Resenha: Reino das Torres
Publicado na DragonSlayer nº14, o Reino das Torres de Moreania é uma enorme área desolada e infestada de aberrações, mortos-vivos e construtos insanos, herança de sua civilização destruída em batalha contra Morte Branca, o avatar do Indomável.
Para aqueles que desconhecem, uma pequena lição de história de Moreania: há milhares de anos os Darash chegaram a Ilha Nobre como colonos de outra continente, de onde já haviam esgotado os recursos naturais. Após alguns séculos, este povo conquistou e destruiu toda a natureza na parte oeste das Montanhas de Marfim. Quando tentaram ocupar a parte leste, a Dama Altiva, deusa da natureza, chorou. Seu irmão, o Indomável, deus dos monstros, se enfureceu. O deus enviou seu avatar Morte Branca contra a civilização Darash e a destruiu. Depois disto surgiram os Moreau e a história continua até os dias atuais. Mas vamos nos focar nos Darash.
Os Darash eram uma sociedade urbana e industrial como a nossa própria, e uma crítica a essa nossa sociedade pode ser sentida ao longo de todo o texto, eles tinham fábricas, arranha-céus, construtos mecânicos e outras armas modernas. Também tinham poluição, alta densidade populacional, e a falta de comida e saúde que vem com estes dois, montanha de lixo tóxico e todos os problemas que nós conhecemos tão bem.
Após o Apocalipse, os Darash continuaram a existir, não mais como humanos, mas como mortos-vivos, aberrações e homens-máquina. Estas três novas “espécies” de Darash são personificadas pelos seus líderes: O Marechal Hecatom, um morto-vivo flamejante e antigo líder militar dos Darash; a Doutora Louca, Ammena Anom’lie, criadora das primeiras aberrações do Reino das Torres antes mesmo do Apocalipse causado por Morte Branca; e Bunkman Berenwocket, um cientista criador de golens e meio-golens (provavelmente os últimos Darash ainda “vivos”). Em constante conflito pela supremacia das terras devastadas, a batalha entre mortos-vivos, aberrações e construtos vem garantindo a segurança dos Reinos de Moreania nos últimos séculos.
Falando mais na estrutura da descrição do Reino das Torres, ela é dividida em tópicos que se repetem nas descrições de outras localizações do cenário. Começamos conhecendo sua história trágica de destruição e morte nas mãos de Morte Branca na batalha de milênios atrás, e seu caminho até os dias de hoje. Em seguida temos descrito o clima e terreno árido do lugar e suas fronteiras físicas com outras localizações dos Reinos de Moreania. A população anti-natural do reino é então descrita, assim como seus regentes.
Uma das coisas mais legais da matéria provavelmente são os micro-contos com depoimentos dos três líderes dos Darash atuais, onde eles discursam sobre suas convicções e objetivos. Estes pequenos contos ajudam a definir muito da personalidade dos três vilões mesmo sem maiores descrições dos próprios.
As cidades de destaque dos Darash atuais são: Zuggt, lar da Doutura Louca e suas aberrações; Argondar, antigo centro militar dos Darash hoje governado pela Marechal Hecatom e suas hordas de mortos-vivos; e finalmente Steelcog, cidade-máquina povoada por construtos e meio-golens, governada pelo cientista meio-golem Bunkman. A geografia peculiar do Reino das Torres vem em seguida, com suas ruínas gigantescas de cidades que se conectam umas as outras, as enormes colinas de detritos, obviamente antigos lixões Darash, e os antigos rios e lagos, hoje apenas pântanos tóxicos além da imaginação.
E para terminar temos descritos os encontros possíveis para aventureiros nestas terras. Obviamente, mortos-vivos, aberrações e construtos são as maiores ameaças. O Reino das Torres é um lugar ideal para desafiar aventureiros de médio e alto nível em Moreania, normalmente escassa de desafios para alto nível (só para se ter uma idéia, a conjuradora mais poderosa do cenário é de 15º nível).
As ilustrações são de Ig Barros, hoje Ig Guará, quadrinista da Marvel e da DC nos Estados Unidos, e são sensacionais e realmente capturam o clima do lugar. Destaque para a ilustração de abertura da matéria, que traz um encontro típico de aventureiros Moreau nas terras devastadas dos Darash.
