mais objetivo e simplista possível. Falo de regras não de exceções. Mas admito: elas são uma ótima pauta para um futuro post!
Voltando…
Quando deixamos de ter motivação para jogar, por falha das empresas do ramo, deixamos de acompanhar os lançamentos de longe, que seja. Assim prestamos um desserviço ao hobby, como identificou um publicitário amigo meu. É isso que está acontecendo, o consumidor de jogos de RPG anda cada vez mais triste e desmotivado com o cenário que ele se vê obrigado a engolir. Aí quando acontece um evento, por exemplo, ele não tem ânimo para comparecer e o evento fracassa. Importante: não quero dizer que o RPGista tenha que sair comprando tudo o que não for usar e o que não gostar. Mas, se você não joga mais, e não for desapegado dos seus livros a ponto de doá-lo, provavelmente, não “criará” novos jogadores. Uma pena.
O Drama
O drama é o seguinte, pensem nessa situação: João, 14 anos, comprou seu primeiro livro de RPG, um módulo básico de GURPS – adoro GURPS. Juntou 5 amigos e começou a jogar, e jogar e jogar. Acompanhava revistas, comprava livros, ficava atento aos eventos e, de repente, cresceu. A história do menino maluquinho não acaba aí, mas, fica mais incerta, complicada. Com uma periodicidade indefinida.
Agora ele tem 21 anos, está quase se formando em Física e tem uma namorada, do mesmo curso. Sua namorada não joga, não gosta. “Coisa de garotos”. Diz ela.
Ele trabalha para pagar a faculdade, e todos os seus amigos que começaram jogando em seu grupo, estão se formando, TCC e coisa e tal. Nada de RPG. Pra piorar nada de eventos, lançamentos e revistas como antes. Tudo demora mais pra ser lançado e está mais caro.
Seus amigos fundaram seus próprios grupos, hoje extintos. Eram, geralmente narradores.
O que João poderia fazer? Narrar para iniciantes. Mas isso é cada vez mais raro!
Desse exemplo pode-se extrair, por médias, os seguintes números: João e 5 amigos. 6 pessoas. Multiplicamos 5 por 4 – uma média de cada grupo dos amigos.
Mais ou menos 25 pessoas que conheceram o RPG por causa daquele um, chamado João. Que comprou um livro preto, esquisito, que tinha a sigla “RPG” na capa.
Moral da História
Não posso dizer que as vendas de livros de RPG estão em queda. Isso seria mera especulação da minha parte, mas posso dizer pelo que tenho visto nesses diversos eventos que eu produzi, e nos diversos relatos que eu sempre procuro “extrair” de todo mundo que participa ativamente do mercado, que os jogadores não estão se renovando. Não me venham com essa de crise, não estou analisando a oferta, mas sim a procura. O que é muito, mas muito, pior!
Claro que ninguém que gosta de uma coisa quer acabar com ela, as empresas mesmo não querem acabar com seus negócios, mas conforme o andar da carruagem é o que tende a acontecer. O RPG não vai acabar, isso seria até engraçado de ser dito. Já o mercado, ah, esse sim, que quase inexiste, pode ter seus dias contados.
Represntou bem o processo que parece vivermos. Isso mais ou menos acontece comigo. Tenho que pagar faculdade, esposa,… e não jogo a um tempão.
Os jogadores que eu formei estão mais ou menos assim.
Mas só faltou uma coisa pra completar o artigo: Sugestões.
Eu tenho algumas dicas: Falta daqueles produtos de RPG que se parece com o que a molecada mais gosta.
O Pessoal gosta de Turma a Monica (ou Turma da Monica Jovem)? por que não fazer uma aventura revistinha que seja uma aventura solo ?
São produtos paratos que venderiam como outras revistas, e criariam um grupo.
Mas o que a molecada gosta mais é vieo game, e é dificil o RPG concorrer com o Game (não venha com 4E é pra isso que acaba não sendo igual a nenhum console, talvez quando o Game Table sair……).
poderia chutar algumas outras soluções, mas nada comprovado, só idéias. Acho que a galkaera devia dar suas sugestões.
Só Deus e a minha esposa sabem do esforço que pessoalmente eu empreendo para continuar jogando, para continuar acompanhando o que acontece no meio e para manter o Lote do Betão. Não é fácil com uma segunda pós-graduação, contas a pagar, aulas a planejar, diários, notas, faltas, atestados e outras coisas que exigem a minha atenção. Mas, para o bem ou para o mal, foi o hobby que eu escolhi. Divirto-me muito mais com esse tipo de jogo do que com outros e como eu não bebo e não fumo deveria sobrar, teoricamente, uns trocados para comprar coisas novas.
Ótimo post e ótima sugestão do Rsemente. Produtos para iniciantes devem ser mais atraentes e existirem com mais freqüência no mercado nacional.
