Meus garotos cresceram
Durante esse último ano que passei mestrando para meu grupo de iniciantes, sempre os protegi.
Eles não leram os livros de regras e durante as sessões sempre acontecia de termos que parar para explicar o funcionamento de algum detalhe do sistema. Nunca foi algo que atrapalhasse a sessão.
Mas essa inexperiência e desconhecimento dos detalhes do sistema faziam com que eu me sentisse responsável pelas más decisões dos jogadores.
Às vezes, os players tomavam algumas decisões tão idiotas, que eu parava a sessão para dar uma dica, ou tentar explicar as conseqüências que certas ações poderiam trazer.
Na última sessão, os PCs invadiam um mausoléu com centenas de caixões. Os caixões abriam e os personagens resolviam continuar o caminho, dando as costas para os monstros que se levantavam.
O problema é que na sala seguinte, eles enfrentariam o inimigo final da aventura, o que acumularia os combates (eles lutariam contra os defuntos, que os seguiriam, mais o feiticeiro final).
Resolvi parar o jogo para aconselhá-los.
“Então, é melhor que vocês façam uma barricada no corredor. Para os esqueletos e zumbis não seguirem vocês. O mago pode levantar uma barreira mágica.”
Organizando o jogo de amanhã, recebi um e-mail de um dos jogadores que dizia:
“É melhor deixar que nós façamos jogadas ruins do que parar o jogo e dizer o que deve ser feito. Se o personagem quer encarar um dragão de peito aberto, é um risco que o personagem assumiu. Se ele morrer, azar.”
Sempre protegi os jogadores durante as aventuras.
Para mim, é difícil saber quando a besteira acontece por ser “o risco que o personagem assumiu” ou quando é “falta de experiência do jogador”.
Na maior parte das vezes, acredito que seja a falta de experiência do jogador, e não queria puni-los por isso.
No entanto, pensando bem, continuar protegendo-os evita que eles amadureçam como jogadores.
Eles nunca terão medo de perder seus personagens (e portanto desejo de protegê-los) se eu ficar fazendo isso por eles.
Snif… que orgulho.
Acho que meus meninos cresceram.
E eles morreram?
último post de valberto:Ride in to the sunset
ah, eu faço assim, se o jogador faz uma besteira, mas se o personagem é inteligente, sábio e talz, eu peço um teste. Se for bem sucedido eu dou um conselho, como a vantagem Bom Senso de Gurps.
Mas eu praticamente só preciso fazer isso qdo jogo com outros grupos mais inexperientes, pq meus players já são tudo cobra crescida.
último post de Tsu:Contos do Vale Nentir: O Resgate dos Sobreviventes
Eles não morreram.
Sentamos na mesa e avisei que não iria mais protegê-los. Além disso, avisei que seguiria as regras mais a risca, i.e. expliquei regras de amputação de membros, sangramento, cura… etc.
Quando chegou a hora do combate, teve personagem que saiu correndo, outro que se escondeu… hahaha. Foi muito engraçado.
Nessa última sessão, só houve um combate. Vamos ver na próxima, quando planejo que acontecerá o encontro com o inimigo da aventura.