A Iniciativa Tormenta RPG está de volta! Para quem não conhece, é uma proposta entre os usuários do Fórum Jambô para criar mais material para o mundo de Tormenta RPG. O tema deste período é “Engenhocas”. Acabei inventando algo que ainda não acho que existe de forma confirmada no cenário. Espero que gostem!
Em algum lugar de uma das florestas mais exuberantes de Arton, uma vila de goblins descobriu um incrível segredo. E esse incrível segredo pode trazer uma série de avanços tecnológicos para Arton… se os goblins não forem exterminados antes disso.
A vila de Seivassêca é um assentamento de goblins civilizados, cansados da vida servil nas maiores cidades de Sambúrdia e de outros reinos próximos, como os membros da Liga Independente. Fundada pelo visionário Grako Dedotorto, a vila começou com a chegada da família de Grako à uma região de bosques profundos na Floresta de Greenaria. A família de Grako, claro, é bastante grande, e logo outros parentes mais distantes foram chegando, alguns convidados, alguns inesperados. Imitando a organização dos humanos, Grako se declarou Conselheiro-Mór e formou um conselho com os membros mais influentes da comunidade.
O golpe de sorte que deu toda uma reviravolta na situação de Seivassêca (que ainda era chamada apenas de Cafofo na época) se deu alguns anos atrás, quando o próprio Grako descobriu que a seiva que escorria de uma das árvores da região, quando recolhida, secava e se tornava um tanto pegajosa; após inúmeros experimentos com essa seiva sêca, Grako descobriu que um dos produtos possíveis com o “sangue” dessas árvores era um material semelhante à nossa borracha. Chamou o material, claro, de Seivassêca. Ensinou muitos dos outros goblins da vila a manufaturá-lo, e, com o passar do tempo, objetos incríveis feitos com o material começaram a aparecer por toda Sambúrdia, e em reinos vizinhos.
Poucos sabem a origem do material, no entanto. Grako tomou providências para comercializar seu produto de modo a manter sua origem o mais secreta possível. Ainda assim, é só questão de tempo até pessoas inescrupulosas buscarem o controle do valioso material. Outro problema: o mero conhecimento de que há uma “vila de goblins” pode sempre causar pânico ou pelo menos desconforto nas populações de outras vilas e aldeias próximas. Os goblins podem se ver caçados sem sequer terem feito nada – ou ainda um único habitante da aldeia até pode ter feito algo, ocasionando uma “expedição punitiva” a uma vila pacífica e com um recurso tecnológico extremamente útil.
Entre os objetos que já foram criados pelos engenhoqueiros de Seivassêca estão:
– Tiras de seivassêca protegendo as rodas de seus inventos motorizados (em essência, pneus vazios);
– Tubos ocos de seivassêca para carregar fluidos e gases de um local para outro;
– Balas de funda e munição para pistolas e mosquetes;
– Bolas quicantes muito usadas em jogos pelas crianças goblins da vila;
– Armaduras e luvas, substituindo o uso do couro;
– Tapetes, capazes de proteger contra ataques elétricos;
– Adesivos, usados para colar objetos;
Novo Material: Seivassêca
Qualquer armadura que tenha couro como material principal pode ao invés disso ser feita de seivassêca especialmente tratada para resistir a impactos. A armadura concederá RD 1 ao seu usuário no caso de armaduras leves, e RD 2 no caso de armaduras médias, além de um bônus de +2 em testes de resistência contra efeitos e magias elétricas. O custo adicional de uma armadura de seivassêca é +1500 TO. Itens de seivassêca podem ser usados por druidas e servos de Allihanna sem violar seus dogmas ou Obrigações e Restrições. Balas de funda e tai-tai, e munições de pistola e mosquete, podem ser feitas com seivassêca. Elas custam +2 TO, e causam o mesmo dano, porém ele é automaticamente considerado não letal.
A ilustração de capa é do usuário baldepanta, no site de fotos sxc.hu. A imagem do goblin é de autoria de Erica Horita. Sim, imagino que você devem ter piadas com tirar leite da árvore.