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Resultados Concurso Alphaversos 2018 – Avaliações do 11º, 12º e 13º colocados

Chegamos ao quarto bloco de avaliações e resultados do Concurso Alphaversos 2018, com o 11º, 12º e 13º colocados, e a disputa foi décimo a décimo! Temos ninjas cibernéticos, mortos-vivos poderosos e guerra entre facções transhumanistas fantásticas?!


13º – Edopunk; por Renato Castro. Um Japão cyberpunk onde corporações travam uma guerra nas sombras através de ninjas e samurais ciborgues.

12º – Reino dos Mortos; por Padre Judas. Em meio ao apocalipse zumbi, os vivos lutam para sobreviver, mas você não é um deles! Você é um dos monstros, e este é seu reino.

11º – Lendas Argarianas; por Raphael Xavier e Henrique Alves. Inicia-se a disputa pelo trono entre facções de desmortos, mercenários, ferais, meio-golens e magos.

Os PDFs – contendo os mini-cenários completos (como submetidos) – podem ser acessados e baixados clicando nos títulos de cada cenário.


13º. Edopunk

Autor: Renato de Castro (Rio de Janeiro – RJ). Temas: distopia, construtos, disputa de território.

Resumo: Em um futuro onde grandes monopólios e a máfia controlam a política e a segurança pública japonesa o conceito de samurais e ninjas renasce mesclados a robótica e aos planos obscuros dos líderes que dominam o Japão pelas sombras. Uma guerra oculta em meio ao neon de uma ficção cyberpunk repaginando a era feudal de Daimyos e seus asseclas para os líderes em poder e influência nos seus grandes impérios industriais e de marketing protegidos por Samurais que vendem sua autonomia em nome da proteção de seus chefes e Ninjas, figuras sombrias e mortais, mas também as maiores vítimas deste mundo onde tudo tem um preço, até mesmo a vida humana.

Avaliação: Edopunk nos leva a um cenário cyberpunk com elementos do Japão Feudal (tema que estranhamente está ausente), com uma boa abordagem de ficção científica para o re-aparecimento de samurais e ninjas. As regras do 3D&T foram bem utilizadas no geral. Praticamente todos os jurados sentiram falta de antagonistas e/ou personagens de suporte que auxiliassem o mestre na condução da trama, elementos que dariam mais personalidade ao cenário.

? Presença dos Temas: 9,0  Estão todos bem encaixados e aproveitados.” – BURP. Estranhei não usar Japão Feudal como tema.”  – Oriebir.

? Uso das Regras: 8,5 Não há realmente nada de errado, mas senti que o conceito poderia ter sido mais trabalhado (…) com inclusão de mecânicas extras.” – Lancaster.

? Aspectos Gerais: 7,0 A caracterização dos novos samurais e ninjas foi uma sacada bem legal.” – BURP. Faltou talvez um grande antagonista (…) para tornar o cenário mais carismático.” – Armageddon.

MÉDIA FINAL: 8,2

A avaliação completa de “Edopunk”, com comentários e sugestões de todos os jurados, encontra-se na página 2.


12º. Reino dos Mortos

Autor: Padre Judas (Belo Horizonte – MG). Temas: distopia, disputa de território, sobrevivência.

Resumo: Um mundo apocalíptico tomado por zumbis em que a Humanidade divide espaço com outras duas novas raças mortas-vivas. Os sobreviventes se dividem em distintas organizações que lutam entre si e internamente.

Avaliação: Reino dos Mortos traz uma subversão esperta do gênero de zumbis, colocando os jogadores como os monstros. Todos os temas escolhidos estão presentes, mas Disputa de Territórios poderia ter sido melhor desenvolvida, com uma descrição mais “física” a respeito do cenário e territórios sob controle e disputa (uma cidade? uma região? um país?). Em parte, esse desenvolvimento não ocorreu para dar espaço a descrição das bem avaliadas Vantagens Únicas. No entanto, devido a limitação de espaço, talvez o custo tenha acabado caro demais.

? Presença dos Temas: 8,5  Estão todos presentes, mas a parte de disputa de territórios fica mais implícita do que clara.” – BURP.