Lembro que em 1994 havia um livro-jogo de futebol especial para a Copa do Mundo que começaria naquele ano. O joguinho era bem simples, mas muito bem elaborado e atingia um grande público. O livro era distribuído gratuitamente na bienal do livro em São Paulo (ou seja, atingindo um público que pode nunca ter ouvido falar em RPG) e deve ter sido a primeira experiência próxima ao RPG de muita gente.
Que tal expandir essa idéia, e desenvolver novas mini-aventuras e livros-jogos para eventos fora do “circuito RPGístico”, nem precisamos esperar que empresas façam isso, na blogosfera RPGística temos talento de sobra para isso…o q
oops..cortou o final sem querer.
faltou só terminar com um:
“O que dizem?”
abs!
Lobo, dei uma editada no artigo para aparecer um pedaço na página inicial e usar as fontes padrão do blog.
Tek, agradeço. Eu ainda estou me acostumando 🙂
Rsemente o artigo não tem sugestões para estimular esse debate que estamos iniciando. Sua idéia é ótima. Vou entrar com a MSP e lançar a sugestão ainda hoje.
Valberto, eu imagino a sua peleja. É parecida com a de muita gente que mantém blogs ou que que é pró-ativo no meio.
Tchelo obrigado pelo elogio. Concordo com você.
O interessante é que eu escrevi esse artigo preparado. Esperando ser quase apedrejado em praça pública: – o que? O cara quer acabar com o RPG, porrada nele! -.
Que bom que as discussões estão ganhando um rumo construtivo!
Abraços.
Ah, Tchelo, boa idéia. É legal ver que existe, ainda, este tipo de iniciativa. Mas fazer uma aventura-solo é uma tarefinha cretina. É meio complicado dar sequência aos quadros. Pelo menos me parece.
Opa, senhores.
Excelente matéria, Tiago.
Infelizmente ele é muito preciso. Espero que as iniciativas realmente dêem certo, mas eu ainda tenho esperanças que o próprio mercado amadureça, tanto os consumidores como muitas das pessoas que trabalham nele.
Iniciativas como aventuras solos e produtos simples e baratos são essenciais (a gente tem feito isso faz um tempão e sabe como é complicado), mas também um pouco de bom senso ajuda horrores.
Acredito na seleção natural e na evolução, então também acredito que, como o hobby não vai morrer, o RPG vai acabar melhorando com o tempo.
O maior problema é que hoje não é mais tão fácil atingir o público externo quanto era no passado. A Abril fazia propaganda do seu AD&D, a Devir publicava propagandas dos livros do Mundo das Trevas em revistas pra adolescentes (como a Herói, que por muito tempo teve propagandas de Lobisomem na sua contra-capa) e se as empresas não investem mais nisso, dificilmente vao consegur formar novos jogadores.
Eventos de RPG iniciam novos jogadores? Eu tenho sérias dúvidas quanto a isso.
Uma pessoa só vai a um evento de RPG se ela tiver algum amigo que a convidar (e bem, se esse amigo a convida, porque não simplesmente a coloca em uma de suas mesas?) ou se estiver interessada o suficiente nesse “jogo estranho” pra entrar num ambiente “hostil” onde ela não conhece ninguém (e provavelmente não sabe nem o que vai encontrar). A não ser que o evento tenha se preocupado em trazer o pessoal novato de algum lugar específico (como um colégio, por exemplo), as chances de se ver gente nova são ínfimas.
Nos eventos aqui em João Pessoa era exatamente isso o que aconteceia, tinhamos 3 eventos de RPG no ano, e nos três se viam exatamente as mesmas pessoas. Dificilmente se achava uma carinha nova no lugar.
A falta de um produto pra “iniciantes” também é gritante e o novo manual do 3D&T falha miseravelmente quanto a isso. São quase cento e cinquenta páginas de material pra ser lido, coisa que iniciante nenhum vai ter paciência de parar só pra “jogar esse joguinho estranho”.
Faltam revistas com aventuras solo, como os livros da série “Aventuras Fantásticas” e isso pode até levar a um outro lado, será que não foram esses livros, lançados por grandes editoras, que formentaram o “boom” do RPG nos anos 90? E será que não é exatamente a falta desses livros em grandes livrarias que fez com que a renovação não acontecesse? Muitas pessoas que eu conheço começaram a jogar RPG exatamente através desses materiais.
Agora, que imaturidade dos jogadores de RPG é essa? Por que eles são imaturos? Por que eles não levantam bandeiras e pegam em armas pra “defender” o hobby?
RPG é um hobby, ele não paga as minhas contas nem as de ninguém do meu grupo, jogamos pra nos divertir e nada mais e nenhum de nós tem obrigação de sair por aí “vendendo” o RPG pros outros. Não consigo entender que imaturidade é essa que o Jaime falou, ainda mais das empresas.
A Devir é uma empresa imatura? A Daemon é uma empresa imatura?
