Continuando com a corrente de artigos de fim de ano, segue meu artigo niilista-passivo-agressivo sobre “meu 2017 nerd”, e o que curti de cultura pop nesse meio tempo.
2017 para mim foi um ano horrível. Está claro que o mundo vai pro saco, e as coisas só tendem a piorar por algum tempo. A palavra de ordem é resistir ao inverno e lutar pela primavera. Em meio a estes tempos sombrios, RPG, quadrinhos, filmes, livros e jogos nos mantém unidos entorno da fogueira. O entretenimento serve tanto como válvula de escape, como ponto de reflexão.
Sem mais delongas, vamos falar do que rolou de bom nesse ano ruim.
RPG
Esse final de ano eu comecei a jogar Brigada Ligeira Estelar (BLE) para 3D&T Alpha. O cenário é excelente, reunindo robôs gigantes, elementos latino-americanos, política e ópera espacial. Além disso, BLE possui uma ótima campanha pronta (Belonave Supernova), cujos diários vocês podem acompanhar neste blog.
Faz séculos que não jogava o sistema azulzinho e foi legal ver o quanto ele evoluiu nesta década, mantendo a simplicidade e versatilidade ao mesmo tempo que adquiriu profundidade tática. Grande parte dessa evolução se deve aos méritos de nossos parças Armageddon e BURP, que tem públicado pra o sistema.
3D&T me agradou tanto que ano que vem planejo fazer alguns experimentos com o sistema. Também quero experimentar o Savage Worlds, que tem crescido em popularidade no Rio, e muitos dizem estar “peitando o 3D&T” como sistema simples e genérico favorito da galera. Veremos.
Boardgames
Eu não jogo muito boardgames, mas comprei a caixa básica de Zombicide e me diverti bastante nas poucas vezes que consegui jogar esse ano. Colonizadores de Catan é outra aquisição do ano passado que rendeu bons momentos em 2017.
Outro boardgame muito divertido que joguei foi Pandemic: O Reino de Cthulhu, comprado pelo meu colega Sammy (da Marcha Nerd). Este é um jogo cooperativo onde devemos impedir o retorno dos antigos, mantendo os cultistas sob controle. Nós perdemos, e segundo o Sammy, ele nunca conseguiu vencer o jogo. Apesar disso, foi bem divertido e aguardo uma revanche.
Cinema
Os nerds não tem o que reclamar em relação aos cinemas de 2017. Tivemos tantas produções que é até difícil listar:
Marvel: A casa das ideias lançou esse ano Logan, Homem-Aranha, Guardiões da Galáxia 2 e Thor: Ragnarok, todos eles bons filmes. Logan é um dos melhores filmes de super-herói que eu tive o prazer de ver. Um western sensível, com ótimas atuações. Os três filmes do MCU não decepcionam, eles são “corretos”, divertidos e tals, mas… não se arriscam, não tem heartwarming sacam? Eu curto umas cenas de feels acompanhada de uma boa trilha sonora, como naquela cena do trem em Homem Aranha 2, quando a população protege o Peter.
DC: Eu sou marvete de carteirinha, mas tenho que admitir que, depois daquele show de horrores que foram os filmes da DC em 2016, eu curti os lançamentos de 2017: Mulher-Maravilha e Liga da Justiça. Os filmes tem muitos defeitos? Tem. Apesar disso, o saldo final de ambos me pareceu positivo. A cena da trincheira de MM é uma das melhores cenas de filme de superheróis já produzida! Lembram que eu curto uns feels? Pois então, é disso que eu tô falando!
Outros: Esse ano eu ainda saí ao cinema pra assistir Em Ritmo de Fuga (Baby’s Driver) e Blade Runner 2049. O primeiro é um filme de assalto bem divertido, já o segundo, não apenas é um excelente filme de ação e sci-fi, como também um “filme arte” que dá pra ser admirado sem dormir (muito). Eu curti, mesmo não tendo visto o filme original.
Séries
Descobri a excelente Killjoys (Agentes Espaciais), uma série do Sci-Fi Channel de orçamento modesto, porém muito divertida. As 1ª e 2ª temporadas são ótimas, mas a 3ª temporada deixou um pouco a desejar, pois se afastou da temática “caçadores de recompensa”. A 4ª temporada de Agents of the SHIELD foi ótima, e agora estou acompanhando The Runaways (Os Fugitivos) da Hulu, que tá bem interessante, melhorando muita coisa da história original dos quadrinhos.
Eu também acompanhei a última temporada de GoT (fanservice puro), Stranger Things 2 (legalzinha), Punho de Ferro (uma bosta) e Os Defensores (primeiros metade ok, segunda metade é um Punho de Ferro).
Comics
Nos quadrinhos eu comecei a ler a Valiant na Social Comics, e gostei particularmente de Harbinger, recomendo muito e torço para a Jambô trazer logo os encadernados. Como marvete, digo que o run do Steven Rogers Captain America (onde ele era um agente da Hidra) foi polêmico, mas interessante. Infelizmente a história culminou na mega-saga Império Secreto, que deixou muito a desejar.
Leiam Ms. Marvel! Não apenas é um gibi excelente como aquece nossos corações nestes tempos sombrios! Kamala Khan é o retrato de uma geração.
Mangás
Esse foi um ano de transição da Shonen Jump. Ano passado tivemos encerramentos de várias séries importantes, e nesse ano tivemos os editores cultivando novatos promissores, em especial The Promised Neverland, um mangá de terror/aventura que tem tudo pra ser o maior sucesso da revista!
O ano começou bombástico, com o lançamento de uma leva de seis novos mangás (o que significou o cancelamento de outros 5), incluindo de três veteranos. Dessa leva sobreviveram três mangás, sendo o melhor deles Dr. Stone, do Boichi (Origin) e Riichiro Inagaki (Eyeshield21). Este é o primeiro mangá de um autor não-japonês da Jump. Com arte e roteiro bem legais. Eu fiz uma retrospectiva detalhada de 2016 da Jump para o blog Analyse It, e pretendo fazer o mesmo para o ano de 2017 (em breve).
Conclusão
Pessoalmente, 2017 foi um ano de limbo e ressaca astrais, mas vamo que vamo! 2018 não será fácil, mas juntos sobreviveremos 😛 (ou não).
Para continuar a corrente indico meu autor de Tormenta favorito, defensor dos halflings e único kender de Arton: vai que é tua Álvaro “Jamil” Freitas (ou seria Fritas?)!
“Calados na noite não vamos entrar!”