? Uso das Regras: 8,5 São vantagens únicas eficientes e bem-executadas.” – Lancaster. “(sobre as fichas) Nem todas as regras não-presentes no Manual Básico estão referenciadas” – Oriebir.

? Aspectos Gerais: 7,75 “…senti falta de maior descrição a respeito do mundo físico em si.” – Oriebir. Eu gostaria muito de saber mais sobre esse universo.” – Armageddon.

MÉDIA FINAL: 8,3

A avaliação completa de “Reino dos Mortos”, com comentários e sugestões de todos os jurados, encontra-se na página 3.


11º. Lendas Argarianas: As Legiões de Ferro

Autores: Raphael Xavier (Manaus – AM); Henrique Alves (Recife – PE). Temas: disputa de território, traição, construtos.

Resumo: Essa história é uma Dark/Fantasy com o foco em uma guerra territorial focada em 5 províncias e seus líderes. Ela apresenta um extermínio de raças e uma tentativa de recriação das mesmas.

Avaliação: Lendas Argarianas é um cenário de fantasia sombria centrado na disputa pelo trono entre diferentes facções. Pensado de modo subjetivo, o tema de disputa de territórios está bem trabalhado, diferente dos outros dois, que ficam entre o implícito e o acessório. As regras foram bem selecionadas, com ajustes simples para se adequar ao cenário. A ambientação está bem firmada, mas alguns jurados sentiram falta de mais elementos a serem desenvolvidos, como descrição dos reinos. O texto parece ter sido escrito às pressas e isso comprometeu um pouco a leitura.

? Presença dos Temas: 8,25  Achei que o tema de traição fica muito implícito” – BURP. Exceto pela Disputa de Território, os outros temas propostos não formam a base do cenário.” – Armageddon.

? Uso das Regras: 9,0 As regras são bem aplicadas, mas poderiam ser melhor desenvolvidas (…) Além disso, regras de outros livros que não o manual básico são citadas, mas não referenciadas.” – Oriebir.

? Aspectos Gerais: 8,0 Dentro das dimensões de um mini-cenário, ele se saiu muito bem.” – Lancaster. Dava para explorar mais alguns detalhes do conflito entre os reinos, mas há uma linha narrativa forte” – BURP.

MÉDIA FINAL: 8,4

A avaliação completa de “Lendas Argarianas: As Legiões de Ferro”, com comentários e sugestões de todos os jurados, encontra-se na página 4.


A imagem do lich pertence a Jambô Editora. Os zumbis são obra de PennyLane17, enquanto a imagem do ninja foi encontrado no site pngimg.com e pode ser baixado neste link.

Avaliação Completa – Edopunk

Presença dos Temas: 9,0

Lancaster: Os temas são Distopia, Constructos e Disputa de territórios — tudo corretamente executado (se pensarmos em territórios como um conceito menos literal), sem realmente muito destaque para esses elementos um em relação ao outro.

BURP: Estão todos bem encaixados e aproveitados.

Oriebir: Distopia e Construtos estão muito bem amarrados ao cenário. Disputa de Território fica em segundo plano. Estranhei não usar Japão Feudal como tema, acho que encaixaria melhor do que a Disputa de Território.

Armageddon: Os três temas estão aqui, apesar de sentir que Japão Feudal foi trocado por Disputa de Território no último segundo, o que é uma pena, encaixaria melhor na proposta.

Uso das Regras: 8,5

Lancaster: Não há realmente nada de errado, mas senti que o conceito poderia ter sido mais trabalhado nesse sentido, com inclusão de mecânicas extras.

BURP: Não houve necessidade de adições, o que eu sempre considero um ponto positivo. A sugestão de uma pontuação fora do padrão do sistema (8 pontos) chama a atenção, mas não é um defeito.

Oriebir: Vai direto ao ponto e cita quando é sugerido algum material que não está presente no Manual Básico.

Armageddon: Fiquei curioso com a escolha da pontuação sugerida.

Aspectos Gerais: 7,0

Lancaster: Essencialmente é um universo cyberpunk clássico, com um contexto no qual conceitos como samurais, ninjas e daimyos voltou a fazer sentido. É mais cosmético do que qualquer outra coisa. Os coadjuvantes são úteis, mas não especialmente marcantes. De modo geral, até funciona.

