Aproveitando o desafio feito pelo colega BURP para sair um pouco dos “bastidores” do blog (quem vocês acham que mantém isso aqui funcionando minimamente?) e apresentar alguns dos principais RPGs que marcaram minha vida.
Seguem eles, mais ou menos na ordem aproximada que os conheci:
Advanced Dungeons & Dragons (1st Edition)
Quando uns amigos voltaram dos Estados Unidos e trouxeram um jogo chamado “Advanced Dungeons & Dragons”, eu pensei que fosse um jogo de videogame. Depois que mostraram os livros e começamos a jogar com uma ficha de papel, um lápis e alguns dados, foi amor à primeira vista. Nunca cheguei a ter dinheiro na época pra comprar, então só jogava quando ia na casa desses amigos. Foi um ótimo começo, desde essa época sou apaixonado por Greyhawk e D&D ganhou um cantinho em meu coração.
Aventuras Fantásticas
Após um bom tempo jogando AD&D, eu ganhei meu primeiro livro-jogo. Era um da série Aventuras Fantásticas, e eu gostava bastante porque não precisava de um grupo nem de vários livros pra jogar. Podia me divertir uma tarde toda explorando as várias possibilidades oferecidas por ele. Sempre mantinha um registro dos meus pontos de vida, poções e itens, além do caminho que estava tomando. Quando morria (e isso acontecia bastante) eu refazia o caminho até onde conseguia, e ia tentando alternativas diferentes até chegar ao final da masmorra. Era diversão garantida por horas.
GURPS
O primeiro RPG em livro que ganhei, lembro bem que vinha o Módulo Básico (o da capa preta) e o Supers num pacote bacana com uns dados de 6 lados e uma história encadernada de Cartas Selvagens. Inicialmente a revista me cativou mais que os livros, mas depois de ler várias vezes decidi ver o sistema. Gostei muito de poder personalizar os personagens em um nível de detalhe tão grande quando o que o sistema permite. Até hoje lembro de um colega que fez um personagem cheio de desvantagens sociais. Era super divertido interagir com ele, o que rendia várias piadas entre o grupo.
Vampire the Masquerade
Depois de me aventurar com o principal sistema focado em combate e o mais genérico que havia, era hora de conhecer o Storyteller. Minhas aventuras no sistema começaram com o “best-seller” Vampire, que trazia uma proposta diferente do AD&D e do GURPS. Era algo mais narrativo e focado nas interações sociais entre os jogadores e personagens do Mestre. Felizmente ao contrário de muitos adolescentes da época, eu não me identificava o suficiente com a ambientação pra ficar andando de preto por aí. Isso só aconteceu depois de ouvir muitas bandas de metal e assistir Matrix.
Tormenta
Graças ao meu primo, que comprava a Dragão Brasil sempre que aparecia na banca dele, conheci o cenário. E Holy Avenger. De início eram só aquelas matérias bacanas soltas nas primeiras edições da revista, mas a partir da famosa DB50 tudo mudou. Não sei até hoje o que me chamou a atenção, mas era algo que me fez comprar todos os materiais que apareciam. Se não fosse por Tormenta nunca teria participado da Lista Tormenta, onde conheci várias pessoas do “mundo de RPG nacional” e algumas que também são colegas de blog e amigos pessoais.
3D&T
Nunca fui muito fã dos antigos “Defensores de Tóquio” e “Advanced Defensores de Tóquio” porque achava muito caricatos. Mas sua terceira edição me atraiu bastante. Era genérico o suficiente como GURPS, mas muito mais simples. Era combativo como D&D, só que bem mais prático. Permitia adaptações rápidas de quase qualquer coisa (e uns caras como o BURP conseguem adaptar QUALQUER COISA) e ter as famosas “partidas antes do almoço de domingo na casa da vó”.
Werewolf the Apocalyse
Já tinha ouvido falar bastante de Lobisomem, mas nunca tinha jogado. Um grande amigo me apresentou ao cenário e ao antigo projeto do “Rage Across Brasil”, onde conheci bastante gente legal que também curtia a ambientação. Daí em diante as coisas só melhoraram, renderam vários “live actions” vários jogos de mesa que pude participar pessoalmente ao ponto de aproveitar viagens de trabalho a São Paulo para jogar com aquele que, depois de mudar em definitivo pra cidade, viraria meu grupo fixo.
Ação!!!
Mais uma iniciativa interessante do pessoal da Dragão Brasil, que ao criarem um sistema genérico baseado no d20 Modern me fizeram interessar por por ele tudo o que o original não conseguiu. Rendeu algumas aventuras interessantes, e depois de ter sido um dos primeiros a ter acesso ao SRD do sistema e às aventuras que não tinham sido publicadas anteriormente, me fez pensar em começar a escrever sobre RPG. Assim nasceu o embrião do que seria, posteriormente, o .20 .
True20
Graças ao True20 escrevi a minha primeira matéria publicada em uma revista de RPG (no caso, a resenha sobre o sistema que saiu na DragonSlayer #9). Foi também meu primeiro artigo no antigo .20, e desde então percebi que era o tipo de coisa que eu gostaria de fazer como hobby, e nunca como fonte principal de renda. Porque eu admiro o pessoal que escreve sobre RPG, mas não é muito pra mim. Por isso comecei a chamar pessoas que acreditava que poderiam agregar ao blog, primeiro o Nume e depois o Shido. E em seguida vários outros colegas que fizeram o blog se tornar o que foi. Ótimas escolhas.
Mutants & Masterminds
Depois de conhecer o pessoal da Jambô e me tornar amigo deles, tive a chance de passar um reveillón em Porto Alegre com eles e pude revisar, meio que informalmente, a tradução nacional do “Mutants & Masterminds”. Mesmo discordando até hoje de alguns dos termos escolhidos, a oportunidade só ocorreu por conta do ótimo trabalho que o pessoal fazia no .20 e o sucesso que o blog tinha na comunidade nacional de RPG. Daí em diante o envolvimento com o hobby em nível nacional só aumentou.
Se não fosse o AD&D (que me introduziu no hobby) e Tormenta (que me levou a participar de comunidades online sobre o cenário), eu provavelmente não estaria aqui escrevendo esse post. Por consequência provavelmente nem teria criado o .20, e se hoje o RPGista existisse certamente seria muito diferente de como é atualmente.
Agora indico os colegas de blog Alexandre, Jagunço e Nume a participarem, se assim o desejarem.