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Fortaleza do RPG: eventos para quê, mesmo?

De volta, um cadim.
A internet tem inúmeros poderes, mas, vez ou outra tateamos a parede, futricamos no interruptor (como se diz aqui, na terra da Luz: no bilotim) e tacamos luz em tudo, voltando à Terra. É preciso. Navegar rumo ao canto-raiz. Respirar um ar sem pixels.
Este é o poder dos eventos. E, no caso do RPG, do cinema, da literatura, a internet vale de metáfora. Saímos dos simuladores, das salas escuras de projeção, dos universos incríveis e damos de cara com… gente – ainda que o melhor tipo de gente: o que tem gostos próximos, nossos irmãos-de-marmota.
Esses dias, aqui em Fortaleza, ocorreu o segundo FoRPG, um encontro nerd organizado pela turma do Vila RPG – grupo que também organiza encontros semanais na livraria Feira do Livro, na cidade. Ano passado o evento contava com várias atividades, entre elas o arroxado autor nacional Leonel Caldela. Não estive lá daquela vez. Sinto só os ecos da coisa.
Mas esse ano corrigi a inacreditável, ignóbil e sem-vergonhante ausência. Depois de tempos, consegui uma fuga teleportada das materialidades empregatícias-remunerantes e fui para o Centro Cultural Banco do Nordeste, ver um bando de compadres famosos e saudavelmente malucos.
(O Fortaleza do RPG (FoRPG 2012) ocorreu nos dias 6 e 7 de julho e trouxe inúmeras atividades – de Oficina de Plastimodelismo, a palestras sobre RPG e Mídias Sociais passando pelas clássicas mesas de jogo. Teve como convidados especiais o acearensezado paulista Jeferson Kalderash (www.paragons.com) e o mais novo autor de jogos indies campeões, John Bogéa, vindo diretamente do Pará.)
Qualquer aficionado em cultura lúdica sabe aproveitar esse tipo de espaço para jogar um bocado, conhecer novos boardgames e RPGs e se divertir assistindo a palestras bem humoradas e informativas sobre os temas que amam. Mas o divertido dos eventos, no meu entendimento, é a mescla desse processo com o estabelecimento de novas parcerias, de conversas leves, de cervejada (ou rodada de Nescau se você preferir) entre apreciadores do mundos de jogo. Somos bichos meio isolados pela dinâmica dos vícios de grupo, pela dificuldade em encontrar ambientes de trocas de ideia e os encontros tem a capacidade de facilitar essas coisas.
O FoRPG facilitou ainda mais a facilidade. Criando uma recepção sem tretas ou complicações, de praticante para praticante, sem rodeios. Organizando atividades diversas, em um clima de descontração que julgo fundamental, a coisa toda ganhou uma cara de casa, de boas vindas e de simplicidade. Tanto que deu vontade de rasgar essa seda.
Renova aquela reflexão retroativa e óbvia para o meio rpgístico – sim, óbvia, mas que resolvi escrever aqui, só de sacanagem – : os eventos não podem morrer. Podem e devem mudar de tamanho, de formato e de intento, mas precisam circular, movimentar e fazer gente conhecer gente. Estamos em um meio exageradamente articulado pelo conforto – um troço que seria bacana se quebrado. Não porque esse seja um hobby místico ou porque precisamos fundar uma igreja do “saia de casa, nerd”. Mas porque ele – como qualquer outra atividade de entretenimento, de criação – ganha força quando mais gente pensa e fala sobre. E se diverte no diabo do processo.
Não custa falar bem da Livraria Feira do Livro – que deu apoio para a coisa acontecer, juntamente com Fora da RotaArt & Toys, Livraria Fanzine e HBM Gráfica. Quem apoia essas coisas merece o nome divulgado.
Quer ver um reporte de verdade? Aqui ó:
http://www.paragons.com.br/?p=31179
http://viladorpg.wordpress.com/2012/07/10/confira-a-cobertura-oficial-do-forpg-2012/#

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