Tormenta: o que queremos ver depois d'O Desafio dos Deuses?

Ok, terminei este, qual o próximo?

Ok, terminei este, qual o próximo?


Depois de um financiamento coletivo bem sucedido e cerca de dois anos de desenvolvimento, Tormenta ganhou seu primeiro game no beat’em up O Desafio dos Deuses em março. Agora, conforme a poeira do lançamento começa a baixar depois de quase três meses, fica a pergunta: o que o futuro reserva para os próximos games de Tormenta? É muito cedo para saber, é claro. Duvidamos até que a Jambô saiba, quanto mais a gente! O que eu sei, no entanto, é o que eu quero ver no futuro em questão de games para Tormenta!
Vamos começar, no entanto, falando o óbvio: não pretendo pedir o impossível e espero que vocês também não o façam nos comentários. Sim, seria bom pra caralho a beça ter um RPG eletrônico épico de Tormenta no estilo de TESV: Skyrim, The Witcher 3, Dragon Age: Inquisition ou Mass Effect 3. Ou um MMORPG incrível com mapas enormes como World of Warcraft. Exceto que estes títulos “AAA” tem custos de desenvolvimento de dezenas ou mesmo centenas de milhões de dólares. Então, a menos que você tenha acabado de virar um bilionário e esteja pensando em fazer um generoso investimento na Jambô, mantenha-se conectado com a realidade, ok?
Então, o que eu quero ver nos próximos games pra Tormenta é:
RPGs
“Mas Nume, tu não acabou de falar que um Skyrim da vida não dá pra fazer?” Sim, não dá. Mas não precisa ser um The Witcher 3 pra ser um bom RPG, sabiam? Algo nos moldes do indie The Darkest Dungeon não está completamente fora do reino das possibilidades para a Jambô: gráficos 2D desenhados, sistema de combate tático com base em posicionamento e uma história sombria do Leonel Caldela por si só já fariam deste o melhor RPG do mundo para qualquer fã de Tormenta.
Outra ideia: que tal um mobile game? Não precisa ser um nada muito chique. Que tal uma mistura entre livro-jogo no estilo Aventuras Fantásticas e RPG tático estilo Final Fantasy Tatics? O jogo funcionaria como livro-jogo até o momento que começa o combate, quando então a tela muda para um RPG tático 2D simples. Aliás, um app que permitisse jogar aventuras-solo no smartphone seria, por si só, fantástico. Nem precisaria do lado do RPG tático, mas seria uma soma ao awesome da coisa. E uma vez feito o app base, atualizações com novas aventuras-solo poderiam ser vendidas baratinhas e o mesmo game continuaria dando diversão pros jogadores e dinheiro pra empresa por anos a fio com investimento mínimo. Olha lá, encontrei uma maneira de sugar dinheiro dos jogadores, será que já sirvo para ser executivo da EA?
Estratégia
Claro que um Europa Universalis IV seria ótimo e não necessariamente inalcançável para uma companhia do tamanho da Jambô (tá bem no limiar entre possível e impossível, no entanto), mas para começar poder ser algo ultra simples de fazer. Que tal um jogo onde você é o Rashid, o gênio responsável por manter a ordem na Academia Arcana? Cada missão do jogo envolvendo alguma situação maluca típica de uma escola de magia abençoada por uma deusa maluquinha como Wynna que você tem que superar usando seus poderes mágicos de gênio.
Outra opção seria um city management game onde você pode encarnar Talude ou Vectorius e criar sua própria escola de magia/cidade voadora comercial! A programação pode ser um pouco difícil, mas tudo que foi descrito até aqui não precisa ser graficamente espetacular. Prédios 2D desenhados, efeitos de som, meia dúzia de falas dubladas e pronto, tudo o que você precisa de um jogo de estratégia básico. Nada impossível de fazer com um orçamento médio.
Ação
Beat’em up já foi, então no próximo game de ação que fizerem para Tormenta quero ver é um metroidvania com um paladino guardião da realidade invadindo Forte Amarid para matar o Gatzvalith e destruir a área de Trebuck, com roteiro do Leonel Caldela e Rogério Saladino. Apenas imaginem isso.
Jogos de Cartas
Se você já se perguntou porque a Jambô nunca criou um card game de Tormenta, a resposta na verdade é muito simples: é caro pra caralho a beça fazer mesmo um card game simples com dois decks antagônicos básicos. Os baralhos personalizados do meu jogo independente Cosa Nostra RPG, dois sets de 52 cartas com duas cores, com tiragem de 100 unidades saem por mais ou menos uns 6 mil reais em quase qualquer gráfica no Brasil (no fim a gente encontrou uma gráfica milagreira que fez por 3 mil numa qualidade boa, só faltei beijar aqueles caras de felicidade). E isso sem contar o valor da arte e diagramação das cartas, que o bom Leonel Domingos fez sem cobrar nada. Agora imagina as cartas coloridas e tiragem de umas 3 ou 4 mil unidades mais custos de produção e tu chega fácil, fácil, num investimento de uns 150~250 mil reais ou mais! A maior parte disso são custos de impressão, no entanto, o que faz com que jogos de cartas eletrônicos sejam tipo o meio ideal para se fazer um card game de Tormenta neste momento. O investimento pode até ser alto dependendo do quão incrementado seja o game, mas duvido que chegaria sequer perto do que chutei por baixo para um card game físico.
Mas como esse card game poderia ser? Well, o set inicial podia vir com um deck artoniano e outro lefeu, com os jogadores representando um Deus Maior do Panteão e um Lorde da Tormenta batalhando pela realidade com heróis/vilões, quests, itens mágicos, rituais, mágicas e, cê sabe, a porra toda. O formato exato do jogo não importa muito, só é preciso que ele seja divertido e tenha um design que aceite bem expansões mais tarde. E ei, se o jogo for bem aceito, quem sabe valha a pena investir uns R$ 200 mil pra imprimir esses starter decks marotos e todo mundo ganha, hein?
Só isso?
Por enquanto sim, até porque a partir daqui o que eu gostaria de ver já quebraria as barreiras do possível para uma empresa pequena como a Jambô. E você, o que gostaria de ver em questão de games para Tormenta no futuro?