Empresas no Brasil duram, em média, 2 anos. Depois disso elas vão a falência. Considera-se que uma empresa que tenha sobrevivido mais do que cinco anos ativa no mercado é relativamente sólida e que provavelmente está com as suas contas saudáveis. Tanto a Devir quanto a Daemon estão no mercado por bem mais do que isso e nnehuma das duas demonstra sinais de “enfraquecimento” ou que vão falir. Mas elas são imaturas por que? Por que não lançam livros mensalmente?
Talvez seja exatamente por isso, por trabalhar com responsabilidade e entendendo o mercado, que elas estejam vivas por tanto tempo, enquanto outras ficaram pra história.
Vale lembrar também que isso é um fenômeno nacional, em outros países, como os EUA e a Espanha, o RPG anda muito bem, obrigado (a Devir ibérica que o diga…).
Ótimo texto. Se encaixa perfeitamente na minha situação atual (23 anos, 11 de RPG).
Eu volta-e-meia chamo novos jogadores, mas é dificil hoje para um gurizão de 15 anos parar de jogar Crysis ou Call ou Duty online na lan do lado da sua casa para ficar interpretando um cara de armadura e entender aquele monte de números estranhos. Na época das facilidades, gráficos realistas são mais atraentes que uma imaginação fantasiosa.
E no meu caso, o principal problema é o financeiro. Puxa, pagar mais de R$ 100,00 num livro, quando eu deixo de gastar R$ 2,00 na cantina da faculdade pra sobrar pro resto da semana é foda. Eu lembro do tempo em que livros custavam não mais de uns R$ 30,00 ou R$ 40,00, e as revistas mais recheadas mal chegavam aos R$ 5,00.
Entendo que o aumento dos preços é necessário, mas meu salário não aumentou tanto assim, e ainda tenho a faculdade me arrancando os rins. Da geração xerox para a geração pdf, a acessibilidade está cada vez mais estreita.
Mas sabe de uma coisa? A peleja ainda vale a pena. De cada 10 pessoas que eu chamo pra jogar, apenas uma fica. Mas este um se torna um jogador assíduo, criativo, sempre trazendo novidades e se esforçando para jogar, seja numa sexta à noite ou num sabado à tarde.
Talves seja disso que as editoras precisam: pescar novos jogadores de maneira prática (como já foi citado nos comentários acima), e depois mantê-los no hobby. Talvez apenas um entre 10 fique de verdade, mas com certeza será um comprador fiel.
Me descupem pelo comentário extenso, mas eu me identifiquei muito com o texto. Vejo que não estou entre a minoria.
O comentário do Gun Hazard no Lote do Betão (Valberto) define exatamente isso:
http://valberto.wordpress.com/2009/02/27/o-rpg-precisa-de-voce/#comment-509
Gilson
Reproduzindo aqui:
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Bom vou ser chato, esta campanha é querendo ou não:
“Faça Divulgação do RPG! Pois as Editoras de RPG que deveriam ser as mais interessadas não o fazem!”
Pelo que conheço do Valberto sei que não foi esta a intenção dele, mas no fim acaba sendo a realidade mesmo contra a vontade nossa
Resumindo nós estamos numa situação de mendigar jogadores sair por ai pedindo pelo amor de Deus que apareçam novos jogadores e impedir no hobbie de estagnar, pois as empresas que lucram com isto não se mexem e não fazem nada neste sentido…
Claro que temos nossa parcela!
Claro que devemos apoiar e incentivar iniciativas como estas!
Mas no “Mundo Maravilhoso de Como as Coisas Deveriam Ser” caberia a nós a menor parte do trabalho.
E não o Trabalho Todo.
Só não acho válido querer jogar toda a carga disto nos jogadores, como se a culpa da falta de visibilidade do hobbie fosse somente nossa.
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Gilson
Desculpem aqueles que pensam o contrário, mas não concordo que os jogadores tenham culpa ou responsabilidade por qualquer escassez de público.
RPG não é culto. O RPGista não tem nenhuma obrigação de arrebanhar mais adeptos. Ele é consumidor, não sócio do segmento. Só precisa de amigos com quem jogar.
Se um jogador ensina o jogo a um amigo, ele está fazendo um favor ao amigo, apresentando um hobby divertido e saudável. Não é diferente de recomendar um bom filme ou livro. O mercado fica agradecido, claro. Mas sugerir que o jogador tem esse “dever” para ajudar o mercado, isso já é exploração.
A única obrigação verdadeira do RPGista para melhorar o mercado é comprar produtos originais. Deixando de recorrer a pdfs piratas ele já estará ajudando muito.
Autores e empresas, esses sim, têm a obrigação de divulgar o hobby e torná-lo acessível e atraente. Quando isso é bem feito, o aumento de público é consequência natural.
Mas há os que tentam se isentar “culpando o público”.
