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Resultados Concurso Alphaversos 2018 – Avaliações do 20º, 21º e 22º colocados

Começam a serem revelados as avaliações e os resultados do Concurso Alphaversos 2018 de criação de cenários para 3D&T! Hoje temos um mundo onde a humanidade foi encolhida, uma chuva de peças de armaduras alienígenas, e um planeta com elementos cyberpunk.


Como dito no artigo de anúncio dos resultados, os cenários abaixo da 10ª colocação terão suas avaliações publicadas em grupos de três cenários, da menor para maior classificação.

? 22º – Terra dos Pequenos, por Ricardo Santos. Querida, a humanidade encolheu! E agora as pessoas lutam pela sobrevivência num mundo onde seu gato pode te confundir com petisco!

? 21º – União: Ascensão das Peças, por Arthur Deliza. Peças de armaduras alienígenas caem na Terra, e são capazes de fornecer poderes extraordinários aos seus usuários. Governos e organizações disputam as peças, que buscam se reunir em armaduras completas.

? 20º – Ecos da Guerra, por Guilherme Rios. Num planeta governado pela Capital, a possibilidade de finalmente colonizarem as regiões além do equador, leva a uma disputa por poder e territórios.

Os PDFs – contendo os mini-cenários completos (como submetidos) – podem ser acessados e baixados clicando nos títulos de cada cenário.


22º. Terra dos Pequenos

Autor: Ricardo Santos (São José dos Campos – SP). Temas: distopia, disputa de território, sobrevivência.

Resumo: Uma força desconhecida encolhe todos os humanos até o tamanho de um inseto (15 centímetros). Agora cabe aos humanos sobreviventes se adaptar a esse novo ambiente ou reverter o processo de encolhimento para salvar a humanidade da extinção.

Avaliação: Todos os jurados concordaram que a ideia é excelente e com muito potencial, mas que acabou perdendo muitos pontos por não ter sido tão bem desenvolvida quanto os demais mini-cenários concorrentes.

? Presença dos Temas: 6,0  “Os temas propostos são apenas sugeridos, exceto por Sobrevivência.” – Armageddon.

? Uso das Regras: 5,75 “O cenário pede o uso das escalas, sem meias palavras.” – Lancaster. “Faltou trabalhar um pouco mais nesse aspecto.” – Armageddon.

? Aspectos Gerais: 5,75 “Este tinha tudo para ser um dos mini-cenários mais originais do concurso.” – Oriebir. “Parece-me mais uma ideia para um gênero de histórias do que um cenário.” – BURP.

MÉDIA FINAL: 5,8

A avaliação completa de “Terra dos Pequenos”, com comentários e sugestões de todos os jurados, encontra-se na página 2.


21º. União: Ascensão das Peças

Autor: Arthur Deliza (São Paulo – SP). Temas: construtos, traição, sobrevivência.

Resumo: Uma nova tecnologia chega a Terra. As nações se movimentam para entender e controlar as consequências de tal acontecimento. Pessoas variadas agraciadas (ou amaldiçoadas) pelo acaso usam armaduras altamente tecnológicas. Armaduras com inteligência artificial com personalidades distintas. Destas algumas em busca de saber sua própria origem. Outras buscam apenas causar destruição. Motivações variadas em mundo assolado pelo coercitivo poder que tais armaduras possuem.

Cada armadura possui as próprias vantagens e desvantagens; seus próprios armamentos e funções principais, mas elas precisam sempre de uma coisa essencial para agir no mundo: Um Usuário humano. Qualquer ser humano é capaz de utilizá-las. Assim, humano e máquina poderão agir juntos e desempenhar atos sobre humanos. O que seu personagem fará com tal poder?

Avaliação: A idéia de uma guerra de armaduras alienígenas, caça e fusão de peças é bem divertida, assim como a Unidade Tabuleiro é uma organização interessante. O cenário tem potencial, mas os jurados concordaram que o foco excessivo nas regras das armaduras acabou deixando o desenvolvimento do cenário de lado. Ainda sobre regras, o texto precisa de uma re-organização, pois ficou confuso e complicado, e por vezes cita vantagens e desvantagens desconhecidas dos suplementos oficiais.

? Presença dos Temas: 6,0  “Acho que, pela quantidade de novas regras propostas, faltou trabalhar melhor os temas impostos pelo concurso na criação do cenário.” – Armageddon.

