Nossos bons amigos Edu Guimarães e Tek deram a ótima ideia de fazermos uma retrospectiva nerd aqui no site. Como eu gosto de dar pitaco em tudo, sugeri fazer disso uma brincadeira de corrente, onde cada autor depois chamaria outro para vir fazer o mesmo. O que acontece com quem dá muita opinião em projeto? Isso mesmo: é convidado para fazer primeiro. Então, já que eu sou tagarela que só, vamos dar o pontapé inicial nesta bagaça.
Primeiro, uma introdução curta: Oi, eu sou o CF. Eu escrevo muito aqui e depois passo longos períodos em hibernação. Além disso, eu sou gordo, nerd e uso uma barba supostamente por estar na moda (mas, de verdade, é para as pessoas saberem onde termina o queixo e começa a papada).
Esse ano de 2017…
…Passou bastante veloz para mim. Sinto que foi uma montanha russa interminável. E até agora, enquanto escrevo isso, vejo o quanto de coisa marcante ainda está para acontecer antes desejarmos boas entradas para os coleguinhas.
No RPG
- O ano começou com uma campanha de Warhammer Fantasy RolePlaying 2ª Edição (um de meus jogos favoritos de todos os tempos) jogada religiosamente toda segunda-feira que não falto o jogo sem querer para ir jantar fora (o famoso “fake do Outback”). Para quem não conhece o jogo, ele veio de um jogo tradicionalíssimo de miniaturas cujo cenário inspirou a criação do primeiro jogo de videogame do Warcraft. Originalmente, aquele jogo deveria ser um RTS do Warhammer, mas algumas brigas de última hora fizeram os designers perderem a licença.
- Além disso, com o mesmo grupo de segunda-feira jogamos alguns clássicos como SLA Industries e Lobisomem: o Apocalipse (meu jogo preferido do Mundo das Trevas clássico).
- Atualmente, estamos jogando Deadlands. Já havíamos jogado a campanha do Reverendo Grimes (acho que o nome é a Grande Enchente, ou algo assim), no ano passado, onde eu interpretei um Huckster meio covarde. Desta vez estou interpretando um chinês lutador com manobras de chi, que veio trabalhar nas ferrovias e cujo lema é “Fazê dinheilo vendendo qualqué pola”. Estamos usando a versão comemorativa de 20 anos do jogo original, e não a do Savage Worlds (um sistema que estou comprometido a dominar). Também jogo Dungeons & Dragons 5ª edição, numa mesa que rola quinzenalmente às quartas (hoje tem!), onde estou jogando com um guerreiro humano que queria ser um Dragão Púrpura de Cormyr, mas está virando um herói do povo rebelde.
- Por fim, andei me dedicando a terminar a adaptação do Warcraft para o D&D 5ª edição (tenham fé, vai sair em 2018!), escrever alguns artigos para a Dragão Brasil e a New Order Warriors, e tocar outros projetos legais que espero poder compartilhar por aqui no ano que vem. Até fui chamado para ser co-editor de uma revista que está para sair, mas não tinha o cacife para enfrentar o tranco, então pedi pra sair.
Em outras nerdices
- Videogames. Eu parei e voltei e depois parei de novo de jogar World of Warcraft, nas duas facções, inclusive! Desenterrei o Borderlands 1 (um “FPSRPG” sensacional que se passa em um futuro pós-apocalíptico num planeta distante decadente) para jogar online com um amigo. E estou fazendo um castelo bem legal em um servidor semi-vanila de Minecraft (sou desses). Estou ensaiando também jogar Don’t Starve Together (mais um joguinho de sobrevivência) com uns amigos. Foi um ano legal para videogames, vindo de um jogador casual nojento da raça superior dos jogadores de PC. Mas continuo comprando mais jogos do que consigo jogar. E estou mais um ano aguardando lançarem finalmente o Bloodstained, que financiei tem anos!
- Quadrinhos. Estou evitando ler o meu quadrinho de super-herói preferido: Invincible (tipo um Super-Homem, só que melhor, do Robert Kirkman, o mesmo criador de The Walking Dead), porque ele está para acabar de vez. Foi neste ano também que parei de pagar o Marvel Unlimited (serviço de assinatura da Marvel que permite ler basicamente todo o material da editora de seis meses para trás). Tentei ler mais um pouco de Haunt (pense num Venom com temas espirituais, um protagonista padre e um cenário de super-espionagem – criado pelo Todd McFairlane, então nem dá para acusar o plágio), mas o quadrinho foi descontinuado e mesmo só faltando dois números para eu fechar, tá bem difícil de continuar a ler um quadrinho que começou tão bem e degenerou tão rápido. E estou começando a ler os quadrinhos do universo da Valiant, que a Jambô tá trazendo para cá. Fora dos super-heróis mais tradicionais, eu tenho lido um pouco de Saga (o quadrinho cult que todo mundo já conhece – basicamente um Sandman do século XXI) e Rat Queens (o quadrinho que é o que todos queriam que sua campanha de D&D fosse). Estou namorando a ideia de ler de novo Fell, um quadrinho já antigo da Image sobre um detetive que vai trabalhar em uma cidadezinha congelada decadente e enfrenta altos temas fortes pra caramba (um dos poucos quadrinhos que me fez chorar ao ler).
