Watch Dogs: Florianópolis

Passei a segunda-feira organizando minha nova campanha de Watch Dogs que vou mestrar para meus dois grupos de jogo (um em Criciúma e outro em Florianópolis), e o resultado acabou me agradando bastante, por isso decidi compartilhar ele com vocês aqui. Bem, pelo menos a parte que os jogadores podem ver, hahaha!
Cenário
Florianópolis, 2034, após duas décadas de crescimento a capital catarinense já ultrapassou dois milhões de habitantes. Ela acabou enfrentando os mesmos problemas que o Rio de Janeiro possuía no início do século: criminalidade alta, crescimento descontrolado das favelas, traficantes desafiando o poder do Estado, falta de mobilidade urbana, etc.
Para tentar combater isto, decidiu-se instalar o ctOS na cidade após a longa experiência bem sucedida em Chicago, nos EUA. Com câmeras por todos os lugares ajudando a polícia, a criminalidade e o poder dos traficantes diminuiu, e o trânsito passou a fluir com mais facilidade com o ctOS cuidando de tudo. Aparentemente, tudo está às mil maravilhas, pelo menos na superfície.
Assim como aconteceu em Chicago, uma subcultura de hackers se desenvolveu em volta do ctOS e da cultura de hiperconexão da sociedade. Crimes digitais aumentaram de maneira galopante, ameaçando a legitimidade do ctOS, e a polícia não estava ou está preparada para conter essa ameaça.
Por isto a Blume Brasil, responsável pelo ctOS, começou a contratar mercenários para “cuidar” dos infratores e logo uma série de grupos de “Fixers” fez da cidade seu centro de operações, seja atuando como leões de chácara para a Blume ou realizando serviços para outros jogadores grandes ou pequenos que fazem uso do ctOS.
Colocando mais lenha na fogueira, um coletivo de hackers chamado Ecos declarou guerra a Blume e vem fazendo uma série de ações de grande impacto para tentar aumentar a consciência da população para os perigos da hiperconexão e do fato de que uma corporação controla o sistema que controla a cidade.
Organizações de Destaque
Blume Brasil
A subsidiária brasileira da Blume Corporation tem por objetivo aumentar a influência da Blume no maior e mais poderoso país da América Latina, que os executivos da empresa veem como a porta de entrada para os demais membros dos BRICS, se a experiência em Florianópolis continuar dando certo o ctOS deixará de ser uma “excentricidade estadunidense” para ser encarada como uma solução válida para todo o planeta. Isto aumentará a influência política, econômica e social da Blume a níveis que nenhuma outra corporação na história já tenha alcançado. Certamente isto trará a atenção de jogadores externos que não desejam que isso aconteça…
PGC
O Primeiro Grupo Catarinense é a maior organização criminosa do estado, tendo sido criada no início do século XXI, e a princípio parecia estar perdendo poder com a implantação do ctOS na capital catarinense. Seus líderes perdiam milhões tentando lutar contra o sistema e manter seus negócios e domínios tradicionais nas favelas, até que um de seus membros mais jovens aprendeu a utilizar o ctOS a seu favor e ascendeu à chefia da organização em pouco tempo, reformando-a e tornando-a a mais poderosa gangue de hackers Black Hat do Brasil. Ela ainda atua em seus antigos negócios tradicionais, que agora recebem suporte dos crackers filiados ao PGC.
Ecos
Este coletivo de hackativistas luta para aumentar consciência sobre os males da hiperconexão, das falhas de segurança do ctOS e dos flagrantes maus usos do sistema para espionagem e violações de privacidade. De inspiração anarquista, o grupo também condena corporações em geral e a Blume em particular pela criação do ctOS, com a exposição da corrupção e injustiças corporativas e o fim do ctOS estando entre seus maiores objetivos.
Eles atuam realizando ações de grande impacto midiático, como invasões a sites corporativos e a sistemas do ctOS com o objetivo de mostrar quão inseguros eles são e para entregar mensagens que consideram importantes. Intervenções urbanas também são realizadas, como grafites com QR codes que levam a artigos anti-corporativos/anti-ctOS.
NPC’s importantes
Vitor Vieira
Se o ctOS controla a cidade, a Blume controla o ctOS, e Vitor controla a Blume, isto não significa que ele é o governante de facto da cidade? Vitor parece acreditar que sim, tratando Florianópolis como sua propriedade particular, mantendo uma força policial composta de mercenários para manter a ordem “digital” na sua cidade e garantindo a continuidade do ctOS e de seu reinado.
Um homem na faixa dos cinquenta anos, extremamente qualificado e um sociopata funcional, Vitor controla a Blume com mãos de ferro. Seus principais inimigos são o coletivo Ecos, o governador Bornhausen e hackers gananciosos demais, que ele sempre tenta esmagar o mais rapidamente possível para manter a credibilidade do ctOS.
