Órbita: Poder é Corrupção é um RPG que eu elaborei durante o concurso RPGênesis 2011, e que ainda está em desenvolvimento. É um RPG simples de ficção científica, baseado no sistema D6.
Minhas notas de desenvolvimento do Órbita:
Órbita é um cenário de Ficção Científica Especulativa. Ficção científica especulativa é um ramo da ficção científica “hard”, ou seja em que não há nenhuma tecnologia que não obedeça as leis da física como nós as conhecemos. Não há viagens mais rápidas do que a luz, teletransporte, campos de força, poderes psíquicos, etc. É uma especulação sobre os rumos que a sociedade, ciência e tecnologia vão tomar no futuro. Órbita apresenta um futuro possível, um futuro próximo, que podemos ver se realizar, ou não. Não é, como outros RPGs, um exercício em escapismo para mundos fantásticos, mas sim um exercício de imaginação para mundos possíveis, suas promessas e armadilhas.
O primeiro esboço do cenário eu tive em maio e resumi em três twitts:
“Pensando em um cenário Hard-SF de operários orbitais mandados para cima para construir estações espacias por corporações inescrupulosas.”
“Conflitos inter-sindicais, guerras entre sindicatos e empresas, tráfico, trabalhadores em conflito com forças quebra-greves, NO ESPAÇO!”
“O cenário FC que estou imaginando ficaria muito melhor com uma mecânica indie de corrupção e sobrevivência corporativa.Não sou mais o mesmo!”
Cenário:
Órbita se passa no futuro próximo, em que os blocos de poder do mundo mudaram novamente, os principais poderes do mundo são Brasil, Russia, India e China, a exploração do espaço foi retomada para suprir as necessidades energéticas de uma população de dez bilhões de seres humanos.
Objetivos:
Ficção Científica – Tenho reclamado que somente um cenário de FC espacial já foi publicado no Brasil: Millenia, em 1995. Note que eu disse publicado, apesar de haver dezenas de cenários fortes de FC lá fora, o único cenário já publicado no Brasil é uma produção nacional! Nunca houve um Traveller, Star Wars, Star Trek, Babylon5, Firefly, Robotech/Macross… NADA, ZERO, Zica! Obviamente temos um nicho enorme a ser preenchido. (P.S. esse ano a Retropunk trouxe 3:16, um RPG de FC espacial, diferente, narrativo, mas meu objetivo é outro). Meu objetivo é:
Ficção Científica Hard – Existem raríssimos RPGs de FC Hard (baseados na ciência como a conhecemos hoje, sem “hiperespaço”, “warp”, “A Força”…), por que FC Hard é difícil. Enquanto FC Space Opera permite que você invente o que quiser e nem ao menos precisa ser coerente consigo mesmo, em FC Hard você precisa obedecer as leis da física, pesquisar, estudar a tecnologia disponível, até mesmo os rumos da política e sociologia, o que nos leva á:
Temas:
Crítica Política – O que eu quero abordar com o jogo não é uma história do futuro idealista em que a tecnologia resolveu todos os males, mas sim algums problemas graves do mundo real: principalmente a corrupção. O cenário do jogo vai levar os jogadores a terem que enfrentar a corrupção, não como uma força sobrenatural como é normalmente tratada nos RPGs ditos “adultos”, mas como ela é na vida real. Os atalhos que te levam a se corromper para ganhar poder, ou a se corromper para sobreviver. Como de uma situação você passa para outra, como pode ser inevitável, como pode ser evitado, que tipo de sacrifício você vai fazer para se manter limpo e se isso é ao menos possível se tudo ao seu redor é corrompido.
Futurismo – O exercício de imaginação da FC normalmente só vai até analisar o que uma pessoa de hoje poderia fazer com o que a tecnologia (ou mesmo a fantasia, no caso da FC mais Space Opera) do futuro permitiria. Mas Órbita vai abordar o tema do desenvolvimento do futuro da sociedade. Não será uma linha do tempo como é normal nos outros RPGs em que a partir do dia presente se especula simplesmente a data em que se tornam disponíveis novas tecnologias (1939 – 2a Guerra; 1989 – Queda do muro de Berlin; 2050 – Invenção do Hiperdrive; 2075 Invenção do Teletransporte…) mas sim especular qual é a face do mundo vindouro.
Fontes:
Órbita pretende retratar um gênero bem específico de Ficção Científica, a melhor coisa para dar o tom correto da ambientação é listar as influências e leituras sugeridas:
Bibliografia, Ficção:
The Martian Way – Isaac Asimov http://archive.org/details/TheMartianWay
A Luz da Terra – Arthur C. Clarke
Os Náufragos do Selene – Arthur C. Clarke
The Moon is a Harsh Mistress – Roberts A. Heinlein
The Two Faces of Tomorrow – James P. Hogan e Yukinobu Hoshino
Ministério do Espaço – Warren Ellis
Um Passeio no Sol – Geoffrey A. Landis http://www.baenebooks.com/chapters/0671878522/0671878522.htm
Red Mars – Kim Stanley Robinson
The Martian – Andy Weir – http://www.andyweirauthor.com/books/the-martian-tr/the-martian-el
Bibliografia, Não Ficção:
Espaçonaves Tripuladas – Jorge Luiz Calife
Colonies in Space – T. A. Heppenheimer – http://www.nss.org/settlement/ColoniesInSpace/index.html
Asten – Eric Yam – http://www.nss.org/settlement/nasa/Contest/Results/2009/ASTEN.pdf
The High Frontier – Gerard K. O’Neill
Atomic Rockets Page: http://www.projectrho.com/rocket/index.php
Filmografia:
2001 Uma Ódisseia no Espaço – Arthur C. Clarke e Stanley Kubrick
2010 O Ano em que Faremos Contato – Arthur C. Clarke e Peter Hyams
Outland – Peter Hyams
Gattaca – Andrew Niccol
Missão: Marte – Brian de Palma
Planeta Vermelho – Antony Hoffman
Space Cowboys – Clint Eastwood
Apollo 13 – Ron Howard
Planetes – Makoto Yukimura
Freedom – Katsushiro Otomo
Space Odyssey: Voyage To The Planets – Joe Ahearne
Defying Gravity – James D. Parriott
Lunar (Moon) – Duncan Jones
L5 – Marshall Peterson
Iron Sky – Timo Vuorensola
Europa Report – Sebastián Cordero
Gravity – Alfonso Cuarón
The Martian – Ridley Scott
Ludografia:
High Frontier – Philip Eklund
Transhuman Space: The High Frontier – David pulver
Musica:
Space Oddity – David Bowie
Major Tom – Peter Schilling