Eu esperava mais da matéria. Comecei a ler com uma idéia e até concordei prematuramente com ela, mas depois foi uma citação interminável de círculos viciosos que acabou caindo no desgosto.
Eu sou contra essa coisa de “Rpgistas angariando novos jogadores”. Você não vê jogadores de futebol “doando” suas bolas e chuteiras quando não vão mais usar. E Livros ainda são bem mais diferentes, os livros nos servem pra sempre, mesmo quando nossos pés aumentam de tamanho ou quando nos tornamos mais gordos e não conseguimos mais correr como antes. Do contrário do Futebol, RPG é um “esporte” vitalício.
É como o Valberto falou, “é um hobby que eu escolhi”. Eu o defendo e o ajudarei na medida do possível. Se alguém quiser aprender, não vejo pq não ensinar. Mas não gosto dessa apelação que algumas editoras vem fazendo quando afirmam que os jogadores precisam renovar-se. Sem dúvida, mas continuo afirmando que essa não deve ser uma iniciativa dos jogadores, pelo menos não de forma obrigatória como tem sido imposto. TODOS temos nossa participação, mas não é por isso que vou sair por aí comprando suplementos dos “deuses revisados turbinados com algumas adições e duas páginas de agradecimentos a mais porque eu gosto” só pra agradar uma editora ou outra que não sabe a forma correta de vender seu produto.
Só pra completar, a idéia que o Rsemente deu é bem a base do que eu penso. Agora o que não é justo é que EU crie uma “aventura revistinha” com que a molecada gosta, só pra poder encher o bolso de uma editora ou outra. As editoras precisam se preocupar com isso, precisam parar de agir como se os jogadores fossem “pequenos adoradores”. Alguns realmente são, eles querem porque querem que RPG se torne matéria de escola, o que acho uma besteira. RPG é hobby e precisa ser tratado como tal. Você acha que os caras que compram aquelas miniaturas de aviões e barcos (desculpem, não lembrei o nome do hobby) doam seus aviões quando não usam mais?
O problema do RPG é que a paixão é o principal motivador para a compra de livros. Explico.
Comecei a jogar RPG com uma fotocópia do modúlo básico do GURPS, e durante dois anos isso foi tudo que eu precisei (e não sentia falta de outros materiais, os dados eu tirava da caixa de War). Mais tarde passei a jogar Vampiro, Lobisomem, AD&D, um monte de outros sistemas, cerca de uma vez por semana, e ao “xerocão” havia se juntado apenas um GURPS Supers que comprei baratinho em uma Feira do Livro.
Só quando conheci o Vampire Dark Ages, e pensei “esse é o jogo!” – daí vem o que quesito “se apaixonar” – é que passei a realmente me tornar um consumidor de RPG. Quase quarenta livros comprados pra pouco mais de dez sessões mestradas. Finalmente eu era um “consumidor” de RPG.
Resumindo: Pra jogar RPG você só precisa de um grupo de amigos, talvez dados e fichas de personagens, quem sabe o livro básico de um sistema, às vezes nem isso. Você não tem a “necessidade” de consumir, então precisa que seja desperta a sua “vontade” de consumir.
Um adolescente tem poucas necessidades, então tudo que ganha (normalmente sem nenhum “suor”) pode ir todo para as vontades. Um pai de família, alguém que tenha que se sustentar e quem sabe sustentar outros, nem sempre possa se dar a esses “luxos”.
Algumas soluções:
1 – Como já dito. Aumentar o universo de consumidores, incentivando o surgimento de novos jogadores (e preferencialmente novos em idade). Através de eventos, com especial divulgação de mesas para novos jogadores, ou incentivando os jogadores a mestrar (como faz a RPGA).
2 – Desenvolver jogos/ambientações que atraiam jogadores. Como o exemplo dado sobre a Turma da Mônica Jovem, ou a matéria do Tek sobre Ben 10, ou mesmo lembrar do que foi a tônica da Dragão Brasil durante muito tempo com as adaptações de personagens de desenhos, jogos de video-game etc.
3 – Lançar material de qualidade que possa despertar a “paixão” dos jogadores mais experientes.
4 – Mestrar com vontade, divertindo-se e divertindo a todos. Atendendo ao anseio dos jogadores e incentivando-os a assumir a cadeira do mestre.
A 1 e a 4, está ao nosso alcance. A 1, 2 e 3 ficariam mais na alçada das editoras, principalmente a 2 e 3, e quem produz material (em blogs, por exemplo).
