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Cosa Nostra: motocicletas durante a Proibição

As motocicletas não aparecem nas caixas laterais onde armas e veículos tradicionais do período da Proibição são mostrados no livro básico de Cosa Nostra por dois motivos. Primeiro, elas não são uma visão tradicional nos filmes sobre mafiosos, pois não funcionam bem com a estética de ternos risca-de-giz e chapéus fedora tradicional. Em segundo lugar, e talvez a razão história mais importante, é que motocicletas eram primariamente usadas por forças policiais da época, em especial os policiais rodoviários.
Esse uso pelas forças policiais é uma herança da Primeira Guerra Mundial, onde as motocicletas substituíram os cavalos como meio de transporte para unidades de mensageiros, batedores e policiais militares. Com isto, contratos foram feitos entre a Harley-Davidson, então a maior produtora mundial de motocicletas, e o Exército dos EUA, para quem a gigante estadunidense chegou a dedicar 50% da sua capacidade industrial no final da Primeira Guerra Mundial. Soma-se a isto experiências bem sucedidas de policias estaduais e municipais com o uso de motocicletas para guardas de trânsito desde 1908, e pelos anos 20 a Harley-Davidson já utilizava como parte da sua campanha publicitária termos como “A Motocicleta Policial”.
Mais rápidas e manobráveis que a maioria dos carros do período, as motocicletas eram as preferidas para dar perseguição a criminosos através das novíssimas autoestradas dos anos 20. Os modelos de então, como a Harley-Davidson JD 1928 e a Indian Chief, podiam atingir velocidades máximas de 160 e 150 km/h, algo inalcançável mesmo pelos carros mais poderosos do período.
A concorrente direta da Harley-Davidson nos EUA era as motocicletas Indian, elas atualmente tem uma história policial mais antiga que a das Harleys, sendo selecionadas pela polícia de Nova Iorque para equipar sua primeira unidade de motocicletas em 1907, um ano antes da Harley ser escolhida pela polícia de Detroit. A Indian continuaria como uma favorita das autoridades por muito tempo, e durante a Segunda Guerra Mundial dedicaria toda a sua produção às Forças Armadas dos EUA e Aliados, mas após a guerra iria ter problemas em retornar ao mercado civil, indo à falência em 1953 mas retornando em 1998, falindo novamente, e retornando mais uma vez em 2008 com a ressurreição da Indian Chief por investidores estadunidenses.
A seguir, uma descrição rápida das duas principais motocicletas e mais rápidas motocicletas do período.
Harley-Davidson JD 1928
1928-1
Após a adoção do tanque de gasolina no formato de lágrima em 1925, os modelos JD de 1928 trariam duas inovações: a utilização de freios frontais em todos os modelos e a introdução de motores de dois tempos, que tornam essas motocicletas capazes de atingir espetaculares 160 km/h de velocidade máxima.
Indian Big Chief 1923

Primeiro modelo de 1.200 cilindradas da Indian, a Indian Big Chief estabeleceria o padrão de potência para as motocicletas da companhia, atingindo a velocidade máxima de 150 km/h. Ao longo dos anos muitas mudanças cosméticas seriam feitas neste modelo, mas a parte mecânica, considerada uma obra-prima, permaneceria a mesma até os anos 50, quando um novo motor de 1.300 cilindradas seria introduzido.

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