BURP: É um cenário cyberpunk bem feijão com arroz, embora focado na recriação de um ambiente geopolítico do Japão sengoku. A caracterização dos novos samurais e ninjas foi uma sacada bem legal. Mas senti que faltou realmente um pouco mais de “vida” – não só descrever o ambiente geral, mas oferecer personagens definidos e situações com as quais interagir, como um vilão ou NPC com nome e função.

Oriebir: Apesar de ser um tema que não me chama muito a atenção, o texto bem escrito e claro me fez ter vontade de jogar ao menos uma aventura. Acho que tem potencial, mas ainda precisa trazer algum plot mais original, que o diferencie de suas próprias referências.

Armageddon: Cyberpunk girando em torno de batalhas entre ninjas soa muito legal. O cenário não abre espaço para o protagonismo dos personagens, mas isso é deixado bem claro, com uma promessa de um final trágico a todos, o que combina também com a premissa. Ainda que muito bem descrito, faltou talvez um grande antagonista, provavelmente uma das corporações responsável pela tecnologia de criação de ninjas, para tornar o cenário mais carismático.

Nota Final: 8,2

Avaliação Completa – Reino dos Mortos

Presença dos Temas: 8,5

Lancaster: Os temas são Distopia, Disputa de Território e Sobrevivência. Não vejo o que criticar aqui — o cenário cumpre o que promete, nada mais, nada menos.

BURP: Estão todos presentes, mas a parte de disputa de territórios fica mais implícita do que clara – poderia ter sido explanada melhor.

Oriebir: Distopia e Sobrevivência estão claramente presentes, mas Disputa de Território não está tão claro. Como sugestão, poderia haver uma melhor descrição de aspectos geográficos da ambientação, que darão uma ideia mais apurada deste tema.

Armageddon: A ideia de colocar os jogadores como mortos-vivos num cenário destruído por um apocalipse zumbi é muito legal e abre várias possibilidades divertidas. Eu considero que a disputa por recursos é central num cenário desse tipo, e se os recursos são humanos cada vez mais raros, entocados em cidades, há margem para se trabalhar muito nesse sentido.

Uso das Regras: 8,5

Lancaster: São vantagens únicas eficientes e bem-executadas. Podem, inclusive, ser usadas em outros cenários, como oponentes. Mas o cenário poderia ter ido mais longe na descrição e escolha das regras usadas — especialmente tendo personagens visivelmente mais poderosos do que os humanos.

BURP: Bem usadas, mas, pra um mini-cenário, teria sido inteligente não gastar tanto espaço com duas vantagens únicas.

Oriebir: As vantagens únicas e fichas apresentadas estão bem construídas, mostrando que o autor tem domínio das regras. Nem todas as regras não-presentes no manual básico estão referenciadas e estranhei a ficha do ogro — é um mutante? Imagino que sim, porque é falado sobre mutações nos parágrafos iniciais, mas poderia ter reforçado isso, se for o caso, da mesma forma que reforça a questão dos liches conservarem ferimentos de antes de sua transformação; algo que considero menos relevante do que apontar com clareza a existência de outras mutações que emulam as demais vantagens únicas.

Armageddon: Acho que o ponto aqui não são como as regras foram usadas, mas a forma que isso foi feito, algo que só aconteceu porque o espaço era limitado aqui no concurso. As vantagens são longas e demandam muito texto que poderia ter sido empregado para enriquecer mais o universo em si, talvez reaproveitando os mortos já apresentados no manual básico o autor conseguiria mais variedade e possibilidades de aventura com menos caracteres.

Aspectos Gerais: 7,75

Lancaster: Do modo geral, correto ao que se propõe e inteligentemente cria uma subversão de expectativa em relação ao gênero, mas ao mesmo tempo não parece ir muito além dessa proposta. De alguma forma, me lembra o velho Mundo das Trevas em suas disputas de poder entre monstros — só que às caras, em uma sociedade em ruínas, nos quais os humanos apenas são presas, ou oponentes quando estão em grupo.

