Meu #02 de #52rpgs (clique aqui para saber mais). Conheci Ryuutama há uns bons anos, quando o meu comparsa Bruno Schlatter fez uma linda resenha do jogo aqui mesmo no RPGista. Conforme os anos se passavam, eu ia ouvindo mais e mais coisas positivas sobre o jogo de outras fontes fidedignas. Até que o lindo do Lucas Nogueira, reunindo materiais de bom game design, comprou o livro — e não teve chance de ler, porque eu pedi emprestado XD
Tudo isso pra dizer que Ryuutama é o melhor jogo de RPG que li no ano passado — e tenho sérias dúvidas se não é o melhor RPG dos anos 10.
Parece exagerado? Vamos a algumas informações. Ryuutama foi escrito por Atsuhiro Okada, autor japonês, e seu objetivo como jogo parece ser bastante simples e nada excepcional para um RPG: construir histórias em conjunto, entre um narrador e jogadores. O que Ryuutama traz de diferente é a maneira de atingir esses objetivos.
As regras são enxutas, elegantes e realmente fáceis de aprender — já mestrei uma boa quantidade de aventuras iniciais e até agora todos os jogadores se deram bem. Parte do jogo se pauta na exploração de novos lugares, como conhecer uma nova cidade, atravessar uma região inóspita… e vivenciar essas experiências. Minha sensação em jogo foi a de uma mecânica que suporta uma narrativa mais fluida, menos centrada em seguir de combate em combate, e capaz de propiciar melhor a experiência do “se aventurar em conjunto” sem descambar para o mero combate tático.
Porém, o combate tático em Ryuutama também é divertidíssimo! Zonas de combate mantém tudo mais organizado, as pequenas ações descritivas que você pode fazer evitam o “eu ataco. rolo o dado. eu causo dano. rolo o dano” e a influência ocasional do mestre — para o bem ou para o mal — é completamente respaldada pelas regras. Acabou a injustiça: você tem como saber quantas vezes o mestre pode trapacear, e até se ele pode trapacear. O motivo? O mestre também tem uma ficha de personagem, uma criatura poderosa que acompanha secreta e às vezes até abertamente o grupo. Este “Ryuujin” toma notas e “escreva a crônica” daqueles personagens, seus feitos e suas vidas.
As ilustrações também são um show à parte. Lembram muito aqueles manuais de instruções de JRPGs de videogame da década de 1990, lembram? Uma pegada Final Fantasy Tactics, Hayao Miyazaki, sei lá. Ajuda a esquentar o coração. 😀
Se você tiver oportunidade, compre, leia, jogue. Ele foi traduzido para o inglês pelo pessoal da Kotodama Heavy Industries (KOTOHI). E fica o sonho de alguém trazer essa pequena pérola para o Brasil, em português…