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A Polêmica Capa do Tormenta RPG

Acho que todos já estão sabendo, mas após um longo tempo de espera, a Jambô Editora enfim anunciou o lançamento do Tormenta RPG, na minha opinião, a obra que vem coroar esse longo caminho de mais de dez anos de jornada do cenário nacional mais bem sucedido da história. O livrão de capa dura terá trezentas páginas e promete ser o guia definitivo para se jogar RPG no cenário de Tormenta com o sistema da edição 3.x.

Tudo bem, o livro está muito bonito e tem inclusive artes internas e páginas coloridas, um feito e tanto em se tratando de livros de RPG nacionais. Ao pouco que me consta, é o primeiro cenário de RPG que conquista esse tipo de “status” dentre as publicações, o que prova que ele vem com tudo (CASÉ, Regina, quadro tosco apud Fantástico).  Eu sou extremamente fã do trabalho da Jambô, tanto que colaboro como posso divulgando sempre que os caras lançam algum livro e inclusive sou moderador do fórum deles de 3D&T (oi 😎  ). Mas, definitivamente, eu não entendo esses caras. Que ilustração de capa é essa?

O problema, IMHO, não é o fato da imagem ser reciclada da contra-capa do livro Área de Tormenta. Qualquer um que faça desenhos de homens-palito deve fazer uma idéia do quão trabalhoso é produzir uma arte como as que ilustram os livros da Jambô, e quanto elas custam. Este desenho em questão, inclusive, criação da Érica Horita, de quem sou admirador e plagiador de traço é ótimo como uma arte interna… mas, a capa? Ou melhor, A capa?!  A capa mais importante já feita na história de Tormenta? Bem…

Eu reclamei tempos atrás (eita vício) da arte escolhida para a reedição de O Inimigo do Mundo pelo mesmo motivo. Desta vez, vou um pouco mais longe: ao invés de ficar falando impropérios e coisas das quais não tenho base de conhecimento nenhum, vou brincar um pouco com a idéia. Se eu fosse o editor deste livro, qual seria a minha capa? Acho que as bordas estão irrepreensíveis, e a repaginada na logotipo pelo Dan Ramos veio em ótima hora aposentando aquela True Type já batida e surrada por tanto tempo. Então, deixando essa parte intacta e contando com a tecnologia “epic fail” do Photoshop, fiz umas capas minhas com as imagens que tinha no arquivo. O que acham delas?

A primeira é a mais lógica, Crânio Negro de pé com um horizonte avermelhado ao fundo. Claro, tem a Belugha ali de bicona, mas ela já está morta mesmo. E o Dee não precisa fazer sentido, afinal, é um clérigo de Nimb. E o Katabrok fazendo estilo ninja já valeria o livro por si só, não é?

Por que escolher essa imagem: por que ela tem um fundo? A Erica é super competente para a criação de ambientes para desenhos, como essa imagem acima prova (a arte também é dela). Apenas o fato de os personagens não estarem de pé sobre um fundo de papel-pardo como ficou a capa final já contaria um bilhão de pontos. Como arte interna, os dois possuidos pela Tormenta estariam show de bola, mas…

Por que não escolher?: metade dessa turma já está morta. Próximo…

E quanto a esta? Era a capa do Inimigo do Mundo, sem dúvidas o divisor de águas recente em Tormenta. Após o lançamento do livro de Leonel Caldela, até quem era fã de Arton concordou que o cenário precisava de um romance forte para amadurecer a visão mangá extremo que Holy Avenger deixou no mundo.

Por que escolher essa imagem: é um clássico! Apesar de ainda ter um forte apelo “mangá”, ela não deixa de ser bonita e bastante detalhada. E além disso eles foram os primeiros heróis a enfrentarem a Tormenta verdadeiramente, e representam a infinidade de tipos e classes presentes neste mesmo livro em questão. Eu gostei particularmente dessa, até.

Por que não escolher: Sim, eu sei, a maioria desses personagens também já estão mortos. Além disso, tem o Rufus ali, pra envergonhar a classe dos magos.

Logo abaixo, segue mais duas capas que talvez eu escolheria. A primeira, é baseada na própria capa do Área de Tormenta e traz o primeiro grupo verdadeiramente épico “oficial” do cenário. Ela é legalzinha até, mas como trata de coisas meio bizarras com raças que ainda não sabemos se irão ser detalhadas neste livro, acaba ficando forçada para uma mesa de jogo iniciante. Neste aspecto das classes, a capa com o Inimigo do Mundo ainda seriam mais condizentes.

