De mestre para mestre
Hoje o Antônio Sá Neto, do POP Dice, mandou um e-mail para a Área RPG pedindo algumas dicas para quem vai começar a mestrar Dungeons & Dragons 4ª Edição. Em pouco mais de uma hora e meia juntamos uma coleção bem legal e informal de dicas e coisas nas quais prestar atenção quando for mestrar o novo D&D.
Agradecimentos especiais ao Daniel Anand (Rolando20), Daniel Ramos (Pensotopia), Max Pattacini (usuário da lista Área RPG), Nino Simas (Pensotopia) e Tio Nitro (Nitro Dungeon); que mandaram a maior parte destas dicas.
Orientação para a leitura:
O Daniel Anand recomenda para quem for começar mestrando a Fortaleza no Pendor das Sombras que leia antes o capítulo de combate do Player’s Handbook, assim evita-se muitas possíveis dúvidas. Conhecer as habilidades e poderes dos personagens de antemão também ajuda bastante.
Caso decida por mestrar uma aventura própria, como o próprio Daniel disse: “(…) o DMG é seu amigo. Devore o livro inteiro.”
Além disso, uma dica minha: ignore as informações sobre coisas com as quais não vai lidar. Se você não vai ter nenhum paladino no grupo, nem se incomode de ler as páginas dedicadas à classe. O mesmo vale para as listas de talentos de outros patamares além do heróico. Deixe para ler estas coisas no seu tempo livre, não quando estiver preparando-se para começar a mestrar.
E baixe este índice remissivo compilado pelo pessoal do The Gamer Dome. Ele pode ser bastante útil na mesa de jogo.
Acessórios para o jogo:
O Tio Nitro lembra que a Fortaleza no Pendor das Sombras já vem com todos os mapas dos quais vai precisar.
As miniaturas podem ser conseguidas facilmente. Isto é, se você não se importar de usar miniaturas de papel. Você pode baixar as disponíveis no Nitro Dungeon, criar as suas seguindo estes ótimos conselhos do Professor Alabarda e/ou usar as miniaturas e counters disponíveis aqui mesmo no Covil.
Guarde o conselho do Tio Nitro:
“As miniaturas você pode baixar do meu site e imprimir em lazer colorido e papel couchê em uma gráfica rápida.”
“Eu também recomendaria fazer as cartas de poderes para os jogadores. Eles podem usar as fichas prontas da aventura também ou você pode montar para eles.”
Se você não se importa com material em inglês, você pode baixar as cartas de poderes prontas feitas pelo The Gamer Dome (bem como outros acessórios). Aliás, basta procurar rapidinho na internet que você encontrará muitos modelos diferentes de cartas de poderes.
Inclusive, você também pode seguir este pequeno guia do usuário Saishu Heiki, do EnWorld, e criar suas próprias cartas de poder.
“Gosto da 4ed pela velocidade que monto as aventuras. E você pode ir no site da Wizards, por exemplo, e baixar as cartas das miniaturas do D&D minis. Tem conjunto de cartas com as estatísticas de RPG dos monstros. Eu fiz um deck de monstros e quando vou montar a sessão, eu apenas escolho as cartas dos monstros que me interessam.” – Nitro
Na hora dos combates:
O Tio Nitro manda mais conselhos bem legais nesta parte: “O mais importante para um mestre de 4ed é caprichar na estratégia de combate. O jogo é bem estratégico em termos de combate, coloquei uma dicas no meu site também, devo colocar mais no futuro. Como eu disse, na dúvida, detone o mago hehehehehe!”
E eu complemento: “E tenta de vez em quando colocar no encontro algo além do mero combate. Coloca uma armadilha ou outra coisa que represente perigo e que não seja necessariamente um monstro.”
O Daniel Ramos recomenda: “Os PVs muitos e os danos aparentemente poucos (1d8, 1d8+4…) enganam e muito. Quando você menos esperar, às vezes a coisa vai estar degringolada com PJ com 1pv e um monte de minions ao redor.”