? Uso das Regras: 6,5 “Explicadas de forma um pouco confusa” – BURP. “As mecânicas propostas são excessivamente complicadas.” – Oriebir.

? Aspectos Gerais: 5,75  “O desenvolvimento ficou um tanto aquém de seu potencial” – Lancaster. “Consigo ver a semente inicial de um cenário urbano/militar moderno que poderia ficar bem bacana. Mas faltou desenvolver melhor.” – BURP.

MÉDIA FINAL: 6,1

A avaliação completa de “União: Ascensão das Peças”, com comentários e sugestões de todos os jurados, encontra-se na página 3.


20º. Ecos da Guerra

Autor: Guiherme Rios (Rio Claro – SP). Temas: distopia, disputa de território, construtos.

Resumo: A aventura se passa num planeta cujo a sombra de seu anel causava sérias quedas de temperaturas e tempestades. Sendo assim a civilização só pôde construir nas regiões não atingidas, o equador e os trópicos. Após anos sendo assolados com essas tempestades, 3 heróis ditos de ser de outra dimensão resolveram essa crise de forma misteriosa, sendo assim a sombra do anel não mais causava essas tempestades, o gelo e neve derreteram formando novas planícies prontas para serem exploradas. A proposta é que os jogadores participem dessa guerra de conquista de território, alinhados à algum tipo de governo ou causa independente ou até mesmo participem na complexa politicagem por trás dos objetivos de cada governo e organização.

Avaliação: Ecos da Guerra é um cenário que traz um cenário num planeta distante, cyberpunk e NPCs com magia, mas os jurados sentiram que faltou desenvolvimento e coesão entre os diferentes elementos, além de um melhor desenvolvimento dos temas escolhidos. A menção de classes, materiais e tecnologias, mas sem a explicação de como funcionam em regras, também contou negativamente na avaliação.

? Presença dos Temas: 7,0  Disputa de territórios poderia ter sido um pouco mais desenvolvida. Faria uma grande diferença pro cenário.– Armageddon.

? Uso das Regras: 6,0 É citado o uso classes, mas elas não são explicadas. O mesmo com o funcionamento dos exoesqueletos.– Oriebir.

? Aspectos Gerais: 6,5  “Há pouca coesão entre as várias ideias apresentadas, mas há um núcleo de um cenário que pode funcionar.– BURP. É como se o cenário ainda não tivesse decidido o que ele realmente quer ser.” – Lancaster.

MÉDIA FINAL: 6,5

A avaliação completa de “Ecos da Guerra”, com comentários e sugestões de todos os jurados, encontra-se na página 4.


As imagens usadas neste artigo pertencem a Jambô Editora.

Avaliação Completa – Terra dos Pequenos

Presença dos Temas: 6,0

Lancaster: Distopia, Disputa de Território, Sobrevivência. Definitivamente o último está mais em destaque, sendo que a Disputa é a mais vaga nesse contexto.

BURP: Sobrevivência se sobressai mais do que os demais. Disputa de território pode ficar implícito, mas não é bem explorado no texto. E falta um aspecto mais aprofundado de distopia.

Oriebir: Sobrevivência é o aspecto de maior destaque. A Distopia está implícita por conta da guerra mundial e do caos que se torna a humanidade ser miniaturizada, mas se for apenas como elemento que causou o acidente, não conta como tema. Disputa de Território é inexistente, muito por falta de desenvolvimento. Poderia haver disputas entre grupos humanos, entre humanos e animais; humanos que não foram miniaturizados e ainda outros, mas nenhuma ideia é explorada com mais profundidade.

Armageddon: Os temas propostos são apenas sugeridos, exceto por Sobrevivência.

Uso das Regras: 5,75

Lancaster: Aqui faltou um pouco mais de amplitude de visão da parte do criador. O cenário pede o uso das escalas, sem meias palavras. Não é preciso cobrar o conhecimento dos suplementos na votação (o Manual do Defensor tem algumas observações nesse sentido), mas um mínimo de trabalho aqui cairia bem, especialmente quando ele poderia se beneficiar de uma mecânica de equipamentos inusitados como qualquer survival horror. E olhe que ele lembrou disso com quando mencionou o gato.