João Paulo Francisconi

Amante de literatura e boa comida, autor de Cosa Nostra, coautor do Bestiário de Arton e Só Aventuras Volume 3, autor desde 2008 aqui no RPGista. Algumas pessoas me conhecem como Nume.

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11 Resultados

  1. Alex Gabriel disse:

    Essa tua ideia de uma jogo de carta fez minha mente fervilhar. Poderia ser mais ou menos no molde das regras para batalhas de exercito do guia da trilogia.
    Teríamos os Generais, montaríamos os decks com os aventureiros, cada um com poderes diferentes, enfrentando o exercito inimigo em busca de objetivos e por ai vai.
    PS: não sou designer de jogos, so gosto de mais dessa regra XD

  2. Renato N42 disse:

    No momento eu só queria que o Desafio dos Deuses fosse bom mesmo…
    Mas pensando no futuro uma plataforma online de rpgs solo em texto é algo relativamente simples e bastante interessante. Se desse a liberdade de jogadores criarem suas próprias aventuras e disponibilizassem online seria melhor ainda.

  3. Felipe Tomas disse:

    O que acham da ideia de um RPG “clássico”, estilo Shining Force? Personagens envolventes, história f*da, batalhas em turnos. Esse sim seria um jogo que eu apoiaria e financiaria.

    • Eu não sei se seria possível com um orçamento limitado fazer algo legal no estilo de um RPG clássico. Acho que é melhor para a Jambô esperar ter mais grana e experiência na área de games antes de embarcar num projeto assim.

  4. Dartagnan Quadros disse:

    Se um dia o desenvolvimento de games sair do virtual e partir para card games, pode muito bem dar um outro pulo para um board game com direito a financiamento coletivo e tudo o mais, no estilo Masmorra de Dados, Caçadores da Galáxia ou Runicard Dungeons (BTW, participei do FC dos 3 e participaria alegremente do de Tormenta BG)…

  5. Bruno Machado disse:

    Um app onde tu poderia jogar livros jogos específicos já ia ser genial, não queria mais nada.

  6. Ma disse:

    Caras o próximo jogo que quero ver de Tormenta é um que já está sendo produzido por fãs no RPG Maker VX Ace e tá ficando foda !! É baseado na libertação de Valkaria. Deem uma pesquisada que os caras tem uma pagina no Face.

  7. O Knights of Pen and Paper é um excelente RPG de celular de gráficos simples, e combate por turnos que talvez encaixasse bem.
    Algo no estilo Age of Empires 2 com batalhas entre Tapista e o Reinado, ou entre humanos e a Tormenta talvez fosse possível com uma variedade limitada de unidades e algumas variações de fases. O estilo campanha comporta boas histórias.
    Talvez algo onde você seja um goblin que tenha que construir balões que não peguem fogo ou armas que não explodam na sua mão funcionasse pra mobile. E poderiam gerar mortes violentas em engraçadas estilo Happy Wheels.

    • BURP disse:

      Uma parceria com a Behold Studios seria legal demais! Tanto o Pen and Paper como o Chroma Squad são muito legais.
      Em todo caso, eu apostaria em algo pra mobile mesmo. Me parece mais dentro da realidade, por mais que se no fundo eu sonhe mesmo com um Final Fantasy artoniano.

  8. Guilherme disse:

    Independente do rumo do projeto em si, se possuir um enredo envolvente e bons (e diferenciados) personagens, e ser mais “gritty” no estilo Caldela, eu apoio, financio e faço propaganda pros amigos. Acho que um RPG clássico também seria perfeito, nada muito extravagante. Mas a ideia do City Management estilo Vectora também me deixou babando, algo no estilo Recettear: An Item Shop’s Tale seria o ideal e acho que é alcançável pro porte da Jambô.

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