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Retrospectiva Tormenta 20 Anos — Parte 02

Retrospectiva Tormenta 20 Anos -- Parte 02 4

Como parte das comemorações de vinte anos do mundo de Tormenta e do sucesso de Tormenta20, iremos relembrar um pouquinho desta história, de suas origens aos dias de hoje! Após uma visão de como era Tormenta antes de ser um cenário único, vamos agora para o lançamento deste que é, sem dúvida, um marco para a história do RPG.

TORMENTA 20 ANOS – UM NOVO MUNDO DE AVENTURAS!

O ano de 1999 era duplamente importante para a Dragão Brasil e sua equipe, pois marcava o aniversário de cinco anos da revista e também seria o ano em que ela alcançaria sua edição de número 50 – uma marca extremamente significativa para qualquer publicação periódica. Aproveitando a data mais que propícia para comemorações, os editores decidiram colocar em prática uma ideia discutida já há algum tempo: a criação de um cenário oficial da Dragão. As últimas sementes antes do nascimento do cenário foram plantadas algumas poucas edições antes do número 50, incluindo a cidade voadora de Vectora.

Assim, quando os leitores tiveram acesso à Dragão Brasil #50 em primeira mão no VII Encontro Internacional de RPG, foram encantados pelo encarte gratuito que acompanhava a revista. Tormenta – Um Novo Mundo de Aventuras! unia toda a mitologia própria dos anos anteriores a novos elementos em um cenário único e particular. Seu formato de publicação também permitia que trouxesse regras para três dos principais sistemas de fantasia da época no Brasil (AD&D, 3D&T e GURPS).

O sucesso do livro básico foi estrondoso. As mais de 500 cópias disponíveis no evento esgotaram rapidamente e não demorou para que surgisse uma grande base de fãs do cenário. A principal comunidade de fãs nesta época era a Lista Tormenta, uma lista de e-mail cujos integrantes buscavam produzir artigos e matérias para ajudar a preencher as lacunas do mundo de Arton. A lista era frequentada pelos próprios autores do cenário, e diversos fãs lá presentes com o tempo passaram a contribuir de maneira oficial com Tormenta.

A resposta mais que positiva do público fez com que os autores se apressassem em produzir novos materiais. Uma das ausências mais sentidas no livro básico era a de uma descrição mais completa dos deuses, e foi justamente este o tema do primeiro suplemento de Tormenta: Panteão. Também lançado como encarte gratuito, ma Dragão Brasil #54, trazia detalhes sobre os vinte deuses maiores. Incluía também servos divinos e sumo-sacerdotes, e extras como a história completa do Paladino de Arton e um conto envolvendo o então sumo-sacerdote de Valkaria, Gellen Brightstaff. Outro encarte gratuito veio com a DB #56, o primeiro Escudo do Mestre de Tormenta, o único até hoje com regras para 3D&T.

Mais um fenômeno lançado ainda no mesmo ano de nascimento do cenário foi a série em quadrinhos Holy Avenger. Com roteiro de Marcelo Cassaro e arte de Erica Awano, ela contava a história de Lisandra, Niele, Tork e Sandro Galtran em sua busca pelos Rubis da Virtude. Cada edição trazia em suas páginas finais um novo material de RPG que ajudava a enriquecer e divulgar o mundo de Arton, tendo um papel fundamental para dar forma e vida ao cenário, além de abrir portas para os fãs do mangá chegarem ao RPG (e vice-versa).

A chegada dos anos 2000 veio com a consolidação de Tormenta como um dos mais jogados cenários de RPG do Brasil, mas também com alguns problemas. A popularidade fez com que a demanda por conteúdo de jogo nas páginas da Dragão Brasil crescesse, mas o espaço que foi sendo ocupado começou a desagradar fãs de outros sistemas de jogo. Para solucionar esta questão, o Trio resolveu lançar nas bancas uma nova revista, dedicada exclusivamente ao cenário: a Revista Tormenta. Com as primeiras matérias detalhando alguns dos reinos de Arton, novos contos, a cidade do leitor Gorendill e muito mais, a revista logo caiu no gosto dos leitores.

Enquanto os materiais em revistas continuavam a trazer regras multissistema (AD&D, 3D&T, GURPS e Daemon), os suplementos de RPG passavam por um problema: não podiam ser vendidos de modo independente contendo regras de sistemas que não pertenciam aos autores de Tormenta. Para escapar deste entrave, os autores decidiram aproveitar mais seu sistema próprio – o 3D&T – no cenário, lançando junto da Dragão Brasil #60 o encarte do primeiro Manual 3D&T (de capa vermelha), que reunia todas as regras do sistema até então e acrescentava novos elementos de fantasia medieval.

Com o Manual 3D&T nas bancas, foi lançado o novo módulo básico do cenário (uma vez que o antigo se esgotou rapidamente), apelidado de Tormenta – 2ª Edição, agora publicado de modo independente e reunindo todo o material da primeira edição de Tormenta e de Panteão, além de novas magias e algumas matérias adicionais da Dragão Brasil (como as descrições dos goblins e halflings do cenário). O sucesso contínuo dos lançamentos abriu espaço também para novos produtos, como a minissérie em quadrinhos Victory e a revista Defensores de Tóquio (que tinha como objetivo dar espaço para novos artistas exibirem seus talentos relacionados a quadrinhos).

Na semana que vem: um mundo de muitos reinos! A origem de O Reinado!

Vitor “Pyromancer” Joenk é catarinense, fã de Tormenta e 3D&T desde os cinco anos de idade e atual administrador do Fórum da Jambô.

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