- Séries. Comecei o ano razoavelmente fraco nas séries. Eu não era muito de ficar acompanhando. Só assistia as da Marvel e uma ou outra. Agora, tudo se inverteu! Não assisto Agents of SHIELD desde a metade da terceira temporada (só eu tenho preguiça de Inumanos?), só assisti o primeiro episódio tanto de Justiceiro (mas que parece bem fera!) quanto de Os Defensores (por preguiça da trama girar em tordo do Punho de Ferro). Aliás, assistir Punho de Ferro foi incrivelmente fácil. Não é uma série tão ruim quanto falam. Só é mais fraca que as outras e o protagonista é tão sem sal que poderia ser servido num lar de velhinhos. Do lado DC da força, eu dei uma diminuída porque quero assistir na ordem, mas tenho dever de cada de assistir Supergirl pra poder prosseguir para o Lendas do Amanhã, mas está muito difícil. Eu quero muito gostar da série, até fui com a cara de boa parte do elenco, mas as tramas são muito fracas e a série tenta abusar de muitos efeitos visuais que ela simplesmente não dá conta de entregar direito. Fora dos super-heróis: eu matei A Lenda de Sleepy Hollow (bem divertida, me lembrou muito Buffy, mas começa a ficar bem maçante no final da segunda temporada), quase terminei Breaking Bad (sensacional, se não assistiu ainda, se faça o favor de assistir), assisti tudo de The Good Place (série altamente farofeira, mas bastante envolvente), estou pra fechar Burn Notice – Operação Miami (eu perdi de ver direito quando passava no FX e gosto de série velha, mim deixa!) e comecei há pouco a assistir essa nova Godless (porque eu assisto basicamente qualquer coisa de faroeste) e estou adorando! Em grande parte por não ter visto o trailer. Dizem que o trailer vende uma série completamente diferente e quem viu ficou decepcionado ao assistir a série. Obviamente, assisti Strager Things 2 no mesmo final de semana que estreou. Sensacional, mas ainda prefiro a primeira temporada. Ah! E estou oficialmente viciado em assistir Top Gear. Agora sou desses.
- Cinema. Eu vou pular de falar dos filmes da Marvel. Amei todos. Mulher Maravilha superou todas as minhas expectativas (que eram baixas, pois era um filme da DC nessa era do Snyder) e Liga da Justiça saiu muito bom. Espero que a DC adote essa postura daqui para frente e faça mais filmes de super-heróis. Não precisam ser filmes de galhofa, mas também não dá para fazer esses dramas épicos de indivíduos sobre-humanos angustiados pela vida. Os quadrinhos não são assim, os filmes também não precisam ser. A década de 90 já passou há tempo o suficiente. Fora esses, eu tenho essa mania de jogar meu dinheiro fora assistindo tudo o que passa no cinema, e na primeira metade do ano isso foi bem verdade. Mas não consigo pensar em nenhum filme que não seja de quadrinhos que me chamou especialmente a atenção, fora Jurassic World (que foi muito divertido, com ótimos protagonistas, mas me pareceu explorar demais o saudosismo e de menos as novas possibilidades de um projeto que viu as falhas do anterior). Atômica foi provavelmente o filme que mais gostei de assistir esse ano. Ele é simplesmente perfeito na trama, nas reviravoltas, nas porradarias, na trilha sonora, a ambientação, os clichês do gênero de espionagem. Mas, ele também foi baseado num quadrinho.
- Livros. Esse foi um ano péssimo para o meu hábito de leitura. Como pode ter visto até agora, eu passei muito do meu tempo jogando RPG, videogames e assistindo séries. Comecei a ler um punhado de livros, mas só terminei um: Grave Peril. É o terceiro livro da série Dresden Files (aqui no Brasil: Os Arquivos Dresden), que tratam de um mago que atua como detetive particular e consultor da polícia para resolver casos sobrenaturais. O universo criado pela série é sensacional, inspirou um dos meus RPGs preferidos (Dresden Files RPG, o jogo cujo sistema foi a primeira aparição da encarnação atual do Fate) e foi escrito por Jim Butcher, um autor prolífico à beça, que escreveu também a aclamada série Codex Alera (sobre a mítica legião perdida do Império Romano, que é transportada para um mundo de fantasia – que eu também comprei, mas não comecei a ler ainda). Já comecei a ler o quarto livro da série, o Summer Knight, mas não terminei ainda. Porém, tenho lido o Star Wars: Marcas da Guerra, um romance que conta os eventos logo antes do início do Episódio VII: O Despertar da Força; o The Lazy Dungeon Master, um guia do autor do blog Sly Flourish para mestres de jogo que querem aprimorar a preparação de jogos e gastar menos tempo planejando; e estou tentando reler O Inimigo do Mundo, que eu nunca terminei (devo ter lido uns 2/3 do livro), para poder matar a trilogia de Tormenta. Por fim, estou devorando um livro sobre treino de cães chamado Perfect Puppy in Seven Days, pois provavelmente adotarei um boiadeiro australiano nos próximos dias (o cachorro do Mad Max, cara!) e apesar de já ter treinado um beagle, não lido com um cão filhote há mais de quinze anos, então preciso dar uma desenferrujada.
E esse foi o meu 2017. Em breve, outro autor aqui do site vai falar sobre o ano dele. Torçamos para que o próximo fale menos, acho que espantei todos vocês com o meu lero-lero.
BURP! Poderia ser um arroto, mas eu estou chamando você, Bruno “Burp” Schlatter, para ser o próximo da brincadeira aqui!