Resenha: Morte em Porto Livre
Lançado no mesmo dia da chegada da 3ª edição de D&D nos Estados Unidos e ganhadora dos prêmios Origins e ENnie de melhor aventura, Morte em Porto Livre é o primeiro produto de uma das linhas mais queridas da editora estadunidense Green Ronin, e foi lançado pela Jambô Editora no Brasil em janeiro de 2007.
Morte em Porto Livre é uma aventura para personagens do 1º ao 3º nível que apresenta aos jogadores e mestres a cidade-estado de Porto Livre, um antigo refúgio pirata que tornou-se um estado reconhecido pelas nações do continente, cuja ilhas são os restos do antigo império dos homens-serpente de Vassola.
E é justamente com os remanescentes deste antigo império que os jogadores terão de lidar em Morte em Porto Livre. Inicialmente uma missão de resgate do bibliotecário desaparecido Lucius, a aventura tem desdobramentos que levam os personagens a entrar em conflito com a Irmandade do Signo Amarelo, um poderoso culto a um deus maligno que outrora destruiu Vassola. As implicações deste encontro serão sentidas principalmente nas aventuras seguintes Terror em Porto Livre e Loucura em Morto Livre.
É uma aventura curta, o livro tem trinta e duas páginas, e menos de vinte páginas são da aventura em si. A maior parte é usada para descrever a cidade-estado e sua história além de material complementar, como fichas de NPCs, a nova raça dos homens-serpente e novos itens mágicos como a espada Barracuda e o Navio na Garrafa, este último é espetacular para personagens de alto nível, aliás.
Os encontros podem ser pouco desafiadores se o seu grupo for adepto do powergaming como o meu, por isto pode ser necessário dar uma turbinada nas estatísticas de jogo dos adversários antes do seu jogo começar, mas se o seu grupo não for do tipo a aventura pode ser bem desafiadora em alguns pontos.
Como mini-cenário, Porto Livre é genérica o bastante para caber em praticamente qualquer cenário. Enquanto lia a história, por exemplo, consegui encaixar sem dificuldade a cidade no Mar Negro, entre Galrasia e Tapista, em Tormenta. E a Irmandade do Signo Amarelo poderia ser simplesmente outro culto a Tormenta (o Inominável tem referências pesadas nos Mitos de Cthulhu).
Falando da cidade, ficou faltando um bocado de descrição para ela ser completa, a única coisa aprofundada no texto é a história da cidade. Não temos descrições mais detalhadas dos bairros, da milícia ou do governante, que são apenas brevemente citados ou muito rapidamente descritos. Mas é muito provável que isto seja solucionado nos próximos livros da série, conforme a informação for sendo necessária. No geral dá para rolar a aventura dentro dos conformes sem nenhum problema, mas se os jogadores saírem dos trilhos da história você pode ter que inventar alguma coisa na hora. Minha recomendação é comprar logo os três livros da série para não ser pego de calças curtas.
Para não dizer que não falei das flores: as ilustrações são medianas, mas conseguem passar o clima da aventura com alguma propriedade.
Morte em Porto Livre (Jambô Editora).
32 páginas em P&B, capa mole.
R$ 11,50 com frete grátis ou R$ 35,00 com frete grátis o pacote com as três aventuras na Loja Jambô.