O sistema Daemon está de volta e com os livros de horror que tanto chamaram atenção para os cenários de Trevas e Arkanun. O livro de agora é Metrópolis, cidade da dor e do prazer, lar dos Cenobitas. É um suplemento completo e gratuito escrito por um dos autores originais do cenário e editado pela Iniciativa Daemon. Metrópolis surgiu em uma das primeiras matérias para Trevas da extinta revista de RPG Dragão Brasil. Atraiu o interesse do público como a mancha de corrupção, a válvula de escape dos deuses em pleno Céu. A ideia de Marcelo Del Debbio surgiu de diversas inspirações, desde filmes antigos quase esquecidos aos mais novos e famosos entre os amantes do terror. Meu trabalho foi apanhar todas essas ideias e uni-las de modo a tornar essa cidade divina parte do universo de Trevas.
A produção desse livro foi baseada principalmente para o uso de personagens do mestre. Quase nada aqui é feito para os jogadores controlarem. O objetivo é criar um universo a ser enfrentado nas campanhas de Trevas, um lugar onde se perde a noção de dor e prazer. E, como todos sabem, basta um pouco dessas duas sensações para as percepções de tempo se alterarem. Tudo isso se encaixa nos temas de opressão de Metrópolis, um lugar onde os personagens dos jogadores se debaterão com os próprios medos e desejos, corrompendo-se no processo de alcança-los ou até mesmo de negá-los. Metrópolis aceita tudo, desde hedonistas a acetas, basta um vício, seja na dor, no prazer, na fé ou no asco de conviver com o mundo para se ter acesso a essa cidade.
É pouco provável que o mestre permita que os jogadores usem Cenobitas ou Chezas como personagens em suas campanhas. Qualquer intenção disso deve estar restrita a pessoas maduras, dispostas a lidar com um conceito afastado na mente humana sadia. É preciso, portanto, muita atenção no uso desses personagens potencialmente destrutivos.
Metrópolis se encaixa em qualquer aventura de Trevas ou Arkanun. O modo mais fácil de colocar um personagem em contato com a cidade da dor e do prazer é pelos cubos já tão conhecidos na literatura de terror. A partir daí, basta um pouco de imaginação do mestre para colocar o personagem diante de seus maiores sofrimentos para evitar as tentações que a cidade oferece. Não se engane, pois Metrópolis oprime até mesmo ao dar liberdade. O objetivo do lugar é dominar tudo até simplesmente perder o interesse e deixar decair, ser consumido pelas ruas.
As entidades descritas em Metrópolis devem ser usadas com cautela para que seu potencial não seja perdido durante o processo de apresentação dos personagens. O Mestre de Jogo faria bem em nunca introduzi-las diretamente, mas apenas de relance com jogos de manipulação para atiçar a curiosidade dos jogadores e colocarem-nos na rede de intrigas sem que percebam.
Espero que aproveitem esse livro. Houve muita expectativa para o lançamento e foi com a ajuda de amigos e devotos do sistema de jogo de Trevas que conseguimos disponibilizá-los.
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