Concurso Alphaversos 2018 #5º – Afro-Rangers

Avaliação Completa – Afro-Rangers

Presença dos Temas: 9,5

Lancaster: Os temas são disputa de território, constructos e sobrevivência. Todos são bem equilibrados tendo o último item em destaque maior.  

BURP: Todos estão bem aproveitados e evidentes, e o autor foi além deles na caracterização. Gostei bastante.

Oriebir: Impressionante como um tema pode mudar todo o modo de ver de uma ambientação. Ganha destaque por abordar um tema até então não abordado mas, mais importante, por utilizá-los muito bem em conjunto.

Armageddon: Uma mistura muito divertida, colocando os construtos como antagonistas máximos nesse futuro distópico. A busca por recursos inserido como  algo vital para o cenário gera muitos ganchos de aventura sem a necessidade de expandir demais o universo, prevejo muitas aventuras girando sempre em torno dessa cidade.

Uso das Regras: 9,25

Lancaster: Este conhece bem as regras que lida, sabe o que deseja (e o que não deseja) para o cenário e define bem o que quer.  

BURP: O autor conhece bem as regras que usa, e faz adições pontuais relevantes. Acredito, no entanto, que as regras do concurso tenham dito que os antagonistas deveriam ser só nomes e fichas, não? Mas não vejo como uma necessidade muito rígida enforçar isso.

Oriebir: Regras bem definidas. Interessante notar que, em um mini-cenário, não há a necessidade de se englobar todas as gamas de níveis que os personagens podem ter. Aqui o autor estabelece o nível de pontuação ideal dos personagens jogadores e, com base nas fichas dos antagonistas, é possível depreender tetos de pontuação e quantidade típica de jogadores em um grupo. As fichas estão bem montadas.

Armageddon: Gostei da criação de uma nova escola de magia única para o cenário, ajuda a compor a identidade do universo. Esse tipo de customização é muito bacana, mas precisa ser feita com bastante cuidado para não gerar confusão na mesa. Olhando daqui, o custo de apenas 1 ponto com o ganho de tantas magias pode desequilibrar o personagem em relação aos demais.

Aspectos Gerais: 8.5

Lancaster: Um universo afrofuturista que remete à RPGs como Mutante Ano Zero e Numenera. Tem bons conceitos, mas peca seriamente por deixar seu universo muito limitado. O único grande perigo é o Golem? E se um grupo atrevido de jogadores vencê-lo, o que restará à eles fazê-lo? Há um risco muito grande de construirmos personagens empolgantes em uma cultura fascinante (as feiticeiras do Axé são interessantes), mas com pouco a fazer em jogo, com um ou outro animal mutante para quebrar essa sensação de vez em quando. O escopo das ameaças precisa ser ampliado, e talvez o conceito deles serem os últimos humanos jogue contra a obra em si. A menos que, assim como no citado Mutante Ano Zero, a perspectiva de cada campanha seja extremamente finita.

E só para fechar, o nome Afro-Rangers traz uma conotação farsesca que não cabe à seriedade do cenário. É interessante repensar isso.

BURP: Gostei bastante da premissa do cenário, que encaixa bem para uma campanha única com início, meio e fim, que era a ideia dos mini-cenários do MdD. Jogaria nele com bastante facilidade. Talvez tenha faltado só explorar melhor o que é o Golem, que aparentemente deveria ser o principal antagonista, mas é apresentado quase como uma busca secundária.  

Oriebir: O cenário é um respiro em meio à influência medieval, americana e nipônica, normalmente encontrados nos materiais desenvolvidos para 3D&T. Isso inevitavelmente acaba garantindo pontos por originalidade, pois mostra que o sistema pode ir além do que já conhecemos. Por conta disso também, fica uma crítica ao nome do cenário: adote um nome de influência africana/ Iorubá sem medo; os demais elementos importantes do mini-cenário são assim. Não precisa ter receio de que os jogadores percam o interesse pelo cenário por conta disso — é mais honesto adotar um nome que diga a que o cenário veio.

Contudo, o maior mérito do autor é tratar este mini-cenário como um mini-cenário de fato: a ambientação é limitada à uma pequena região; os personagens estão de acordo com essa realidade e as ameaças são locais. Há a possibilidade de incluir o cenário em uma ambientação maior (ele caberia facilmente em vários dos outros cenários apresentados), assim como há a possibilidade de escalá-lo, buscando descrever a situação do resto do planeta. Mas o autor não dá o passo maior que a perna tentando englobar um mega-cenário em 1500 palavras. Ele propõe um cenário de 1500 palavras.

Armageddon: Gostei muito de toda a premissa. O afrofuturismo distópico proposto tem potencial para muitas aventuras sem a necessidade de imaginar todo um universo maior, permitindo não apenas missões de exploração por busca de recursos, quanto dando margem para conflitos internos na cidade sitiada por uma inteligência artificial distante. Acho que a única crítica é quanto ao nome mesmo, ele evoca um certo humor que não transparece no restante do texto (que é bem mais sério e contido).

Nota Final: 9,1

Você pode gostar...

2 Resultados

  1. Raphael Lima disse:

    Valeu pessoal, eu fiquei muito feliz em participar do concurso. E vou seguir as orientações dos jurados.

  2. Álvaro "Jamil" disse:

    Que cenário sensacional!!!
    Vou querer mestrar pelo menos uma one-shot nele. Se esse é 5o lugar (pra mim é nível top3), já tô salivando pelos próximos…

Deixe uma resposta