Minha terra é sem palmeiras
Onde cante o Sabiá.
As aves que gorjeavam
Já não podem mais voar.
Nosso céu não têm estrelas,
Nossas várzeas não têm flores,
Nossos bosques não têm vida
E a vida é só horrores.
Em cismar, sozinho, à noite,
De acordar e levantar,
Vejo sombras nas janelas
E vultos a rondar.
Minha terra tem horrores
De um deserto nuclear.
Em cismar – sozinho, à noite –
De sair pra respirar,
Levo junto a minha doze
Sempre pronta pra atirar.
Não permita Deus que eu morra
Sem poder fugir de cá;
Entre restos de palmeiras
E corpos de sabiás;
Onda a turba de zumbis
Pode vir me devorar.