Por que escolher: tá, essa não tem um motivo muito bom não.  Pra piorar, ela já foi usada na capa de outro livro, o que a elimina imediatamente do páreo. Mas enfim, pelo menos tem mais gente nela pra preencher o espaço.

Por que não escolher: cara, não tem ilustração com personagens vivos ai não? Esses também já morreram! Parece que o índice de mortandade dos personagens core de Arton anda altíssima. Mas o motivo real é o Galo Louco ali (o punk de moicano e cara de maníaco) não condizer com a panca dos demais. E tem umas cabeças sobrando aqui e ali.

Já a segunda, é a famosa capa que foi vetada de última hora pela Daemon no seu Tormenta por que queriam subir a classificação etária do livro [carece de fontes] só por causa da armadura da Shivara – atual rainha de Yuden – e da peculiar abertura que permitia que seus glúteos ficassem à mostra numa clara tentativa de motivar seus exércitos e de deixar os leitores da Daemon mais felizes quando estivessem organizando seus pertences para jogar.

Por que escolher essa: por que ficou perfeita?

Por que não escolher essa: fica até difícil né? Essa capa é heróica, é bonita, tem uma arte incrível, mostra um momento importante da história recente de Arton, continua atual, a personagem ainda está viva e progredindo… até a bunda que foi o grande problema na primeira tentativa de utilizá-la  ficou escondida nesse layout. Se antes eu tinha como favorita a do Inimigo do Mundo, acho que essa superou minhas expectativas.

Agora tem duas capas que fiz na brincadeira, que eu não vou defender e apenas zoar. Me perdoem os puristas, mas ambos os personagens já estão tão desgastados ao longo do tempo que não merecem mais aparecer em alguma capa de suplemento artoniano. Olhando pra eles agora, ficam até meio deslocados do contexto. O primeiro deles, é o arroz-de-festa maior do cenário. O cara que, se em algum lugar tem alguma coisa acontecendo, ele aparece nem que for apenas pra fingir que está interessado em algum item mágico menor. O cara cujo destino eu não conheço por que ainda não tive tempo de ler meu Contra Arsenal… o Mestre Arsenal.


Por que não usar: sério que vocês querem motivos? Vou listar alguns: o personagem nasceu na pré-histórica Dragon como um colecionador de armas mágicas compulsivo e acabou virando o Darth Vader de Arton, com direito a um “Lisandra, Eu Sou seu Pai”, robos gigantes e o poder único de aparecer pelo menos em algumas falas em qualquer história já contada em Arton. Ele só não é o rei da tosquice artoniana por que ainda deve seus votos a Keenn, que como divindade patrona, tem o direito de ser ainda mais mala.

E se eu falei do Arsenal, não poderia deixar de citar a personagem secundária que roubou o papel principal de Lisandra em Holy Avenger, a elfa peituda que foi o sonho de consumo da molecada do início dessa década, Niele. A verdadeira e única, aqui apresentada ainda em seus traços originais da aventura de RPG que deu início a tudo, no traço de Marcelo Cassaruman.

Por que não usar: por que não tem nada a ver com a situação atual de Arton? Tudo bem, ela ajudou a vender mangás, tem uma personalidade legal e faz “yupi” quando atira bolas de fogo em dragões marinhos. Porém, dez anos depois, a gravidade já deve ter cobrado seu preço e a popularidade de Niele já não é mais a mesma. Além disso ela já morreu. Também.

Por fim, uma brincadeira com uma imagem que tinha aqui comigo, encontrada no Deviantart e produzida pela(o) artista Sandara; já que estamos de logo novo, layout novo, tudo novo, não seria legal mesmo uma repaginada também no visual? Essa seria uma capa no mínimo espetacular, com um Lorde da Tormenta em toda a sua fúria, com algum cultista malucão adorando encontrar escamas debaixo dos braços e espinhos dentro dos olhos pela manhã. Mas ficaria bonitão, não é?

Por que não usar: não faço nem idéia de como ela faz esse tipo de coisa. Mas uma arte destas deve cobrar um valor impraticável para o mercado. Além disso, querendo ou não, o que fez de Tormenta o sucesso que é hoje foi o visual mangá que atraiu toda a turma que mergulhou de cabeça no estilo japa de ser, e em time que está ganhando não se mexe.

E então, concordam com alguma das capas? Ou tem outras sugestões de imagens para nós? Bobiar acaba aparecendo uma sequencia desse post falando sobre as idéias de vocês.

Marlon “Armageddon
Contando a grana pra comprar o seu =D

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