Apenas algumas idéias 😀
Eu sempre tento apresentar o RPG pra qualquer pessoa que eu conheço, a última foi uma amiga advogada que, embora não RPG não tivesse muito a ver com o estilo dela, ela jogou muito bem e einterpretou melhor que meus amigos veteranos. Mas infelizmente RPG não é o tipo de entretenimento que as pessoas buscam. Não é porque é RPG, mas porque precisa ler, escrever, somar e subtrair, interpretar… coisas simples, mas que a maioria das pessoas não quer fazer. Nos games já vem tudo pronto, e nem precisa imaginar os gráficos, eles já estão todos ali. Acho que não falta iniciativa por parte dos jogadores, nós sempre queremos mais pessoas para jogar (eu jogo pouco por falta de outras pessoas interessadas), mas a nossa cultura simplesmente não privilegia este tipo de entretenimento. Infelizmente.
Também não concordo que jogadores tenham “culpa” pelo mercado de RPG no Brasil está esfriando há um tempo, mas…
Dizer que o típico jogador de RPG “não deve” divulgar o hobyy? Ai é que é estranho. O cara gosta da coisa, se puder, não deveria fazer algo para divulgar?
Obrigação é das empresas sim, que ganham com isso, mas os fãs que fazem, fazem por amor, e porque querem divulgar algo que eles acham legal e divertido, qual o mal nisso?
Não vejo problema nenhum até em pedir que os jogadores o façam, faz quem quer, não é apaleção é algo normal.
E só para ficra registrado, muitas torcidas organizadas fazem divulgação sim e trazem mas pessoas para o clube, para “ajudar o time”. huahuahuah
“Dizer que o típico jogador de RPG “não deve” divulgar o hobyy? Ai é que é estranho. O cara gosta da coisa, se puder, não deveria fazer algo para divulgar?”
Eu não disse que ele “não deve”. Disse que ele não tem esse dever, essa obrigação.
Se você gosta de algo, e acha que outras pessoas também gostarão, claro que pode espalhar a notícia. Esse é o resultado natural de um bom produto ou serviço.
Mas veja bem, isso NÃO É sua obrigação. Você pagou pelo produto, e qualquer obrigação sua para com o fabricante termina aí. Se quiser fazer mais, será por SUA escolha.
“Obrigação é das empresas sim, que ganham com isso, mas os fãs que fazem, fazem por amor, e porque querem divulgar algo que eles acham legal e divertido, qual o mal nisso?”
Mal nenhum. Como eu disse, o mercado agradece. Aqueles que descobrem um hobby divertido, também agradecem.
Mas autores e editoras não podem alegar que um jogo teve mau desempenho, ou que o mercado vai mal, só porque você NÃO FEZ isso.
“E só para ficra registrado, muitas torcidas organizadas fazem divulgação sim e trazem mas pessoas para o clube, para “ajudar o time”. huahuahuah”
Normalmente isso acontece quando o time joga bem. E torcidas maiores são a recompensa merecida pelo esforço e talento.
Não acho que seja obrigação, nem dever de nenhum jogador manter os outros jogadores interessados no hobby…
Porém eu faço isso. Não é minha obrigação, mas eu penso que quanto mais jogadores eu trouxer para o meu hobby, mas perto da popularização ele estará.
Ou vocês acham que as torcidas de futebol crescem como? Um pai leva seu filho ao estádio para ver seu time do coração jogar, não por obrigação, mas por que ele quer que seu filho tenha o mesmo hobby e quer também que o seu hobby se fortaleça. Exatamente como no RPG.
Adoro grupos de iniciantes. São eles que vão aquecer o mercado num futuro próximo. E se eles não quiserem comprar, por que uma editora vai fazer um livro para 1d20 leitores veteranos?
Bom o Gilson me ajudou e evitou de eu dar um Ctrl+C e Ctrl+V aqui…
Minha opinião ainda é a mesma…
Eu não defendo, no artigo, que o consumidor é responsável pela situação do mercado. Eu exponho o que algumas empresas alegam. Vou além, dizendo que elas escondem o jogo e prestam um desserviço ao hobby, mostrando como isso afeta os jogadores.
Não digo que os jogadores são responsáveis, mas sim que são afetados e desmotivados pela falta de ação das empresas e que, por conseguinte acabam dando mais prejuízo para as “formadoras de mercado”. É o barato que sai caro.
Seria um tremendo erro culpar um quadro de consumidores por falta de iniciativa de empresas do segmento.
Gun, eu tinha me interessado em ler o seu artigo, assim como fiz com o artigo da Àghata, porém, visto que você começa dizendo: “Este é mais um post para falar mal da Devir”. Eu não vou ter esse prazer.
Desculpe Tiago mas fui sincero logo de cara.
Pois infelizmente este meu ‘post desabafo’ foi isto mesmo ‘falar mal’ já que ‘falar com’ eu não recebo resposta.
Minha intenção é que este desabafo chegue até a devir e se possivel que outros também espressem os seus…
Nem foi comentando seu post Cassaro, falei mais comentando o gancho que a Agatha pegou nele.
Tipo, que os players são culpados, lógico que não. As iniciativas deviam partir das empresas? Concordo plenamente.
