PBEM – Como Jogar III
Bons Personagens rendem boas histórias.
Nas últimas lições conversamos sobre a trama de um PBEM e como colocar os personagens nela. Hoje, veremos a maior vantagem em se jogar via web sobre os jogos tradicionais. É a possibilidade bastante divertida de trabalhar muito mais o background de seus personagens. A lição de hoje é:
Meu personagem de PBEM é o maioral
Sim, por mais que digam que os seus personagens de mesa ou de live action possuam um background ( que significa mais ou menos a história, ou o pano de fundo, é o que o personagem foi antes da trama ) bem trabalhado, vai ser nos pbems da vida que você conseguirá chegar no máximo de detalhamento sem atrapalhar o bom andamento da história ou ser chato com o seu grupo.
Sei não… E como eu faço isso?
Ah, olá rpgista incrédulo. Pra variar você está cheio de dúvidas. Bem, a melhor e mais simples forma de se trabalhar isto é através de contos. Você pode a qualquer momento digitar um pequeno conto sem relação ao tempo atual da história e enviar para o grupo, contando algum feito de seu personagem antes dele se envolver com seus novos companheiros.
Então, se na história seu personagem possui um inimigo poderoso, todos irão adorar o conto que narra de que forma ele conquista a tal inimizade, além de gerar novos ganchos para o mestre incluir na aventura. Artefatos mágicos, amores perdidos, protegidos indefesos, fugas do seu próprio reino natal, todas estas coisas que são incluídas na história para dar cor ao seu personagem rendem textos empolgantes. É só fazer.
Assim, de um monte de números e pontos numa ficha, as habilidades de seu herói podem ser explicadas por pequenas histórias, tornando tudo mais vívido. E não para por ai. Você pode escrever sobre a cidade onde ele nasceu, histórias de sua família, talvez algum artefato lendário perdido há tempos e ver suas idéias sendo incorporadas ao mundo de campanha. O mestre, sem dúvida, ficara feliz com a importância que você está dando para a história.
E isso não vai atrapalhar tudo não?
Depende muito da forma em que o jogo está rolando, seja via e-mail ou através de fóruns ou sites. Converse com seu mestre sobre a melhor forma de empregar os contos na trama. Provavelmente ele irá gostar de ler tudo antes com calma para aprovar determinados detalhes, por isso enviar primeiro para o narrador seja o mais indicado.
Isto também evita que algum detalhe na trama seja estragado por um conto prévio um tanto exagerado, como por exemplo, um personagem contar a história de quando ele matou um dragão adulto lendário aos doze anos de idade. Sempre é bom lembrar que o bom senso é vital nestas horas. Nem sempre contos épicos são os melhores e o mestre deve incentivar a criatividade, nunca a apelação.
Outra maneira de incentivar a escrita de contos de campanha é inseri-los diretamente na trama da aventura. Dê uma pausa de determinado tempo nos acontecimentos, dois dias, um ano, e peça para que cada jogador descreva o que seu personagem fez durante este período. Estas histórias “entre-capítulos” podem (ou até devem) render pontos de experiência para os jogadores mais criativos. Sempre lembrando que uma noite de festa numa taverna pode gerar histórias melhores do que a aniquilação de um batalhão órquico por um único homem.
Legal! Gostei.
Sim, e não para por aqui. Na próxima lição vamos falar sobre a mecânica propriamente dita dos jogos, sistemas indicados e onde hospedar seu mundo de campanha.
Até lá!
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