Daniel Bornhausen
De família tradicional e poderosa que domina a política estadual há quase um século, Daniel enfrenta um desafio inesperado em seu primeiro mandato como governador de Santa Catarina, o crescente poder da corporação Blume na política do estado.
Desde a instalação do ctOS, a Blume conseguiu coagir a imensa maioria dos deputados estaduais, vereadores e prefeitos da capital a receberem suas ordens. Tudo através de extorsão realizada com informações comprometedoras obtidas através de invasões de privacidade cometidas com o ctOS.
O próprio Daniel permanece livre da coação da poderosa corporação, mas sente que seu governo está sobre sítio, e tem o cuidado de realizar todas as suas reuniões e negócios importantes fora da capital. Seu maior interesse é colocar a Blume sob cheque e virar a mesa, obtendo para si todos os segredos coletados pelo ctOS, consolidando o poder dos Bornhausen por outro século.
@ECO#001
Esta misteriosa figura é o fundador e mais respeitado entre os membros do coletivo hacker Ecos. Não é um líder efetivamente, pois o coletivo é guiado por ideais anarquistas, mas o prestígio e o carisma de sua voz no coletivo garante que seus planos sempre sejam aceitos pelos demais Ecos.
Sua agenda é basicamente a agenda dos Ecos: expor as injustiças e corrupções corporativas e aumentar a consciência da população sobre o perigo que o ctOS representa para a privacidade e para a sociedade como um todo, com o objetivo final de derrubar o sistema. Além disso, ele parece ter algum tipo de rixa pessoal com o CEO da Blume, Vitor Vieira.
Peninha
O atual líder do PGC (Primeiro Grupo Catarinense), Peninha, é um dos mais jovens a comandar a organização criminosa desde sua fundação no início do século. Sua ascensão ocorreu após a prisão de dúzias de membros e a queda de poder do grupo após a entrada em operação do ctOS. Em vez de lutar contra o novo sistema, Peninha o abraçou, e ele e seu bando se tornaram os principais hackers Black Hat da cidade.
Assim, enquanto seus chefes no PGC perdiam milhões lutando para permanecerem nos velhos negócios, Peninha obtinha recursos e poder pessoal (na forma de material de extorsão obtido explorando as falhas do ctOS). Seu golpe não demoraria a vir, e após uma rápida guerra interna, ele assumiu o PGC. Com a proteção obtida através da extorsão de policiais, políticos e executivos da Blume, Peninha virou o jogo e agora seu grupo opera com impunidade, embora de maneira muito diferente dos estados paralelos de antigamente.
Ele mantém uma relação próxima com a diretoria da Blume, com quem se alia para manter a credibilidade do ctOS junto a população, agora essencial no seu próprio “modelo de negócios”. Por isto sua equipe de Black Hats é a principal inimiga dos Ecos, organizando ataques e operações para desqualificar o grupo.
Regras
Para esta adaptação estou usando o Re.ação! como base, que alguns leitores do blog já devem conhecer, mas em sua última encarnação ainda não divulgada para o público. Apesar disto o talento aqui apresentado serve para basicamente qualquer sistema d20 com pequenas modificações.
Perícia Mental
Caixa de Ferramentas Hacker [1-4]
Pré-requisito: Foco em Conhecimento: Tecnologia
Você pode hackear instantaneamente câmaras de segurança, pontes, bloqueios, veículos e máquinas simples, redirecionar sinais de trânsito e sobrecarregar geradores e transformadores para criar perigosas e mortais explosões. Além disto, você também ganha acesso ao profiler, que lhe dará uma série de informações básicas sobre todos que puderem ser reconhecidos pelo ctOS, esta informação é mostrada na forma do nome completo da pessoa, um fato aleatório, ocupação profissional e rendimento anual médio. Todas estas habilidades (com exceção do acesso a câmeras de segurança, veículos e máquinas simples) só estão disponíveis dentro da sua área designada na compra do talento (uma área por graduação), onde você tem um bug plantado no servidor ctOS responsável pela região.
Com o profiler, se você tiver o talento Hacker, você pode tentar invadir contas bancárias ou acessar informações mais profundas da pessoa. Veja regras para invasões na página 41 do módulo básico de Re.ação!.
P.S,: o site está com problema e não consigo fazer upload de imagens novas, então a imagem dos assassinos é a única com alguma relação com o jogo, só lembrando que Watch Dogs ocorre no mesmo universo que Assassin’s Creed.

João Paulo Francisconi

Amante de literatura e boa comida, autor de Cosa Nostra, coautor do Bestiário de Arton e Só Aventuras Volume 3, autor desde 2008 aqui no RPGista. Algumas pessoas me conhecem como Nume.

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