“Agora, se o encontro começar a demorar cansativamente, saia matando monstro sem medida – tipo, divida PVs pela metade, mate um monstro que toma dano mesmo se ele ainda fosse ficar com 10, 20 PVs… Jogador se empolga que é uma beleza quando mata monstro de uma vez.”
“Outra coisa: faça seus monstros marcados tentarem atacar outros personagens. Não tem coisa que deixe um jogador mais excitado (não duvido que fiquem no sentido sexual, hehehe) do que usar o danado do Combat/Divine Challenge. Eles praticamente gritam “PERDEU, MESTRE! PERDEU!” e ficam parecendo pinto no lixo.”
E ainda arremata: “Ah sim, é, esse esquema de botar uma armadilha ou coisa de terreno é massa. Vc define uma iniciativa pra armadilha/evento (se for ativo), ou define que quadrados são afetados pela coisa. Os inimigos, se cientes do negócio, vao ficar tentando empurrar os PJs pra lá, o que dá uma tensão extra.”
Mais conselhos do Tio Nitro: “Isso mesmo! A questão do terreno é importante. Você pode pirar nas variações, neblina, sombras, armadilhas, placas que se movem, paredes que surgem do chão ao se pisar em um dispositivo (o que altera de uma vez toda a estratégia), fogo, água, chuva, gelo (que torna o terreno deslizante) etc.”
“A questão dos PVs é isso mesmo. O que eu tenho feito é dividir pela metade o PV dos monstros em encontros intermediários, usando o PV total para o líder dos monstros. No encontro vital da aventura, pelo menos de alguns monstros, eu uso PV total mesmo.”
Não tenha medo de mudar:
“E é claro, você pode adaptar o jogo ao seu estilo de mestrar. Por exemplo, eu não curto muito os skill challenges, eu uso o bom e velho roleplay mesmo, e deixo os skill challenges só para momentos de ação (tipo, fugir de um dragão enlouquecido sendo que os personagens são de nível baixo e não tem a menor condição de matar o dragão).” – Nitro
“Ah! E uma opção para o Skill Challenge é no lugar de usar um sistema de X vitórias contra Y derrotas, fazer um esquema tipo “cabo de guerra”. Inclusive, acho esse sistema melhor para lidar com situações sociais.” – CF
“Deixa ver… Use os skill challenges, se for usar, com sutileza. Quando vc começar a pedir testes de perícia atrelado a roleplay, eles vão sacar (se já sabem o que é um SC) ou vão achar do cacete (se não conhecem).” – Daniel Ramos
Por fim, o usuário Max Pattacini contribui com um aviso:
“o segredo da quarta edição é tentar não complicar…”
“o sistema de combate é tão bom e divertido, que nem precisa de muita história.”
“com um boa história, então fica fantastico.”
Boa sorte e bons jogos! Se gostou destas dicas, visite os sites dos outros autores delas. Duvido que se decepcione.
Aê! Uma outra dica, essa pra qualquer campanha: se você e seus jogadores acessam a internet, tenha uma lista de discussão/fórum/comunidade da campanha. É muito bom discutir os aspectos do jogo, dar dicas aos jogadores e todo mundo se ajuda, como foi essa grande conversa que gerou esse post! =D
Poxa Cf, ficou “duca”.
Peguei o seu texto e vou imprimir.
Concordo 100% com o meu xará. Quer exemplos? Toma: http://www.fichasderpg.com/wiki
Gostei muito das dicas!
Irei lembrar delas quando mestrar a 4 ed, só não sei quando issovai acontecer. Devir vai logo!
Não seria a lista “Blogs de RPG”?
Parabéns por ter ganhado a rolagem de iniciativa!
Nossa, quase uma mesa redonda de blogs!
Muito legal!!
Excelentes dicas! Mto bom ter tantas experiências compartilhadas!!