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Improviso: Zumbis!

Fala galera. Venho hoje com a coluna Improviso, mas dessa vez com um objetivo diferente: fornecer ferramentas para que mestres despreparados possam narrar aventuras repentinas. E nada melhor para entreter seus jogadores e desafiar os respectivos personagens, do que uma ameaça bastante popular e fácil de ser encaixada em diversos gêneros de campanha: o ataque zumbi!

Primeiro, você vai precisar de zumbis. Montes deles. Um pequeno número não vai assustar os PJs, mas uma verdadeira enxurrada deles certamente os fará correr, antes ou depois de apanhar muito. E aí vem o primeiro ponto: zumbis são mortos-vivos, cadáveres reanimados com um apetite insaciável; onde conseguir tantos corpos? Um cemitério antigo ou atual, o local onde ocorreu uma batalha, massacre ou chacina, ou mesmo um acidente com várias vítimas.

O segundo ponto visa responder à seguinte pergunta: como aqueles montes de cadáveres se reanimaram? Na cultura pop existem diversas explicações para a existência de zumbis, desde magia necromântica (inspirado nos zumbis históricos, pessoas vivas controladas pela arte mística do vodu) até agentes radioativos ou transgênicos, ou mesmo uma doença altamente contagiosa e fatal. Determinada a causa, devemos responder porque aquela fonte de corpos específica produziu zumbis? Talvez toxinas liberadas por uma indústria naquela área tenham produzido por mutação as bactérias da infecção zumbi, ou o assistente do mago livrou-se dos excertos alquímicos naquele aparentemente inocente terreno baldio…

Agora o terceiro ponto: o que passar aos jogadores? A sensação de medo e horror ante a infestação zumbi é uma delas. Use e abuse de NPCs atacados e transformados, mesmo quando eles achavam estar seguros. Mostre aqueles que eles deixaram para trás na fuga como novos membros da massa de mortos famintos. Faça os números vencerem seu poderio, ou mesmo torne os zumbis mais fortes do que eles poderiam esperar. Outra sensação importante é a de insegurança: não deixe que eles abusem de algum refúgio que tenham encontrado, cedo ou tarde ele cairá ante aos zumbis. Se eles descobrirem alguma forma de abatê-los, faça com que os próximos driblem essa vulnerabilidade. Mostre-os cada vez mais espertos, superando as armadilhas que os PJs deixaram para trás na esperança de barrá-los.

Entretanto, deve existir uma esperança de vencer, ou pelo menos conter, a ameaça zumbi — afinal, esta é uma aventura repentina, certamente um spin-off na campanha de seu grupo. Desde a análise e descoberta de um agente biológico que mate os causadores da infecção, até um antídoto ou contramágica contra os zumbis místicos. Mas faça dessa esperança um objetivo difícil de ser alcançado, que requeira sacrifícios e decisões complicadas. Talvez seja preciso vencer o clérigo do deus maligno que esteja invocando os zumbis, mas ele próprio é um tipo de morto-vivo que só pode ser vencido por um infectado que ainda retenha seu livre-arbítrio. Ou o agente anti-infeccioso pode ter efeitos colaterais para os ainda vivos na região ao redor.

Por fim, a conclusão da aventura. Se você não quiser que os eventos do ataque zumbi interfiram na campanha, basta dizer que foi tudo um sonho, talvez um teste aplicado por um vidente místico ou psíquico, com a intenção de testar os PJs antes de contatá-los para enfrentar uma ameaça tão ou mais séria. Mas, se você gostou do ataque zumbi, pode dizer que aquele foi o primeiro experimento do vilão da campanha em criar um exército de desmortos…

PS: independente da conclusão, premie seus PJs com Pontos de Experiência, OK? Principalmente se eles tiveram boas idéias para sobreviver à onda de mortos-vivos, ou mesmo para enfrentá-los com alguma chance de vitória. E gostaria de agradecer ao Nume do .20 e seu gosto por zumbis, e ao RPG Shotgun Diaries, pela inspiração para desenvolver esse post. E, para o próximo Improviso, passo a bola para o vilão reformado e co-autor do Manual do Aventureiro Alpha, o Ranger Macabro!

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