Evitarei entrar em detalhes que todo mundo conhece, então vou falar sobre minha experiência com esse jogo. Eu cheguei atrasado à festa, adquirindo o jogo apenas em meados de 2001. Eu já havia jogado Counter Strike, então estava familiarizado com o motor do jogo. Eu conhecia a história até certo ponto, tendo visto milhares de matérias sobre o jogo e lido muitas resenhas sobre o mesmo.
Mas lembro ainda hoje a minha sensação de curiosidade e dúvida sobre minhas decisões enquanto jogava. Cada passo dado era um momento de descoberta e coisas inesperadas. Os alienígenas, as criaturas e as armadilhas. Tudo no cenário parecia vir contra mim.
Então, quando eu me acostumei com o modelo do jogo cheio de alienígenas e armadilhas, o jogo mudou.
Me lembro perfeitamente do meu pânico quando o primeiro soldado apareceu. O cientista correu para abraçar a doce salvação e o que ele ganhou, ao invés disso, foram balas. Minha indignação foi tal que eu não sabia ao certo se deveria ou não atirar no soldado. Assim que ele abriu fogo contra mim, eu o matei e continuei o jogo.
E por muito tempo, essa foi a formula do jogo: soldados e alienígenas se enfrentando e todo mundo querendo um pedaço de mim. A cada novo estágio do jogo, o personagem ficava mais e mais procurado pelos soldados, com seu nome pintado nas paredes e as conversas dos soldados falando sobre como eu era perigoso.
Eu honestamente não conseguia entender a surpresa dos soldados, afinal, eles estavam matando todos os cientistas que trabalhavam comigo.
E então, depois de um certo ponto, os soldados acabam sumindo do mapa, esquecidos e derrotados, sobram apenas soldados alienígenas para enfrentar e não era uma situação muito melhor. Mas dava pra aguentar o tranco.
E no fim, o jogo muda de novo. Mas não daquela forma inicial. As regras de jogo eram a mesma, as leis da física mudaram. E brotaram chefes. O primeiro chefe que vi foi óbvio. Aquela aranha espacial com uma bolsa de veneno gigante era, visivelmente, um chefe.
Enquanto navegava por Xen, o mundo alienígena, eu realmente não prestei atenção a certos detalhes (por muitos anos), pois entrava nas salas e matava todo mundo.
Não foi até pouco tempo atrás, quando peguei o jogo de novo pra matar a saudade, que descobri duas coisas muito interessantes: a primeira é que quando você chega pela primeira vez em Xen, na fábrica onde tem os Vortigaunts, eles não te atacam. Eles olham para você com curiosidade. Claro que se você atacar um deles, os outros vão se defender, mas se você manter a cabeça fresca e simplesmente andar sem fazer alarde, a primeira sala não é perigosa.
A segunda coisa, que na verdade me deixou confuso e nunca mais vi sendo mencionado é algo que aparece logo no começo do jogo, depois que você pega a armadura que será sua fiel companheira: Uma foto de um recém-nascido no armário de Gordon.
Então eu pergunto: quem é esse bebê? Filho? Sobrinho? Irmão? E onde ele está em Half-Life 2? Por que ninguém que conhece Gordon menciona a criança? Ele tinha colegas de trabalho, eles conheciam Freeman. E embora ele seja silencioso, alguém deve saber que ele tinha um parente. E ninguém menciona a criança. Ninguém pergunta. Ninguém quer saber.
Então, com toda minha criatividade, eu imaginei que os empregadores de Gordon, simplesmente removeram a criança da Terra, a mantiveram em segurança e não mencionaram nada a Gordon.
Alguém pode discutir que a criança foi apenas algo que eles decidiram colocar lá por colocar, mas a foto da criança está lá em TODAS as versões do jogo. Sim, na versão HD e na versão Source do jogo. Então, essa criança existe, só que ela caiu no limbo do esquecimento dos personagens. Mas, conhecendo a Valve, eu imagino que estejam planejando algo fabuloso. Espero.
E essa foi minha experiência com Hal-Life. Devo dizer que ao jogar a versão HD recentemente me deixou contente. O jogo continua perfeito para quem quer jogar um FPS e matar inimigos com armas diversas, correr, pular, nadar e resolver problemas simples. E pra tudo isso, você precisa de um Ph.D., pelo que parece.
Recomendo jogar Half-Life se possível, amigos. E recomendo que explorem o jogo. Ainda hoje eu descubro coisas interessantes e me pergunto sobre detalhes que deixei escapar com os anos.
Freeman Jr., espero ansioso sua aparição nos próximos jogos da Valve.
Eu dou 9 de 10 para Half-Life.