BURP: Faltou uma definição melhor do que pode ou não dentro do cenário.

Oriebir: Tanta coisa podia ser descrita aqui… Regras para armas improvisadas, sugestões de usos e poderes específicos relacionados à escalas, regras para domar seu animal de estimação como uma montaria ou fera de combate… mas é tudo muito vago.

Armageddon: Faltou trabalhar um pouco mais nesse aspecto. O cenário tem potencial, mas apenas chutar todos os animais pra próxima escala é um tanto quanto raso demais.

Aspectos Gerais: 5,75

Lancaster: Isso poderia ser muito melhor desenvolvido. O próprio “Chave do Tamanho” citado pelo criador como inspiração acena algumas possibilidades (como a menção dos soldados na Europa). Se a civilização acabou, como podemos reconstruí-la? Quem teria recursos para se adaptar mais rapidamente e se re-posicionar dentro dessa situação dramática? O conceito tem um potencial imenso, mas ficou nisso.

BURP: Parece-me mais uma ideia para um gênero de histórias do que um cenário. A única definição feita é o nome do doutor que criou o raio de encolhimento, o resto fica a cargo do mestre. Mas há a sugestão um tema geral que guie uma possível campanha, pelo menos.

Oriebir: Sério? Só 500 palavras? Este tinha tudo para ser um dos mini-cenários mais originais do concurso. Finalmente alguém que saiu fora da caixa da invasão-zumbi-genérica-só-que-com-outros-seres-em-grande-quantidade-que-não-são-zumbis. A premissa me chamou muito a atenção, mas quando fui ler… não entregou quase nada. Eu queria mesmo ter gostado de seu texto, mas só fiquei frustrado.

A sugestão é que você desenvolva melhor esse cenário (se for manter em escala mundial) ou mini-cenário (se mantiver em uma escala reduzida, como uma cidade ou um bairro apenas). As obras que você cita como inspiração oferecem muitos ganchos que podem ser aproveitados. É uma ideia muito boa, mas precisa de mais desenvolvimento.

Armageddon: A ideia de deixar todo mundo pequeno e transformar o mundo normal em hostil é muito divertida e pode sim gerar aventuras ótimas em cenários do cotidiano. Porém, da forma que foi feito aqui, tudo não passa de uma ideia. Falta trabalhar para transformá-la em um cenário de fato.

Nota Final: 5,8

Avaliação Completa – União: Ascensão das Peças

Presença dos Temas: 6,0

Lancaster: Construtos, Traição, Sobrevivência (este faz sentido se pensarmos que os personagens estão sendo caçados, mas não vejo um mundo pós-apocalíptico que justifique este uso. O resto é feito com muita excelência, mas um dos temas está virtualmente ausente e isso pesa.

BURP: Não ficou muito claro, exceto pelo construtos. Consigo pegar um tema de traição implícito, mas não entendi onde se encaixa a sobrevivência.

Oriebir: Só explora o tema Construtos. Traição e Sobrevivência são sugeridos, mas não explorados.

Armageddon: Acho que, pela quantidade de novas regras propostas, faltou trabalhar melhor os temas impostos pelo concurso na criação do cenário.

Uso de Regras: 6,5

Lancaster: As grandes estrelas aqui são as armaduras — e elas vão exigir bastante do mestre! São bem acessíveis aos jogadores que se basearem exclusivamente no básico.

BURP: Explicadas de forma um pouco confusa, e a quantidade de especificidades acaba tirando espaço da descrição do cenário.

Oriebir: As mecânicas propostas são excessivamente complicadas. Não são dadas orientações claras em termos de mecânicas sobre como construir cada tipo de peça, por exemplo. A regra de fusões já poderia ser resolvida com a mecânica de Parceiro, já existente, o que daria espaço para abordar com mais profundidade a ambientação do cenário.

Armageddon: 3D&T é um sistema simples justamente para dar espaço para que as ideias se sobressaiam e façam a diferença. Ainda que todas as classificações e parâmetros sejam interessantes mecanicamente, elas precisam agregar ideias e trazer mais para o universo do que apenas correlação com alguma classificação arbitrária.