Só que os jogadores não deveriam mover um dedo, porque RPG é para ser apenas diversão e tal? Quem quiser e poder, deve sim.
Na minha opinião, coisa muito pessoal, o cara que não faz nada e não tá nem ai para o mercado, não gosta mesmo de RPG, é só um passatempo para ele, e sendo assim, blz.
Mas se o cara gosta mesmo, com certeza ele quer divulgar, criar seu blogzinho, escrever alguns netbook, participar de fóruns oficiais de seu jogo preferido e tal.
Concordo contigo, Palada, não concordei com o ganho que pegaram do seu post.
“Concordo contigo, Palada, não concordei com o ganho que pegaram do seu post.”
Tranquilo. Valeu!
Concordo com que o Cassaro diz. Se vc apresenta o RPG para um amigo, é ele quem está ganhando, o RPG ganha por consequÊncia. RPG não é culto.
Bravo, Tiago!
Gostaria apenas de esclarecer o Maurício sobre um comentário acima:
“Não consigo entender que imaturidade é essa que o Jaime falou, ainda mais das empresas.
A Devir é uma empresa imatura? A Daemon é uma empresa imatura?”
Empresas não são maduras ou imaturas, mas certas atitudes tomadas por elas são. E minha frase deve ser analizada no contexto em que foi feita, ou seja, que para merecer respeito deve fazer por merecer respeito dele, e não estou falando de público consumidor.
Não é novidade pra ninguém que eu durante muito tempo fiz divulgação do RPG e continuo fazendo hoje em menor escala. E não acho que isso deve ser encarado como missão sagrada. Meu objetivo quando divulgo o RPG como atividade lúdica é demonstrar um passatempo sadio, agradável e social. Quem gosta, ótimo; quem não gosta pelo menos fica conhecendo.
E em nenhum momento vejo o Tiago “culpando” o jogador de nada, apenas deu seu ponto de vista.
E me parece que este mês ou o próximo tem uma propaganda de RPG na Sci-Fi News…
Hmmm, acabei de reler e prestei atenção no título… é, ele quis chamar a atenção do público…
E eu escrevi “analizada”… melhor parar de teclar com sono…
Bom. Não vou escrever um texto tão bem elaborado como os que já passaram por aqui. Mesmo assim expressarei minha opinião. E me reservo o direito de falar bobagem, pois estou com muito sono (hehe).
O que eu acho é o seguinte: Não são os RPGistas que querem acabar com o RPG. A sociedade já está moldada, e o RPG é que parece não se encaixar.
Primeiro, somos uma minoria, fato. Muitos de nós crescemos lendo gibis de super-heróis, filmes medievais, filmes de vampiros ou animes.
Ou seja, teoricamente, quem não gosta dessas coisas, não vai conhecer o RPG, ou gostar dele ao menos.
Afinal, alguém já viu RPG sobre skate? Bolinha de gude? RPG de soltar cafifa?… Nem eu.
Então o RPG tem que alcançar o público, e não o público alcançar o RPG. Pesquisar o que a garotada, em geral, gosta… Pegar essa informação e criar algo que as direcione para o nosso hobby. Não já ir jogando fichas, números, e tudo mais… Porém algo mais suave, estreitar relações.
E acho que agora está mais acessível. Pois cada vez mais temos um contato com a internet, e coisas eletrônicas. Jogos. E tudo mais. E o RPG está em expansão nessas áreas. Até game de futebol tem ficha e evolução, como o Winning Eleven. Ou seja, está mais fácil criar uma relação com o público que “não conhece”.
Não sei quanto a vocês, mas eu cresci jogando bola na rua, e outras brincadeiras que não envolviam de forma alguma fichas, e dados. Porém sempre fui fã de filmes de combate… Arte marcial, espada, samurai, e velho oeste. Qual foi meu primeiro contato com o RPG? Uma Dragão Brasil onde na capa trazia um desenho de um pistoleiro de velho oeste… Bom daí, comecei a me interessar e tudo mais.
Um detalhe: Na minha sincera opinião, a nossa juventude está parcialmente -ou totalmente- estragada. Vide a apelação sexual na TV, e em músicas. Vide garotas de 10 anos se maquiando, consumo, propagandas. Também a glamourização do ruim e do errado, como a bandidagem… Então acho que será um processo muito, muito cansativo, de trazer muito mais gente para o RPG. É difícil? É. É impossível? Jamais.
Concordo com o Cassaro (n. 13).
Mas, apesar de ter vindo parar aqui num momento tão tenso, gostaria mesmo assim de convidar o pessoal a dar uma olhadela no sistema que lancei ontem, o Fire System, sisteminha sem querer salvar nada, só de bobeira mesmo:
http://camilorpg.wordpress.com/2009/03/17/brincando-com-fogo
Um abraço a todos, e qualquer dia a gente se topa para rolar uns dados neste mundo véio!