BURP: Pode ser só eu, mas estou meio de saco cheio de apocalipses zumbis. Pelo menos aqui a pegada é bem diferente do padrão, mas achei que, no lugar de usar espaço para duas vantagens únicas, ele poderia ter enriquecido mais o cenário, oferecendo uma linha narrativa e antagonistas mais claros para uma campanha.

Oriebir: O cenário tem potencial, trazendo uma roupagem diferente para um tema que já foi explorado de forma cansativa em muitas mídias. Mas senti falta de maior descrição a respeito do mundo físico em si. É a nossa Terra corrompida? É algum outro lugar? Boris, Mariano, a Arquilich ou Irina controlam setores deste mundo? Regiões? Bairros de uma cidade?  

Armageddon: Eu gostaria muito de saber mais sobre esse universo. Comprei muito a ideia de que não há uma certeza de como o apocalipse ocorreu, mas isso pode ser uma questão interessante que gera muitos ganchos que não foram trabalhados aqui, especialmente a disputa entre os inimigos pelo controle dos rebanhos. É algo que se for trabalhado pode enriquecer muito as aventuras do cenário.

Nota Final: 8,3

Avaliação Completa –
Lendas Argarianas: As Legiões de Ferro

Presença dos Temas: 8,25

Lancaster: Os temas são Disputa de Território, Traição e Construtos. Todos estão aqui (os construtos na figura dos Golems). E agradeço sinceramente por termos alguém a entender que um cenário sombrio ou dramático de fantasia não caracteriza necessariamente uma distopia.

BURP: Disputa de territórios está bem evidente, e construtos são presentes em uma das províncias. Achei que o tema de traição fica muito implícito, mais pelo gênero do que pelas descrições, e precisaria ser melhor exposto no texto.

Oriebir: Disputa de Territórios está bastante explícito pela descrição, mas o mesmo não pode ser dito de Traição, que fica implícita, mas que não é abordada a ponto de se considerar um dos pilares do cenário. Construtos são advindos de apenas uma nação, o que não é um problema por si só, mas sim o fato de não serem intrínsecos ao cenário.

Armageddon: Exceto pela Disputa de Território, os outros temas propostos não formam a base do cenário, estando presentes aqui e ali, mas daria na mesma se não estivessem.

Uso das Regras: 9,0

Lancaster: Teria sido mais conveniente indicar quais as regras específicas de combate em massa e aonde elas podem ser encontradas no livro referenciado, mas de modo geral ele é bem amplo e deixa bastante claro que qualquer vantagem única pode ser usada, mesmo que a maioria acabe com uma má fama nas costas. Sabe o que quer do cenário, portanto.

BURP: Bem selecionadas, com ajustes pontuais simples para se adequar ao cenário.

Oriebir: As regras são bem aplicadas e as modificações são suficientemente claras, mas poderiam ser melhor desenvolvidas (por exemplo, vantagens únicas não-convencionais que já possuam Má Fama, como ficam?). Além disso, regras de outros livros que não o manual básico são citadas, mas não referenciadas.

Armageddon: As regras estão bem trabalhadas, apesar de achar que a pontuação indicada me parece muito alta para um cenário dark fantasy.

Aspectos Gerais: 8,0

Lancaster: De modo geral é um cenário bem desenvolvido, centrado em suas disputas de nobreza, com coadjuvantes bem estabelecidos e com papéis marcantes dentro de sua estrutura. Dentro das dimensões de um mini-cenário, ele se saiu muito bem.

BURP: O texto poderia estar melhor, tenho a impressão de que foi revisado no auto-correct e não se conferiu direito como estava ficando. As descrições estão um pouco simples, acredito que dava para explorar mais alguns detalhes do conflito entre os reinos, mas há uma linha narrativa forte para servir de base a uma campanha.

Oriebir: Há um plot principal forte, que me deu vontade de jogar no cenário, mas senti falta de mais desenvolvimento em alguns pontos. O texto pareceu ter sido escrito às pressas.  

Armageddon: O texto está repleto de erros de digitação, faltando acentuação em praticamente tudo. Quanto ao cenário em si, eu gostaria de ter visto mais detalhes sobre o Império. Por ter detalhado os governantes, não ficou muito claro como cada província é.

Nota Final: 8,4

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