DragonSlayer nº 14 (Editora Escala).
64 páginas coloridas, capa mole.
R$ 8,90 ou R$ 8,00 na Loja Jambô.
Gostei muito da matéria quando li, e a resenha tah muito boa Nume. Eu só queria mais dados numéricos e um mapa, pra tornar a campanha mais realizável.
Tem o mapa geral da Ilha Nobre, que inclui o Reino das Torres. Quanto a parte numérica, bom, vamos ver se me animo a escrever uma ficha de personagem para os três senhores do Reino das Torres, mas não garanto nada.
Nume… um cara postou possíveis fichas num tópico do fórum da Jambô… dá uma bizu!
Eu não tinha lido a matéria… mas achei o cenário mais interessante que o resto todo dos reinos de Moreania!!!
Um cenário juntando pós-apocalipse, fantasia medieval, mortos vivos e "robôs"… é tipo Terminator + Tormenta…
Muito bom!!
O lugar é mesmo muito bacana. E dá até para colocar ele em qualquer outro cenário sem perder muita coisa. Coloca o outro lado da ilha como natureza selvagem, sem civilização Moreau, e pronto.
Eu não conhecia este suplemento 0__0
Não é suplemento, foi matéria na DragonSlayer. (Aliás, se você juntar todas as matérias de Moreania nas DS, tem praticamente o cenário completo.)
Seria interessante fazerem uma compilação das matérias de Moreania pra fazer um suplemento…
Acerto crítico!
É meio que a idéia por trás do Reinos de Moreania RPG, o livro que a Jambô vem prometendo desde 2008.
Que, aliás, segundo o Cassaro na RPGCon, já tem o conteúdo todo pronto.
(Daria um *ótimo* cenário para 3D&T, na minha humilde opinião!)
Vou ter que discordar. Reinos de Moreania é absurdamente D&D clássico. Não se deixe enganar pelo furry da coisa. Lembrando que a idéia do cenário nem é o furry japa, mas homenagear o livro A Ilha do Doutor Moreau (escrito, aliás, pelo pai dos Wargames e portanto avô do RPG).
Concordo com vc Nume, o cenário é d20, sem dúvida. Bem, TRPG, quando sair. 😛
Oh, afirmei isso porque, até onde sei, a mecânica dos Reinos seria um d20 mais descomplicado, amigável para iniciantes — e quer sistema mais descomplicado (no Brasil) do que o 3D&T?
Ademais, quem disse que o sistema do 3D&T só se presta para jogo cômico/"animesco"? É um estigma cuja única base são as ilustrações do módulo.
Logo, não foi questão de "Moreania é animesco!", mas, sim de "um ótimo cenário já pronto, dando sopa e que mostraria bem a versatilidade do sistema, que é muito bom, mas tematicamente, subaproveirado.
Não é questão da mecânica apenas, Remo. O esquema é que o cenário pega muitos elementos do próprio D&D mesmo. Por exemplo, existe uma organização em Brando chamada de Lexicais. São magos que usam a magia dos nomes, apresentada, ta-dãn, num suplemento importado de D&D, o Tome of Magic, que tinha sido resenhado na mesma edição.
Entende agora o que quero dizer por ser absurdamente D&D clássico? Estas referências a regras e mesmo temas clássicos de D&D se repete por todo o cenário.
Pena que não acompanhei muito a DS no começo ia adorar essa matéria! Preciso correr atrás dela!
É a DS com a capa de God of War, pra facilitar XD é uma matéria muito boa mesmo, vale muito a pena. Engraçado que eu demorei um tempão pra ler a matéria porque confundi o Reino das Torres com Reinos de Ferro, Falha Crítica XD
Nossa, eu acompanhei o comecinho da DS em que eles apresentaram as características iniciais do cenário. Na ocasião, não me interessei, mas ver essa resenha falando sobre generais e Reino das Torres aguçou minha curiosidade. Valeu, Nume Finório. Vou atrás de algumas informações.
Nume… só um adendo… acho q nível intermediário seria As Montanhas de Marfim… a descrição e a natureza das ameaças do Reino das Torres pra mim beira o épico… o fato de Sophia Raziel ser de 15º nível não pressupõe pra mim a limitação de nível dos personagens… sei lá… 🙂