Sim, eu quis, e continuo querendo, chamar a atenção do público. Quanto mais pessoas lerem isso aqui e opinarem, melhor. Concordando ou não.
Porém deve-se levar em conta uma coisa importante para o entendimento total desse artigo: escritores e donos de empresas do segmento são, também, RPGistas.
Abraços.
Olha, eu discordo um pouco do Savage (embora ele tenha dito que poderia dizer bobagem).
RPG é um jogo, um hobby e tudo mais. Assim como muita gente não sabe o que é espeleologia, não conhece RPG. Não acredito que seja porque o RPG não se encaixa na sociedade como ela está agora.
A pouca divugação e o fato de ser um passatempo razoavelmente complicado de se explicar ajuda a grande maioria não saber o que é.
E olha que hoje em dia é beeeem mais comum ter gente que conhece o que é RPG, graças a jogos de computador, referências em filmes, músicas etc. Até mesmo dizem que o atual presidente dos EUA jogava RPG quando era estudante.
Outra coisa que me incomoda um pouco é dizer “que essa geração está estragada”. Ou perdida. Quando era mais novo, eu ouvia isso de pessoas bem mais velhas, se referindo a nós, justamente porque fazíamos coisas como jogar RPG, ler quadrinhos, assistir desenhos.
O fato das referências e hobbies mudarem não quer dizer que está estragada. Coisas ruins tinham em cada geração, assim como coisas boas.
Esse tipo de argumento pode levar a certas pessoas botarem a culpa novamente na nova geração que não está interessada no RPG.
Sim, tem RPGs que interessam pra essa tal “nova geração” (não gosto do termo, parece coisa de X-Men), e temos só que olhar quais seriam. A gente fez muito isso na DB, e fomos criticados por isso.
Só precisamos ter cuidado para não cometer certos erros cíclicos, como criticar a geração atual.
Salve!
Como houve uma certa dúvida com minha frase citada pelo Tiago, publiquei o texto completo em meu blog para melhor entendimento.
http://jaimedanielleandro.blogspot.com/2009/03/rpg-quer-respeito-segunda-impressao.html
abçs a todos!
Saladino, eu concordo com você de que a ‘dificuldadezinha’ que o Hobby tem, é um dos motivos de sua pouca expansão.
Mas o que eu quis dizer foi o seguinte: Se o garoto não for levado ao RPG, ele também não irá sozinho.
Ou seja. O post do Lobo fala sobre os RPGistas também se integrarem à causa, e trazer NOVOS jogadores. Porém do que adianta você tentar trazer, e a pessoa não se sentir interessada? Como a pessoa vai gostar de algo, se nunca foi influenciada a tal? E não cabe aos jogadores veteranos tal coisa, ainda mais porque uma tentativa fracassada de influência pode levar tudo por água abaixo.
Nossa cultura não descende de cavaleiros, dragões, vikings, vampiros e nada do tipo… E são tais coisas as mais retratadas no RPG. Por isso acho que o RPG não se encaixa (em termos) na nossa sociedade, cultura.
Então, para aumentar o número de jogadores, precisaríamos chamar pessoas fora desse negócio de dragões e guerreiros (fora desse grupo ao qual a maioria de nós, jogadores, estamos inseridos). Não sei dizer em outras regiões, mas aqui onde moro a garotada prefere praia, futebol, balada, etc. Dificilmente se interessariam por RPG, a não ser que praia, futebol ou balada os levassem a isso.
Foi aí que eu disse que o RPG tem que alcançar o público, porque acho difícil acontecer o contrário: o público alcançar o RPG, sem ter um motivo.
E sim, concordo com o Saladino, que fui infeliz ao dizer que a nossa juventude está estragada. Retiro o que disse, foi uma palavra mal colocada. Só quis expressar minha revolta com esse atropelo que a infância vem recebendo. Eu passo pelas ruas, e vejo garotinhas mais maquiadas que muitas mulheres. Vejo em reportagens (e até já presenciei), garotos influenciados a enaltecer a criminalidade… Entre outras coisas. Infelizmente não sei rotular as condições que a juventude atual passa (se é que se pode), mas certamente não são boas. Mas isso é outro assunto.
Enfim. Na minha opinião, a nossa cultura leva os jovens a seguirem caminhos que não levam ao RPG, mesmo com o crescimento do mesmo em filmes, jogos, músicas e tudo mais, e isso, teoricamente, deveria facilitar. Então o que se tem de fazer? Buscar os novos jogadores nas atuais atividades que os interessam (como futebol, praia e tudo mais). Se fazer isso gera críticas… Então não sei porque ainda reclamam que não existem novos jogadores. Afinal, alguém nasce gostando, ou sabendo o que é RPG?
E por favor, só estou expondo minha opinião (que com certeza pode mudar conforme o tempo passar). Minha intenção não é ofender ninguém, nem forçá-los à compartilhar de tal idéia comigo. Abraços.