Aspectos Gerais: 5,75

Lancaster: Pecou um tanto em organização. É interessante e lembra em muitos aspectos as séries animadas dos anos 80 feitas para vender brinquedos (como transformers, centurions, M.A.S.K., etc). Por isso o desenvolvimento ficou um tanto aquém de seu potencial — ele pedia por organizações definidas, milícias, grupos terroristas, gente metida a super-heróis… e não tivemos isso. O mundo ficou basicamente o mesmo, só que com pessoas com armaduras especiais.

BURP: Consigo ver a semente inicial de um cenário urbano/militar moderno que poderia ficar bem bacana. Mas faltou desenvolver melhor, e explicar exatamente o que os personagens farão durante as aventuras. Juntar sugestões de personagens e ganchos causou essa confusão.

Oriebir: Não há uma descrição de cenário, mas sim apenas dos construtos, e de forma confusa. É compreensível que eles são o principal plot do cenário, mas quase não há mais nada além deles.

Armageddon: Esse é um caso em que faltou um pouco de foco do autor. Ele traz várias ideias com muito potencial, mas não mira em nenhuma delas e por isso o cenário como um todo não avança. Por exemplo, todo o horror envolvido com tecnologia alienígena chovendo sobre as cidades se perde, pois em vez das inteligências artificiais que escravizam um elemento biológico (por que motivo?) serem centrais no mundo, elas se tornam apenas uma simples arma em disputas entre governos, ou entre heróis e vilões. Da forma como foram apresentadas, as Peças são muito mais um item que pode ser incluso em qualquer campanha do que um cenário em si.

Nota Final: 6,1

Avaliação Completa – Ecos da Guerra

Presença dos Temas: 7,0

Lancaster: Os temas são Distopia, Disputa de Território, Construtos. Todos presentes, mas nenhum exatamente muito desenvolvido.

BURP: Todos estão presentes, embora não muito desenvolvidos.

Oriebir: Os três temas estão presentes, mas nenhum deles é mais aprofundado. Sinto que poderiam ser declarados os temas Sobrevivência e Traição, e nada mudaria na descrição do cenário.

Armageddon: Consigo ver os três temas propostos aplicados aqui, especialmente no que diz respeito a distopia. Disputa de territórios poderia ter sido um pouco mais desenvolvida. Faria uma grande diferença pro cenário.

Uso das Regras: 6,0

Lancaster: No que apresentou, seco e direto e esse é um traço positivo. Mas ficou nisso. E faltaram regras definindo como funcionarão as armaduras — foi um fato gritante.

BURP: Incompletas. Menciona o uso de classes, mas não explica como elas funcionam. O mesmo para os exoesqueletos.

Oriebir: É citado o uso classes, mas elas não são explicadas. O mesmo com o funcionamento dos exoesqueletos. Os materiais citados no início do texto têm alguma propriedade em regras?

Armageddon: Irei explanar melhor isso nos aspectos gerais, mas creio que vale a mesma dica aqui: caso algo seja relevante para o cenário, ele deve ser desenvolvido. Os materiais e classes citadas são legais, mas em um RPG, ou elas precisam de regras (e cabe a você nos mostrar), ou não precisam.

Aspectos Gerais: 6,5

Lancaster: O que mais me incomodou foi que o universo é parte espacial, grande parte cyberpunk e a magia aparece casualmente sem se tornar um elemento distintivo. É como se o cenário ainda não tivesse decidido o que ele realmente quer ser.

BURP: Há pouca coesão entre as várias ideias apresentadas, mas há um núcleo de um cenário que pode funcionar.

Oriebir: O gênero já não me chama muito a atenção; além disso, as ideias apresentadas não trazem nenhum elemento ou plot mais original que o diferencie. De repente a ideia da sombra causada pelos anéis pudesse deixar de ser um problema já resolvido e voltar a ser um plot do cenário? Não sei se isso já seria o suficiente, contudo.

Armageddon: Acho que o autor poderia ter trabalhado melhor alguns aspectos que teriam tornado todo o cenário mais interessante. Do jeito que está, ele oscila entre soluções misteriosas e não desenvolve um lugar novo para as aventuras.

Os anéis citados lá no início, por exemplo. A primeira coisa que me veio a mente é que, em vez de uma formação natural que foi misteriosamente destruída na terraformação do planeta, A Capital poderia ser um destes anéis, uma cidade gigantesca construída no espaço, que, por existir, condenou os que ficaram no planeta a viver na sombra.

Nota Final: 6,5

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