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Acervo RPGista — O quão "motivador" deve ser um cenário?

Acervo RPGista é uma série que reapresenta bons artigos da história do nosso blogue. O artigo original, sobre cenários, e particularmente, Forgotten Realms, foi publicado em 05/12/2008, às 15:54, pelo Alexandre.
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Dragonlance, Call of Cthulhu , Lobisomem: o Apocalipse, Ravenloft… todos esses cenários de RPG tem motivações.
Lutar contra o mal, encarar um medo insano, salvar o mundo ou apenas voltar para casa. Não importa. Muitos cenários construídos e publicados têm motivações que acabam levando os personagens aos seus destinos.
O cenário é sobre algum “assunto”.
Eu gosto desse tipo de ambientação. Saber sobre o que será o jogo me dá inspiração para escrever quando sou mestre.
Quando assumo o papel de jogador, saber sobre o que é a aventura me ajuda a entrar no clima dela.
Acho que é como ir ao cinema sabendo que vai ver uma comédia, romance ou filme de suspense. Você já entra na sala com o “climão” do filme. Em filmes de suspense, inclusive, existe a idéia da “antecipação” (quando você sabe que algo vai acontecer e não quer mais olhar… mas ainda assim você olha), que é um resultado, justamente, de saber o que está se passando.
E acho que esse é um dos motivos, ou melhor, talvez “O” motivo, pelo qual eu não gosto tanto de Forgotten Realms ou Yrth.
Porque me parece não haver nada lá.
Acervo RPGista — O quão "motivador" deve ser um cenário? 1

(Ei! Eu tô vendo você pegar isso! Nem pense em jogar em mim!)

Forgotten é um mundo enorme e completamente descrito. Cada rua tem um nome, e cada fiapo do bigode de cada barman, de cada taverna, já foi contado minuciosamente.
Mesmo assim o cenário me parece vazio.
Digo vazio de “propósito”. De “motivação”.
É como se, mesmo sendo muito bem descrito, ele ainda tivesse muito espaço vazio para o GM construir a aventura que desejasse nele.
Em uma conversa, o CF me chamou a atenção para isso. Forgotten é um cenário “em branco” para o mestre criar suas aventuras. Mesmo sendo muito detalhado.
Se você for fã de Forgotten, por exemplo, pode dizer que é uma ambientação “cheia”, não vazia.
Ela é “cheia” de possibilidades!
Se o RPG fosse um filme, Forgotten seria, enfim… o CENÁRIO! E cabe ao diretor, roteirista e atores fazerem o filme.
Forgotten, em sua longa existência, já demonstrou que sua fórmula funciona. Todo mundo joga essa bagaça! O engraçado é que muita gente, quando perguntada, diz que Faerûn não é seu mundo preferido, embora assumam que este é “O” cenário para aventuras fantásticas. Como o feijão com arroz dos ambientes de fantasia.
Mas talvez, se sua fórmula funciona, só o faça para os Reinos Esquecidos, porque no momento que escrevo esse post, não lembro de outra ambientação tão permanente quanto esta.
O que você acha?
É importante que um cenário tenha um assunto sobre o qual sejam as aventuras? Que ele seja sobre alguma coisa (terror, heroísmo, redenção, etc)? Seria isso algo determinante para o seu sucesso?

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