Boa, Savage! Mas o que você colocou
“Nossa cultura não descende de cavaleiros, dragões, vikings, vampiros e nada do tipo… E são tais coisas as mais retratadas no RPG. Por isso acho que o RPG não se encaixa (em termos) na nossa sociedade, cultura.”
foi justamente o que me levou a gostar muito de RPG na adolescência! Se talvez fosse no Brasil colonial não tivesse gostado, até me apaixonar pelos meus bem guardados O Desafio dos Bandeirantes e Entradas e Bandeiras.
Vou mais perto, para a geração atual: muitas crianças e adolescentes são fãs de animes e mangás, algo que não é de nossa cultura.
Mas o ponto central que você falou concordo também: a pessoa pode simplesmente não se interessar. E, falando por mim: falta ação das editoras e isso é uma lástima.
Gilson
Bem, que culpa temos nós RPGistas se nosso hobby não é popular? é culpa nossa se as pessoas não jogam rpg por preguiça de escrever, ler, somar, subtrair, interpretar? RPG é um hobby mais “intelectual” do que futebol no fim de semana, e não podemos esperar que o nosso povo (que não recebe uma educação das melhores, não por culpa sua, obviamente) prefira o primeiro ao segundo. Mas é claro que nada disso vai fazer o RPG desaparecer!
Para mim é o seguinte.
Deve haver RPG nas bancas…
Nem todos os adolescentes vão em livrarias e por acaso se deparam com um livro de RPG…
Nas bancas, tem uma chance, de atrair um novo público…
Talvez, se criassem uma revista de Games eletrônicos e adicionassem uma parte específica para RPG… ampliassem um pouco o público…
Não acho q eventos tragam novos jogadores, não acho que o RPG dependa das grandes editoras, se um dia, por acaso, as empresas falirem… ainda vai haver o pai q vai ensinar o filho usando um livro do jogador 3.0 ou um módulo básico do gurps 3.0, q vai ensinar pros amigos da escola, que vai passar a adiante… Nós movemos o RPG… com suplemento novo ou não…
Não é pq não lança livro novo, q o mercado tá ruim, tem mta coisa boa q já foi lançada… e mta coisa nova q eh ruim (ou não cai no gosto popular, como a 4E)…
Dependi de livro de RPG por uns poucos jogos… depois me lembrei um livro só chegaria perto da minha imaginação se fosse escrito entre as linhas e páginas…
Só comentário rápido: não sei se dá pra dizer que a 4e não caiu no gosto popular, porque ainda não temos os básicos em português. A aventura Forteleza no Pendor das Sombras, pelo menos aonde eu acompanhei, se esgotou rapidamente.
Daniel, concordo contigo.
Mais um comentário rápido: seria interessante saber a tiragem desse produto.
Muito interessante o artigo e os comentários!!! Parabéns
Abaixo minhas observações:
1) concordo que a divulgação é dever das editoras, e não do “rpgista” – ele pode fazer isto por amor ao hobbie, se quiser.
2) investir nos jovens parece interessante, embora a “nova geração” parece se interessar mais por outro tipo de jogo (video-game…) – embora sempre terá aquele que vai achar legal o RPG…
3) por que não investir nos jogadores antigos/ publico mais velho?? Eu também quero um produto especial pra mim…!
4) fiquei na dúvida se as editoras nacionais são imaturas ou não… – elas não querem arriscar investir em mais propaganda? ou já perceberam que o mercado está diminuindo/estável, e acham que não compensar investir muito agora… (medo de investir muito e depois não ter o retorno desejável e quebrar….) – a grande verdade é que o público consumidor americano e europeu já era diferente do brasileiro mesmo antes da invenção do rpg… – e é claro que isto favoreceu para o crescimento do jogo lá fora… – já tinham uma tradição de wargames, e o poder de compra lá é maior que aqui…. – fora que o papel produzido no Brasil é o mais caro do mundo (por causa dos impostos, etc…), encarecendo os livros, etc… – creio que muitos de nós fomos da “geração xerox”, e hoje não é diferente (agora é pdf…) – concordo então com o Cassaro quando diz que não devemos piratear – é contra a lei, e só prejudica o hobbie… – tem que haver outra solução.
Senhor dos Papeis, fico satisfeito que tenha gostado do artigo.
São imaturas em diversos aspectos pois o dito mercado ainda é muito prematuro, recente. Existe apenas a 20 anos.
Creio, e apenas especulo sem dados para embasar meu raciocínio, que as empresas não tem esse costume de trabalhar o marketing de seus produtos de forma direcionada. É preciso entender, por outro lado, que em um mercado complicado como o de jogos de RPG, qualquer investimento sem um rápido grau de retorno ou eficiência é arriscado. Muitas editoras não querem correr riscos e, em termos administrativos, estão cobertas de razão. Mas, por outro lado, o mercado não prospera como poderia.