NPCs: Porque personagens também têm família
Imagine:
Paladino retornando a casa.
Uma velha senhora abre a porta e diz, empolgada:
– Meu filho! Você chegou! Que bom!!! Vou fazer a sopa que você tanto gosta! Você está tão magro!!! Aposto que não tem comido direito! São esses seus amigos! Não gosto deles. Já falei que não quero você andando com esse tipo de gente… Aquele orelhudo com o cajado… Ele usa drogas, tenho certeza!
Isso é uma coisa que eu acho que vale a pena fazer: NPC´s ligados ao seu personagem.
Aprendi isso jogando “Vampiro”, expandi isso quando comecei a jogar uma campanha de super-heróis.
Em nossa campanha, todos os heróis tinham alguém para dar explicações sobre “aonde tinha ido quando o robô gigante apareceu” ou “onde passou a noite”. Os desafios e objetivos dos personagens transcendiam os planos do vilão e passavam pela vida social de cada um.
Se os personagens das HQ´s têm coadjuvantes, e tornam as estórias mais interessantes (eu já não gosto do Super-Homem, se não tivesse a Lois Lane, eu não teria dúvidas quanto a sua orientação sexual), então por que o seu personagem não haveria de ter?
Os NPC´s dão vida aos personagens. Servem como alívio às tensões do plot principal e dão mais cor ao “micro-universo” de cada personagem.
Aventureiros em mundos de fantasia também deveriam ter NPC´s de conhecidos, família e amigos de infância. Mesmo que os PC´s passem seus dias perdidos embrenhados no meio do mato, matando coisas sinistras e entrando em buracos escuros… Eles merecem pessoas que os amem e se preocupem com o seu bem estar.
Em um primeiro momento, não precisa descrever muita coisa. Apenas dizer quem existe ou é importante para o personagem. Isso basta para dar uma cor ao PC. Depois, se você animar (e o seu PC sobreviver), faça uma descrição mais detalhada de cada um. Se o mestre aproveitar o material, valerá muito a pena.
Em seguida, vou postar um exemplo de como a existência de um NPC (a esposa de um PC) pode afetar uma campanha.
Muito bom esse artigo. Adoro que meus personagens tenham NPCs. Na verdade, o mestre sempre fala que o que eu mais gosto no jogo é a interação com NPCs que a história em si, e deve ser verdade.
Lembro de um personagem de Lobisomem que tinha um pai que no final acabou sendo elemento importante da trama da narrativa.
Isso enriquece qualquer história, com certeza!
Obrigado, Ana! Estou trabalhando para chegar aos pés de vocês na Matilha!
Explorar o relacionamento dos NPC´s com os personagens, para mim, é excelente.
Aliás, quando estou sem idéias para o desenrolar da trama principal, é só deixar os jogadores com os personagens que eles fazem o jogo sozinhos!!!
Jogos com esse foco, me lembram a época das HQ´s da Liga da Justiça de Keith Giffen e J.M. DeMatteis, explorando o relacionamento entre os próprios heróis, com muito humor.
Caramba, eu achava que isso já era lugar comum, acho que por usar de forma normal há tanto tempo nas minhas mesas…
Se muita gente não joga assim, dicas como essas são realmente uma livrança divina. Parabéns pelos artigos, cara.
Abs!
Oi, Daniel!
Existem mesas de todos os tipos por aí, e para todos os gostos. Na verdade, acho que não existe uma mesa igual a outra, com formas iguais de jogo. Eu, pelo menos, nunca encontrei duas iguais.
Aliás, eu tenho um amigo que cansou de fazer PC´s “diferentes” mas que tinham a mesma ficha.
Acho que é uma questão de ponto de vista. Se ele enxerga o RPG mais como “game” ou mais como “roleplay”.